Fanfic: Amor de Aluguel | Tema: Vondy

Enquanto beberica um pouco de vinho, Dulce corre os dedos lentamente pelos álbuns na estante do seu quarto. Ela tem uma sensação estranha olhando os discos, mas decide ignorar, retirando a edição de trigésimo aniversário do Whitesnake. Ela admira a capa por alguns segundos com um sorriso no canto dos lábios e, então, coloca o terceiro disco para tocar. Em seguida, se prepara para um banho de banheira. Na metade do disco, Dulce já está alegre por causa do álcool. Sem perceber, ela acabara secando dois terços da garrafa. Quando Here I Go Again começa a tocar, ela se põe a pensar em Christopher. Seu sorriso encantador, seu jeito descontraído, em como foi fácil conversar com ele no final do dia, seu olhar intenso e atento, no magnetismo que sentiu quando seus corpos estavam muito próximos. Ela não sabe onde isso vai parar. Já se sentiu de forma parecida antes e não terminou nada bem. Seus medos e dúvidas gritam dentro de si. Ela se acostumou a caminhar sozinha, mas lá no fundo não é o que deseja. Seu coração precisa de um resgate. Talvez seja a hora de deixar alguém pular esse muro que ela construiu em torno de si.

♫♪ And I've made up my mind. I ain't wasting no more time. Here I go again ♪♫

— Christopher Uckermann! — sua voz está um pouco embargada — É uma pena que estejamos trabalhando juntos. Eu gostaria de dar uma oportunidade para você. — ela suspira e despeja o restante da garrafa de vinho na taça.

***

Ao chegar em casa, Christopher afrouxa a gravata e esvazia os bolsos. Ele coloca uma chave em cima da mesa e percebe que é a reserva de Dulce. Saiu tão rápido de manhã que esqueceu de devolver ao vaso. Ele pega o chaveiro onde está as chaves do carro, encaixa a de Dulce e vai até a geladeira pegar uma cerveja. Assim que ele abre a tampa, escuta alguém abrir a porta e se vira.

— Não pode escutar uma tampinha de cerveja caindo no chão que você já vem correndo, não é? — debocha de Poncho.

— Engraçadinho! — vai até a geladeira e pega uma também — E aí, como é que foi no trabalho?

Christopher solta um suspiro e levanta as sobrancelhas.

— Se eu te contar você não vai acreditar. — ambos se sentam afastados no sofá.

— Fala aí, o que foi que houve? — toma um gole da cerveja.

— Sabe a sobrinha?

— É uma coroa desdentada, não é? Eu sabia que você estava se metendo em uma roubada. — interrompe.

— Não, seu maluco! É a ruiva do pub que me beijou. — dá um sorriso vitorioso.

— Não brinca! — olha pra Christopher com os olhos arregalados e sorri.

— É, é verdade! Mas você não deixa de ter razão sobre eu ter me metido em uma roubada. — dá um gole na cerveja — Cara, ela é incrível! Eu posso me apaixonar fácil por ela.

— Pela forma como você está falando, parece até que já está.

— Não. Mas não é algo difícil de acontecer. Ela é bonita, atraente, tem uma personalidade forte, é doce, apaixonante... e tem uma coleção incrível de discos. — sorriso bobo.

— Mas, e aí? Ela lembrou de você?

— Sim. — solta o ar pela boca e toma mais um gole — Mas eu gostaria que não lembrasse. Ela voltou a repetir que aquela noite nunca aconteceu e que eu a esquecesse para mantermos uma relação profissional, algo assim.

— É, meu irmão, você está ferrado!

Christopher concorda com a cabeça. Eles ficam em silêncio por um momento, bebendo a cerveja.

— Bem, decidi que eu não vou fazer nada para conquistá-la. Vou deixar as coisas no profissional como ela pediu. — gesticulando — Talvez seja melhor assim, sabe? Se ela não se interessar por mim? Porque eu tenho certeza, cara, de que vou me interessar cada vez mais por ela e vou odiar ter que machucá-la.

***

No dia seguinte, Christopher estaciona em frente a casa da Dulce e a vê de longe fechando a porta. Prontamente, ele sai do carro, enquanto ela se aproxima.

— Bom dia, srta. Saviñón! — sorri sem mostrar os dentes e abrindo a porta traseira.

— Bom dia, Christopher! — retribui o sorriso e entra no carro.

Pelo retrovisor ele vê que ela está mexendo no celular e fica quieto. Pouco tempo depois, a voz da Dulce lhe chama a atenção.

— Essa é a minha chave? — apontando para o painel do carro.

— Oh, sim! — Christopher olha rapidamente para a chave e volta o olhar para direção — Desculpe, eu esqueci de por no vaso ontem. Coloquei aqui para lembrar de te devolver. — olha para ela pelo retrovisor e a vê balançando a cabeça positivamente — Assim que pararmos o carro, eu te entrego, ok?

— Tudo bem. Não precisa. Pode ficar com essa para você.

Christopher estanca o carro.

— O que aconteceu? Algum problema com o carro? — se inclina para frente preocupada.

— N-não, não. — Christopher liga o carro, passa a marcha e dá partida novamente. Isso não lhe parece muito profissional — Só passei uma marcha errada. Isso não vai mais acontecer. Desculpe, srta. Saviñón. — seu tom de voz deixa explícito o seu nervosismo.

— Relaxa, Christopher! O sr. Gonçalo também tinha uma. A Anahí tem a dela e enfim... — sorri discretamente e volta a se recostar no banco — Hoje, você vai fazer uma cópia para repor a reserva e vai manter essa com você. Assim, caso aconteça algum imprevisto como o de ontem, você já vai estar preparado. — Christopher assente com a cabeça — Só não ouse mexer nos meus discos novamente, hein? Ou eu te mato!

Ela tenta manter uma expressão séria, mas não consegue controlar o riso quando o vê engolindo em seco. Christopher percebe seu tom de brincadeira e relaxa.

— Muito engraçadinha! Aposto que não conhece metade do que tem ali. — lança um olhar desafiador pelo retrovisor.

— Vai em frente! Pode falar o trecho de qualquer música que eu vou dizer de quem é e ainda cantar a próxima estrofe.

Eles seguem nessa brincadeira até chegar na gravadora. A Dulce não erra uma e o Christopher não poderia estar mais encantado. Ele não vai conseguir levar a sério o lance de profissionalismo. Não com a Dulce. Essa mulher é única.