Fanfic: Perdida (1ª temporada) (Adaptação - Vondy) | Tema: Vondy

Dulce: Acho que não dá pra dizer que virar a vida dele de pernas pro ar seja um feitiço! É mais um praga. E ele deve estar interessado pelo novo, daqui a pouco a novidade acaba e ele nem me notará mais. - engoli seco quando terminei. Seria assim?

Angelique: Duvido muito. Ele não é volúvel. - rebateu enfaticamente.

Anahí parou de tocar quando o mordomo apareceu na porta. Trazia uma carta em uma bandeja. Anahí a leu e depois sorriu.

Anahí: Esplêndido! Nossos vestidos estão prontos. Madame Georgette pede para irmos buscá-los ainda hoje. - levantou-se do banquinho, incapaz de conter sua excitação.

Anahí: Você ficará linda com seu vestido, Angelique. - ela exclamou contente.

Angelique: Eu espero que sim. Madame Georgette é uma artista! E eu preciso estar majestosa para o baile!

Anahí: E o seu também será deslumbrante, Dulce. - Anahí estava tão empolgada que parecia quicar no chão de madeira. - Um vestido tão delicado que combinará perfeitamente com sua pessoa.

Eu? Delicada? Rá!

Dulce: Sabe que nem prestei muita atenção no modelo? Não tenho certeza se me lembro do desenho que você escolheu... - não tinha certeza nem se era um vestido de mangas ou alças, acabei me distraindo com as novidades que a costureira tinha para contar. Mas a cor eu sabia: era branco.

Anahí: Tanto melhor! Assim, não poderá reclamar depois que estiver pronto. - Anahí disse, me deixando apreensiva. - Não que você reclame, mas já notei que não gosta de vestidos muito grandes. - ela fez um gesto passando as mãos em torno dos quadris para demonstrar.

Dulce: Acertou na mosca. - ela fez aquela cara de “hein?” e eu me expliquei melhor. - Você tem razão. Não gosto de me sentir um balão. - e, para minha surpresa, dessa vez, Angelique também riu.

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Ficamos na sala de música até que o almoço foi anunciado. Christopher não estava à mesa. Madalena e mais dois empregados apareceram com os braços repletos de bandejas e travessas.

Madalena: Oh! Senhorita Anahí! Mandei avisar seu irmão que o almoço seria servido, mas ele disse que não sairá do quarto até que termine o que está fazendo. - sua voz agoniada. - Ele nem tomou o café hoje! Estou preocupada que ele esteja doente!

Anahí ficou alarmada. Assim como eu. Ele não estava bem? Estaria realmente doente? Tinha algum remédio naquele lugar atrasado? Mas ele pareceu tão normal e bem disposto quando nos vimos pela manhã!

Dulce: Eu vou chamá-lo - eu disse, apressada. Os olhos das três mulheres me observavam. - Talvez consiga convencê-lo a comer alguma coisa para não deixá-las tão preocupadas.

Anahí: Por favor, faça isso. - Anahí me disse.

Fui para o corredor quase correndo, mas tive que voltar quando estava na metade.

Dulce: Err... Eu não sei onde é o quarto dele. - Falei desconcertada.

Anahí: Três portas à esquerda do meu. - Anahí se levantou. - Se quiser, posso ir até lá com você.

Dulce: Não precisa! Sei chegar lá. Acho que talvez uma amiga possa argumentar de forma mais persuasiva que própria irmã. - sorri amarelo. Minha desculpa soou esfarrapada até pra mim.

Sai apressada para o corredor que levava até a sala principal. Eu só conseguiria encontrar o quarto de Anahí se partisse dali. Apressei o passo, enquanto pensamentos desagradáveis teimavam em entrar em minha cabeça. Ele estava doente? Mas parecia tão normal de manhã.

Corado e saudável e lindo e forte e cheiroso e... Talvez estivesse mal e não tenha dito nada para não me preocupar. Christopher não parecia ser um daqueles homens resmungões que precisam de morfina quando uma unha do pé encravava.

Encontrei o quarto de anahí. Contei três portas à esquerda. Bati. Não ouvi som de passos ou resposta. Bati novamente, ficando impaciente.

Senti um pouco de alívio quando ouvi passos e, depois a voz abafada de Christopher.

Christopher: Senhora Madalena, eu já lhe disse que não estou... - ele abriu a porta e me viu. - Com fome. - terminou confuso

Dulce: Oi.

Analisei atentamente sua fisionomia Ele não parecia doente. Pelo contrário, parecia esbanjar saúde com seu cabelo desarrumado, uma mancha de tinta rosa em sua testa. Não vestia o casaco habitual apenas uma camisa branca os dois primeiros botões desabotoados permitiam entrever os pelos de seu peito. As mangas enroladas até a altura dos cotovelos e pequenas pintas coloridas decoravam todo o redor. Nunca o vi mais lindo!

Dulce: Está tudo bem com você? - consegui falar, depois de recuperar o fôlego.

Christopher: Mas é claro que está. Por que não estaria? - sua testa se enrugou.

Vestido daquele jeito, com camisa e calças escuras, ele parecia um rapaz comum não por sua aparência, Christopher era lindo demais para ser considerado comum, mas comum como um rapaz do século vinte e um. Qualquer homem ainda usava camisas e calças.

Dulce: Madalena pensou que você estivesse doente. Ficamos preocupadas e eu vim até aqui para ver se você estava bem. E, caso estivesse bem, te arrastar até a mesa e obrigá-lo a comer.

Ele bufou.

Christopher: A Senhora Madalena sempre se preocupa desnecessariamente. Eu estou bem, apenas quero terminar o que estou fazendo e depois vou comer.

Dulce: Está pintando?

Christopher: Estou. - respondeu exasperado. - Minha governanta não sabe manter a boca fechada.

Dulce: Ela não fez por mal. Posso ver?

Christopher: Não! - disse ele, um pouco alto demais. Assustei-me com sua reação exagerada ao meu pedido simples. - Quero dizer, ainda não. Não está pronto.

Dulce: Ah! - exclamei frustrada. - Então, vamos almoçar?

Christopher: Eu pretendia terminar o que estou fazendo primeiro.

Dulce: Oh! - murmurei infeliz. - Vou até a vila com sua irmã e Angelique para pegar os vestidos esta tarde.

Christopher: Estão prontos? Que ótima notícia. Assim, não terá nem uma desculpa para não dançar comigo no baile. - ele sorriu mal maliciosamente e meu coração disparou.

Dulce: Não quero desapontá-lo, mas provavelmente não sei dançar o tipo de dança que você conhece - recuei um comecei a voltar para a sala. - Te vejo depois então. - dei de ombros. Não pude evitar ficar decepcionada.

Christopher: Espere. - sua voz um pouco mais alta. - Me dê apenas um minuto.

Dulce: Mudou de ideia?

Christopher: Sim. - ele abriu a porta do quarto. - Apenas preciso me livrar de toda esta tinta primeiro - me mostrou mãos coloridas e entrou fechando a porta outra vez.

Esperei no corredor, observando alguns quadros, brincando com uma das flores do imenso buquê no vaso sobre um aparador. Depois de um curto período, Christopher saiu do quarto mais alinhado, seu cabelo estava levemente úmido, uma camisa limpa embaixo do casaco.

Christopher: Assim está melhor. - disse ao se aproximar.

Dulce: Não sei se eu concordo... gostei muito de vê-lo mais desalinhado. Muito mesmo!

Christopher: Perdoe-me, o que disse? - ele franziu a testa. A mancha rosa ainda estava ali.

Mordi o lábio para não rir.

Dulce: Sua testa está rosa. Se Madalena te visse agora, iria pensar que é algum tipo novo de doença que faz as pessoas mudarem de cor.

Christopher: Onde? - perguntou levando a mão a testa.

Dulce: Bem aqui. - toquei sua testa e friccionei levemente, mas a tinta não saiu. - Acho que terá que lavar com sabão, a tinta está seca.

Rápido como o bote de uma cobra, seus braços me envolveram e, de repente, eu estava colada a ele. Tentei empurrá-lo para me livrar do abraço, mas Christopher era mais forte que eu.

Christopher: Agora, senhorita, me diga exatamente quanto! - e sorriu.

Tentei mover suas mãos de minha cintura, mas não consegui mover nem mesmo um de seus dedos.

Dulce: Pare de brincadeiras, Christopher. Alguém pode nos ver. - Pedi inquieta. Seu sorriso se alargou.

Christopher: A soltarei assim que me disser o quanto. - seus olhos brilhavam como duas estrelas, o sorriso de fazer meu coração parar de bater.

Dulce: Quanto o que? - perguntei exaurida.

Se Anahí viesse procurar por ele e nos visse agarrados daquele jeito, depois de tudo o que contei a ela...

Christopher: O quanto gosta de mim! - disse divertido. - Você me disse que gosta e que eu nem imagino o quanto!

Dulce: Christopher! Me solte e pare de brincadeira. - estava ficando com medo. Meu corpo começava a perder o controle outra vez. E estávamos sozinhos no corredor cheio de portas e com quartos cheios de camas. - Anahí pode aparecer...

Christopher: Então, me conte! - pediu com a voz intensa e suplicante. A diversão em seus olhos foi substituída por alguma emoção que não pude ler. - Por favor, me diga.

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