Fanfics Brasil - Capítulo 7 O Contrato - Vondy (Adaptada) [Terminada]

Fanfic: O Contrato - Vondy (Adaptada) [Terminada] | Tema: Vondy


Capítulo: Capítulo 7

51 visualizações Denunciar


Dulce


— Não entendo — murmurei no telefone, tentando permanecer calma. — Não recebi nenhum recado sobre esse aumento.


— Eu sei, srta. Saviñón. Só recebemos as instruções há dois dias, e é por isso que estou ligando para informar da mudança.


Engoli o nó em minha garganta. Quatrocentos dólares a mais por mês. Eu precisava pagar quatrocentos dólares a mais.


— Você me ouviu, srta. Saviñón?


— Desculpe.... Poderia repetir?


— Eu disse que a nova taxa começará a ser cobrada no dia primeiro. Olhei para o calendário. Era daqui a duas semanas.


— Isso é legal?


— É uma instituição privada, srta. Saviñón. Uma das melhores da cidade, mas têm suas próprias regras. Há outros lugares onde você pode procurar para mudar sua tia, uns que são administrados pelo governo com taxas fixas.


— Não — insisti. — Não quero fazer isso. Ela está muito bem cuidada e adaptada.


— Os funcionários são os melhores. Há outros quartos, semi particulares, nos quais você poderia colocá-la.


Esfreguei minha cabeça com frustração. Aqueles quartos não tinham uma vista do jardim, ou um espaço para os cavaletes e os livros de arte de Penny. Ela ficaria muito infeliz e perdida. Eu precisava mantê-la no quarto particular, independentemente do quanto custasse.


O sr. Von Uckermann entrou no escritório, olhando para mim. Hesitei antes de dizer alguma coisa, incerta se ele iria parar, mas ele continuou andando e entrou em sua sala, fechando a porta com um clique discreto. Ele não me vira, não que o fizesse normalmente, a menos que fosse para gritar ou xingar, então eu só poderia presumir que a ligação estranha que ele fez tivesse sido aceitável.


— Srta. Saviñón?


— Desculpe. Estou no trabalho, e meu chefe chegou.


— Você tem mais alguma pergunta?


Eu queria gritar para ela e dizer: Sim! De onde acha que posso tirar mais quatrocentos dólares para dar a você? Mas eu sabia que seria inútil. Ela trabalhava no departamento de contabilidade; não participava das decisões.


— No momento, não.


— Você tem nosso número.


— Sim, obrigada. — Desliguei. Eles certamente tinham o meu número.


 Olhei para minha mesa e minha mente foi longe por um instante. Eles me pagavam bem na Bustamante Inc. — eu era uma das assistentes pessoais mais bem pagas porque trabalhava para o sr. Von Uckermann. Era horrível trabalhar com ele — seu desgosto por mim era óbvio. No entanto, eu o fazia porque me dava dinheiro extra, o que ia tudo para Penny Johnson.


Passei o dedo na beirada do mata-borrão que eu mantinha na minha mesa. Já morava no lugar mais barato que pude encontrar. Cortava meu próprio cabelo, comprava minhas roupas em lojas de segunda mão, e minha dieta consistia em miojo e muita pasta de amendoim barata e geleia. Não reclamava de nada, usando toda oportunidade para economizar um pouco. Café era grátis no escritório, e sempre havia muffins e cookies. A empresa pagava meu celular e, quando estava calor, eu ia e voltava andando do trabalho, para economizar a tarifa do ônibus. De vez em quando, usava a cozinha em casa para assar cookies com os moradores e trazia um pouco para o trabalho para dividir. Era minha forma silenciosa de recompensar pelas comidas que eu roubava. Se houvesse uma despesa inesperada, havia dias em que eu só podia comer aqueles cookies e muffins. Verificava se tinha algum na sala de descanso antes de eu sair à noite que pudesse colocar no freezer do meu apartamento.


Pisquei para evitar as lágrimas que estavam se formando. Como eu iria conseguir mais quatrocentos dólares por mês? Eu já vivia de salário em salário. Sabia que não podia pedir aumento. Eu teria de conseguir um segundo emprego, o que significava menos tempo para gastar com Penny.


A porta para o lado de fora se abriu e Leon entrou, sua expressão estava raivosa.


— Ele já chegou?


— Sim.


— Está com alguém?


— Não, senhor. — Peguei o telefone, surpresa quando o sr. Von Uckermann não atendeu.


— Onde ele estava? — Ele perguntou.


— Como eu disse esta manhã, ele não me contou. Disse que era pessoal, então não era minha função perguntar.


Ele olhou bravo para mim, seus olhos estreitos quase desaparecendo.


— É a minha empresa, mocinha. Tudo que acontece aqui é da minha conta. Da próxima vez, pergunte. Entendeu?


Mordi a língua para não mandá-lo se foder. Em vez disso, assenti, aliviada quando ele marchou e passou por mim, batendo a porta do escritório do sr. Von Uckermann.


Suspirei. Aquela porta batia tanto que eu tinha de fazer manutenção nela quase todo mês. Alguns minutos depois, Leon bateu de novo, saindo xingando baixinho. Eu o observei sair, uma sensação ansiosa se formou em meu estômago. Se ele estava de mau humor, significava que o sr. Von Uckermann estava de mau humor. E isso significava apenas uma coisa: logo ele estaria gritando comigo por algum erro que ele pensava que eu cometera hoje.


Baixei a cabeça. Eu detestava minha vida. Detestava ser uma assistente pessoal. Principalmente uma assistente pessoal do sr. Von Uckermann. Eu nunca havia conhecido ninguém tão cruel. Nada que eu fazia era suficiente — certamente insuficiente para receber um agradecimento ou um sorriso forçado. Na verdade, eu tinha certeza de que ele nunca sorrira para mim no ano todo em que trabalhava para ele. Eu conseguia me lembrar do dia em que Leon me convocou para seu escritório.


— Dul — ele olhou firme para mim —, como você sabe, Lee Stevens está saindo. Vou realocá-la a outro representante, Christopher Von Uckermann.


— Oh. — Eu ouvira histórias terríveis sobre Christopher Von Uckermann e seu temperamento, e estava nervosa. Ele demitia as assistentes pessoais rapidamente. No entanto, realocação era melhor do que nenhum emprego. Eu tinha, finalmente, encontrado um lugar para Penny em que ela era feliz, e não queria tirar isso dela.


— O salário é maior do que ganha agora e do que o das outras assistentes pessoais. — Ele se referia a mim como se parecesse um ótimo aumento, mas aquela quantia significava que eu podia dar a Penny seu próprio quarto.


Certamente, o sr. Von Uckermann não poderia ser tão ruim assim.


Como eu estava enganada. Ele tornava minha vida um inferno, e eu aguentava — porque não tinha outra opção.


Ainda não.


Meu interfone tocou, e estabilizei meus nervos.


— Sr. Von Uckermann?


— Preciso de um café, srta. Saviñón.


— Mais alguma coisa, senhor?


— Alguns minutos de seu tempo.


— Agora mesmo.


Carregando seu café, aproximei-me de seu escritório tremendo. Bati, entrei só quando ele me autorizou a entrar. Seus comentários grosseiros foram falados por dias por causa daquela infração.


 


Certifiquei-me de que minha mão tremia conforme eu colocava o café diante dele e preparava meu caderno, esperando as instruções dele.


— Sente-se, srta. Saviñón.


Meu coração martelava. Ele finalmente convenceu Leon a deixá-lo me demitir? Eu sabia que ele estava tentando fazer isso desde a primeira semana em que trabalhei para ele. Tentei manter minha respiração regular. Eu não podia perder aquele emprego. Precisava dele.


Sentei-me antes de minhas pernas cederem e limpei minha garganta.


— Há algum problema, sr. Von Uckermann? Ele mexeu o dedo no espaço entre nós.


— O que discutirmos neste escritório, confio que permanecerá confidencial.


— Sim, senhor.


— Preciso falar com você sobre uma questão pessoal.


Fiquei confusa. Ele nunca falava comigo sobre nada a não ser gritar suas ordens.


— Tudo bem?


Ele olhou em volta, parecendo incomumente nervosa. Fiquei analisando-o enquanto ele organizava seus pensamentos. Ele era ridiculamente bonito. Bem mais alto que 1,80 metro, ombros largos, cintura fina — ele era o modelo de como fazer um terno cair bem. Estava barbeado na maior parte do tempo; apesar de às vezes, como hoje, sua mandíbula estar com um ou dois dias sem fazer, o que enfatizava seus traços fortes. Ele mantinha seu cabelo castanho-claro de lado, mas mais comprido em cima, e tinha um topete, fazendo com que uma parte caísse em sua testa. Uma imperfeição que só o tornava mais perfeito. Ele a colocava para trás quando estava agitado, que era a forma como agia naquele momento. Sua boca era grande, seus dentes, brancos, e seus lábios eram tão grossos que eu sabia que muitas mulheres os invejavam. Seus olhos cor de mel olharam para mim, e ele endireitou os ombros, mais uma vez no controle.


— Preciso pedir uma coisa a você. Ao fazer isso, colocarei muita confiança em sua discrição. Preciso saber se vai honrar minha confiança.


Pisquei para ele. Ele queria me pedir algo? Não iria me demitir? Um leve tremor de alívio passou por meu corpo, que relaxou um pouco.


— É claro, senhor. O que eu puder fazer.


Seus olhos travaram os meus. Eu nunca reparara como as cores de seus olhos se alternavam com a luz — uma mistura de cinza, verde e azul. Normalmente, eles estavam tão escuros com raiva, que nunca o encarei por mais de um ou dois segundos. Ele pareceu me analisar por um instante, depois assentiu. Ele pegou um de seus cartões e escreveu algo atrás, entregando a mim.


— Preciso que vá neste endereço esta noite. Pode estar lá às sete?


Olhei para o cartão, notando que o endereço não era longe de onde eu visitaria Penny após o trabalho.


Para chegar lá às sete, no entanto, teria de ficar pouco com ela.


— Há algum problema? — Ele perguntou, sua voz sem a hostilidade comum. Ergui meu olhar e decidi ser honesta.


— Tenho um compromisso depois do trabalho. Não sei se consigo chegar à sete.


Esperei sua ira. Aguardei ele balançar a mão no ar e exigir que eu cancelasse qualquer plano e estivesse onde ele precisava que eu estivesse às sete. Fiquei surpresa quando ele só deu de ombros.


— Sete e meia? Oito? Assim você consegue?


— Conseguiria às sete e meia.


— Tudo bem. Te vejo às sete e meia. — Ele se levantou, indicando que essa reunião esquisita havia acabado. — Vou me certificar de que meu porteiro saiba que você está chegando. Ele vai mandá-la direto para cima.


Tudo o que eu podia fazer era não engasgar. Seu porteiro? Ele estava pedindo para eu ir à casa dele? Levantei-me, desconcertada.


— Sr. Von Uckermann, está tudo bem?


Ele me olhou com um olhar estranho.


— Com sua colaboração, ficará, srta. Saviñón. — Ele olhou para o relógio. — Agora, com licença, tenho uma reunião há uma hora.


Ele pegou sua caneca.


— Obrigado pelo café e por seu tempo.


Ele me deixou olhando para ele, imaginando se eu tinha entrado em um universo alternativo.


Nunca, em um ano que eu trabalhava para ele, ele havia agradecido. O que estava acontecendo?



Compartilhe este capítulo:

Autor(a): Primasvondy

Este autor(a) escreve mais 15 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?

+ Fanfics do autor(a)
- Links Patrocinados -
Prévia do próximo capítulo

Bom dia minhas amoraaaas! Amando que estão chegando gente nova por aqui!!! Me digam o que estão achando da história! Comentem muito e eu volto... Beijos... Dulce   Fiquei do outro lado da rua do prédio do sr. Von Uckermann, olhando para a estrutura alta. Era intimidador e emanava riqueza — todo vidro e concreto pintado agigantavam-s ...


  |  

Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 1078



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • anne_mx Postado em 15/10/2020 - 00:40:36

    Que história lindaaaa, tenho acompanhado O Jogador e confesso que também estou apaixonada, obrigada por tantas histórias inspiradoras <3

    • Primasvondy Postado em 20/10/2020 - 09:30:36

      Ahhh, fico feliz que tenha gostado. Eu amo compartilhar com Vcs essas histórias maravilhosas.

  • gabie Postado em 05/10/2020 - 08:00:44

    E já vou partir pra próxima. Até lá

    • Primasvondy Postado em 05/10/2020 - 10:45:34

      Te espero lá, bjx e muito obrigada!

  • gabie Postado em 05/10/2020 - 08:00:24

    Ameeei demais essa história

    • Primasvondy Postado em 05/10/2020 - 10:45:15

      Ahhh que bom!

  • gabie Postado em 05/10/2020 - 07:59:54

    Miga, parabéns. Essa conseguiu superar egomaníaco pra mim

    • Primasvondy Postado em 05/10/2020 - 10:45:06

      Sério? Sou cadelinha Egomaniaco haha

  • gabie Postado em 05/10/2020 - 07:59:20

    Eu sabia que vinha baby vondy

    • Primasvondy Postado em 05/10/2020 - 10:44:50

      Tinha que vir né?

  • gabie Postado em 05/10/2020 - 07:59:05

    AI QUE PERFEITAAA

    • Primasvondy Postado em 05/10/2020 - 10:44:39

      Ne verdade?

  • thailavondy Postado em 05/10/2020 - 00:23:07

    O mais legal é que eu leio adaptada depois quero o livro hahahaha culpa sua

    • Primasvondy Postado em 05/10/2020 - 10:44:17

      A LOKAAA

  • thailavondy Postado em 05/10/2020 - 00:22:40

    Aí amiga eu não canso de te agradecer por adaptar tantas boas histórias! Estou encantada

    • Primasvondy Postado em 05/10/2020 - 10:44:06

      Vc sabe minha luta né? Obrigada por acompanhar mesmo já tendo lido antes *-*

  • taianetcn1992 Postado em 04/10/2020 - 23:38:13

    gente que linda, ja terminei aqui e ja vou para &quot; o jagador&quot;, todas as webs que vc escreveu eu favoritei

    • Primasvondy Postado em 05/10/2020 - 10:43:23

      Ounnn, que bom! Obrigada *-*

  • capitania_12 Postado em 04/10/2020 - 17:03:46

    Aaaaaaaah não. Terminou.. Quero te desejar meus parabéns,essa fanfic foi sensacional . sucessoooooo

    • Primasvondy Postado em 04/10/2020 - 17:27:47

      Ahhh que bom! Te espero na outra hein... É bem hot, do jeitinho que a gente gosta.


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.


- Links Patrocinados -

Nossas redes sociais