Fanfic: Starlight Em Busca Do Mais Forte | Tema: medieval, rpg, ficção, fantasia, violência e superação
ARCO 2
MINHA HISTÓRIA
STARLIGHT
Eu me lembro como se tivesse acontecido há pouco tempo.
Tudo se passou num piscar de olhos, não tive tempo, força e
nem cabeça naquele momento. O momento em que vi meu pai
morrer diante de meus olhos. Mal posso acreditar no caminho
que tive que percorrer até chegar onde estou e quantos entes
queridos perdi sem perceber.
Irei contar sobre o caminho que meu pai trilhou, como tudo
realmente começou, e qual é a origem do meu clã e do poder
que possuímos.
Tudo começou com meu pai, seu nome era Helidon, ele
serviu ao exército de um nobre chamado de Von Valteri Lori.
Para ser mais claro, meu pai foi obrigado a servi-lo, pois ele era
pobre, não tinha recursos, nem moradia, vivia à mercê da sorte,
e diante dessa situação, que escolha ele tinha?
Durante seu tempo de serviço em meio de uma expedição a
um território ao norte de Caldeli, uma pequena cidade do leste,
Von Lori, como era também chamado, foi cercado por uma
milícia que tinha como interesse os recursos que seus homens
carregavam.
O nobre pensou que os milicianos, após pegar seus
suprimentos e armas, os deixariam ir sem qualquer problema,
mas o ingênuo nobre, por mais batalhas que tivesse travado e
vencido, parecia não ter entendido o que é realmente a guerra.
”GUERRA SIGNIFICA MORTE”.
Os milicianos, por ordem de seu líder, levaram o nobre e
seus homens desarmados e indefesos para a região de Solari.
Era uma região pantanosa, a princípio muitos dos soldados
acharam que isso não era nada, que sobreviver nesse ambiente
seria moleza. Pobres homens. Eles não sabiam que nessa região
vivia uma criatura chamada Luzani.
Essa criatura, nos dias de hoje, governa Solari, mas naquela
época ela não era como é agora, era muito pior, pois seu instinto
era puramente selvagem. Ela não tolerava ninguém em seu
território, e por isso ela preparava diversas armadilhas.
Durante os dias que Von Lori e seus homens passavam nos
pântanos, acabavam ficando cada vez mais fracos e
desgastados, pois eles não tinham nenhum alimento e as águas
do pântano eram impróprias para o consumo.
A cada dia que passava se perdia mais homens devido à
fome, à sede e pelas armadilhas. Por fim, ao não suportar a
sede, muitos beberam da água do pântano, e mais tarde se
percebeu que a água estava envenenada, e todos que a beberam
acabaram morrendo.
O nobre Lori perdeu sua vida no segundo dia no pântano
após beber a água, assim como seus homens.
Agora você me pergunta: “O que aconteceu com meu pai?”
Bem, ele era uma pessoa muito forte, ele sabia diferenciar o que
podia ou não consumir, diferente dos outros que, por
desespero, saíam pegando o que achavam pela frente, pois em
sua infância ele aprendeu a viver em condições parecidas.
Mas, depois de alguns dias, todos os homens, exceto meu
pai, pereceram. Mas durante sua jornada pelo pântano em
busca da saída, algo inusitado acontece.
Luzani o havia encontrado, ela o observava já tinha alguns
dias, e por perceber que esse homem estava prosperando em
seu domínio, ela resolveu ir ao seu encontro, pois estava
curiosa, e queria saber como tal criatura estava conseguindo ter
sucesso em suas terras.
Ela percebe que o homem era muito hábil e que podia evitar
suas armadilhas. Ao se aproximar de meu pai, Luzani salta de
uma árvore o derrubando no chão, assim que ela fixa seus
olhos, ela o questiona gritando.
Luzani: QUEM É VOCÊ? O QUE PROCURA EM MINHAS
TERRAS?
Meu pai, Helidon, olhando fixamente para a criatura, lhe
responde: Estou procurando a saída.
Mas Luzani parece não acreditar em suas palavras.
Luzani: NÃO HÁ SAIDA! QUEM ENTRA EM MINHAS
TERRAS ESTÁ DESTINADO À MORTE!
Luzani era astuta, em vez de matá-lo, ela decide testar suas
habilidades, pois ela queria saber como ele conseguia se
sobressair em um ambiente tão perigoso e inóspito. Ela propôs
uma tarefa, e que se ele cumprisse tal tarefa, ela o levaria para
fora do pântano.
Meu pai sabia que era uma armadilha e que provavelmente
ela o mataria durante ou depois que completasse a tarefa.
Mesmos sabendo do que podia acontecer, ele não teve outra
escolha, então ele aceitou o desafio.
Ela o levou a um lugar muito estranho, pois era uma ruína
de um palácio completamente feito em ouro e joias preciosas, e
foi então que ela lhe diz a tarefa.
Luzani: Vá e entre no Palácio das Estrelas, busque para mim
a joia do Rei Rednan, e o libertarei do pântano.
Foi quando que ele percebeu que não estava em qualquer
lugar, que ele foi levado para o local onde já foi o Grande Reino
Antigo de Gigaltar, um país grandioso que caiu há muito tempo
sob circunstâncias misteriosas.
Diz a lenda que muitos homens tentaram encontrar o palácio
real, mas nunca retornaram, e que o motivo para caçar tal lugar
era que quem conseguisse encontrar a joia do Rei Rednan,
chamada de Estrela Vermelha, quem possuísse a joia teria
direito a toda sua fortuna.
Dizem que essa joia veio do céu em forma de bola de fogo.
Em alguns livros que contam a história desse país, diz que, ao
cair, a rocha fez um enorme buraco no solo, e que isso chamou a
atenção do Rei, ele imaginava que podia ser um ataque a uma
aldeia ou algo do tipo, então o Rei foi investigar o que acontecia
no horizonte.
Ao chegar lá, o Rei e sua caravana viram um imenso rastro
de destruição, e ao chegar ao fim do rastro, ele viu um enorme
buraco no solo. Ao observar a cratera, o Rei vê algo que o deixa
maravilhado, uma rocha que tinha um brilho sem igual, tinha
um tom avermelhado e possuía um tipo de aura ao seu redor.
O Rei ficou fascinado pela pedra e imediatamente mandou
um de seus criados que a pegasse. O Rei levou a rocha a um
joalheiro e pediu que a esculpissem em formato octogonal, pois
percebeu que havia uma marca no formato de estrela no
interior da pedra, e para destacar ainda mais a joia, ele a
colocou com uma placa de ouro.
Mas havia algo que o próprio Rei não tinha percebido até
aquele momento: ao usar a pedra como um colar, muitos de
seus servos perceberam que ele estava ficando cada vez mais
jovem.
Isso causou um alvoroço tremendo, pois se esperava que o
príncipe assumisse o trono em quatro meses devido à idade
avançada do atual Rei.
Mas com esse acontecimento, o Rei não deixaria com que seu
filho tomasse o trono de sua posse. Então o Rei escondeu a
pedra para que ninguém a encontrasse.
Esse impasse sobre a posse do trono desestabilizou a
soberania do Rei e dividiu a família real, provocando uma
guerra interna que provavelmente levou o Reino de Gigaltar a
sua ruina.
Mas havia muitos mistérios envolvidos sobre o que
aconteceu, pois não se sabia o que tinha acontecido com o Rei e
com a pedra. Boatos dos historiadores diziam que o Rei tinha
uma espécie de labirinto onde ele guardava suas riquezas, e que
é provável que ele a tenha guardado lá.
Foi então que meu pai se deu conta que a criatura sabia da
existência dessa joia e que ela a desejava. Daí ele concordou em
entrar e procurar pela pedra, mas já estava ciente de que
poderia haver armadilhas. Afinal, ela não arriscaria sua vida ao
entrar nessa ruína, e provavelmente ela seria a única criatura
viva que sabia da localização do Palácio.
Mas isso o fez refletir, algo estava errado. Por que ela mesma
não entrou e pegou a joia, já que ela era muito mais forte? Ele
reparou em uma ferida de muito tempo cravada na criatura e
que uma de suas pernas tinha sido mutilada, talvez ela já
tivesse tentado, e acabou ferida por alguma armadilha, talvez
essa seja a razão de estarmos aqui.
Ele reúne coragem e entra no palácio, ele percebe um
ambiente ainda mais sombrio que o pântano, e começa a
explorar a estrutura a fim de achar o caminho que o leve à Joia
do Rei.
Em sua exploração dentro do palácio, ele encontra várias
câmaras e salas que tinham uma quantia absurda de itens feitos
de ouro e prata, tudo do mais alto nível e requinte. Ele estava
em seus mais profundos sonhos nesse lugar, mas não podia
perder o foco, pois apesar de ser um lugar espetacular, ele tinha
a sensação de que algo estava errado.
De repente, quando ele menos espera, ele vê uma sala
pequena diferente de qualquer outra que ele já tivesse visto
naquele lugar. Ele entra na pequena sala e percebe que não
tinha nada, era um lugar simples, não tinha objetos e adornos,
não havia nada de ouro ou prata.
Isso, com certeza, lhe chamou a atenção, foi então que, sem
querer, ele esbarra em um lustre de bronze e acaba abrindo
uma passagem, e lá ele encontra algo que o deixa chocado.
Corpos! Muitos corpos!
A maioria era de crianças, e mais no fundo um grupo
diferente composto por duas mulheres e um garoto, todos
preservados devido ao ambiente que a sala proporcionava, e
então ele percebe que era a família real ou parte dela devido a
suas vestes e joias que estavam presentes.
O estranho é que durante sua exploração, ele não havia
encontrado o corpo de nenhum homem, e isso o fez refletir
sobre o que poderia ter ocorrido ali. E, por um breve momento,
ele sente uma presença assustadora!
E, ao se virar, ele vê uma “coisa” que parecia ter saído de um
pesadelo. Ele repara que a “coisa” usava uma espécie de coroa
em sua cabeça, e aí foi quando a resposta para o enigma do que
tinha acontecido ao Reino o acerta em cheio! O Rei tinha se
corrompido com a pedra e se transformado numa abominação
que caçou toda a Família Real.
A “coisa” o ataca! Mesmo tendo dificuldades para livrar-se
de seus ataques, meu pai percebeu que a “coisa” estava com um
colar em seu pescoço, poderia ser a pedra do rei! O problema?
Como ele faria para tirá-la dele sem que a criatura o perseguisse
por toda a ruina?
Sua única chance era roubar a pedra e prender o monstro na
sala. Então ele põe em pratica sua estratégia, mesmo sabendo
do risco de morrer no processo.
E em um golpe de sorte, o monstro erra um de seus ataques e
fica preso ao acertar a parede com um de seus braços. Essa era a
chance que ele precisava! Então ele pega a pedra do pescoço do
monstro, e corre para a porta da sala, e, mais do que depressa,
impulsionado pelo medo e pela coragem, ele tranca o monstro
na sala e foge para a saída do palácio.
Ofegante pela corrida, ele se esconde em um canto antes da
saída, mas ele tinha conseguido, estava com a pedra em suas
mãos, mas seu descanso foi curto, ele vê Luzani na saída do
palácio.
Ela estava espreitando, esperando algum sinal de seu
retorno, mas já era tarde, ela o avista, e rapidamente vai em sua
direção. Sem poder conter sua ansiedade, ela o agarra e o ergue
com suas mãos.
Luzani: DÊ-ME A PEDRA!
Ele não estava pronto para entregá-la depois de todo
trabalho e perigo pelo que passou. Então ele mostra suas mãos
vazias e a criatura o coloca contra a parede.
Luzani: DÊ-ME A MALDITA PEDRA!
Ao perceber que ela estava perdendo o controle, ele lhe
responde de maneira firme e sem demonstrar medo.
Helidon: Não encontrei a pedra! Infelizmente esse tesouro se
perdeu com o tempo e nunca mais será encontrado.
Furiosa com a resposta de meu pai, Luzani o joga contra o
chão.
Luzani: VOCÊ É UM COMPLETO INÚTIL!
A criatura lança um terrível ataque contra meu pai na
tentativa de atingir um ponto vital e matá-lo! Mas, de maneira
surpreendente, antes de atingi-lo, seu movimento é
interrompido pelo brilho ofuscante que do nada emergia da
pedra vermelha, e com isso queimando o corpo da criatura
como se estivesse de algum modo ateando fogo ao seu corpo,
após ter sido ferida, Luzani bate em retirada em direção à parte
mais profunda do pântano sumindo na escuridão.
Meu pai não entendeu o que tinha acontecido, e, por instinto,
ele pega a pedra em suas mãos e a segura contra o peito, ele
sussurra para a pedra, “obrigado por salvar minha vida”, e
suavemente a pedra se funde ao seu corpo, dando-lhe um
poder que nenhum homem jamais sonharia, nem mesmo em
seus sonhos mais loucos.
“A pedra me protegeu”, ele pensou, mas o significado era
outro. Assim como o Rei Rednan, ele mal sabia que aquela joia
era mais do que um item de poder, era uma chave que pode
despertar o poder adormecido de uma pessoa, e essa chave
pode ser passada de uma pessoa para outra.
Como sei disso? Antes de morrer devido a ferimentos de
uma batalha que havia travado para proteger nossa família, ele
passou a chave para mim e meu irmão Toros.
Foi assim que eu soube que não era como uma herança, mas
algo diferente, difícil de explicar, é como um “despertar”, algo
que traz à tona um potencial que você não sabia que tinha.
E com o passar dos anos em meu treino, percebi que esse
fenômeno de despertar era dividido em três etapas.
A primeira etapa é o Portão do Despertar, que inunda o
corpo do indivíduo com uma carga enorme de energia e
permite que ele ultrapasse os limites de uma pessoa comum
com muita facilidade, apresentando traços de habilidades
únicas. Um exemplo claro disso foi meu irmão Toros, ele
possuía mais força que 20 homens.
A segunda é chamada de Portão do Equilíbrio. Nessa etapa a
pessoa consegue controle sobre suas habilidades e consegue
executar movimentos com muita precisão. Em outras palavras:
suas habilidades são refinadas.
A terceira e última, o Portão da Libertação, é onde o
indivíduo quebra todas as regras do corpo humano, fazendo
que a pessoa fique em sua forma perfeita, força, agilidade,
velocidade, mobilidade, todas as capacidades físicas e lógicas
são levadas a seu nível máximo.
Mas, infelizmente, tudo tem seu preço: usar essas
habilidades aumentadas causava grandes danos em áreas
especificas do corpo.
Meu pai conseguiu atingir o segundo portão ao usar seu
poder. Ele sofria com o desgaste extremo de seus braços, a cada
golpe usando seu poder, seus braços ficavam inchados, seus
músculos quase se rasgavam toda vez que ele entrava em
combate.
Meu irmão Toros não passou do primeiro portão, mas
mesmo assim ele sofria grandes lacerações nos braços e pernas
ao usar seu poder de maneira descontrolada.
Eu tinha medo disso, não queria ter o mesmo destino que os
dois, então eu fugi de casa. Não queria decepcionar meu irmão.
Ele tinha muita fé em mim, mas eu não podia, eu era fraco, não
tinha coragem de ir até o campo e me autodestruir.
Eu estava determinado a ajudá-lo, mas para isso eu tinha que
me afastar deles. Eu era como uma bomba, não podia me
controlar, era como uma onda de choque que esmagava tudo
que estava a minha volta.
Então resolvi treinar para controlar os três estágios para
finalmente poder lutar ao lado do meu irmão e conquistar o
sonho de meu pai.
Mas, infelizmente, meu jovem e tolo irmão se corrompeu
pelo poder excessivo que seu corpo tinha, achava que ninguém
podia derrotá-lo, fiquei até sabendo que ao descobrir que eu
fugi, ele ofereceu uma recompensa pela minha cabeça. Achei
isso ridículo, mas compreensível.
Ele confiava muito em mim, e quando eu
fugi ele deve ter se sentido sem “chão”, ficou
completamente fora de controle, e foi quando
ele cometeu seu último erro, pois ao se distrair
no meio de um combate, ele foi atingido e
derrotado em campo de batalha.
Eu. Eu chorei ao receber a notícia. Fui
correndo ao encontro dele. Não queria
acreditar, não queria aceitar o que me diziam. E
mesmo sem poder controlar o poder, fui até ele,
e quando o encontrei, seu corpo já estava sem vida.
Eu o segurei em meus braços, e gritei com todas as minhas
forças! Abracei-o o mais forte que podia, pois a dor que eu
senti, foi devastadora, pois o meu melhor amigo, meu sangue,
meu irmão, tinha me deixado, e eu nem pude dizer adeus a ele.
É a única coisa que me arrependo na minha vida.
Depois desse turbilhão de emoções, eu mesmo me senti sem
controle, pois ao olhar ao meu redor no campo de batalha, onde
eu estava cercado por soldados inimigos, percebi que não havia
mais nada!
O campo ao nosso redor tinha sido nivelado por quilômetros,
foi aí que percebi que eu ainda não estava pronto para enfrentar
o mundo, e que tinha muito que aprender.
Então, carreguei o corpo de
meu irmão e o deixei em frente à
casa de um de meus primos sem
que ninguém me notasse. E então
parti para uma jornada ao Monte
da Luz.
Soube que lá havia monges que ensinavam autocontrole, e
que talvez eles poderiam me guiar para o caminho certo, para
controlar esse poder avassalador que eu possuía.
Passei anos treinando, fiz várias viagens à procura de
sabedoria, em busca de pessoas que eu pudesse chamar de
mestre, estava em busca de paz interior.
Aprendi nesses anos que para alcançar nossos objetivos,
devemos nos tornar alunos, aprender com a vida e sermos
determinados a superar quem nos ensina. Caí muitas vezes,
isso é certo, mas nunca deixei de ter esperança que um dia seria
vitorioso.
E assim, chega o dia de hoje, o ponto alto de minha jornada,
estou com um grupo interessante de jovens, juntos
pretendemos dar um fim de uma vez por todas na violência que
assola nosso mundo
Autor(a): acdellorto
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
ARCO 3 A META Já se passaram três meses desde que chegamos no Monastério do Monte da Luz. Durante esse tempo estivemos tentando traçar uma forma para confrontar os inimigos das regiões que estão sendo destruídas pela guerra. Tentamos trazer alguns nobres e clãs das áreas ao redor do Monte da Luz para a noss ...
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