Fanfic: Perdida (1ª temporada) (Adaptação - Vondy) | Tema: Vondy

Vestida, e me sentindo muito ridícula, saí do quarto procurando refazer o caminho por onde entrei. Passei por um longo corredor cheio de quadros bonitos, paisagens em sua maioria, tentando encontrar a sala. Notei que haviam muitas portas no corredor. Comecei a ouvir vozes (não de fantasmas, era só o que me faltava!) e segui o som. Acabei encontrando a sala gigantesca. Christopher estava ali, além de mais as duas garotas. Parei assim que os vi, sem saber exatamente o que deveria fazer. Para minha sorte, Christopher veio ao meu encontro, sorriu um pouco enquanto examinava o vestido e sacudiu levemente a cabeça.

Christopher: Parece estar muito melhor agora, senhorita Dulce. - seu sorriso descontraído me deixou ainda mais envergonhada. Eu estava realmente muito ridícula!

Dulce: É. Eu tô melhor. Obrigada, Christopher. - respondi, com as bochechas queimando levemente.

Ele tossiu, ao mesmo tempo em que as duas garotas se entreolharam e depois se voltaram para Christopher com cara de assombro. O que foi que eu disse? Christopher apenas se limitou a sorrir para as duas.

Christopher: Senhorita Dulce, permita-me apresentá-la a minha irmã, Anahí - a garota de cabelo louro inclinou levemente a cabeça - E nossa amiga Angelique Boyer. - a mais baixa e loura também inclinou a cabeça, fazendo uma reverência.

Dulce: E aí, tudo bem? - perguntei, me aproximando um pouco. Ninguém respondeu. Fui ficando cada vez mais constrangida.

Dulce: Obrigada pelo vestido. - eu disse a Christopher, num sussurro. Ele sorriu delicadamente deixando seu rosto ainda mais lindo.

Christopher: Vejo que lhe caiu muito bem. - seus olhos grudados nos meus pés.

Anahí: Ficou um pouco curto, mas posso pedir à Senhora Madalena para fazer a bainha e deixá-lo mais longo. - disse-me Anahí. - Não sou tão alta! - ela deu um sorriso, como quem se desculpa. Quando sorriu, duas covinhas apareceram em suas bochechas.

Dulce: Não precisa se incomodar. Não pretendo ficar muito tempo. Na verdade, preciso voltar pra casa imediatamente. Mas valeu pela preocupação.

Toda vez que eu abria a boca, parecia ter o poder de arregalar os olhos de quem estivesse ouvindo, assim como Anahí fez agora. Eu não tinha dito nem uma asneira. Ou tinha?

Angelique: Conseguiu se lembrar de como voltar para casa? - a loira perguntou. - Pensei que estivesse sofrendo de um lapso de memória. Não foi isso que nos disse há pouco, Senhor Uckermann?

Uckermann?

Christopher: Sim, senhorita Angelique. Foi como eu disse, a pancada na cabeça deixou a senhorita Dulce ligeiramente confusa. - ele respondeu, erguendo as sobrancelhas.

Ah! Christopher Uckermann. A garota estava chamando aquele rapaz, que parecia ser mais jovem que eu, de Senhor Uckermann! Onde foi que eu vim parar!

Dulce: Eu não estou confusa. - não com relação ao lugar de onde eu vim. - Apenas não sei como voltar. É meio complicado. Mas eu juro que descubro logo! Nem que eu tenha que me enfiar em cada buraco deste lugar.

Christopher: Não precisa ter tanta pressa, senhorita Dulce. - Christopher se apressou em dizer. Seus olhos me pareceram muito sinceros. - Será um prazer recebê-la aqui pelo tempo que for necessário.

Dulce: Nossa, valeu! Nem sei como agradecer tanta hospitalidade, mas eu tenho mesmo que voltar logo. Tenho muita coisa me esperando.

Christopher: É claro. - respondeu quase sorrindo. - Posso lhe mostrar a casa?

Christopher era bacana. Quem imaginaria que um homem pudesse ser tão gentil com uma desconhecida? Bem, ser gentil com uma desconhecida sem ter a intenção de levá-la pra cama. Eu não conhecia mais nenhum.

Dulce: Pode ser Christopher. - sorri timidamente.

As garotas se entreolharam mais uma vez. Eu corei sem saber o motivo, mas aparentemente eu havia ofendido alguém de alguma forma.

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Dulce: Por que toda vez que eu digo alguma coisa sua irmã e Angelique parecem tão espantadas? - indaguei, depois que saímos da sala imensa e entramos em outro corredor largo com mais uma dezena de portas. Tinha certeza que jamais encontraria cômodo algum naquele labirinto. - Falei alguma besteira?

Christopher: Como já disse antes, seu modo de falar é... peculiar. - ele lutava para não sorrir. – Algumas de suas palavras são um tanto diferentes, mas creio que elas se espantaram pelo fato de chamar-me por meu primeiro nome.

Olhei pra ele. Ele não estava falando sério! Não podia estar falando sério!

Dulce: Eu não posso te chamar de Christopher? É seu nome, não é?

Christopher: Sim, é meu nome. - ele deu um meio sorriso. - Mas jovens solteiras normalmente devem saudar os cavalheiros por seus sobrenomes. Nesta parte do país, ao menos, é assim. - ele estava falando sério! - Se dirigir a alguém por seu primeiro nome denota certa... intimidade.

Dulce: Intimidade tipo conhecer há muito tempo ou tipo sexo? - eu tinha que aprender depressa como não chamar tanta atenção.

Ele parou repentinamente. Olhei seu rosto e, por um momento, pensei que Christopher fosse sufocar. Por sua expressão, suspeitei que sexo não fosse um dos tópicos mais discutido por ali. Opa!

Christopher: Senhorita Dulce, por favor, peço que compreenda que, nesta parte do país, as... hã... certas coisas continuam como sempre foram. Conservadoras! Esse lugar de onde a senhorita vem parece ter sido... modernizado rápido demais. Mas gostaria que não falasse de certos assuntos em minha casa.

Dulce: Ah! Desculpa. Eu não sabia que não devia falar. Quer dizer, eu devia ter imaginado. Já li tantos livros sobre esta épo... Err... e nunca ninguém mencionou nada sobre se... Coisas assim. Já entendi. Não vou esquecer. Prometo Christopher.

Ele suspirou.

Dulce: Ai, caramba! Prometo, Senhor Uckermann. É que é tão estranho te chamar de senhor! Você deve ter quase da minha idade. - talvez tivesse vinte e três ou vinte e quatro.

Eu estava habituada a chamar homens bem mais velhos de senhor, mas um cara bonito e tão jovem e que não era meu superior...

Christopher: Na verdade, eu não me importo com isso. Pode me chamar de Christopher, se quiser. - um sorriso apareceu em seus lábios. Ele baixou um pouco a voz, num tom conspiratório. - Mas se mais alguém ouvir, terá uma reação parecida com a de Angelique.

Dulce: Eu não me importo também. Mas vou tentar me lembrar da próxima vez. Não quero te deixar numa saia justa. Você tem sido muito bacana comigo. - era o mínimo que eu podia fazer para retribuir sua ajuda espontânea.

Christopher: Saia justa? – perguntou confuso.

Ô, meu Pai! O dia seria longo!

Dulce: É tipo uma situação embaraçosa. Constrangedora. - expliquei.

Christopher: Oh! Não me importo com isso também. Mas você, senhorita, tem uma reputação a zelar.

Dulce: Olha Christopher, estou com tantos problemas que não dou mínima pra isso. Além disso, se tudo der certo, me mando logo daqui, então não importa. - suas sobrancelhas arquearam novamente. Apressei-me para explicar. - Caio fora. Dou no pé. Pico a mula. - a incompreensão ainda tingia seu rosto. - Vou embora, sacou, digo, entendeu?

A incompreensão deu lugar a outra coisa. Pareceu-me ser... desapontamento?

Dulce: Você está sendo super bacana comigo, Christopher. - tentei correr com as palavras. Não queria que ele me achasse uma ingrata. - Mas é que eu realmente preciso descobrir uma forma de voltar. Minha vida está lá me esperando. - meu emprego, minha casa e Maite, que devia estar me procurando como uma alucinada por eu não ter aparecido ainda em seu apartamento para saber como o Christian havia reagido diante de seu pedido.

Christopher: Posso imaginar, senhorita Dulce. - ele me encarou por um longo minuto, depois recomeçou a andar. - Posso imaginar! - Eu o segui.

Dulce: Christopher, será que posso te pedir outro favor?

Christopher: Certamente, senhorita. - seu rosto ficou sério. Ele me observou com curiosidade.

Dulce: Dá pra me chamar só de Dulce? Sem o senhorita? Apenas Dulce? Já está me dando nos nervos!

Ele riu, um pouco surpreso com meu pedido.

Christopher: Posso tentar. - ele disse. - Não sei se consigo ser tão espontâneo quanto você.

Dulce: Claro que consegue! - Ele riu.

Christopher: Vou tentar. Agora venha, vou lhe mostrar minha casa. - disse, apontando para uma das portas.

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Pensei que precisaria desenhar um mapa se quisesse realmente encontrar os cômodos outra vez. Eram tantas as salas, de leitura, de pintura, de estudos, escritório, e tantos os quartos, de dormir, de costura, de vestir, e apenas quatro deles estavam, de fato, sendo ocupados. Christopher me guiou pelo labirinto até chegarmos à cozinha.

Christopher: Senhora Madalena, creio que já conheceu a senhorita Dulce. - ele disse, formalmente.

Meus olhos se estreitaram ao constatar que ele ainda não colocara em prática a promessa de me chamar apenas por meu nome. A mulher baixinha secou as mãos no avental amarrado na cintura e se aproximou.

Madalena: Como está, senhorita? O vestido lhe caiu muito bem. - ela me examinou de cima a baixo. Seus olhos se detiveram em meus pés. Sua testa se enrugou. - Os sapatos não eram de seu agrado?

Olhei para meus pés, assim como fez Christopher. Eu realmente havia me esquecido dos tênis. E tinha certeza de que eles atrairiam olhares curiosos, ainda que não fossem vermelhos.

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