Fanfic: O Contrato - Vondy (Adaptada) [Terminada] | Tema: Vondy

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Christopher

 Annie recebeu uma ligação de Poncho enquanto tomávamos café da manhã, dizendo que ele ficaria fora até domingo. Com a tempestade à nossa volta, asseguramos a ela que ela era bem-vinda a ficar até que ele viesse pegá-la no dia seguinte. Não havia outra opção. Além disso, ela fez Dulce rir, e eu gostava do som que ouvia. Queria que acontecesse mais vezes.

Nós três fomos ver Penny enquanto a tempestade diminuía, leve e controlada. Insisti em comer cheeseburgers, deixando escapar quantas vezes deixei de comê-los por ela. Dulce ficou chocada ao perceber a quantidade de vezes que eu cheguei em casa sem dizer uma palavra. Seus olhos brilharam com apreciação quando ela se esticou e me beijou, pegando-me de guarda baixa. Puxei-a para mais perto e aproveitei toda a vantagem do fato de termos um público cativo com Annie, beijando-a até ela ficar vermelha e envergonhada. Annie piscou para mim conforme peguei uma sacola pesada de hambúrgueres com um sorriso amplo.

Penny estava quieta, mas lúcida, quando chegamos. Ela riu quando ofereci uvas para Joey. Ele gostava de pegá-las, e eu não tinha de cortar nada ou subornar Tami para fazer isso para mim. Certamente, a loja de chocolate que eu frequentava havia explodido nas vendas nas últimas semanas, e os funcionários sempre esperavam que eu trouxesse toda visita. Eu nunca os decepcionava.

Annie estava parecendo mais ela mesma, amigável e tagarela, entretendo Penny com histórias de sua família. Deu-me a chance de sentar e observar Dulce com Penny. Ela se sentou ao seu lado, segurando sua mão. Ela segurava o rosto de Penny, passava a mão em sua testa, alisando os cabelinhos enquanto elas conversavam ou riam. Ela brincava e encorajava Penny a comer, colocando um guardanapo sob seu queixo quando ela brigava com ela por fazer sujeira. Penny torceu o nariz para ela.

— Pare de ser tão mandona, minha Dul.

— Ela é autoritária — murmurei. — Ela me fala isso o tempo todo.

— Dou o troco — Dulce riu.

— É para isso que servem as esposas! — Annie riu.

Dulce e eu congelamos. Nunca mencionamos estar casados para Penny. Nossos olhares se encontraram por cima de sua cabeça, sem saber o que fazer em seguida. Penny se sentou, esquecendo-se de seu almoço. Olhou para nós dois.

— Vocês são casados? — Ela se virou para Dulce. — Você se casou e não me contou? Dul, você está grávida?

Dulce balançou a cabeça.

— Não, Penny, não estou grávida.

— Mas está casada.

— Sim.

Penny olhou para mim, empurrando sua bandeja de comida para longe.

— Gostaria de falar com minha filha em particular.

Fiquei andando de um lado para o outro no corredor, meus olhos fixos na porta fechada. Com um gemido, apoiei contra a parede, deixando minha cabeça cair na superfície dura.

— Christopher, me desculpe — Annie pediu. — Não fazia ideia de que ela não sabia. Nunca passou pela minha cabeça que ela não soubesse.

— Claro que não.

— Ela não sabia? Não tinha simplesmente esquecido?

Eu queria mentir e dizer que tínhamos contado para Penny. Que a doença era a culpada, não a gente. Só que estava ficando cansado de mentiras. Saí de perto da parede, esfregando minha nuca.

— Dulce passou por uma época difícil na adolescência. Há mais em sua história do que o que você sabe, mas é a história dela para contar. Penny é tudo para ela, e estava tentando proteger seu bem-estar.

Ela assentiu, esperando que eu continuasse.

— Eu que incentivei, Annie. Eu a persuadi. Eu estava sempre à frente dela no relacionamento inteiro. Ela não queria que eu conhecesse Penny de primeira, até ela ter certeza. — Passei a mão em meu topete.

— Forcei a barra e vim ver Penny sem ela saber. Eu queria saber mais sobre a mulher que ajudou Dulce. Forcei tudo. Me casei com ela rápido, antes que ela mudasse de ideia. Dulce estava preocupada que Penny pensasse que tinha sido muito rápido, então decidi ficar quieto por um tempo e deixar Penny se acostumar comigo.

— E eu estraguei tudo.

Dei de ombros.

— Nós deveríamos ter assumido as consequências e contado a ela. É nossa culpa. A porta se abriu, e Dulce saiu.

— Christopher, você pode entrar?

— Merda — xinguei baixinho. — Se eu não sair inteiro, cuide de Dulce para mim.

Annie me lançou um olhar solidário e bateu em meu ombro. Na porta, Dulce colocou a mão em meu braço.

— Sinto muito.

Apertei os dedos dela.

— Está tudo bem.

Entrei, Dulce logo atrás de mim. Eu havia encarado clientes bravos em salas de reunião. Ficado à frente de salas de conferência cheias de olhares hostis esperando que eu falhasse na apresentação. Fiz tudo isso sem uma gota de suor. Mesmo assim, à frente da idosa com olhar severo, eu estava suando e apertando a mão da minha esposa como um talismã. Penny focou o olhar em mim.

— Você se casou com minha Dul.

— Sim.

— Sem minha permissão.

— Sim.

— Por quê?

— Eu nunca tinha feito isso. Não sabia que tinha de pedir...

Ela acenou.

— Oh, você não é rápido assim sempre, não é, meu jovem? Engoli.

— Como?

— Por que se casou com ela?

— Eu não podia viver sem ela.

— E não disse nada porque...?

Eu não fazia ideia do que Dulce havia dito, mas senti que precisava me manter perto da verdade. Encolhi-me, encarando os olhos de Penny.

— Eu me casei com ela rápido porque não queria perdê-la. Precisava dela em minha vida. Estávamos preocupados que você não aprovasse, mas esperava que, quando me conhecesse, poderia concordar com o pensamento de me casar com ela.

— Ela é boa demais para você.

— Sei bem disso.

— Você deveria ter me pedido primeiro.

— Tem razão, deveria. Peço perdão.

— Ela diz que está feliz.

— Também estou. — Olhei para Dulce, surpreso pelo fato de ser verdade. — Ela sempre me surpreende.

Penny fungou.

— Só espere. Ainda não viu nada.

— Posso imaginar.

— Estou de olho em você.

— Devidamente anotado.

— Certo. Agora você me deve um bolo.

— Bolo?

Dulce deu um passo à frente, descansando uma mão em meu ombro. Reparei que seus anéis estavam no lugar, vê-los me fez sorrir por algum motivo. Eu nunca tinha tirado os meus, e Penny nunca questionara. Sem pensar, beijei sua mão, e a ação fez Penny sorrir.

— Sempre comemoramos coisas boas com bolo.

— Então é uma coisa boa? Eu sou uma coisa boa?

Penny deu um tapinha no meu rosto.

— Dependo de você para cuidar dela por mim.

— Vou cuidar.

— Agora, aquele bolo?

— Pode deixar.

— Chocolate — Penny insistiu.

Passei o dedo em sua bochecha aveludada.

— Como se houvesse outro tipo.