Fanfic: Perdida (1ª temporada) (Adaptação - Vondy) | Tema: Vondy
Christopher tocou meu rosto em chamas.
Christopher: Desculpe-me por não chegar a tempo, senhorita - seus olhos ficaram furiosos quando notaram o vermelho em minha bochecha. - A procurei por toda parte e ninguém a viu sair. Estava indo até seu quarto quando ouvi seu grito... - seu rosto transtornado pela fúria.
Dulce: Você chegou a tempo. - coloquei minha mão sobre a dele, pressionando-a levemente em meu rosto latejante. - Bem a tempo!
Christopher: Como se sente? - indagou com delicadeza. Vi que se esforçava para manter-se calmo. - Precisa de alguma coisa? Um vinho, talvez?
Dulce: Pode ser. - eu queria tirar o gosto podre dos meus lábios.
Christopher pegou a garrafa perto do piano e a trouxe, me serviu uma taça cheia. Virei tudo num único gole. Senti o álcool queimar minhas entranhas e afugentar um pouco do tremor.
Christopher: Melhor? - perguntou.
Sacudi a cabeça, mais por hábito.
Christopher: E agora me explique o que aconteceu. - exigiu, sentando-se ao meu lado novamente. - Por favor!
Dulce: Não é ele! Eu pensei que fosse Santiago, mas não é me enganei. Não é ele a outra pessoa perdida aqui. Ele é como você, Christopher. Um homem do século dezenove.
Christopher: Não sou como ele! - contestou colérico e ofendido,
Ele não entendeu a palavra-chave. Precisaria ser mais explícita.
Dulce: Claro que não! - sacudi a cabeça. - Não foi isso que eu quis dizer. Ele é como você ou Gomes ou Anahí, não como eu. A pessoa que procuro deve ser como eu.
Ele me observou por um longo tempo, tentando compreender o que eu dizia. Respirei fundo. Peguei a garrafa de sua mão e enchi minha taça. Bebi um grande gole.
Dulce: Exatamente como eu. - murmurei.
Solvi outro gole de vinho. A coragem ainda não tinha dado as caras. Não tive outra alternativa se não seguir adiante sem ela. Olhei profundamente em seus olhos e soltei a verdade.
Dulce: Alguém que nasceu no século vinte e um. - Sua testa vincou. Seu rosto ainda mais confuso. - Alguém que também estava em fevereiro de 2010 e veio parar aqui no século dezenove sem saber como voltar. Exatamente como eu!
Ele piscou várias vezes, tentando absorver minhas palavras.
Christopher: Perdoe-me, o que disse? - sua voz tremeu um pouco.
Dulce: Vou te contar toda história, Christopher. Desde o início. Meu nome é Dulce Saviñón, nasci nesta mesma região onde, daqui a muitos anos, se erguerá uma enorme metrópole. Foi nela que eu nasci, em 29 de maio de 1985.
Christopher abriu e fechou a boca várias vezes, quase como um peixe, mas absolutamente nada saiu de seus lábios. Ele pegou a taça de vinho da minha mão e a esvaziou.
Esperei nervosa, para que ele pudesse assimilar o que eu havia dito. Ele tornou a encher a taça e a esvaziá-la rapidamente. Não disse uma única palavra. Tirei minhas luvas e comecei a retorcê-las freneticamente. Depois de alguns minutos, a impaciência me venceu.
Dulce: Você ouviu o que eu disse? - perguntei. Christopher piscou e depois sacudiu a cabeça.
Christopher: Errr... Eu ... Acho... Que... Sim? - ele estava muito confuso.
Melhor contar tudo de uma vez!
Dulce: Vou te explicar tudo. Preste atenção, é tudo muito maluco! - alertei. Ele apenas assentiu. - Como eu te disse, eu vivia no ano de 2010 até sábado passado. Tudo isso aconteceu por que, na sexta passada eu saí com a Maite e o Christian. Fomos num barzinho que a gente curte. Foi lá que Maite me contou que iria convidar Christian para morar com ela e é claro que comemoramos a notícia... Só que acabei comemorando um pouco demais, exagerando na bebida. Depois de tanto chope, precisei usar o banheiro e meu celular caiu acidentalmente dentro da privada. Claro que eu não podia enfiar a mão lá dentro e pegá-lo! Estava todo pifado, de todo jeito. Já era! Então, no sábado, saí cedo pra comprar um novo. Eu estranhei que não houvesse mais ninguém dentro da loja e achei a vendedora que me atendeu muito esquisita. Ela meio que me convenceu a comprar este celular estranho, sem me dar outras opções. Eu devia ter desconfiado disso! O aparelho está lá no quarto, posso te mostrar, se quiser. - acrescentei. Christopher apenas me observava, os olhos insondáveis. - Só depois que saí da loja percebi que o aparelho não funcionava. Eu já estava voltando para pegar meu dinheiro de volta, quando ele finalmente ligou. Daí apareceu uma luz tipo... Tipo... Muito forte! Não consegui ver mais nada e quando o clarão desapareceu, eu estava aqui, daí você apareceu e me encontrou. - estava meio sem ar quando terminei. O rosto de Christopher estava impassível. - Entendeu agora?
Ele sacudiu a cabeça.
Dulce: O que você não entendeu? - perguntei desesperada.
Christopher: Acho que quase tudo. Celular? Ah!
Dulce: Desculpa, Christopher. Me esqueci que você não conhece algumas coisas. Celular é um telefone que pode ser levado para todo lugar. - os olhos grudados em mim não compreenderam minha brilhante explicação. - Você sabe o que é um telefone, não sabe?
Christopher sacudiu a cabeça novamente. Eu respirei fundo. Ele devia estar tão confuso quanto eu fiquei logo que cheguei ali.
Dulce: Telefone é um aparelho que tem um... fone... que você coloca na orelha e consegue falar com pessoas de lugares distantes. Ou de perto se quiser. Permite falar com pessoas que não estão presentes. Pessoas vivas, quero dizer. Não vozes do além e essas coisas... - difícil de explicar! - Acho que é melhor eu te mostrar o meu, só que o problema é que ele não funciona como um celular comum. Foi ele que me mandou para cá, tipo uma máquina do tempo.
Christopher: Máquina. Do. Tempo. - ele disse devagar.
Dulce: Sim. - seus olhos opacos não permitiram que eu lesse nada neles. - A tal vendedora me ligou logo depois que você saiu do quarto naquele dia em que me encontrou. Nem me pergunte como foi que ele captou o sinal! Deve ser coisa dela! Sinistro! Mas ela me disse que eu só voltaria pra casa depois de cumprir uma jornada que eu acho que descobri qual é apenas ontem. Só que, se for o que eu acho que é, Christopher, não faz sentido algum... - por que se Christopher era a jornada se eu tinha que realmente encontrá-lo, como poderia deixá-lo se eu o amava tanto? - E ela também disse que eu não estava nessa sozinha. Vez ou outra, ela me manda uma mensagem, tipo um bilhete, uma carta, através do celular. A última dizia que passei mais uma etapa e para estar preparada. Daí, eu pensei que talvez Santiago... mas ele... - sacudi a cabeça, confusa.
Então quem meu Deus? Quem era a tal pessoa? Onde ela estava?
Dulce: Entendeu agora? - perguntei angustiada.
Christopher: Não sei bem... Você bateu a cabeça ou coisa assim quando...
Dulce: Você não acredita em mim? - minha voz subiu vários decibéis. - Você tem que acreditar em mim! Não estou mentindo! Eu juro, Christopher! Eu sei que é difícil acreditar em tanta maluquice, mas eu juro que é tudo verdade!
Christopher: Claro que acredito, Dulce. Claro que acredito!
Era bom! Porque se ele, que me conhecia mais que qualquer um ali, e em meu século também, nem mesmo Maite me reconheceria agora, não acreditasse no que eu dizia, não me sobraria nada. Estaria sozinha, perdida, sem saber como voltar e, provavelmente, na rua. Christopher não permitiria que Anahí convivesse com uma maluca.
Christopher: Acalme-se, por favor. - pediu ele. Sua voz retorcida com uma emoção nova.
Dulce: Você precisa acreditar em mim, Christopher. Não estou mentindo, nem inventado nada, eu juro! - eu disse, me agarrando a sua camisa.
Christopher: Eu sei, amor. - ele segurou minhas mãos geladas, mas, pela primeira vez, suas mãos estavam tão frias quanto as minhas. - Tudo ficará bem.
Olhei dentro de seus olhos procurando confirmação, mas ainda estavam opacos. Não me diziam nada. Um arrepio subiu por minha espinha, um daqueles que não eram nada agradáveis.
Christopher: Ouça-me. Vou até a sala avisar Anahí que estamos aqui. Ela pode nos procurar e ficará preocupada se não nos encontrar. Voltarei logo, está bem? E então você poderá me contar tudo com mais calma. - não gostei do tom sua voz. Parecia... Pena.
Dulce: Tá bem. - concordei fracamente. Eu ainda tremia um pouco. - Vou te esperar aqui.
E, depois de beijar minha testa mais uma vez e me olhar daquela forma estranha novamente, ele deixou a sala.
Fiquei ali tentando me acalmar. Senti um imenso alívio por ter contado a verdade a Christopher. Senti-me muito mais leve por não esconder dele o meu grande segredo. Agora que ele conhecia a história, talvez me ajudasse a encontrar a tal pessoa. Ou talvez não procurássemos ninguém!
Talvez se eu enterrasse o celular em algum lugar, talvez não captasse mais o sinal “mágico” e eu estaria livre! Talvez eu pudesse ficar ali. Eu poderia morar com Christopher e ajudar na administração dos cavalos ou até mesmo ajudar Gomes a lustrar talheres, não importava.
Poderia cuidar de Anahí até que fosse adulta. Sentiria falta de muitas coisas, claro; meu banheiro ou qualquer banheiro, o computador, a cafeteira, os enlatados, a pizza, as lanchonetes, bebidas geladas até do emprego. E sentira falta de Maite. Muita falta! Mas ela estava com Christian, iriam morar juntos. Ela seria feliz! Se ao menos eu pudesse avisá-la que estava bem e feliz...
E quanto ao resto... Eu sobreviveria!
Quem precisava de cafeteira ou micro-ondas quando se tinha uma Madalena? Quem precisava de enlatados, quando se tinha legumes frescos todos os dias? Quem precisava de TV quando se tinha Christopher para conversar? Quem precisava viver uma vida solitária, quando tinha a chance de viver uma vida plena e feliz ao lado do homem que ama?
Eu sobreviveria! Sim, eu sobreviveria sem tudo aquilo. Só não poderia suportar viver sem Christopher.
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Autor(a): delenavondy
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Esperei por ele por muito tempo, ansiosa para contar minha súbita descoberta, mas ele não voltava e minha paciência diminuía. Fiquei meio cismada com a expressão de seu rosto quando deixou a sala. De algum modo, ele parecia assustado de uma forma que eu nunca tinha visto antes, nem quando caiu do cavalo, nem mesmo quando Santiago me atacou. ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 28
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vondy_dulcete Postado em 18/09/2020 - 22:53:57
Aaaah não acredito, omg, posta maaaaaaais mulher. Seria legal mostrar a parte do Christopher quando a Dulce sumiu.
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anne_mx Postado em 18/09/2020 - 19:07:45
MEU DEUSSSS não vejo a hora do reencontro deles, tadinha da Dul, espero que Mai a ajude, continuaaaa <3
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vondy_dulcete Postado em 15/09/2020 - 23:25:22
Aah adorei haha fiquei com raiva do ucker por ele achar que a dulce ta doida kkkkk seris legal se ela pudesse levar ele pro futuro né? Imagina a cara dele vendo td kkkk
delenavondy Postado em 17/09/2020 - 00:05:37
seria legal Christopher no futuro....kkkk Quem sabe ele não vá?
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anne_mx Postado em 15/09/2020 - 21:31:45
Meu Deusssss, finalmente tá tudo correndo bem, quero só ver como eles vão ficar juntos, tô muito apaixonada nessa casal, sinceramente tudo pra mim, amooo romances de época, continuaaaa <3
delenavondy Postado em 17/09/2020 - 00:04:36
tbm amo romances de época. Já já vou postar
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vondy_dulcete Postado em 13/09/2020 - 00:57:21
Continuaaaaa mulher
delenavondy Postado em 13/09/2020 - 22:35:35
Continuo sim :) Já já vou postar
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vondy_dulcete Postado em 10/09/2020 - 23:39:00
Confesso que fiquei puta com a Dulce por ela rejeitar ele, aceita que ele é gostoso mulher kkkkk
delenavondy Postado em 11/09/2020 - 22:06:03
KKKKKKKKKKKK.... vdd ele é mesmo
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vondy_dulcete Postado em 10/09/2020 - 23:36:43
Omggg arrepiei toda amiga scrr kkkk que perfeita sus fanfics. Continuaaaaa pelo amor de Deeeeeus. Não vejo a hora deles ficarem juntos de vez... aliás pq a Dulce não conta que veio do futuro??
delenavondy Postado em 11/09/2020 - 22:07:03
Ela vai tentar contar a ele. Já vou continuar ok
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vondy_dulcete Postado em 08/09/2020 - 12:44:30
Quero maisss
delenavondy Postado em 09/09/2020 - 23:24:11
Continuando...
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vondy_dulcete Postado em 07/09/2020 - 19:36:50
Tu não postou hoje
delenavondy Postado em 07/09/2020 - 22:58:23
Já vou postar ;)
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vondy_dulcete Postado em 07/09/2020 - 11:06:31
Leitora nova, menina estou amando sua fic ❤ perfeita, quero maratona.
delenavondy Postado em 07/09/2020 - 22:57:53
Olá Seja bem-vinda! Vou tentar fazer uma maratona essa semana ok