Fanfic: Ponny One-Shots (HOT) | Tema: Ponny, AyA
Eu estava em turnê e tinha brigado com Poncho há dois dias atrás, e desde então nós não estávamos nos falando.
Ele insistia em dizer que eu e Carlos, meu companheiro de novela, estávamos próximos demais. Insistia em dizer que ele gostava de mim.
Eu teria que voltar para casa no dia seguinte e eu sabia que as coisas iam ficar bem tensas, já que o clima não estava bom entre nós dois.
Eu estava deitada e não conseguia pregar o olho só de imaginar que nós íamos brigar ainda mais quando eu chegasse em casa.
Eu ligava para ele todos os dias, mas ele não atendia e também não retornava minhas ligações.
Ele estava sendo completamente ridículo comigo, eu definitivamente não tinha feito nada pra ele.
— Tudo isso por causa da porra de uma foto. — Murmurei e bufei.
Peguei meu celular e liguei pra ele mais uma vez, obtendo o mesmo resultado das outras vezes, nada.
— Que saco! — Murmurei e liguei a televisão, tentando me distrair.
A noite foi longa, eu não consegui dormir cedo, quando fui pregar os olhos já era madrugada.
Acordei horas depois com alguém batendo na porta do meu quarto e me levantei rapidamente.
Eu abri a porta do quarto e vi Guillermo.
— Bom dia, Any! O jatinho sai em uma hora.
— Tudo bem, vou me arrumar.
Ele assentiu.
— Até mais!
— Até.
Eu fechei a porta do quarto e fui até o banheiro, tomando um banho rápido. Eu me vesti assim que saí de lá e coloquei um óculos de sol, tentando esconder as olheiras.
Eu desci até o saguão do hotel e fui até minha equipe. Um tempo depois, nós seguimos para o aeroporto e pegamos o jatinho.
— Por que está tão quieta, Any? — Guillermo perguntou e eu neguei.
— Nada, só não dormi direito...
Ela assentiu.
— O Poncho vai te buscar no aeroporto?
— Não.
Ela me olhou e franziu o cenho.
— Por quê?
Eu dei de ombros.
— Nós brigamos. — Falei — E ele não está nem me atendendo.
— Ah.
— Eu posso te levar até em casa se você quiser.
— Pode ser, se não for te atrapalhar...
— Não vai atrapalhar.
— Ok.
— Agora vou dormir um pouco, nesses últimos dias eu quase não dormi. — Falei.
— Tudo bem, eu acordo você.
Eu confirmei com a cabeça.
Eu me ajeitei na poltrona e fechei os olhos, que já estavam pesados, e me permiti relaxar.
Eu acordei com Guillermo me chamando horas depois.
Eu estava muito cansada e não via a hora de chegar em casa para dormir o dia inteiro.
Guille me deu uma carona até em casa, e assim que nós chegamos eu tirei minha mala do carro e rodei a chave na porta, logo adentrando.
Eu sentei no sofá, tirando meus sapatos e subi às escadas em seguida.
Não tinha ninguém em casa, e eu imaginei que Poncho estivesse gravando, mesmo que ele não tivesse me dito nada.
Eu fui até o banheiro e tomei um banho rápido e logo voltei para o quarto para trocar de roupa.
Eu coloquei um blusão de Poncho que ia até mais ou menos o meio das minhas coxas e fui para a cozinha tomar café da manhã.
Eu tomei o café da manhã enquanto mexia no celular e assim que acabei, subi para o quarto novamente.
Poncho provavelmente chegaria em casa na hora do almoço, já que era fim de semana, então eu dormiria mais um pouco.
Eu deitei e me embrulhei, fechando os olhos.
Eu não demorei a dormir e quando acordei, já era noite.
Eu me virei para o outro lado e vi Poncho sentado ao meu lado, assistindo a um jogo de futebol.
— Oi. — Murmurei, o olhando.
Ele me olhou e voltou a olhar para a televisão.
— Oi.
Eu me sentei na cama e bocejei.
— Faz muito tempo que você chegou?
— Sim.
— Que horas? — Perguntei.
— Cheguei na hora do almoço.
— Ah... — Eu o olhei e ele continuou olhando para a televisão. — Eu estava com saudade...
Poncho confirmou com a cabeça e não me olhou.
— Você já jantou? — Eu perguntei.
— Sim. — Ele respondeu.
— E você deixou comida?
— Sim, tá lá na cozinha. — Poncho falou e eu assenti.
Eu deitei novamente e olhei para a televisão.
— Eu tentei avisar que chegaria hoje, mas você não me atendeu.
— É, eu estava ocupado.
Eu assenti
— Eu também estava. — Falei — Mas eu consegui um tempo pra te ligar.
— Mas eu não. — Poncho me respondeu.
Eu o olhei e senti vontade de chorar.
— Ok.
Poncho continuou a assistir o jogo sem olhar para mim.
Ele desviava seu olhar da televisão apenas algumas vezes para olhar alguma coisa no celular.
Eu peguei meu celular também e me deitei, me ajeitando na cama.
Eu mexi em algumas redes sociais, respondi mensagens e bloqueei o celular.
Eu me movi na cama e o abracei devagar, tentando deitar minha cabeça em seu peito.
Poncho não se mexeu e nem falou nada, apensa continuou olhando para a televisão.
Eu cheguei mais perto do seu corpo e o abracei pela cintura, mas ele continuou do mesmo jeito.
— Você pode me abraçar?
— Não.
Eu suspirei.
— E por quê?
— Porque eu não quero te abraçar. — Ele falou como se fosse óbvio.
— Nós passamos um mês longe um do outro, eu já tenho que voltar daqui dois dias. — Falei — O que custa você me abraçar?
— Eu não quero e ponto final.
— Eu estava com saudades, Poncho.
— Teu namorado não te fez companhia o suficiente?
Eu revirei os olhos e saí de seus braços.
— Você ainda tá falando nisso? — Perguntei, sentando na cama.
Ele deu de ombros e continuou olhando para a televisão.
— Você está bravo comigo sem motivos, Poncho. — Falei — Você está com ciúmes do meu amigo, colega de elenco e está agindo como se eu estivesse te traindo.
— Ué, eu não era o seu melhor amigo? — Ele perguntou.
— E você é, Poncho. Mas você sabe que nós trabalhamos juntos quase todos os dias.
— Então fica com ele.
— Eu não quero ficar com ninguém, eu quero ficar com você.
— Ah, mas não é o que parece.
Eu cruzei os braços.
— E por que não é o que parece?
— Porque sim, ué.
— Você está sendo ridículo, Poncho. — Falei — Isso que você está fazendo está sendo ridículo.
— Eu não estou fazendo nada.
— Você está me desprezando faz dois dias, Poncho.
— Eu não estou não. — Ele falou — Eu só não atendi o celular porque estava ocupado.
— Poncho, eu te liguei 16 vezes em um dia só!
— Eu estava ocupado, já falei.
— Você está com ciúmes.
— Sim, estou. — Ele respondeu — Mas não é o motivo de eu não ter atendido suas ligações.
— Poncho! Eu te liguei 16 vezes ontem! — Repeti — Você não me atendeu porque não quis.
Ele deu de ombros.
— Pensa o que quiser, então.
Eu bufei.
— Quantos anos você tem mesmo, Poncho? 10? Isso tá parecendo uma discussão de criança pra saber quem é amigo de quem.
— Ah, ele é o seu melhor amigo. Entendi.
— E então?
Ele deu de ombros novamente.
— Vai continuar me tratando desse jeito?
— Estou te tratando normal.
— Não, não está, Poncho.
Ele deu de ombros.
— Se você acha que não, o problema não é meu.
Eu bufei novamente.
— Poncho, tudo isso por causa de uma foto? Meu Deus do céu!
— Foto essa que vocês estão parecendo namorados. — Ele falou — Nem comigo você tira foto daquele jeito.
Eu ri irônica.
— Não tem nada demais na foto.
— Ah, tem sim.
— Não, não tem, Poncho!
Ele bufou e tirou o celular do bolso.
Poncho desbloqueou o mesmo e abriu meu perfil no instagram.
— Que porra é essa então? Nós estamos falando de fotos diferentes ou você também está falando dessa foto?
— Sim, estou falando dessa foto. — Falei.
— Não é possível.
— Não tem nada demais na porra dessa foto!
— Ah, não tem? — Neguei com a cabeça — As mãos dele na sua cintura e você beijando a bochecha dele não é nada demais?
— Seria estranho se eu estivesse beijando a boca dele.
— Ninguém sabe o que aconteceu depois dessa foto.
Poncho falou e eu o olhei rapidamente.
— Você é idiot? Eu bati na mão dele, derrubando o celular longe.
Ele olhou para o seu celular no chão e me olhou de novo.
— Idiota é você, olha o que você faz.
— Meu Deus, Alfonso, você acabou de insinuar que eu te traí!
Ele deu de ombros.
— E você quer que eu pense o que, Anahí?
— Eu quero que você confie em mim, caralho!
Ele revirou os olhos e pegou o celular no chão.
— Eu estou falando com você! — Gritei.
— Para de gritar, Anahí!
— Não! — Gritei. — Não paro!
— Você está em turnê, eu não faria isso com a minha garganta se estivesse no seu lugar...
— Você é um babaca, Alfonso. Isso sim.
— Ok, sou mesmo. — Ele falou — Um babaca que você engana.
— Como assim, Alfonso?
Ele deu de ombros.
— Ah, você entendeu.
— Não, eu não entendi. — Falei alto — Me fala.
— Quer dizer, que você PENSA que engana.
— Fala logo, idiota.
— Você acha que eu não percebo a química entre você e esse cara?
Eu o olhei e neguei com a cabeça, rindo ironicamente.
— Era só o que faltava mesmo.
— Você acha que eu não percebo todo mundo falando de vocês, Anahí?
Eu ri ironicamente e passei a mão na testa.
— Você ainda vai rir? — Ele perguntou.
— Eu tô rindo pra não te socar, Alfonso.
— Você sabe muito bem que eu estou certo.
— Certo o caralho, Alfonso, você é um babaca! — Falei — Você está falando que eu te traí!
— E eu estou errado?
Eu ri novamente.
— Meu Deus do céu.
— Todos sabem que vocês tem um caso.
Eu respirei fundo, tentando me manter calma.
— E por que isso agora?
— Eu só cansei de ser feito de idiota enquanto você me trai.
Meus olhos marejaram. Não era possível que aquilo estava realmente acontecendo.
— Poncho, olha pra mim. — Falei alto e ele me olhou — O que custa você confiar em mim?
— O que custa? Você viu essa foto?
— Meu Deus, Alfonso! É uma foto! Só isso!
— Se eu tirasse uma foto assim com alguém, você me mataria.
Eu neguei
— Eu não falaria isso.
Ele deu de ombros.
— Não falaria mesmo porque eu não teria coragem de fazer isso com você.
— E você acha que eu tenho? — Eu não consegui acreditar que aquilo estava acontecendo.
— Não sei, me diz você...
— É claro que não, caralho!
— Pois não é o que parece... — Ele falou — Não é o que todo mundo fala.
Eu respirei fundo.
— Por que você não acredita em mim então?
— Porque eu acho que vocês tem algo.
— Alfonso, você realmente tá dizendo isso? Eu passei um mês fora de casa e quando chego você me fala esse tipo de coisa?
— E como eu posso ter certeza de que você não fez nada nesse mês todo?
Eu ri irônica e limpei as lágrimas que escorriam pelo meu rosto.
— Confiando em mim, Alfonso! — Falei — Você namora comigo há 5 anos, não é possível que não confie em mim!
— Acontece.
Eu neguei.
— Você é realmente um idiota, meu Deus.
Ele negou.
— Sou idiota porque percebi o romance de vocês dois?
— Tá bom, Alfonso.
Ele me olhou e sorriu.
— Seus argumentos acabaram, é? — Perguntou — Não consegue pensar em mais mentiras?
— Não.
— Ok.
— Eu não acredito que você está me tratando dessa forma.
Ele deu de ombros.
— O que eu estou fazendo?
— Sendo um merda!
Ele negou com a cabeça.
— Você é quem está me traindo e eu estou sendo um merda?
— Eu não estou te traindo, Alfonso! — Gritei e bati em seu peito — Qual a porra do seu problema?
Ele segurou minhas mãos.
— Qual o seu problema? Não sabe conversar como adulta?
Eu neguei.
— Meu Deus do céu, você acha que estou te traindo por causa de uma foto?
Ele assentiu.
— Não só por isso, mas por isso também.
— Então me fala o motivo, caralho! — Pedi, chorando.
— Eu já disse, Anahí. — Ele falou — Vocês estão sempre grudados, sempre juntos, sempre dando a entender que são um casal.
Eu neguei com a cabeça.
— Você deve estar brincando com a minha cara, não é possível!
— Eu não estou.
— Meu Deus, Poncho, nós somos só amigos!
— Amigos tão próximos, é?
— Sim! Você não tem amigas próximas?
— Igual a vocês dois, não.
— Porra, Alfonso, você é um idiota. — Funguei — Eu te liguei todos esses dias e você sempre me tratando mal e, nesses últimos dias você nem se deu ao trabalho de me atender.
Ele não me respondeu, apenas continuou me encarando.
— Eu não acredito que você está fazendo isso comigo. — Minha voz embargou.
— Eu não acredito que você está fazendo isso comigo, Anahí.
— Mas eu não estou fazendo porra nenhuma! — Solucei.
— Essa sua proximidade com esse cara é muito estranha.
— Não, não é, Poncho! — Gritei — Que porra aconteceu com você? Você sempre soube que eu trabalhava com outros caras.
Poncho assentiu e riu irônico.
— Você é um idiota! — Bati em seu peito, o empurrando para trás — Eu não acredito que eu namorei uma pessoa tão idiota por todo esse tempo. — Eu soquei seu peito.
Ele segurou minhas mãos e eu percebi que eu estava tremendo de nervoso.
— Agora você vai querer terminar pra ficar livre e poder namorar com o Carlos?
— Me solta! — Gritei — Você é um babaca!
Ele não me soltou e eu bufei.
— Me solta, Alfonso!
Eu me soltei de suas mãos e voltei para a cama.
— Você é um idiota! — Eu abracei minhas pernas e escondi minha cabeça, deixando o choro sair.
Meu peito estava doendo tanto e eu não acreditava que o Poncho realmente acreditava que eu o traía.
Meu corpo estava tremendo e minha cabeça explodindo.
— Anahí, para com o drama.
Ele falou e eu neguei.
Poncho bufou e apagou à luz do quarto.
— Para de chorar, vamos dormir.
Eu neguei com a cabeça e solucei.
— Anahí, para de chorar! — Ele falou alto e eu estremeci.
Eu passei a chorar ainda mais e o ouvi bufar.
— Ah, mas era só o que me faltava.
Ele deitou do meu lado e se embrulhou.
— Eu quero dormir! — Ele falou — Liga pro Carlos e faz os teus dramas pra ele por que eu já estou cansado.
Eu levantei a cabeça, respirando fundo e não o olhei.
Poncho nunca tinha agido daquele jeito nem dito aquelas coisas, e aquilo me quebrava.
— Para de me tratar desse jeito!
Ele bufou
— O Carlos te trata melhor, é?
— Ah, com certeza.
— E é por isso que você me trai com ele.
Eu neguei com a cabeça e solucei.
— Para de falar isso, por favor. — Murmurei — Você não tem noção de como você está me machucando.
Ele bufou e não falou mais nada, se virando para o outro lado e ligando a televisão.
O meu corpo estava tremendo mais ainda e tudo doía.
Eu sabia que ele não queria me falar aquelas coisas, eu sabia que tudo tinha sido dito da boca pra fora, mas mesmo assim eu estava totalmente destruída.
Depois de um tempo, eu não conseguia parar de chorar e Poncho acendeu à luz, me olhando.
— Você ainda tá chorando?
Eu não respondi, apenas escondi minha cabeça entre as pernas novamente.
— Para com isso, que saco! — Ele falou
— Não consigo. — Murmurei
Poncho bufou e me olhou
— Vem cá, você vai ficar chorando a noite toda?
Eu fiquei calada e ele deitou de novo.
O meu coração estava acelerado e eu mal conseguia respirar.
— Poncho, posso te abraçar?
Ele não respondeu e eu solucei.
— Se você me abraçar você fica quieta?
— Se você me acalmar. — Murmurei.
— Então vem.
Eu me aproximei dele e o abracei pela cintura.
Ele não me abraçou de volta e nem se mexeu, o que me fez suspirar.
— Eu estou muito mal, Poncho, você podia me abraçar.
— Você devia pedir carinho pro teu namorado.
Eu solucei e me afastei.
— Tá bom, Alfonso. — Murmurei — Eu não vou mais me humilhar pra você.
Ele deu de ombros e voltou a deitar.
Eu suspirei e levantei da cama.
— Aonde você vai?
— Para o outro quarto.
— Tá.
Eu peguei meu travesseiro e ele me olhou.
— Não faz nada que não deva fazer.
— Como se você se importasse. — Murmurei e saí do quarto.
Fui até o quarto de hóspedes e me joguei na cama.
Poncho estava sendo um idiota comigo, e eu odiava ser tratada daquele jeito.
Ele nunca tinha me tratado daquela forma, ele nunca tinha sentido tanto ciúme assim.
Eu peguei meu celular e comecei a mexer nas redes sociais, tantando me distrair.
Eu já tinha parado de chorar, mas eu ainda me sentia muito mal e estava extremamente magoada.
Eu só queria encher a cara de álcool ou de calmantes, não sei, alguma coisa que me fizesse esquecer toda essa merda.
— Porra. — Murmurei.
Eu liguei a televisão e me embrulhei melhor, tentando me acalmar.
Depois de um tempo, eu ainda não tinha conseguido dormir e eu imaginei que seria mais uma noite sem dormir por causa do Alfonso.
Aquilo chegava a ser ridículo.
Ele estava com raiva de mim por causa de uma simples foto.
Eu respirei fundo e me embrulhei, torcendo para conseguir dormir.
Eu fechei os olhos novamente e demorou um pouco até que eu finalmente pegasse no sono.
Acordei no dia seguinte com alguém batendo na minha porta, me fazendo bufar.
Eu olhei no relógio e já era quase hora do jantar, eu tenha dormido o dia inteiro.
Minha cabeça estava latejando e as batidas na porta não paravam, então eu decidi levantar e atender logo.
Assim que abri à porta, dei de cara com Marichelo e minha mãe.
— Graças a Deus, filha! — Minha mãe me abraçou.
Eu franzi o cenho e saí do seu abraço.
— Quê?
— Você dormiu o dia todo e não falou nada pra ninguém.
— E por que vocês estão aqui?
— O Poncho nos chamou...
— Porque você não abria a porta e ele estava preocupado.
Eu franzi o cenho.
— E por que você está no quartode hóspedes?
Dei de ombros.
— Porque nós brigamos e eu não quis dormir lá.
— E brigaram por quê? — Mac perguntou.
— Porque ele acha que eu traí ele com o Carlos.
Mac riu.
— O Poncho é um idiota mesmo.
Eu concordei com a cabeça.
— É. — Murmurei — Ele é um babaca.
Minha mãe suspirou e passou a mão nos meus cabelos.
— Vamos sair pra jantar, amor. Vai se vestir, vai.
Eu assenti e percebi que tinha mais de 24 horas que eu não comia.
— Eu vou falar pro Poncho ir se arrumar também.
Minha mãe falou e eu neguei.
— Eu não quero que ele vá.
— Ah, mas ele vai. — Ela respondeu — E você também, então vai se vestir!
Eu neguei com a cabeça.
— Eu só vou se ele não for.
Mac revirou os olhos.
— Para de ser cabeça dura!
— Eu não estou sendo cabeça dura, mas não quero ver ele.
— Vocês moram na mesma casa.
— Ótimo, vou morar com uma de vocês.
Minha mãe riu e negou com a cabeça.
— Chega disso, Any.
— Não, mãe. — Eu falei — Será que vocês podem respeitar o que eu estou pedindo?
Elas suspiraram.
— Vai logo se arrumar.
Eu bufei.
— Agora, Anahí!
Eu bufei novamente e fui até o banheiro.
Tomei um banho rápido e logo voltei pro quarto, colocando uma roupa simples.
— Já está pronta? — Minha mãe perguntou.
Eu confirmei com a cabeça e peguei meu celular.
— Eu estou meio fraca, já tem mais de um dia que não como nada. — Murmurei.
— E por que não comeu?
— Por que eu dormi.
— Você não pode fazer esse tipo de coisa!
Eu assenti.
— Vamos logo!
Nós saímos do quarto e Poncho estava na sala, sentado no sofá, aparentemente nos esperando.
Eu não o olhei e fui em direção à porta, a abrindo.
Minha mãe e Marichelo vieram atrás, junto com Poncho, e eu revirei os olhos.
Eu abri a do banco de trás e entrei no carro.
Marichelo entrou junto e minha mãe foi no banco do passageiro, ao lado de Poncho.
O caminho todo foi silencioso e eu tentava disfarçar a minha cara emburrada, mas é lógico que eu não conseguia.
Quando nós chegamos ao restaurante, descemos do carro e adentramos no local.
Nós fomos para uma mesa afastada e eu sentei ao lado de Marichelo e minha mãe ao lado de Poncho.
Nós fizemos os nossos pedidos e elas começaram a conversar com Poncho, mas eu fiquei quieta.
— Por que voce está quieta, bebê?
— Porque qualquer palavra que sair da minha boca vai ser motivo pra ele dizer que eu estou traindo ele.
— E o que custa admitir?
Eu ri irônica.
— Admitir o que, Alfonso?
Ele deu de ombros.
— Ah, você sabe.
— Não, eu não sei. — Falei — Eu não tenho porra nenhuma pra admitir além de que você é um idiota.
— Tem sim.
— Fala, então.
— O que custa você admitir que você me traiu?
— ALFONSO! — Marichelo o repreendeu — Para de falar essas merd*as!
— Eu não te traí! — Falei — Quantas vezes tenho que repetir?
Ele deu de ombros.
— Eu não vou discutir com você na frente da sua mãe e da sua irmã.
— Acho bom mesmo. — Falei.
Ele bufou.
— Porque se você falasse todas as merdas que você falou ontem, elas nunca deixariam eu voltar pra casa com você.
— Ah, para de fazer drama, Anahí!
— O que você falou pra ela, Poncho?
Ele negou com a cabeça.
— Nada demais.
— Ah, então conta pra gente. — Marichelo o desafiou.
Eu revirei os olhos.
— Eu sabia que a gente não devia ter vindo. — Murmurei.
— Ele te tratou mal e você ainda tá protegendo ele? — Marichelo perguntou, já quase gritando.
— Eu não estou protegendo ninguém. — Falei baixo.
— Parem com isso! — Minha mãe falou.
— Eu quero saber o que o Poncho falou.
— Eu só falei que ela me traiu!
— Ela não te traiu, palhaço! — Marichelo gritou — Olha pra ela, você acha mesmo que ela te trairia? Ela te ama demais pra fazer isso.
Eu suspirei e meus olhos marejaram.
— Ele não acredita. — Murmurei.
Minha mãe negou com a cabeça e nossos pedidos chegaram.
O garçom nos serviu e eu suspirei.
Agora eu tinha perdido o apetite.
Todos começaram a comer e eu não consegui comer nada.
Eu fiquei apenas mexendo na comida e minha mãe me olhou.
— Come, Any.
Eu neguei com a cabeça.
— Não quero.
— Você não comeu nada desde ontem, Any. — Ela falou — Come um pouco, por favor.
Eu neguei.
— Perdi o apetite.
— Só porque você não gosta deouvir a verdade. — Poncho falou e eu bufei, empurrando meu prato pra cima dele.
— Você é ridículo.
Ele confirmou com a cabeça.
— Aham.
Eu me levantei da mesa e fui até o banheiro do restaurante, fechando a porta atrás de mim.
Logo ouvi batidas na porta e bufei.
— Any? — Era a voz de Marichelo.
— Sai daqui, Mac. Não quero falar com ninguém.
— Então sai dái e vamos para casa.
Eu suspirei e abri à porta, deixando que ela entrasse.
— Vamos pra casa mesmo?
— Se você quiser, sim.
— O Poncho é um idiota, meu Deus.
— Fica calma, ele só tá com ciúmes.
— Você viu como ele falou comigo? Ele realmente acha que eu traí ele.
— Ele sabe que você não traiu, meu anjo.
Eu neguei com a cabeça.
— Eu não entendi porque isso agora, Mac. Eu nunca fiz nada.
— Ele só tá com ciúmes, meu amor. Ignora ele.
— Eu estou é com vontade bater nele.
— Mas você não vai fazer isso. — Ela falou.
Eu confirmei com a cabeça.
— Vamos embora, Mac.
— Vamos sim, meu anjo.
Ela pegou minha mão e nós andamos até a mesa
Marichelo pegou sua bolsa e me puxou até o carro.
— E a mamãe? — Perguntei assim que nós entramos.
— Ela disse que vai conversar com o Poncho.
Eu suspirei e confirmei com a cabeça.
— Ele nunca foi tão babaca comigo.
— Ele está fazendo isso por impulso, Any.
Eu assenti.
— Ele tá me machucando.
— Quando vocês chegarem em casa ele vai conversar com você.
Eu respirei fundo e encarei meus dedos.
— Posso ir pra sua casa por enquanto?
Ela deu de ombros.
— Você não prefere que eu vá para a de vocês e depois vocês possam conversar?
— Ele não vai querer conversar comigo.
— Vocês estão brigados desde quando?
— Uma semana depois que eu entrei em turnê, ele começou a ficar estranho comigo, mas quando postei aquela foto com o Carlos nas gravações há uns 3 dias, nós brigamos.
Ela suspirou e deu a partida no carro.
— Ele está com ciúmes mesmo.
— Ele nunca teve ciúmes desse jeito, Mac.
— Ele só deve estar inseguro com alguma coisa, vocês deviam conversar.
— Mas ele não quer conversar, ele só quer me ofender.
Ela suspirou e segurou a minha mão.
— A mamãe está conversando com ele, vai dar tudo certo!
Eu concordei com a cabeça.
— Nós vamos para a sua casa?
Eu dei de ombros.
— Pode ser.
Marichelo assentiu e apertou minha mão.
O caminho foi rápido e silencioso, e assim que chegamos lá, me joguei no sofá.
Poncho e minha mãe chegaram depois de alguns minutos, e eu escondi minha cabeça entre as almofadas.
— Vamos embora, Marichelo.
Eu olhei para elas e neguei com a cabeça.
— Não, mãe!
— Eu não estou falando com você, Anahí. — Minha mãe falou e eu bufei — Vamos embora, Marichelo!
— Mãe, por favor!
Ela negou e puxou o braço de Marichelo.
— Tchau pra vocês!
Eu bufei.
Minha mãe veio até mim e beijou minha testa.
— Não faz birra, ok?
Ela sussurrou no meu ouvido e eu bufei.
— Eu te amo. — Minha mãe falou e eu revirei os olhos.
Ela saiu com Marichelo e me deixou a sós com Poncho.
Eu cruzei os braços e encarei à televisão na minha frente.
Poncho suspirou e se sentou ao meu lado, me olhando.
Eu me afastei e ele suspirou.
— Nós podemos conversar?
— Ah, agora você quer conversar?
— Como dois adultos, Any, por favor!
Eu ri irônica.
— Em todas as vezes que eu tentei conversar foi você quem não agiu como adulto.
Ele confirmou com a cabeça.
— Mas agora eu quero conversar como adulto e gostaria que você fizesse o mesmo.
— Tá.
— Então vira pra mim, por favor!
Poncho pediu e eu virei, o olhando.
— Desculpa ter falado todas aquelas coisas.
— Tá.
Ele suspirou e passou a mão na testa.
— Você sabe que eu sempre confiei em você. — Poncho falou — E eu sei que você não faria isso comigo.
— Se você sabe, por que fez isso tudo, Alfonso?
— Eu não sei.
— O que te fez achar que eu te trairia?
— Vocês dois são muito próximos e estão passando muito tempo juntos e eu não sei. — Ele falou —
Eu suspirei.
— E o que isso tem a ver, Alfonso?
Ele deu de ombros.
— Desculpa.
— Você me tratou muito mal!
— Desculpa!
— Me tratou mal por dias e eu odeio isso.
Ele suspirou.
— Eu sei, me desculpa.
Eu suspirei.
— Eu não devia te desculpar. — Murmurei —
— Eu sei. — Ele respondeu —
— Você me tratou como um lixo, Alfonso. — Falei — Eu me humilhei pra você!
— Eu sei, bebita, me desculpa! — Ele se proximou — Você sabe que eu nunca te trataria assim.
Eu suspirei e Poncho me abraçou.
— Uhum.
Ele beijou minha bochecha e eu não o olhei.
— Me desculpa de verdade!
— Tá.
Poncho me puxou e nos deitou no sofá.
— Eu estou me sentindo horrível por ter te tratado tão mal.
Eu suspirei.
— É...
Ele suspirou e beijou minha testa, fazendo carinho no meu rosto.
— Você está a mais de 24 horas sem comer por minha causa. — Ele falou —
— Não é por sua causa, é porque eu dormi.
— Por minha causa. — Ele falou — E agora no restaurante foi por minha causa também.
Eu dei de ombros.
— Eu só não estou com fome.
— Por minha causa.
— Eu só não quero comer, Alfonso.
Ele assentiu.
— Nem um pouco?
— Não.
— Ok, você quer ir pra cama?
Eu confirmei com a cabeça.
— Tudo bem, vamos.
Eu me levantei e ele se levantou logo em seguida.
— Mas eu não quero que você fique quase dois dias sem comer, Any.
Eu dei de ombros.
— Eu vou fazer comida pra você.
— Eu não quero.
— Você quer panqueca? Eu faço.
— Um macarrão?
— Eu não quero comer nada, Poncho.
— Mas você não pode ficar 2 dias sem comer, Any.
— Posso sim.
— Você quer leite?
Eu neguei.
— Deixa eu fazer uma panqueca pra você. — Ele falou — Eu prometi a sua mãe que você ia comer.
Eu neguei com a cabeça.
— Eu não quero comer, que saco.
— Por favor, bebita.
Eu bufei e subi às escadas, sendo seguida por ele.
— Para de me seguir, Poncho. — Falei — Eu não quero comer e não vou comer.
— Tá bom, tudo bem. — Ele colocou as mãos para o alto, em forma de rendição — Quando você passar mal eu te dou comida.
Eu bufei e abri a porta do quarto.
— Nós vamos deitar? — Poncho perguntou —
— Vou tomar banho. — Murmurei —
Ele confirmou com a cabeça.
— Eu vou arrumar a cama enquanto isso.
— Tá.
Eu fui até o banheiro, me despi, tomando um banho rápido.
Assim que voltei para o quarto, Poncho já estava deitado, enquanto assistia televisão.
Eu fui até o closet e me vesti com uma roupa confortável, logo voltando para o quarto.
Eu apaguei a luz e fui até o lado dele, me deitando.
Poncho me abraçou pela cintura e beijou minha nuca.
— Me desculpa, ok?
Eu assenti.
— Tá.
— Não, bebita. Me desculpa de verdade!
— Tá bom, Alfonso.
Ele suspirou e beijou minha bochecha algumas vezes.
— Eu te amo muito. — Ele me deu um selinho — Eu estava morrendo de saudade.
Eu assenti.
— Te amo também.
— Me desculpa. — Ele murmurou —
— Eu já falei que tudo bem.
Poncho suspirou e beijou minha testa.
— Me sinto tão mal por ter te tratado daquele jeito.
Eu assenti.
— Ok, já passou.
Poncho assentiu e beijou minha bochecha.
Ele me virou para a sua frente e me abraçou com cuidado.
— Me desculpa, eu te amo tanto.
Eu concordei com a cabeça.
— Eu te amo também. — Murmurei —
Autor(a): raissaa
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
Eu estava em Miami com minha equipe,eu teria um show no local e hoje nós estávamos apenas aproveitando para curtir a cidade, e, por coincidência, Poncho e alguns amigos estavam na mesma cidade e marcamos para jantarmos todos juntos. Às 19h, estávamos prontos e Guillermo nos levou até o local. Assim que chegamos, Poncho e seus ...
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