Fanfic: As Long As You Love Me | Tema: the GazettE
— Ah… Yutaka… - eu gemia seu nome sem pudor algum enquanto sentia o corpo do moreno se chocando contra o meu. Sua mão estimulava meu membro num ritmo frenético, seus lábios deixavam escapar gemidos enquanto a língua atrevida brincava com minha orelha, e eu só conseguia apertar seu corpo contra o meu, me desmanchando em êxtase ao senti-lo me preenchendo.
— Isso, geme mais pra mim, Yuu-chan. - a voz sussurrada em meu ouvido me fez arrepiar. Tanabe Yutaka é minha perdição. Já namoramos há três anos, mas ele ainda consegue me surpreender, como naquela manhã de sábado em que ele me buscou no trabalho sem nenhum aviso prévio e me levou pra almoçar na casa dele. Meu moreno é um excelente cozinheiro e sempre me mima com sua comida, mas a melhor parte da surpresa foi quando ele me informou que eu era a sobremesa. Nós sequer nos demos ao trabalho de irmos pra cama, já que seu colega de quarto estava fora.
Começamos a nos agarrar na cozinha e sinceramente não sei direito como viemos parar no sofá. Só sei que meu namorado tem o dom de me deixar louco e quando ele ergueu o rosto, me dirigindo um sorriso sacana, com suas maravilhosas covinhas à mostra, eu simplesmente não aguentei e me desfiz em sua mão. Seu sorriso aumentou ainda mais e ele me beijou, não demorando a gozar em meu interior. Eu estava ainda ofegante, tentando recuperar minha respiração, quando ouvi alguém na porta. Minha reação automática foi empurrar o moreno, o que doeu por fazer ele sair rápido demais de dentro de mim, e nem adiantou nada já que eu sequer sabia onde estavam nossas roupas:
— Uou! - o loiro recém-chegado deu um berro e jogou a blusa de frio que carregava em suas mãos pro meu namorado, que a usou para tampar sua intimidade, enquanto eu me escondia atrás dele, morrendo de vergonha. - Vocês não podiam fazer isso no quarto? - reclamou.
— Você disse que só voltava pra casa amanhã. - Yutaka se defendeu.
— Só vim buscar umas coisas pro meu irmão. - ditou fechando a porta atrás de si e seguindo rumo ao seu quarto. - A gente pode só fingir que eu nunca vi isso.
Eu acho que nunca fiquei tão sem graça na minha vida. Suzuki Akira divide o apartamento com meu namorado desde o início da faculdade, acho que faz quase cinco anos, mas ele já era meu amigo antes disso. Na verdade, foi ele quem nos apresentou, então, apesar da cena constrangedora, eu não devia estar tão incomodado assim. O Yutaka estava rindo da situação, mas eu só queria me enfiar em um buraco e sumir. Talvez tivesse algo a ver com o fato de que eu sou apaixonado pelo Akira há uns oito anos.
Esse é o momento em que vocês me julgam por estar olhando pra outro quando meu namorado é um anjo comigo. Eu sei, sou um babaca por isso, mas não posso evitar. O Aki sempre foi o cara dos meus sonhos, mas eu sabia que não tinha a menor chance, então eu precisava seguir em frente. Não estou dizendo que namoro o Yutaka só pra tentar esquecer o loiro, eu realmente gosto dele, mas nunca consegui superar minha paixonite de colégio. Talvez eu devesse explicar melhor… Vamos começar do começo, sim?
Meu pai ficou doente quando eu ainda era muito pequeno, e nos deixou com enormes dívidas no hospital. Eu lembro muito vagamente do dia em que ele morreu. Quase não consigo lembrar do rosto dele, mas eu lembro do quanto minha mãe chorou. Ela nunca se recuperou e acho que eu sempre tive a ideia de que não devia dar trabalho porque a mamãe já tinha problemas o suficiente, tendo que trabalhar em dois empregos por anos pra conseguir quitar as dívidas. Foi por esse pensamento que eu sempre me esforcei nos estudos e acabei ganhando uma bolsa integral numa das melhores escolas da cidade. Foi lá que conheci o Akira.
Eu de cara não me dei bem com o pessoal da escola nova. Todo mundo ali parecia achar ter um rei na barriga. Eles adoravam ficar comparando valores dos presentes que ganhavam dos pais, e eu tentava manter distância pra não ter que ouvir como um tênis podia custar mais do que minha mãe ganhava no mês. Não é como se eles quisessem se aproximar também, já que não demoraram a perceber que eu não pertencia àquele lugar. Logo começaram com o bullying, que no geral eu apenas ignorava. Sabia que seria pior se eu deixasse eles me atingirem. Foi só quando falaram mal da minha mãe que eu realmente me estressei e empurrei um deles. Fui imediatamente lembrado que eu perderia minha bolsa se fosse pego brigando, então não revidei quando levei um soco do garoto que eu tinha empurrado. Ele provavelmente teria me batido de novo, mas o Akira entrou na frente dizendo que a briga tinha acabado e ninguém ousava contrariá-lo. Isso porque o Aki é enteado de um dos homens mais ricos e poderosos do país.
Eu fiquei sem entender porque alguém como ele estava me defendendo, tanto que custei a perceber que ele me estendia a mão pra me ajudar a levantar. O loiro se desculpou pelo comportamento dos colegas e disse que não aconteceria de novo, e de fato não aconteceu. O Aki começou a andar comigo e ninguém mais ousava se aproximar. Com o tempo ele reparou que eu não tinha dinheiro pra lanchonete e passou a comprar lanche pra nós dois no intervalo. Ele era a pessoa mais gentil que eu conhecia. Por fora ele mantinha uma pose de bad boy que às vezes assustava as pessoas, mas bastava conhecê-lo um pouco melhor pra ver que por trás daquela fachada ele era doce, engraçado e tinha um sorriso que me desconcertava. Em pouco tempo eu estava perdidamente apaixonado por ele, é claro, mas sabia que eu não tinha a menor chance. O Aki era uma boa pessoa e por isso queria me ajudar, mas era só isso. Eu não era ninguém e ele nunca iria olhar pra mim realmente.
De toda forma, nós ficamos muito amigos, e, quando concluímos o Ensino Médio, escolhemos juntos pra qual faculdade iríamos, mesmo que não estivéssemos interessados no mesmo curso. Akira começou a cursar Administração, enquanto eu entrei na Engenharia Civil. O Yutaka era colega de classe do Aki e no segundo semestre os dois já estavam combinando de morar juntos pra saírem das casas de seus pais. O Akira me pediu ajuda com a mudança, foi assim que conheci o Yuta. O sorriso de covinhas encantador logo me chamou a atenção, mas eu ainda gostava do Suzuki, então não reparava tanto assim no moreno. Acontece que com o tempo nós fomos nos aproximando e, durante uma festa da faculdade, ele me beijou. Eu estava muito bêbado e nem sei como fomos parar na cama naquela noite, mas o Yuta era tão carinhoso e atencioso que foi difícil não passar a reparar nele depois daquilo.
Nós ficamos juntos mais algumas vezes antes do moreno dizer que gostava realmente de mim e me pedir em namoro. Eu ainda tinha sentimentos pelo Akira, mas sabia que isso não daria em nada, e, além disso, estava começando a gostar do Yutaka também. Pensei que eu devia seguir em frente e que com o tempo meus sentimentos pelo moreno iriam crescer e eu me esqueceria do Aki. Bom, de fato os sentimentos pelo Yuta cresceram, mas isso não me fez esquecer o Akira. Eu sei o que estão pensando, que eu não gosto dele de verdade se ainda penso em outra pessoa, mas não é assim. Eu realmente gosto muito dos dois, por mais vergonhoso que seja admitir:
— Toma. - Yutaka jogou minha roupa pra mim, e eu estava tão distraído que sequer a segurei, deixando cair tudo no chão. Me abaixei pra pegar e comecei a me vestir, vendo meu namorado rir da cena. Ele se sentou no encosto do sofá atrás de mim e aproximou os lábios do meu ouvido - Você está tão vermelho assim só porque o Aki-kun te viu sem roupa?
Eu gelei com seu comentário. Será que ele percebeu alguma coisa? Sequer tive tempo de tentar me explicar, pois logo alguém batia na porta:
— Nii-san! - a voz conhecida chamava por Akira, que provavelmente estava demorando em seu quarto apenas para nos dar tempo de nos recompor.
— Já vou. - o loiro gritou de seu aposento, não demorando a sair com alguns cadernos em mãos. Provavelmente era alguma matéria da faculdade, já que seu irmão caçula tinha ingressado no mesmo curso que ele, ainda que pra mim fosse apenas por pressão familiar.
Takashima Kouyou sempre foi interessado em artes e eu tenho certeza que ele teria se dado bem no ramo, mas pro seu azar era ele quem devia tocar os negócios da família Takashima. A mãe deles teve o Akira antes de se casar e sequer sabe quem é o pai dele. O loiro tinha pouco mais de um ano quando a mãe se casou, então ele foi criado pelo padrasto, mas o Sr. Takashima nunca o reconheceu como filho legítimo. Na verdade, Suzuki era o nome de solteira da mãe dele, o qual nem mesmo ela usava, já que havia se tornado uma Takashima quando se casou. Eles sempre fizeram questão de excluí-lo, até mesmo no nome. Era uma forma de lembrá-lo que ele não era realmente da família.
Não que o Akira se queixasse disso. Aliás, eu nunca o ouvi reclamar. Passei anos sem fazer ideia que a família o tratava mal, até o dia em que o Kou entrou na faculdade, três anos depois da gente. Yutaka e Akira apagaram de tanto beber depois da calourada e acabou que eu e o Kouyou ficamos conversando. Foi ele quem me contou que o Sr. Takashima vivia espancando o enteado. Ele não precisava se preocupar com a polícia, uma vez que comprava todos, e também não havia reclamações da mãe deles, que estava mais preocupada em gastar o dinheiro do marido que em proteger seu “bastardo”, como amavam chamá-lo. Basicamente o velho usava o Akira de saco de pancadas quando algo no trabalho o estressava e as agressões só diminuíram quando Kouyou já tinha idade o suficiente pra defender o irmão de seu pai.
Eu me lembro que no começo do nosso último ano de ensino médio o Akira sumiu por duas semanas. Eu fiquei tão preocupado… Quando voltou ele estava todo machucado e com uma faixa no rosto, tampando o nariz. Disse que se envolveu em um acidente e que não foi nada demais. Eu chorei quando o meio-irmão dele me contou o que realmente aconteceu. O tal “acidente” foi o loiro sendo jogado contra um espelho pelo padrasto. O Kouyou me disse que ele teve vários cortes pelo corpo, mas que o problema real foi o corte no rosto que foi muito fundo e deixou uma cicatriz enorme. Eu nunca vi a tal cicatriz. Mesmo sendo presença frequente no apartamento do loiro, ele nunca se deixava ser visto sem aquela faixa.
Talvez seja esse o motivo de eu nunca ter conseguido superá-lo. Antes de saber a verdade sobre a família deles eu me convencia que nunca daria certo porque nós vivíamos em mundos diferentes. Quando o Aki se mudou com o Yutaka eu pensei que ele só estivesse atrás de uma aventura pelo subúrbio e que voltaria pra sua mansão assim que se formasse, mas depois do que o Kouyou me contou eu percebi que ele não estava se aventurando, ele estava fugindo. O loiro nunca ia voltar, ele não era mais o milionário inalcançável, então talvez ele ainda pudesse olhar pra mim.
Como se não bastasse, eu não conseguia parar de pensar em como ele sempre era gentil, mesmo com tudo que passava em casa. Ele me ajudou tanto e nunca pediu nada em troca… Nem mesmo que eu o escutasse. O Akira é o tipo de pessoa com quem você pode contar pra qualquer coisa, a qualquer momento. Não importa a hora que você ligue pedindo ajuda, ele vai largar tudo e te ajudar. Eu sempre pensei que isso era em grande parte porque ele não tinha com o que se preocupar tendo o futuro garantido na empresa do padrasto. Ele não tinha problemas reais, então tinha tempo de sobra pra lidar com os dos amigos. Saber que aquilo não era verdade só me fazia admirá-lo ainda mais e isso dificultava muito minha “missão” de superar meus sentimentos por ele:
— Pendura uma gravata na maçaneta da próxima vez. - o loiro resmungou pro meu namorado antes de abrir a porta.
— Ou você pode bater antes quando vier pra casa depois de dizer que não viria. - retrucou, fazendo o outro rolar os olhos. - Oi, Kouyou-kun. - acenou para o rapaz à porta, sem se importar com a irritação do Aki.
— Oi, Yutaka-san. Yuu-san. - o caçula cumprimentava com um sorriso bonito em seus lábios. Era engraçado como ele acabou ficando maior que todos nós, mesmo sendo o mais novo.
— Fica longe desses dois pervertidos. - Akira advertiu ao irmão, que ficou nos encarando sem entender nada, mas não fez perguntas. Apenas se despediu de nós e seguiu o outro loiro pelo corredor, deixando a porta semi-aberta, até meu namorado fechá-la com o pé. Em seguida o moreno se virou pra mim com um sorriso malicioso.
— Uma pena ele não ter chegado antes pra se juntar a nós, né?
— O-o que? - gaguejei confuso. Ele só podia estar me testando.
— Eu vejo como você olha pra ele, Yuu.
Engoli em seco, sem saber o que dizer pro moreno. Ele não parecia realmente bravo comigo, mas devia estar, não devia? Eu sequer sabia o que pensar:
— Yuta, eu posso explicar… - comecei a tentar me defender, mas então me peguei pensando “Eu posso mesmo me explicar?”. Como dizer pro seu namorado que você é caidinho pelo colega de quarto dele? Não tem como. Shiroyama Yuu, você é um idiota e a sua paixonite estúpida vai te custar seu namoro.
Autor(a): enilavk
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Shiroyama Yuu é o amor da minha vida. Eu soube disso no momento em que coloquei os olhos nele pela primeira vez. Sei que parece ridículo, mas eu realmente sentia uma conexão com o moreno, como se nós estivéssemos destinados a ficar juntos. Eu sempre soube que ele tinha um amor platônico pelo Akira. Na verdade, cheg ...
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