Fanfic: Depois Do Jogo - Vondy (finalizada/adaptada) | Tema: Vondy, Drama, Romance, Escolar

Dulce

Tinha acabado de colocar Luna na cama quando a campainha tocou. Esta era a única hora do dia em que eu tinha uma pausa. Eu não tinha que cuidar de vovó, e meu trabalho escolar estava terminado. Eu teria algumas horas para mim antes de dormir. Então, o toque da campainha significava companhia, e eu não queria que ninguém viesse.

Sim, isso parecia egoísta, porque provavelmente era alguém aqui para verificar vovó, mas eu estava sendo sincera. Queria paz e silêncio. Era o que me ajudava a relaxar.

"Dulce, é para você." Gritou a voz da minha mãe. Que eu não esperava. Nunca recebi visitas. Nunca.

"O quê?" Respondi, pensando que tinha ouvido errado.

"Você tem um visitante." Ela responde.

Ok, bem, então talvez eu a tivesse ouvido corretamente. Quem no mundo iria me visitar? Eu sabia que não era um Herrera, porque se fosse minha mãe não ficaria tão calma. Eles nunca atravessariam a porta. Eu estava quase certa de que estariam gritando. Eu caminho para a porta, tentando adivinhar quem poderia ser, mas ninguém veio à mente. Quando viro o corredor e vejo Christopher Uckermann de pé na sala de estar, congelo. Por que Christopher estava aqui?

"Veja como ele está alto." Diz minha mãe, sorrindo como se sua visita fosse a melhor coisa do mundo. Ela não percebeu que ele estava aqui para falar sobre Luna e o que ele havia ouvido. Ela pensou que ele estava sendo amigável. Todos sempre pensaram que Christopher era o bom cara.

"Por que você está aqui?" Pergunto, não querendo ficar de conversa fiada.

"Dulce." O tom de minha mãe era um aviso. Mas eu simplesmente não me importava.

"Eu gostaria de falar, sobre as coisas." Ele diz na sua voz de Eu sou legal, apenas confie em mim.

"Não é da sua conta." Recordei para ele. Ele era o amigo de Alfonso Herrera. Eles estavam juntos, e eu não confiava nele.

"Dulce." Diz minha mãe, tentando chamar minha atenção. Eu estava ignorando ela. Este era meu problema. Ela precisava se afastar disso.

"Tudo bem, Sra. Espinoza. Eu mereço isso. Não fui gentil com Dulce há dois anos, e fiquei do lado dos Herreras." Diz ele, olhando para minha mãe e voltando para mim. "Mas gostaria de falar com você agora. Compreender. Ouvir."

Eu não precisava dele para entender ou ouvir. Quem diabos ele achou que era? Gostaria de perguntar-lhe se isso não fosse enviar minha mãe para um ataque.

"Minha vida é boa. Não me importo com o que você ou qualquer outra pessoa pense ou acredite. Parei de tentar convencer alguém de qualquer coisa há muito tempo. Apenas saia. Deixe-me."

"Dulce, é o suficiente. Eu gostaria de falar com você na cozinha." Minha mãe disse com uma voz severa. Eu queria dizer não a ela, mas não era estúpida.

Virei no calcanhar e fui até a cozinha. Ela sussurra algo para Christopher e reviro os olhos. Ela estava comprando sua merda de cara legal como todos os outros. Ugh. Isso me deixa doente.

"Não posso acreditar na maneira como você está agindo. Esse garoto veio aqui porque ele acredita em você. Ele viu Luna e quer conversar com você. Por que você não consegue deixá-lo? Ele poderia ser um bom amigo. Você diz que não precisa de amigos, mas você precisa. Você mais do que qualquer um que conheço precisa de um amigo. Esse garoto lá dentro é bom."

Meu rosto ficou quente com a raiva que ferve dentro de mim. "Esse garoto lá dentro." Grito, apontando meu dedo na direção da sala de estar, "Ligou-me e me chamou de mentirosa há dois anos. Ele deveria ser meu amigo, mas ele nunca me ouviu. Ninguém aqui fez. Por que você pensaria que eu lhe daria uma chance agora? Porque ele quer que sua consciência seja limpa? Bem, Ohh coitadinho. Não me sinto mal por ele."

Mamãe sacode a cabeça e deixa cair às mãos dos quadris, mas havia uma suavidade nos olhos. "Honestamente, Dulce, quando você vai deixar toda essa dor e amargura? Sim, você foi machucada da pior maneira possível, e quebra meu coração pensar sobre isso. Mas você recebeu um lindo presente no final. Sabe disso. Você é uma mãe maravilhosa e é tão forte. Mas está se agarrando a dor e mantendo os outros longe. Esse não é um bom exemplo para Luna. Você precisa de um amigo, querida. É hora de deixar alguém entrar, e de tudo que conheço de Christopher Uckermann, ele é um garoto muito bom.”

Bem, porcaria. Isso foi baixo. Trazendo Luna para dentro. Certifiquei-me de nunca a deixar ouvir os boatos sobre o passado e o que atravessei. Eu queria que ela estivesse segura de tudo isso. Fiz tudo o que pude para tornar sua vida feliz e completa.

"Isso não é justo. Luna não conhece nada disso.”

Mamãe dá de ombros. "Talvez não, mas ela vê sua linguagem corporal. Ela perceberá um dia que está carregando amargura e dores. E que você constrói paredes ao seu redor. Ela aprenderá a fazer o mesmo.”

Foi isso que me quebrou. Se ela estivesse certa, e minha mãe raramente estava errada, eu não poderia viver comigo mesma. Eu estava no modo de autopreservação. Não era uma vida fácil, mas depois do que tinha passado, era a única maneira de lidar. Não confiava facilmente. Ou em tudo. Mas isso não significava que eu queria que Luna vivesse como eu.

"Mas por que Christopher? Como o que eu falar a ele irá alterar isso? Ele não vai se tornar meu amigo. Ele tem uma equipe de futebol para se preocupar e uma bolsa de estudos da faculdade. Minha conversa com ele não faz nada.”

Mas alivia sua culpa, terminei na minha cabeça. O que eu ainda achava injusto. Queria que ele se sentisse culpado. Ele deveria.

"Você não sabe disso. Dê uma chance." Responde minha mãe. Eu iria escutá-lo simplesmente porque, se não o fizesse, minha mãe não ficaria calada por semanas. Possivelmente meses. Não queria ouvir o nome de Christopher Uckermann novamente depois dessa noite. Ele pode não estar no topo da lista das pessoas que eu odiava, mas ele estava na lista.

"Tudo bem." Suspiro em derrota e me viro para a sala de estar, esperando que Christopher tivesse acabado de sair.

Ele não tinha.

Lá estava ele com as mãos nos bolsos dos jeans, olhando para mim. Nossos olhos se trancaram, e eu vi incerteza lá. Ele ainda não tinha certeza se acreditava em mim. Não me importaria se ele fizesse. Não me importaria se alguém o fizesse. Isso foi toda história.

"Nós podemos conversar, mas não aqui. Não quero que Luna acorde e ouça nada."

Ele assente. "Entendido. Quer dar uma volta?"

Não. Eu queria mergulhar num banho e esquecer que ele havia vindo.