Fanfic: Perdida (1ª temporada) (Adaptação - Vondy) | Tema: Vondy

Dulce: Então é por isso que tem tantos deles. Eu fiquei pensando o porquê de tantos músculos. err... cavalos se você só tem uma carruagem... - meu rosto ardeu.

Christopher: Nós criamos e treinamos até que eles estejam prontos, depois os vendemos. É um ramo muito lucrativo e extremamente prazeroso

Dulce: Eu imagino que sim. - espiei pelo canto do olho e vi que ele tentava não olhar em minha direção, sem muito sucesso.

Fiquei ainda mais nervosa. Minhas mãos começaram a suar. O que estava acontecendo com meu corpo?

Christopher: Eu gosto disso, senhorita Dulce. Gosto de criar animais. É muito mais gratificante que uma plantação de café. - Christopher se aproximou mais de onde eu estava. - Não imagina como fico feliz em poder dizer que meu estábulo está cheio de potrinhos e que logo se transformarão em garanhões puro sangue que servirão a muitas famílias.

Dulce: Ga-garanhões? - gaguejei estupidamente, recuando, um passo.

A palavra não tinha a mesma conotação para ele que para minha mente suja.

Christopher: É claro que também criamos éguas, não dá para escolher - e sorriu. Seu sorriso tão lindo me deixou sem equilíbrio. - Mas os garanhões são os mais procurados.

Dulce: Ah! São mesmo! – concordei.

Tentei me acalmar e continuar conversando com ele normalmente. O problema era que eu não conseguia me concentrar em nada. A rigidez de seus braços não me permitia pensar em mais nada que não fosse arrancar sua camisa, deslizar meus dedos nas curvas de seus músculos...

Dulce: Acho que vou entrar, Christopher, se não se importar. Anahí está me esperando na sala de leitura. - eu disse apressada.

Christopher: Eu a acompanho até lá. - ofereceu educadamente.

Dulce: Não! - gritei. – Não precisa. Eu sei chegar lá. Fica aí com Storm, ele deve estar precisando de... de... alguma coisa de cavalo.

Ótimo. Meu cérebro virou geléia!

Christopher: Tudo bem. - respondeu lentamente. - Me permite lhe fazer uma pergunta?

Dulce: Manda. - eu estava perturbada. Minha cabeça girava com a confusão de sentimentos que eu sentia. Christopher ficou confuso também. - Faz a tal pergunta. - expliquei.

Já estava ficando cansativo ter que explicar todas as palavras que saiam de minha boca.

Christopher: Fiz alguma coisa que lhe desagradou? - perguntou ansioso.

Dulce: Não. - assegurei a ele, nervosa.

Christopher: Então, por que está fugindo?

Ai, droga!

Dulce: Eu? Fugindo? Que ideia! – ele tinha notado. Claro que tinha notado. Será que notou meu constrangimento depois que o toquei?

Pior! Será que notou a... curiosidade que surgiu em meu rosto quando o toquei?

Ainda pior! Será que as fantasias em minha cabeça estavam nítidas também em meus olhos?

ARGH!

Christopher: Eu mal cheguei aqui e você se apressa em voltar para a casa. Pareceu-me que estava se divertindo com Storm e, de repente, ficou tão nervosa! Por que não fica um pouco mais? Podemos conhecer o resto da propriedade. Acredito que irá gostar muito e o passeio nem é tão longo...

Dulce: Não dá. Eu tenho mesmo que voltar. Prometi a Anahí. Quem sabe outra hora? - e sai apressada, sem me importar com o que ele iria pensar disso.

Que pensasse que eu era covarde! Melhor assim. Bem melhor que pensar que eu estava interessada nele ou naqueles braços rígidos e fortes que pareciam feitos de granito. E eu realmente não estava interessada! Definitivamente não estava!

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Fiquei fascinada com os livros que encontrei na sala de leitura. Livros de todos os gêneros, como filosofia, história da humanidade, livros de pesquisas e clássicos, incontáveis clássicos.

É claro que eu sabia que em 1830 diversos livros já haviam sido publicados, mas fiquei realmente impressionada ao encontrar alguns autores ali. Edgar Alan Poe, Lord Byron, Denis Diderot, Goethe, Shakespeare, Antoine Galland, muitos de Walter Scott e alguns outros que eu não reconheci. Mas um deles atraiu meu interesse assim que passei os olhos. Com os dizeres By a lady, London, 1811 na primeira página e uma capa de couro marrom, tilintando de nova. Peguei-o com extremo cuidado, não que precisasse só era estranho demais fazer meu cérebro entender que aquele livro era tão antigo, mas, segundo a primeira página, havia sido publicado há apenas alguns anos, não iria se desfazer quando eu o tocasse. Folheei algumas páginas para ter certeza, e lá estava Elinor Dashwood, Norland Park, Edward Ferrars. Virei o livro em minhas mãos com muito cuidado, como se fosse feito de um fino cristal que pudesse facilmente estilhaçar-se.

Dulce: Não é possível! - exclamei surpresa.

Anahí: Algum problema, senhorita Dulce? - perguntou Anahí alarmada. - Problema? Não, Anahí. - respondi sem tirar os olhos do livro. – Você sabe o que é isto?

Ela ficou confusa.

Anahí: É um livro. - disse lentamente. - Um romance. Meu irmão o comprou há alguns anos. Veio da Europa.

Dulce: Sim. É um romance, o primeiro romance que Jane Austen publicou! - eu estava maravilhada em poder segurá-lo em minhas mãos.  É o original! Primeira edição! Veja! Aqui diz que foi publicado pela própria autora!

Anahí: Jane Austen?

Dulce: Isso. Você tem um verdadeiro tesouro aqui! - pelo menos para alguém apaixonada por livros (e por Jane) como eu era.

Não conseguia passar uma única semana sem encontrar algum livro novo para ler. Claro que tinha minha autora favorita. Segurava naquele instante uma obra dela em minhas mãos e tinha outro guardado na bolsa ali no quarto.

Anahí: Acho que ainda não ouvi falar dela. - Anahí estava sentada ao lado da mesa onde diversos livros estavam empilhados. - Você a conheceu?

Dulce: Todo mundo conhece Jane! - então, pela confusão em seu rosto, percebi que nem todo mundo a conhecia. Ainda. - Você ouvirá falar dela, tenho certeza. Eu adoro os romances dela. Este aqui é um dos melhores!

Anahí: Gostei muito desta história também. Entretanto, demorei um pouco para terminar de lê-lo. - ela sorriu timidamente. - Meu inglês não é tão bom quanto o de Christopher.

Angelique parecia entediada. Como sempre ficava quando eu estava presente. Imaginei que este não fosse seu estado natural, pois Anahí parecia gostar dela verdadeiramente.

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Passei o resto daquela tarde me deleitando com a perfeita escrita de Austen. Estava tão absorta na leitura que, quando Christopher irrompeu a sala, tive um pequeno sobressalto. Eu sempre me “perdia” em meus livros. Entrava fundo nas histórias como se eu mesma fosse parte dela, fosse um romance, um policial ou um terror sobre vampiros.

Então lá estava eu, em mil oitocentos e pouco, esperando que Elinor e Edward finalmente se entendessem quando Christopher entrou na sala me trazendo de volta para mil oitocentos e pouco!

Fiquei confusa por um instante. Era como se ainda estivesse dentro do livro! Eu ri da idiotice da situação.

Christopher: Senhoritas, teremos um convidado para o jantar desta noite. Pensei que as damas gostariam de ser alertadas com antecedência. - Christopher falou apressado.

Angelique: Um convidado? - indagou Angelique se levantando. - Algum conhecido, Senhor Uckermann?

Christopher: Sim. Pode-se dizer que agora é um conhecido. Então, se me derem licença, tenho algumas tarefas para terminar antes do jantar. - ele se inclinou e saiu rapidamente sem ao menos dar chance a Angelique de fazer mais perguntas, o que ela claramente pretendia. Saiu sem nem mesmo me dirigir um olhar.

Não que eu me importasse com isso.

Angelique: Oh! Senhorita Anahí, devemos nos apressar! O sol já está se pondo e, em breve, o convidado de seu irmão estará aqui! Não podemos recebê-lo vestidas desta forma! – Angelique andava de um lado para outro enquanto falava. Acabei ficando meio tonta.

Ela estava totalmente vestida; vestida e maquiada e o cabelo loiro arrumado num penteado complicado cheio de cachos. Ela pretendia se enfeitar ainda mais?

Anahí: Sim. Precisamos nos apressar. - concordou Anahí, também agitada. -Você também, Dulce! Seria indelicado se o convidado de Christopher chegasse e não estivéssemos prontas para recebê-lo.

Eu tinha que me arrumar porque alguém vinha jantar? Pela expressão ansiosa de Anahí, ela não estava aberta a discussões, então deixei essa passar e, suspirando, fui para a cozinha.

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