Fanfics Brasil - Capítulo 38 O Contrato - Vondy (Adaptada) [Terminada]

Fanfic: O Contrato - Vondy (Adaptada) [Terminada] | Tema: Vondy


Capítulo: Capítulo 38

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Bom diaaaaa!!! Vcs arrasaram demais nos comentários ontem! AMEIIIIII 


Uma pergunta: Vcs já leram as outras histórias que eu postei aqui?


 


Comentem muito e eu volto!!



Christopher


Passar a noite com duas mulheres tensas e nervosas foi interessante. Annie não era normalmente rígida, o que era desconcertante, mas Dulce foi a grande surpresa. Havia me acostumado com sua personalidade quieta, mas, naquela noite, ela estava falando muito.


Incessantemente.


Entre mostrar a Annie seus planos para a sala, “nosso quarto”, fazer infinitas perguntas sobre a história da ioga, as perguntas generalizadas sobre cada membro da família Colucci e do escritório, assim como qualquer outro assunto que parecia passar por seu cérebro, ela falava sem parar. Também não se sentava. Ela ficava andando pela sala, usando as mãos para demonstrar suas ideias. Ela pegou, moveu, amarrou e endireitou cada objeto na sala pelo menos duas vezes. Ficava dando tapinha no ombro de Annie, certificando-se de que ela estava bem, e a compressa fria que manteve no meu pescoço era trocada a cada vinte minutos. Acho que nenhuma vez ficou à temperatura ambiente. Eu tinha de admitir que, quando ela ficava atrás de mim, falando, eu não me importava que seus dedos massageassem meu pescoço, ou com a forma que ela apoiava minha cabeça em sua barriga e passava os dedos em meu cabelo repetidamente. O carinho era bom, e minha dor de cabeça começou a se dissipar, apesar da falação constante.


Mesmo assim, seu comportamento era perplexo. Até Annie ergueu a sobrancelha para mim mais de uma vez. Ergui um ombro, sugerindo a única coisa que fazia sentido quando Dulce não estava ouvindo.


— Ela também não gosta de tempestades.


Minha explicação pareceu satisfazer sua curiosidade. Lá pelas dez, a tempestade diminuiu, o trovão se tornou um ruído baixo e menos frequente, embora a chuva continuasse a bater nas janelas ao nosso redor. Annie se levantou.


— Vou colocar meus fones de ouvido, aumentar a música e colocar minha máscara noturna. Talvez possa dormir antes de dar outro trovão.


Dulce se levantou também.


— Tem certeza de que ficará bem? Posso dormir na chaise e ficar por perto.


Annie balançou a cabeça e a beijou na bochecha.


— Ficarei bem. Saber que está do outro lado do corredor vai ajudar. Só não consigo ficar sozinha. Geralmente, mamãe e papai estão quando Poncho está fora. Adam e Julia estão tão ocupados com as crianças e detesto incomodá-los. Vocês estão salvando minha vida hoje.


Ela se abaixou e me beijou no rosto.


— Obrigada, Christopher. Sei que já me vê bastante no escritório. Realmente agradeço.


— Não há problema.


— Se precisar de mim, venha me chamar — Dulce ofereceu.


— Vou tentar não fazê-lo.


Ela subiu os degraus, deixando-nos a sós. Eu analisei sua linguagem corporal. Tensa era o mínimo. Se ela ficasse mais rígida do que estava, estaria com dor de cabeça logo.


— Ei.


Ela se assustou e olhou para mim com os olhos arregalados.


— O que há de errado?


— Nada. Por que pergunta?


Sorri.


— Você está como um gato no telhado quente a noite toda.


Ela se apressou pela sala, arrumando seus arquivos já arrumados, endireitando o jornal que eu estava tentando ler e pegando os copos para levar à cozinha.


— Não sei do que está falando. Está com fome?


— Não.


— Posso fazer um sanduíche.


— Não.


— Quer café? Comprei um descafeinado. Ou, talvez, alguma torrada ou outra coisa? Você não comeu muito no jantar.


— Dulce — alertei, minha voz estava ficando impaciente.


Ela colocou os copos que estava segurando no balcão.


— Vou dormir.


Ela subiu as escadas correndo, deixando-me mais confuso do que nunca.


Eu a segui não muito tempo depois, deixando algumas luzes acesas no caso de Annie precisar andar pelo apartamento. A última coisa que eu precisava era ter de ligar para Poncho e dizer que sua esposa havia caído nas escadas à noite, e ter de levá-la ao hospital. Franco e Alma também não ficariam extremamente impressionados.


A chuva estava aumentando de novo, a tempestade ganhava força do lado de fora, imaginei se algum de nós iria dormir naquela noite estranha.


Lá em cima, fechei minha porta, a visão do montinho em minha cama me lembrou que eu não passaria a noite sozinho. Dulce estava aconchegada debaixo do cobertor o mais perto da beirada da cama que conseguia sem cair. De repente, seu comportamento esquisito fez sentido. Iríamos compartilhar a cama hoje, e ela estava nervosa. Um sentimento diferente — de gentileza — passou por mim.


Fiquei admirado ao observá-la naquela noite como ela deveria ter uma alma gentil. Ela perdeu os pais, sobreviveu o que eu sabia que devia ser uma época difícil depois de eles morrerem, embora ela não tivesse me dado muitos detalhes. Ela nunca falava sobre sua época nas ruas, o que deve ter sido horrorosa. Ela se preocupava comigo, importava-se com Penny e não pensou em nada para ajudar sua amiga, mesmo que ela tivesse de mudar toda sua vida para fazê-lo — e ela fez tudo isso com um de seus sorrisos mais calorosos. Ela era maravilhosa.


Encontrei uma calça de pijama e uma camiseta. Preferia dormir só de cueca boxer, mas não queria que Dulce ficasse ainda mais desconfortável do que claramente já estava. Depois de me trocar, deitei-me ao seu lado, esperando que ela dissesse alguma coisa. Houve apenas o silêncio.


Apoiando-me no cotovelo, olhei por cima do ombro dela, tirando a camada pesada de cabelo de seu rosto. Ela não falou nem se mexeu, ficando parada, e seus olhos permaneceram firmemente fechados.


Seu peito se movia muito rápido para ela estar dormindo. Abaixei-me até ela, perto de seu ouvido.


— Fingida — sussurrei.


Ela estremeceu, enterrando o rosto mais ainda no travesseiro. Beijei seu ombro nu e puxei o cobertor.


— Relaxe, Dulce. Serei um perfeito cavalheiro.


Estiquei-me, apaguei a luz e fiquei lá deitado, ouvindo suas respirações curtas e nervosas. Devia ser uma sensação estranha tê-la na minha cama, mas, mesmo assim, não era desagradável. Eu podia sentir seu calor e seu cheiro suave.


Porém, de alguma forma, a cama parecia errada. Levei alguns instantes para perceber por quê. Havia uma vibração constante — o suficiente para fazer o colchão tremer. Olhei para ela, analisando sua forma encolhida. Ela estava tremendo. Ela estava com tanto medo de mim assim?


Virei de lado, esticando e passando o braço ao seu redor, trazendo-a para perto de meu corpo. Ela soltou um gritinho surpreso, seu corpo ficou rígido. Os tremores passavam por ela constantemente, e suas mãos seguravam meu braço como um gelo.


— Dulce, pare com isso — murmurei. — Não vou fazer nada.


— Não é isso. Bom, não é só isso.


— É a tempestade?


— É.… é o vento — ela confessou. — Detesto o barulho assombrado dele.


Eu a puxei para mais perto, e outro tremor passou por todo seu corpo.


— Por quê?


— Na noite em que meus pais morreram, houve uma tempestade. Era como essa. Barulhenta. O vento levava o carro como se fosse uma pena. Meu pai perdeu o controle e o carro capotou.


Meu coração começou a bater mais rápido.


— Você estava com seus pais naquela noite?


— Eu estava no banco de trás. Quando aconteceu, as janelas explodiram e o vento estava muito barulhento, e fiquei com medo. Ficava perdendo a consciência, mas eu estava com tanto frio que conseguia ouvir o vento assombrando... e nunca parava. — Sua voz baixou. — Eu sabia que eles estavam mortos, e eu estava sozinha e presa.


Minha garganta se apertou com a dor em sua voz. Ela nunca tinha me dito nada daquilo até agora.


— Você estava machucada?


Em silêncio, ela pegou minha mão e pressionou no topo de sua perna. Debaixo do tecido fino de sua camisola, eu podia sentir uma cicatriz comprida e contorcida descer pelo lado de fora de sua coxa.


— Tive uma concussão e minha perna foi amassada quando o carro capotou. Precisei de duas cirurgias, mas sobrevivi. — Ela limpou a garganta. — Por isso que às vezes tropeço ou perco meu equilíbrio. Ela trava.


Todas as vezes que eu zombei dela, virei os olhos e a observei se esforçar para se levantar passaram por minha mente. Vergonha, quente e fervilhante, fez-me apertar os braços e baixar o rosto em seu pescoço.


— Desculpe, docinho.


— Não é sua culpa.


— Não. Desculpe pelo que você passou, mas não é disso que estou falando.


— Oh — ela respirou, sabendo o motivo de minhas desculpas. — Bom, você não sabia.


— Nunca me preocupei em perguntar, no entanto, não é?


— Acho que não.


— Me perdoe por isso.


— Perdoei.


 



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Autor(a): Primasvondy

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Virei-a de costas, ficando acima dela, olhando seu rosto na escuridão. Os flashes de luz dos raios iluminavam seu rosto pálido, e as lágrimas escorriam de seus olhos. — Me perdoe por tudo, Dulce. — Eu perdoei. — Como? — Sussurrei. — Como consegue perdoar assim? Como consegue ficar perto de mim? — Porque você ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 1078



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  • anne_mx Postado em 15/10/2020 - 00:40:36

    Que história lindaaaa, tenho acompanhado O Jogador e confesso que também estou apaixonada, obrigada por tantas histórias inspiradoras <3

    • Primasvondy Postado em 20/10/2020 - 09:30:36

      Ahhh, fico feliz que tenha gostado. Eu amo compartilhar com Vcs essas histórias maravilhosas.

  • gabie Postado em 05/10/2020 - 08:00:44

    E já vou partir pra próxima. Até lá

    • Primasvondy Postado em 05/10/2020 - 10:45:34

      Te espero lá, bjx e muito obrigada!

  • gabie Postado em 05/10/2020 - 08:00:24

    Ameeei demais essa história

    • Primasvondy Postado em 05/10/2020 - 10:45:15

      Ahhh que bom!

  • gabie Postado em 05/10/2020 - 07:59:54

    Miga, parabéns. Essa conseguiu superar egomaníaco pra mim

    • Primasvondy Postado em 05/10/2020 - 10:45:06

      Sério? Sou cadelinha Egomaniaco haha

  • gabie Postado em 05/10/2020 - 07:59:20

    Eu sabia que vinha baby vondy

    • Primasvondy Postado em 05/10/2020 - 10:44:50

      Tinha que vir né?

  • gabie Postado em 05/10/2020 - 07:59:05

    AI QUE PERFEITAAA

    • Primasvondy Postado em 05/10/2020 - 10:44:39

      Ne verdade?

  • thailavondy Postado em 05/10/2020 - 00:23:07

    O mais legal é que eu leio adaptada depois quero o livro hahahaha culpa sua

    • Primasvondy Postado em 05/10/2020 - 10:44:17

      A LOKAAA

  • thailavondy Postado em 05/10/2020 - 00:22:40

    Aí amiga eu não canso de te agradecer por adaptar tantas boas histórias! Estou encantada

    • Primasvondy Postado em 05/10/2020 - 10:44:06

      Vc sabe minha luta né? Obrigada por acompanhar mesmo já tendo lido antes *-*

  • taianetcn1992 Postado em 04/10/2020 - 23:38:13

    gente que linda, ja terminei aqui e ja vou para &quot; o jagador&quot;, todas as webs que vc escreveu eu favoritei

    • Primasvondy Postado em 05/10/2020 - 10:43:23

      Ounnn, que bom! Obrigada *-*

  • capitania_12 Postado em 04/10/2020 - 17:03:46

    Aaaaaaaah não. Terminou.. Quero te desejar meus parabéns,essa fanfic foi sensacional . sucessoooooo

    • Primasvondy Postado em 04/10/2020 - 17:27:47

      Ahhh que bom! Te espero na outra hein... É bem hot, do jeitinho que a gente gosta.


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