Fanfic: Tu amor - Vondy | Tema: Vondy

Dulce 

Abro a janela e o vento bate em meu rosto, fecho os olhos desfrutando a brisa gostosa que soprava na minha janela. Nesta temporada do ano o clima na Espanha estava perfeito, uma pequena brisa, um calor gostoso, do jeito que eu gostava. Me viro e caminho até o enorme espelho em meu quarto, remexo meus cabelos agora longos e com mechas loiras, abro uma das minhas gavetas e pego meu batom vermelho passando em meus lábios, não importa se é dia ou noite, em qualquer ocasião eu usava um bom batom vermelho. 

Ouço duas batidas na porta " pode entrar " digo 

Ayla passa pela porta com dois embrulhos nas mãos " por onde você esteve ontem a noite Dulce? eu fiquei como uma louca te procurando " resmunga 

Dou um riso " bom dia pra você também Ayla" 

" Não vem com essa de bom dia, eu estive atrás de você como uma louca sabia ? " Isabel diz, e coloca os dois embrulhos sobre a minha cama

" Por que esteve me procurando ? " Pergunto, remexendo nos meus cabelos. 

" Como por que ? pra acertar os ultimos detalhes sobre a viagem, mas, por algum motivo você desapareu,  e nem  o celular atendeu " Ayla reclama  

" Eu estava resolvendo uns negócios no banco " explico, e a encaro " por que que tanta pressa com isso da viagem? temos tempo, só vamos amanhã de manhã " digo dando de ombros 

" Sim, mas, era importante, tinha a ver com o apartamento, se vamos viajar amanhã já deveriamos ter tudo resolvido sobre esse assunto " Ayla insiste 

Me viro, e a observo se sentar na minha cama e cruzar as pernas " poderia muito bem resolver todos os detalhes com tio Roberto, ou até mesmo com a vovó " 

" Não posso resolver nenhum detalhe sobre o apartamento com meu pai ou com a vovó, se é você que vai morar nele, e não eles " Ayla rebate 

" Você também vai morar comigo, poderia muito bem escolher tudo sozinha sabe que eu não encomodaria " afirmo, e caminho até ela pegando um dos embrulhos " o que é isso ? " pergunto 

Ayla abre um largo sorriso " são nossos vestidos pra festa de inauguração do restaurante do Olavo " 

Suspiro " já disse que não vou Ayla " 

" Vovó disse que é uma desfeita enorme não comparecer na festa, você sabe que a familia Montenegro é chegada a nossa a muito tempo, são amigos de toda uma vida praticamente então, não podemos faltar a esse evento de jeito nenhum " Ayla argumenta 

" Não queria ir, o clima sempre pesa quando eu e Olavo estamos no mesmo ambiente " comento 

" Como não pesaria ? o namoro de vocês dois foi muito turbulento e o término mais ainda " Ayla diz fazendo uma careta 

" Esta vendo, achei mais um motivo pra não ir a essa inauguração " digo dando um sorriso forçado 

" Vovó ficaria bem chateada se você não fosse  " Ayla diz dando de ombros 

Respiro fundo "  o vestido é vermelho ? " pergunto apontando pro embrulho, acabei cedendo 

Ayla sorri " sim, vermelho forte e intenso extamente como você prima " afirma dando uma piscadela 

" Eu tenho que aprender a dizer não a você e a vovó também " digo contrariada, Ayla dá um riso se levantando " falando nela, onde esta ? " 

" Esta repousando, disse que quer estar bem descansada pra mais tarde " Ayla responde, e pega seu embrulho e caminha até a porta " eu já vou indo, tenho que estar no salão pra dar uma repaginada daqui a meia hora " 

Faço careta " tão cedo assim  ?" 

" Dulce, todas as mulheres dessa cidade estão loucas pra irem ao salão e ficarem belissimas pra festa do Olavo, essa foi a única hora que consegui marcar pra mim e pra mamãe " Ayla diz irônica, então abre a porta " 

Forço um sorriso " ah perfeito a Greta também vai " digo irônica 

" E você acha que minha mãe perderia a maior festa do momento ? de jeito nenhum " Ayla dá um riso " a gente se vê mais tarde " dá uma piscadela e sai. 

Respiro fundo, e saiu do quarto logo em seguida, enquanto caminhava até o quarto da minha avó, pensei na viagem que faria, eu estaria de volta ao país que morei por tanto tempo em um orfanato, não pude deixar de imaginar como estaria meus amigos, nesses anos que se passaram não tive noticia de nenhum deles, ou até mesmo de Christopher. 

Christopher

Só de lembrar dele sinto uma dor gigantesca no peito. Há quase 10 anos atrás quando estava no aeroporto pronta pra entrar na sala de desembarque petrifiquei, fiquei quase 20 minutos parada olhando as pessoas vindo e indo, ainda tinha esperança de que ele viria até mim, de que diria que me amava, que me queria mas, ele não apareceu, e eu entendi essa ausência como um sinal de que não erámos pra ser. 

" Vovó ? " a chamo, e dou uma pequena batida na porta de seu quarto " posso entrar ? " 

" Claro, claro, entre por favor " ouço ela dizer 

Abro a porta, e entro, a fechando em seguida. Vovó estava sentada em sua cama, eu me aproximo dando um beijo em sua testa " bom dia " digo 

" Bom dia minha querida, já viu seu vestido ? ficou lindo não foi ? " Ela pergunta 

Suspira " quero deixar claro que só vou por que a senhora faz questão " 

" Eu sei disso, e agradeço por estar fazendo por mim, você sabe que é importante que todos estejamos presentes no evento " Vovó comenta 

Assinto e abaixo a cabeça " sim, eu sei vovó " 

Minha avó coloca uma de suas mãos sobre a minha, e a outra ela toca meu queixo fazendo eu a encara-la " o que houve ? você não esta nada sorridente como de costume" 

" Não é nada, é que amanhã já é o dia da viagem e não sei, fico um pouco nervosa com o que posso encontrar, e também com o que posso descobrir " sussurro 

Vovó nega com a cabeça " você já sabe o que acho dessa sua ideia absurda de seguir atrás dessa história ... " 

Engulo a seco " sim, já sei que acha que eu deveria deixar tudo isso pra trás, que passou muito tempo e que eu deveria focar no agora " repito, todas as coisas que ela me disse 

" ... sim, acho tudo isso mas, me lembro de quando eu estava com a ideia fixa na cabeça de te encontrar, Greta me dizia que eu deveria deixar tudo isso pra trás, que eu poderia me decepcionar, que a pista era errada e que com certeza você estava morta " Vovó afirma 

Faço careta " é claro que ela falou, é a cara dela falar essas coisas " comento 

Vovó dá um risinho " sim, é a cara dela mas, como você bem sabe eu não deixei que ela me parasse, eu fui te procurar, e não parei até te encontrar, ouvi o que meu coração dizia, e é o que eu quero que você faça querida, quero que ouça seu coração, apenas ele " 

Sorriu, minha avó era a melhor " é o que estou fazendo, estou seguindo o que ele esta me dizendo " afirmo 

Vovó assente sorridente " perfeito, dê ouvidos a ele e não ao que essa velha aqui fala " diz

" Não, não, por favor não fale assim da senhora " faço um bico, vendo ela dá um risinho baixo "  a senhora não é velha, esta inteirona, dá um caldo e tanto ainda  " eu a abraço deixando minha cabeça no ombro dela

Vovó ainda ria " só você mesmo pra me dizer uma coisa dessas " diz 

Riu baixinho " é a verdade, eu nunca minto pra senhora e sabe disso " afirmo, e ela assente "  eu não posso deixar essa história pra trás, eu tentei vovó mas, não dá " 

" Eu sei querida, eu sei, e acho que no fundo também não quero que você deixe, esse acidente do seu pai pra mim nunca foi um acidente, e se tem alguém que é capaz de desvendar o que realmente acontece aquela noite esse alguém é você Dulce "  vovó agarra meu rosto " ... só você querida " reafirma, abro um pequeno sorriso assentindo