Fanfic: I still walk | Tema: The Walking Dead
Quando acordei na manhã seguinte eu sabia que meus olhos estavam inchados e me sentia horrível. Eu sabia que o verão tinha chegado, o tempo mudou e o sol estava nascendo mais quente e animado. Mas meus sentimentos eram opostos entretanto. Me levantei e coloquei uma calça jeans preta, botas e uma blusa de manga comprida vinho de algodão. E fiquei muito feliz em ver que as roupas cabiam melhor em mim agora. Até meu sutiã estava mais bem preenchido. Não que eu tivesse tido uma grande ganha de peso, mas eu estava mais saudável. Era perceptível. Amarrei meu cabelo em um rabo de cavalo alto e ia até o banheiro quando a porta do Daryl se abriu. Ele parou e me encarou e eu fiz o mesmo. Sua barba estava por fazer um pouco maior que o normal. Suas roupas eram as mesmas e ele segurava a besta em uma das mãos.
Tinha tanto que eu queria dizer, mas o mesmo sentimento de ontem me impediu. Fiquei calada e imóvel por alguns segundos e aquele jogo já tinha drenado tudo de mim. Eu andei até a porta do banheiro e quando minha mão encostou na maçaneta a dele veio sobre a minha. Eu congelei. Fiquei olhando sua mão sobre a minha e meu coração ridículo saltou para minha garganta. Simplesmente pelo seu toque.
— Me prometa que vai ficar segura. – Sua voz era rouca e baixa. A quanto tempo eu não o ouvia falar assim? Às vezes eu tinha a ilusão de que esse tom era só para mim. Que ele o guardava só para mim. - Faça suas rondas com o Carl, fique atenta. Não se coloque em risco.
— Você se importa? – Eu consegui finalmente dizer e o olhei. Seus olhos estavam cravados nos meus. Azuis nos azuis. Ele podia ver. Minha vulnerabilidade. Eu sei. Mas nele eu só conseguia ver alguém confiante e forte. Eu era a patética sofrendo por amor. Não ele. Daryl se aproximou alguns centímetros e encostou sua testa na minha.
— Boba.- então ele se afastou e foi embora. Nos próximos dias eu sonhei com aquela voz e com aquele toque. Mesmo sendo algo tão pequeno. Foi dele a iniciativa. E isso me alegrou a alma.
PV:Daryl
Em quanto colocava o resto das coisas no trailer Green chegou com Maggie ao seu lado. Rick me passava uma caixa de comida e água e eu a prendia em baixo de um banco. O homem que era o médico se aproximava e passou um papel para o Glenn.
— Aqui a lista. Qualquer coisa que achar vai ser de muita ajuda.
— Claro doutor. – Glenn olhava a lista.- Vitaminas?
Parecia algo idiota pedir vitaminas quando o mundo estava tão fodido.
— É um caso particular. Ela está muito abaixo do peso e com uma anemia severa, teve um desmaio.
— É alguma criança? – Maggie perguntou confusa. – Estou com elas o dia todo e não soube de nada.
— Na verdade não, é uma menina loira e magrinha. Deve ter uns 19 anos... me esqueci o nome dela, mas é do seu grupo.
— Beth?- ao ouvir o nome meu coração parou. Rapidamente sai do trailer e observei a conversa.
— Sim, esse é o nome. No início da semana Noah e o Spencer a trouxeram no meu consultório desmaiada. Aparentemente ela não comia a dias. A falta de apetite é um sintoma claro.
— Ela é minha irmã. Quando ela era criança ela teve uma convulsão por causa da anemia. Ficou semanas internada. – Maggie parecia bem preocupada e não a posso culpar eu mesmo estava prestes a voltar para a casa e gritar com Beth. Porque eu não sabia disso? Porque é porque demônios Spancer estava com ela?
— Vamos conseguir as vitaminas. – Eu disse entrando no trailer. Quanto mais rápido eu fosse mais rápido eu voltaria para gritar com ela.
PV:Beth
Os próximos dias foram logos e ao mesmo tempo muito agitados. Longos porque agora eu me arrependia de ficar tanto tempo evitando o Daryl, pois mesmo que eu quisesse eu não o veria. E agitados com os preparativos do festival. Todo mundo estava se preparando e arrumando as coisas. Ficava a manhã fazendo vigia na horta e a tarde ajudava Noah e Jesus a distribuir as roupas e acessórios para as pessoas. Haviam muitas variedades de roupas nas caixas o que tornava a tarefa longa. Durante os dias eu e Jesus ensaiávamos algumas músicas e devo dizer que era muito mais divertido tocar com outra pessoa. E Jesus realmente tinha uma habilidade formidável com o violão. De noite ele acompanhava minhas vigias nos postos com o Carl, passávamos a noite escrevendo letras e partituras. Era engraçado quando descordávamos de alguma letra e percebermos as variedades.
No final da semana eu e Meggie nos concentramos em encontrar um vestido para ela e foi fácil. Sua barriga ainda não tinha aparecido então ela pode escolher livremente.
O sol estava quase se ponto e hoje era minha folga, passei a manhã na cama e o dia no galpão. Estava no meu quarto dedilhando o violão quando a porta se abriu de uma vez.
— Espero que você não esteja ocupada porque eu realmente preciso da sua ajuda.
—Jesus? O que?- Ele estava tenso e nervoso andando de um lado para o outro e de olho na janela.
— O idiota do meu irmão. Ele, Spancer e Noah saíram a alguns mitos.- Dei um pulo na cama.
— Saíram? Saíram para onde? Como?
— Aparentemente saíram pela lateral, algo sobre uma escada de fuga. – Na lateral sul havia uma escada no muro, era uma rota de fuga caso as coisas se complicassem. Tinha uma corda amarrada a escada para a pessoa passar para o outro lado sem dar acesso as pessoas de fora dos muros a escada. Jesus passou as mãos pelos cabelos longos e finamente parou na minha frente. – Ele tinha me fado uma noite dessas sobre um plano maluco de sair e trazer alguma coisa valiosa, assim ele demostraria seu valor e ganharia status aqui. – Jesus ria, mas não tinha qualquer humor na sua voz. – Eu só não achei que ele iria realmente fazer e eu não entendo porque o Noah está metido nisso. Como eles pretendem fazer isso?
— Usando o carro escondido para fugas. Eu não sei porque o Noah se meteria nisso também mas vamos descobrir. Porque se Rick souber o que eles fizeram....
— O que?
— Você não entende né? Isso aqui é uma democracia disfarçada. Nossas opiniões são ouvidas deis de que estejam em acordo com as do Rick. É como se fosse uma monarquia. Não se engane, o Rick pode ter seus ministros para opinar, mas sua decisão é absoluta e ninguém vai contra, por um motivo. Quando fizemos nos demos muito mal.
— Eles podem ser expulsos?
— Sim....ou pior. Spancer não está na lista dos queridinhos dele no momento e seu irmão está sendo observado. Não posso deixar o Noah pegar a onda.
— O que vamos fazer? – Peguei meu coldre e minha besta a prendendo na coxa oposta a arma. Peguei minha faca e a prendi na bota. Saímos pela entrada principal e chamei o Carl que eu sabia que estava de vigia na plataforma principal. Expliquei a situação. E ele realmente preocupado.
— Meu pai não vai perdoar mesmo. Spancer não deveria contar sobre essa rota de fuga. Ainda mais para um novato, sem querer ofender Jesus.
— Não ofende ele é um idiota. Mas o que vamos fazer?
— Querem que eu vá junto? – Pensei por um momento.
—Não, precisamos que você dê cobertura caso alguém pergunte por mim. Se eu não voltar até o amanhecer você avisa eles. Só isso. E eu queria saber se você tem alguma ideia de como eu possa ir atrás deles.
— Tem a moto do Daryl- Eu olhei para ele esperando que ele desse algum sinal de que aqui era uma brincadeira.
— Você ficou maluco?
— É tem razão...- Carl pensou mais um pouco – A não ser que...Você sabe montar?
Saímos pelo portão da frente e demos a volta. Próximo a plantação preso por uma corda havia um cavalo negro. Estava equipado com montaria e se alimentava de um pouco de capim. Próximo dele havia uma grande balde de água. A equipe da horta esta manhã o havia encontrado e estava mantendo ele em observação do lado de fora, até que fosse seguro passa-lo para dentro.
— Sorte que fomos criados em fazenda né....- Jesus tinha razão. Sorte. Era a palavra do dia.
Subimos no cavalo e eu guiei por ser mais experiente. Seguimos o caminho que as marcas de pneu nos indicavam... já haviam se passado horas e eu tinha quase certeza que a madrugada já estava se aproximando, estava pensando em desistir. Já estávamos na cidade a algum tempo e poderíamos chamar atenção quando encontramos eles.
Estavam discutindo, parados no meio da rua. Idiotas. Quando nos aproximamos eles pararam de gritar e nos olharam.
— O que os imbecis estão fazendo? Discutindo quem iria morrer primeiro?- Jesus disse descendo do cavalo e depois me ajudando em seguida.
— O que estão fazendo aqui? – Spancer parecia chocado e envergonhado.
— Tentando impedir que sejam mortos ou pior.... Que Rick coloque as mãos em vocês. - Eu disse me aproximando. Eles estavam sujos e com alguns aranhões. – O que vocês tinham na cabeça? Realmente acharam que esse plano idiota ia dar certo? Ainda mais você Noah. O que está fazendo aqui?
— Eu....não sei. Queria fazer alguma coisa além de ficar naquele galpão! – Ele parecia realmente triste e envergonhado. Mas tinha algo mais em suas palavras, magoa.
— Poderia ter falado com Rick ou simplesmente vindo comigo em algumas vigias. Não precisava se juntar ao Debi e Loide.
— EI....- Israel se aproximou e ele tinha um corte feio no queixo. – Não era um plano idiota.
— Não? O que você esperava? Rick e os outros não iriam para outras cidades procurar mantimentos se está a poucas horas estivesse cheia de coisas. – Ao que parecia nenhum dos três gênios haviam pensado muito no plano. – Vamos embora antes que Rick descubra que primeiro, que o Spancer contou informação confidencial para um novato. Segundo que os três roubaram o carro de fuga e deixou o condomínio inteiro desprotegido e terceiro que fizeram tudo escondido, porque se ele descobrir vocês podem ser expulsos.
— Ele não faria isso- Spancer realmente acreditava nisso e ele era um idiota se esse fosse o caso.
— Se você acha isso é mais idiota do que eu achava…E falando em idiota, porque vocês estão aqui parados brigando?
— Porque não achamos nada e estávamos decidindo se valia a pena ir mais longe.
— Vocês dois estavam querendo ir mais longe eu queria voltar. - Noah disse para Israel.
— Tudo bem. Vamos embora.
Nosso caminho de volta foi mais longo que a ida e meus músculos começavam a reclamar dos anos que fiquei sem cavalgar. Finalmente chegamos e eu podia sentir que o sol estava prestes a nascer. Deixamos o cavalo no mesmo local e os meninos deixaram o carro e voltaram pelo mesmo lugar que eles saíram. Subindo pela corda e descendo pela escada. Fui a última a passar e enrolei a corda e a joguei para dentro da estrutura. Andamos juntos indo para as casas.
— Se a sorte realmente estiver ao nosso lado os Rick e os outros não voltaram e ninguém vai ter percebido. Noah quando o carregamento de gasolina chegar, vocês vão precisar pegar aos poucos e reabastecer o carro.
— Tudo bem.
— Todos permaneçam em suas atividades normais hoje. Se não vão perceber.
Eles não me responderam e foram caminhando já que moravam próximos. Eu virei à direita e percebi que alguém me acompanhava.
— Vou te deixam em casa. – Sorri para Jesus.
— Sabe....a taxa de criminalidade é bem baixa por aqui.
— Um cavalheiro nunca deixa uma dama andar por ai sozinha de noite.
Andamos mais um pouco em silencio e chegamos até a entrada da grande casa branca.
— Obrigado por hoje. Eu sei que o Israel era um idiota antes e continua sendo, mas ele é meu irmão.
— Eu sei...obrigado por confiar em mim e me avisar ates. Noah é muito importante para mim.
— Tudo bem. Sabe que pode confiar em mim, para tudo que precisar. Inclusive sair no meio da noite atrás de alguém em uma missão idiota. – Rimos e para a minha surpresa recebi um abraço, mas não senti como sendo algo romântico, foi um abraço carinhoso de agradecimento de um amigo. Algo me chamou a atenção e percebi que Carl estava na janela, fiz um sinal de ok com a mão e ele me devolveu com um sinal de cabeça. Fechando as costinhas. Provavelmente tinha ficado a noite toda acordado. Eu devia uma a ele.
Entrei na casa pela cozinha e subi as escadas no silencio da casa, abri a porta do meu quarto com muito cuidado e me botei dentro o mais rápido possível. Encostei na porta fechada e com os olhos fechados suspirei fundo. Mas quando levantei meus olhos, notei que eu não estava sozinha. Daryl estava próximo a minha janela com um olhar matador. Ele tinha me visto chegar, ele sabia.
Quando acordei na manhã seguinte eu sabia que meus olhos estavam inchados e me sentia horrível. Eu sabia que o verão tinha chegado, o tempo mudou e o sol estava nascendo mais quente e animado. Mas meus sentimentos eram opostos entretanto. Me levantei e coloquei uma calça jeans preta, botas e uma blusa de manga comprida vinho de algodão. E fiquei muito feliz em ver que as roupas cabiam melhor em mim agora. Até meu sutiã estava mais bem preenchido. Não que eu tivesse tido uma grande ganha de peso, mas eu estava mais saudável. Era perceptível. Amarrei meu cabelo em um rabo de cavalo alto e ia até o banheiro quando a porta do Daryl se abriu. Ele parou e me encarou e eu fiz o mesmo. Sua barba estava por fazer um pouco maior que o normal. Suas roupas eram as mesmas e ele segurava a besta em uma das mãos.
Tinha tanto que eu queria dizer, mas o mesmo sentimento de ontem me impediu. Fiquei calada e imóvel por alguns segundos e aquele jogo já tinha drenado tudo de mim. Eu andei até a porta do banheiro e quando minha mão encostou na maçaneta a dele veio sobre a minha. Eu congelei. Fiquei olhando sua mão sobre a minha e meu coração ridículo saltou para minha garganta. Simplesmente pelo seu toque.
— Me prometa que vai ficar segura. – Sua voz era rouca e baixa. A quanto tempo eu não o ouvia falar assim? Às vezes eu tinha a ilusão de que esse tom era só para mim. Que ele o guardava só para mim. - Faça suas rondas com o Carl, fique atenta. Não se coloque em risco.
— Você se importa? – Eu consegui finalmente dizer e o olhei. Seus olhos estavam cravados nos meus. Azuis nos azuis. Ele podia ver. Minha vulnerabilidade. Eu sei. Mas nele eu só conseguia ver alguém confiante e forte. Eu era a patética sofrendo por amor. Não ele. Daryl se aproximou alguns centímetros e encostou sua testa na minha.
— Boba.- então ele se afastou e foi embora. Nos próximos dias eu sonhei com aquela voz e com aquele toque. Mesmo sendo algo tão pequeno. Foi dele a iniciativa. E isso me alegrou a alma.
PV: Daryl
Em quanto colocava o resto das coisas no trailer Green chegou com Maggie ao seu lado. Rick me passava uma caixa de comida e água e eu a prendia em baixo de um banco. O homem que era o médico se aproximava e passou um papel para o Glenn.
— Aqui a lista. Qualquer coisa que achar vai ser de muita ajuda.
— Claro doutor. – Glenn olhava a lista.- Vitaminas?
Parecia algo idiota pedir vitaminas quando o mundo estava tão fodido.
— É um caso particular. Ela está muito abaixo do peso e com uma anemia severa, teve um desmaio.
— É alguma criança? – Maggie perguntou confusa. – Estou com elas o dia todo e não soube de nada.
— Na verdade não, é uma menina loira e magrinha. Deve ter uns 19 anos... me esqueci o nome dela, mas é do seu grupo.
— Beth?- ao ouvir o nome meu coração parou. Rapidamente sai do trailer e observei a conversa.
— Sim, esse é o nome. No início da semana Noah e o Spencer a trouxeram no meu consultório desmaiada. Aparentemente ela não comia a dias. A falta de apetite é um sintoma claro.
— Ela é minha irmã. Quando ela era criança ela teve uma convulsão por causa da anemia. Ficou semanas internada. – Maggie parecia bem preocupada e não a posso culpar eu mesmo estava prestes a voltar para a casa e gritar com Beth. Porque eu não sabia disso? Porque é porque demônios Spancer estava com ela?
— Vamos conseguir as vitaminas. – Eu disse entrando no trailer. Quanto mais rápido eu fosse mais rápido eu voltaria para gritar com ela.
PV:Beth
Os próximos dias foram logos e ao mesmo tempo muito agitados. Longos porque agora eu me arrependia de ficar tanto tempo evitando o Daryl, pois mesmo que eu quisesse eu não o veria. E agitados com os preparativos do festival. Todo mundo estava se preparando e arrumando as coisas. Ficava a manhã fazendo vigia na horta e a tarde ajudava Noah e Jesus a distribuir as roupas e acessórios para as pessoas. Haviam muitas variedades de roupas nas caixas o que tornava a tarefa longa. Durante os dias eu e Jesus ensaiávamos algumas músicas e devo dizer que era muito mais divertido tocar com outra pessoa. E Jesus realmente tinha uma habilidade formidável com o violão. De noite ele acompanhava minhas vigias nos postos com o Carl, passávamos a noite escrevendo letras e partituras. Era engraçado quando descordávamos de alguma letra e percebermos as variedades.
No final da semana eu e Meggie nos concentramos em encontrar um vestido para ela e foi fácil. Sua barriga ainda não tinha aparecido então ela pode escolher livremente.
O sol estava quase se ponto e hoje era minha folga, passei a manhã na cama e o dia no galpão. Estava no meu quarto dedilhando o violão quando a porta se abriu de uma vez.
— Espero que você não esteja ocupada porque eu realmente preciso da sua ajuda.
—Jesus? O que?- Ele estava tenso e nervoso andando de um lado para o outro e de olho na janela.
— O idiota do meu irmão. Ele, Spancer e Noah saíram a alguns mitos.- Dei um pulo na cama.
— Saíram? Saíram para onde? Como?
— Aparentemente saíram pela lateral, algo sobre uma escada de fuga. – Na lateral sul havia uma escada no muro, era uma rota de fuga caso as coisas se complicassem. Tinha uma corda amarrada a escada para a pessoa passar para o outro lado sem dar acesso as pessoas de fora dos muros a escada. Jesus passou as mãos pelos cabelos longos e finamente parou na minha frente. – Ele tinha me fado uma noite dessas sobre um plano maluco de sair e trazer alguma coisa valiosa, assim ele demostraria seu valor e ganharia status aqui. – Jesus ria, mas não tinha qualquer humor na sua voz. – Eu só não achei que ele iria realmente fazer e eu não entendo porque o Noah está metido nisso. Como eles pretendem fazer isso?
— Usando o carro escondido para fugas. Eu não sei porque o Noah se meteria nisso também mas vamos descobrir. Porque se Rick souber o que eles fizeram....
— O que?
— Você não entende né? Isso aqui é uma democracia disfarçada. Nossas opiniões são ouvidas deis de que estejam em acordo com as do Rick. É como se fosse uma monarquia. Não se engane, o Rick pode ter seus ministros para opinar, mas sua decisão é absoluta e ninguém vai contra, por um motivo. Quando fizemos nos demos muito mal.
— Eles podem ser expulsos?
— Sim....ou pior. Spancer não está na lista dos queridinhos dele no momento e seu irmão está sendo observado. Não posso deixar o Noah pegar a onda.
— O que vamos fazer? – Peguei meu coldre e minha besta a prendendo na coxa oposta a arma. Peguei minha faca e a prendi na bota. Saímos pela entrada principal e chamei o Carl que eu sabia que estava de vigia na plataforma principal. Expliquei a situação. E ele realmente preocupado.
— Meu pai não vai perdoar mesmo. Spancer não deveria contar sobre essa rota de fuga. Ainda mais para um novato, sem querer ofender Jesus.
— Não ofende ele é um idiota. Mas o que vamos fazer?
— Querem que eu vá junto? – Pensei por um momento.
—Não, precisamos que você dê cobertura caso alguém pergunte por mim. Se eu não voltar até o amanhecer você avisa eles. Só isso. E eu queria saber se você tem alguma ideia de como eu possa ir atrás deles.
— Tem a moto do Daryl- Eu olhei para ele esperando que ele desse algum sinal de que aqui era uma brincadeira.
— Você ficou maluco?
— É tem razão...- Carl pensou mais um pouco – A não ser que...Você sabe montar?
Saímos pelo portão da frente e demos a volta. Próximo a plantação preso por uma corda havia um cavalo negro. Estava equipado com montaria e se alimentava de um pouco de capim. Próximo dele havia uma grande balde de água. A equipe da horta esta manhã o havia encontrado e estava mantendo ele em observação do lado de fora, até que fosse seguro passa-lo para dentro.
— Sorte que fomos criados em fazenda né....- Jesus tinha razão. Sorte. Era a palavra do dia.
Subimos no cavalo e eu guiei por ser mais experiente. Seguimos o caminho que as marcas de pneu nos indicavam... já haviam se passado horas e eu tinha quase certeza que a madrugada já estava se aproximando, estava pensando em desistir. Já estávamos na cidade a algum tempo e poderíamos chamar atenção quando encontramos eles.
Estavam discutindo, parados no meio da rua. Idiotas. Quando nos aproximamos eles pararam de gritar e nos olharam.
— O que os imbecis estão fazendo? Discutindo quem iria morrer primeiro?- Jesus disse descendo do cavalo e depois me ajudando em seguida.
— O que estão fazendo aqui? – Spancer parecia chocado e envergonhado.
— Tentando impedir que sejam mortos ou pior.... Que Rick coloque as mãos em vocês. - Eu disse me aproximando. Eles estavam sujos e com alguns aranhões. – O que vocês tinham na cabeça? Realmente acharam que esse plano idiota ia dar certo? Ainda mais você Noah. O que está fazendo aqui?
— Eu....não sei. Queria fazer alguma coisa além de ficar naquele galpão! – Ele parecia realmente triste e envergonhado. Mas tinha algo mais em suas palavras, magoa.
— Poderia ter falado com Rick ou simplesmente vindo comigo em algumas vigias. Não precisava se juntar ao Debi e Loide.
— EI....- Israel se aproximou e ele tinha um corte feio no queixo. – Não era um plano idiota.
— Não? O que você esperava? Rick e os outros não iriam para outras cidades procurar mantimentos se está a poucas horas estivesse cheia de coisas. – Ao que parecia nenhum dos três gênios haviam pensado muito no plano. – Vamos embora antes que Rick descubra que primeiro, que o Spancer contou informação confidencial para um novato. Segundo que os três roubaram o carro de fuga e deixou o condomínio inteiro desprotegido e terceiro que fizeram tudo escondido, porque se ele descobrir vocês podem ser expulsos.
— Ele não faria isso- Spancer realmente acreditava nisso e ele era um idiota se esse fosse o caso.
— Se você acha isso é mais idiota do que eu achava…E falando em idiota, porque vocês estão aqui parados brigando?
— Porque não achamos nada e estávamos decidindo se valia a pena ir mais longe.
— Vocês dois estavam querendo ir mais longe eu queria voltar. - Noah disse para Israel.
— Tudo bem. Vamos embora.
Nosso caminho de volta foi mais longo que a ida e meus músculos começavam a reclamar dos anos que fiquei sem cavalgar. Finalmente chegamos e eu podia sentir que o sol estava prestes a nascer. Deixamos o cavalo no mesmo local e os meninos deixaram o carro e voltaram pelo mesmo lugar que eles saíram. Subindo pela corda e descendo pela escada. Fui a última a passar e enrolei a corda e a joguei para dentro da estrutura. Andamos juntos indo para as casas.
— Se a sorte realmente estiver ao nosso lado os Rick e os outros não voltaram e ninguém vai ter percebido. Noah quando o carregamento de gasolina chegar, vocês vão precisar pegar aos poucos e reabastecer o carro.
— Tudo bem.
— Todos permaneçam em suas atividades normais hoje. Se não vão perceber.
Eles não me responderam e foram caminhando já que moravam próximos. Eu virei à direita e percebi que alguém me acompanhava.
— Vou te deixam em casa. – Sorri para Jesus.
— Sabe....a taxa de criminalidade é bem baixa por aqui.
— Um cavalheiro nunca deixa uma dama andar por ai sozinha de noite.
Andamos mais um pouco em silencio e chegamos até a entrada da grande casa branca.
— Obrigado por hoje. Eu sei que o Israel era um idiota antes e continua sendo, mas ele é meu irmão.
— Eu sei...obrigado por confiar em mim e me avisar ates. Noah é muito importante para mim.
— Tudo bem. Sabe que pode confiar em mim, para tudo que precisar. Inclusive sair no meio da noite atrás de alguém em uma missão idiota. – Rimos e para a minha surpresa recebi um abraço, mas não senti como sendo algo romântico, foi um abraço carinhoso de agradecimento de um amigo. Algo me chamou a atenção e percebi que Carl estava na janela, fiz um sinal de ok com a mão e ele me devolveu com um sinal de cabeça. Fechando as costinhas. Provavelmente tinha ficado a noite toda acordado. Eu devia uma a ele.
Entrei na casa pela cozinha e subi as escadas no silencio da casa, abri a porta do meu quarto com muito cuidado e me botei dentro o mais rápido possível. Encostei na porta fechada e com os olhos fechados suspirei fundo. Mas quando levantei meus olhos, notei que eu não estava sozinha. Daryl estava próximo a minha janela com um olhar matador. Ele tinha me visto chegar, ele sabia.
Daryl me olhava do outro lado do quarto e somente a luz da lua transpassava entre as cortinas que balançavam. Minha respiração estava ofegante e meu coração saltando pela boca.
Eu dei alguns passos em sua direção a ele que fez o mesmo. Eu quero abraça-lo, mas seus olhos me pararam. Paramos de frente um para o outro e eu podia ver a tsunami vindo em minha direção.
Ele deixou um sorriso sem graça escapar entre os lábios e seus olhos deixaram os meus. – Não acredito que perdi para um garoto. – Não entendi suas palavras. Como se tivessem sido ditas em outro idioma. Ele passou por mim e saiu do quarto.
Permaneci parada e imóvel no meio do quarto sem entender em quanto o sol nascia. Sentei na cama e as palavras ditas foram sendo traduzidas em minha cabeça: “Não acredito que perdi para um garoto”, foi o que ele disse.
O abraço. Daryl não sabia sobre a missão dos meninos, ele só tinha me visto com Jesus.
E pensando no que ele viu, me chocou ainda mais do que se ele tivesse descoberto o plano idiota deles. Daryl me viu chegando ao amanhecer, na calada da madrugada e me despedindo com um abraço caloroso na presença de outro homem.
O sol nasceu finalmente zombando da minha cara feliz, da noite não dormida. E mesmo que eu quisesse ir até o quarto do Daryl e dizer toda a verdade, isso teria que esperar.
Desci as escadas e Carl estava me esperando com uma maça na mão. Eu peguei a maçã e caminhamos juntos para a horta. Contei o que havia acontecido.
— Você acha que ele descobriu?
— Não sei...é difícil saber. Daryl é bem esperto.
— Bath... ele te viu voltando com Jesus...ele pode achar que vocês dois...-Mesmo que todos meio que soubessem sobre mim e Daryl, nunca ninguém comentou nada a respeito. Ninguém , além da minha irã comentou sobre nossa relação ou a existência de algo. Então ver Carl mencionar isso de forma tão discreta me fez rir. – O que?
— Desculpe... não se preocupe, Daryl me ver com o Jesus não é nada. – Ele me olhou em quanto passávamos pelo portão e seguimos com as pessoas para as plantações.
— Você tem razão... Daryl é um cara bem maduro. Ele não pensaria isso de você.
- Daryl não é tão maduro assim...- Carl me olhou com uma expressão de confusão e diversão. - Ele deixou a entender que achou que eu e Jesus realmente estavam juntos.
— Isso não te preocupa?
— Eu posso corrigir isso facilmente. Posso dizer que apenas estávamos ensaiando e perdemos o tempo...é melhor do que dizer a verdade.
Carl olhou para as pessoas trabalhando e colhendo os legumes do chão e eu podia ver que ele tinha mais a dizer.
— Diga o que tem a dizer Carl...
— Não é nada.
— Eu posso ver que é alguma coisa, diga!
— É uma pergunta.
— Então faça.
—É meio pessoal.
— Somos amigos. – ele me olhou e eu o encorajei com um sorriso. Carl não tinha nenhum amigo e eu queria ser essa amiga.
— A diferença de idade entre você e Daryl.- O assunto me surpreendeu, mas eu esperei.- Eu estava imaginando se fosse algo que atrapalha vocês.
— há...isso. Bem, é complicado.
— Eu entendo. É pessoal, desculpe. – Ele estava sem graça e mesmo que esse assunto fosse difícil e realmente pessoa eu não queria que ele sentisse que tivesse me incomodado. Além do mais eu devia isso e mais algumas a ele depois de ontem.
— Não... olha, o que eu quis dizer foi que eu nem sei o que dizer. Não é como se a gente estivesse namorando, nem nada. A gente se beijou, duas vezes e a gente conversa, às vezes, mas francamente a gente mais briga e eu ainda estou tentando entender o que somos e o que ele sente...e francamente o que eu sinto a maior parte do tempo. Eu tenho 18 anos...ele 35...são 17 anos de diferença. Talvez seja muita coisa realmente. Porque a pergunta?
— Bem...eu gosto de uma garota. Ela é incrível.
— Ela é mais jovem? – Isso me preocupava porque se ele gostasse de alguém mais jovem quantos anos ela teria? Isso é hipocrisia da minha parte? Eu estava confusa.
— Não...mais velha. Ela tem 21. – Tudo bem, Carl tinha 15 anos se muito... isso também poderia ser complicado.
— Já falou com ela?
— Não. Claro que não. Estava pensando se deveria.
— Entendo. Bem Carl, acho que a única pessoa que pode responder isso é você. Mas lembra que o mundo está fodido. Dê um tempo para vocês se conhecerem. Porque vocês provavelmente vão ter que conviver para sempre. – Não sei porque disse isso. Talvez porque achasse Carl muito novo ou porque não o queria ver machucado.
— Tem razão. Vou com calma.
A manhã se arrastou e é claro que o sol estava mais quente está manhã. Com a hora do almoço fui até o galpão e encontrei Noah e Jesus dormindo atrás do balcão em puffs feitos com sacolas de tecidos. Eu estava exausta e decidi fazer o mesmo. Quando me encolhi como em um ninho, mal senti meus olhos se fecharem. Acordei com o som de um violão ao fundo dedilhando e a voz de Noah falando sobre um assunto que eu não conseguia entender. Levantei minha cabeça e a senti pesada.
— Olha só quem acordou. – Jesus estava sentado com as pernas cruzadas em cima do balcão branco.
Olhei para o relógio na parede e já se passavam das 17h. Levantei em um pulo.
— Eu preciso ir.
— Vamos com você. – Noah disse saindo do fundo e apagando as luzes. Saímos do galpão e fomos em direção ao portão principal. O que acontece é que os meninos ficariam comigo na vigia para que o Carl e eu se quiséssemos dormir. O que foi bem fofo, mas eu já estava descansada depois de dormir a tarde toda.
Quando estávamos chegando Carl descia as escadas.
— Parece eu gamos folga.
— O que?
— Estão treinando duas novas pessoas. Não precisam da gente hoje.
Caminhamos juntos até a casa branca conversando e encontramos Daryl, Rick, Michonne, Judith, Maggie e Gleen sentados na varanda conversando e tomando limonada.
— Olha só esse grupo, me lembra de sair com meus amigos. – Disse Rick.
— Onde você ia? Clube de tiro?- Eu disse.
— Shopping. – Todos rimos com a ideia engraçada de Rick andando com os amigos adolescentes.
— Nunca fui ao Shopping sem meus pais. – Carl comentou em quanto sentávamos nas escadas da varanda.
— Você era muito jovem. – Rick respondeu.
— Eu também não. – Confessei. – Algumas vezes fui com a Maggie.
— Porque? – Jesus me perguntou.
—não tinha motivo pra ir sozinha, eu sempre tinha meus pais comigo, nunca sai sozinha....bem, não até vir até aqui.
— Como assim? - Todos me olhavam e eu podia ver que eles queriam saber sobre a história. Bem se eu contasse uma vez talvez eu não tivesse que contar nunca mais. Dei um belo resumo de como as coisas aconteceram. De como eu me perdi do grupo e depois como fui tirada do Daryl. De como conheci Noah e do dia da troca em que achavam que eu estava morta.
— Quando eu acordei, só o que eu conseguia ver eram luzes, e eu estava tão confusa. Foi um milagre, mas eu conseguia falar e andar, mas eu não me lembrava de nada. Tive perda total de memória. O doutor disse que logo tudo voltaria, me falaram que meu nome era Beth, mas os dias se passaram e eu não conseguia me lembrar de nada. Como eu não me lembrava ele achou que era uma boa ideia me contar. Disse que eu era enfermeira no hospital, que em um confronto eu tinha levado um tiro....que eu era sua noiva.
— O que? – Maggie gritou de onde estava.
— Ele me contou várias coisas, nenhuma era verdade, mas eu não sabia e então comecei a viver meus dias no hospital como se eu fosse a pessoa que eles me falaram. Mas eu sabia que tinha alguma coisa estranha, eu não pertencia ao lugar, e sem falar quer meu suposto noivo me era em nada o que ele dizia. Os dias foram se passando e eu tive um sonho, depois as coisas foram voltando. Um dia eu já sabia de tudo.
— Como você saiu? – Noha perguntou
— Eu peguei minhas coisas e sai pela porta da frente.
— Eles deixaram?
— Deixaram depois que eu taquei fogo no refeitório. - Todos me olhavam e alguns riam, mas eu ignorei. - No início eu não sabia o que procurar, é claro que vocês não estariam por perto. Mas eu sabia que estava atrás de um grupo grande e depois eu comecei a ver alguns sinais. Foi assim.
— As flechas do Deryl? – Carl queria saber.
— Isso. E o fato de não ter comida por nenhuma parte. - Sorri, mas somente eu achei graça.
— Esvaziamos todos os lugares por onde passamos- Gleen lembrou, só que mais parecia um pedido de desculpas.
— Tudo bem...isso queria dizer que eu estava no cainho certo. – Me levantei. Por hoje era o suficiente. Dei boa noite a todos e fui para o meu quarto. Deixei para tomar banho no outro dia de manhã, e ao contrário do que eu achava assim que deitei na cama dormi.
Acordei mais cedo, e o sol ainda crescia no céu preguiçoso. Tomei meu banho e o dia seguiu normal. Como qualquer outro dia. Depois do almoço todos iriam ajudar a construir a estrutura que seria usada no festival e casamento e todos os eventos dali para frente.
Iriam construir uma longa mesa permanente e um local apropriado e seguro para a fogueira. Em quanto comia alguns legumes refolgados com Noah e Jesus no galpão o doutor passou e deixou meus comprimidos e me fez prometer que iria passar no consultório uma vez por mês para uma consulta. Assim que o doutor saiu os meninos me perguntaram se alguém tinha suspeitado de alguma coisa e eu contei sobre Daryk, bem...na verdade quando eu vi já tinha contado de tudo. Todas as minhas inseguranças e meus medos. Os dois me olhavam com uma expressão divertida.
— Você realmente não sabe o que está rolando? – Jesus me perguntou terminando sua comida e colocando o prato de lado.
— Se eu soubesse teria me poupado muitas noites de sono.
— Ele quer que você tome a frente. – Noah disse.
— Como assim?
— Pensa pelo lado dele Beth, você é bem mais jovem e mesmo que o mundo esteja assim as pessoas ainda são pessoas. Vão falar quando descobrirem. Ele quer saber se você sabe o que.
— Não entendo...ele está preocupado com o que as pessoas vão falar?
— Não, ele está preocupado com o que você vai falar.- Jesus disse como se fosse obvio.
— Não entendi.
— Beth...se você decidir que não quer mais ou que se confundiu. Ou apensas que foram mais longe do que você estava pronta. Ele pode se tornar um abusador em segundos.
—Eu nunca faria isso.- Era ridículo, Daryl achava isso?
— Eu sei...e ele sabe disso. Ele só quer ter certeza que você também quer e a única forma dele ter essa certeza é se...
— Se eu tomar a iniciativa…- Agora eu conseguia ver. Ele estava me dando várias oportunidades. Várias chances de tomar o comando, e eu estava fazendo o mesmo. Esse era o nosso empasse. – O que eu devo fazer?
— Você está na vantagem...
— Como assim?
— O que ele disse no quarto sobre “perder para um garoto”, ele está com ciúmes?
— Não acho....- Não conseguia imaginar Daryl com ciúmes.
— Acredite em mim... eu sei, já namorei um cara assim. Ele era mais velho também. Assim como a nossa pouca idade é a nossa insegurança, a deles é a idade a mais. – Tenho certeza que minha expressão entregou minha completa surpresa pela descoberta de que Jesus era Gay e eu não havia notado, mas ninguém comentou nada. Ele apenas deixou que eu absorvesse a informação. Mas pensando melhor agora, tudo fazia sentido. – Deveria usar isso ao seu favor.
— Você está dizendo que eu deveria usar você?
— Bem...não é como se eu tivesse muito o que fazer.
Assim que terminamos nossa comida, saímos juntos e os meninos foram ajudar os outros na construção da mesa. Eu fui ajudar a Carol e Maggie a abrir as latas de pêssego em calda e cortar em cubos as fatias para as tortas. Todos estavam animados com a quantidade de açúcar e farinha que deveria virar tortas de pêssego. Com o passar da tarde o cheiro doce fez Maggie enjoar e logo ela nos deixou.
No meio da tarde Carol pegava as tortas já montadas e levava para assar no forno da casa vizinha já que o nosso já estava cheio, quando ela voltou tinha um sorriso no rosto.
— Talvez você queira dar uma olhada no trabalho dos meninos. – No início eu não entendi o que ela queria dizer, mas deixei o que estava fazendo e me aproximei da janela grande da cozinha. E ainda bem que meu queixo estava grudado na minha cabeça, pois ele teria aberto um buraco no chão ao cair. Realmente os meninos tinham evoluído muito e tinham já terminado de fazer a mesa e agora estavam fazendo uma espécie de estrutura que parecia um palco pequeno, cerca de um metro acima do chão. Mas não foi isso que me chocou. Foi o fato de Jesus, Israel, Noah, Rick, Carl....e é claro a razão do meu coração bater mais forte, Daryl estavam sem blusa.
O calor e o esforço físico fizeram com que todos estivessem suados e seus músculos apareciam mais evidentemente. Eu já tinha visto Daryl sem camisa era verdade. Em repouso normalmente. Assim era diferente. Sua pele bronzeada era reluzente no suor.
Olhando os meninos trabalhando o que Jesus me disse veio à mente , solto o cabelo e tiro o avental sujo de farinha. Pego um copo e uma garrafa grande com agua.
— Vou levar água para eles.- Carol parece surpresa com a minha atitude e eu também ficaria, mas não disse nada.
PV:Daryl
O sol estava fodidamente quente e graças a Deus o trabalho estava terminando. A mesa era relativamente bem-feita e agora levava uma boa mão de tinta branca pelos meninos que devo admitir que mais ajudaram que atrapalharam. Eu e Rick terminávamos o palco ou melhor palanque e reforçávamos a estrutura com pregos maiores quando algo chamou minha atenção próximo a casa.
Bath estava caminhando em direção a nós com o cabelo solto e um vestido longo branco de renda com babados. Nunca a tinha visto com uma roupa assim, mas combinava muito com ela e com o lugar que mais parecia uma fazenda. Ela estava linda como sempre e tive dificuldade de desviar o olhar quando ela passou por nós e foi direto para onde os outros estavam.
— Trouxe água.- Ela disse e encheu o copo entregando para o Jesus que soltou um sorriso sem vergonha pra ela. Isso me fez martelar os pregos mais fortes.
— Obrigada.- Ele bebeu o liquido e entregou o copo de volta pra ela que o encheu e deu para Carl. Ela não virou para nos oferecer água, mas deixou a jarra encostada em um dos bancos laterais da estrutura que estávamos montando.
Ela ria e conversava livremente com o idiota que direcionou toda a atenção para ela. Eu não o culpava. A minha estava em cada raio de sol que tocava sua pele.
Terminamos e parecia um trabalho honesto com a quantidade de material que tínhamos. Parecia bem firme.
— Só pintar agora. – Rick disse.
— As crianças podem fazer isso.- Eu respondi em quanto ele juntava alguns materiais. – Eu ajudo, você pode ir.- Ele me olhou com uma expressão confusa. – A chave de cadeia deve chegar logo da escola. E a casa só tem um banheiro.
Ele pareceu entender e foi em direção a casa branca. Quando me virei para avisar para se apressarem e terminarem tudo, o garoto de cabelos longos se aproximou de Beth que ficou vermelha, ele ficou apenas a alguns centímetros do seu pescoço e disse – Você cheira doce. – Ela riu e disse que estava fazendo tortas, se despediu com vergonha e foi embora apressando o passo.
Passando por mim sem me olhar. Mas meus olhos não estavam nela, meus olhos não tinham deixado o garoto que eu tenho que admitir que tem bolas. Eu e Beth não tínhamos deixado nada público e eu gostava disso, mas realmente achava que era entendido o suficiente que ela não estava à disposição. Aparentemente não. E depois de ontem, o que esperava? Ela deu um abraço nele, ao voltar àquela hora. Não que eu pudesse pedir explicações. Nunca deixei claro o que éramos. No momento não conseguia pensar bem. Mas durante o dia me lembrei da reação do Carl quando chegamos e depois me lembrei de ver que ela estava armada quando voltou. Suas botas sujas. Eles tinham saído e é claro se fosse um encontro romântico ele não teria perdido a oportunidade de lhe dar um beijo de boa noite. Eles tinham saído por outro motivo.
— Precisa de algo Daryl? – Ele me encarava com o sorriso sem vergonha no rosto e eu sabia que estava me provocando. Eu ia mostrar para ele como as coisas funcionavam.
— Quando terminarem ai, pintem isso e arrumem as coisas. Guardem tudo.- Sai em direção a casa.
PV: Beth
Voltei com o coração acelerado. Daryl estava olhando a gente tão fixamente que eu mal consegui passar por ele. Vesti o avental e voltei a montar as tortas. Carol foi até os outros fornos para verificar como as tortas estavam assando.
Depois de poucos minutos Daryl passou pela porta segurando os sapatos em uma mão e a blusa na outra. Aqui dentro da casa a luz estava apagada podia ver o leve tom bronzeado de sua pele tomar forma nas sombras. Seus olhos azuis me encaravam e eu não conseguia desviar os olhos.
Ele deu alguns passos até o balcão onde eu trabalhava e parou próximo de mais, muito mais próximo que o normal. Seu cheiro era e suor sim, mas não tinha um cheiro forte, era bom, me fazia sentir meu coração saltar, minha pele formigava.
— Está doce? – Sua pergunta flutuou por um tempo entre nós, e eu não sabia dizer se ele estava se referindo ao pêssego ou a mim.
— Descubra. – Eu respondi com a voz fraca, quase força.
— Eu posso? – O questionamento vem com uma sobrancelha levantada.
— Nunca achei que fosse do tipo que precisa-se de autorização. - Eu queria provoca-lo. Porque ele estava fazendo o mesmo comigo.
Pego uma fatia de pêssego dentro da lata e o coloco entre a gente. Ele solta um sorriso leve e desleixado de provocação que não é muito comum para ele. – Estou com as mãos ocupadas. – Ele diz, esperando que eu entendesse. Como se eu estivesse fora do meu corpo observando a cena de fora. Levantei o pedaço suculento de fruta até seus lábios e ele se aproximou mais. Em um piscar meu dedo indicador estava dentro de sua boca e ele exerceu uma pressão gentil ao chupar por um segundo antes de se afastar mastigar o pêssego. Sabia que minha expressão era de choque e ao mesmo tempo de prazer. A ação foi extremamente intima e sensual. Seus olhos ardiam junto aos meus e eu dei mais um passo acabando a distância entre nós.
Coloquei a mão sobre seu peito e sua pele ardia, era quente como a minha, sentia formigar.
— hum...Ele tinha razão. É doce.- Ele sussurrou antes de envolver minha cintura com o braço e me beijar.
Autor(a): baby1532
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).