Fanfic: Encontrada (2ª temporada) (Adaptação - Vondy) | Tema: Vondy

Christopher: Sinto muito pela demora. A culpa foi toda minha. - Ele puxou a cadeira em frente à irmã para que eu me sentasse. - Distraí-me com Dulce.

Sebastian: É perdoável - Sebastian abafou a risada. - Haja vista o quão adorável é sua esposa.

Ninel: Que comentário mais inapropriado, Sebastian - recriminou-o Ninel, exibindo uma carranca. - Ainda mais com Anahí à mesa.

Anahí: Mas eu concordo com o primo Sebastian, tia Ninel. Minha nova irmã é fascinante.

Christopher me lançou um olhar cheio de significado conforme se sentava ao meu lado.

Christopher: Dulce é única, Sebastian. E até hoje não encontrei uma única alma que resistisse a seus encantos. - Então ele refletiu melhor, fitando a tia de esguelha. – Bem, talvez uma.

Eu revirei os olhos evitando grunhir. Christopher era tão exagerado quando o assunto era... bom, eu. A senhora Albuquerque definitivamente não me tinha entre suas pessoas favoritas. Nem o padre Antônio, me lembrei depressa.

Christopher: Você está estonteante esta manhã - murmurou Christopher, para que apenas eu ouvisse.

Dulce: Valeu. – Senti minhas bochechas esquentarem. – Tive uma noite muito boa.

Foi a vez dele de corar, mas um brilho orgulhoso fez seus olhos reluzirem e os ombros ficarem mais largos e eretos.

Sebastian: Teve muita sorte, Christopher. - Sebastian partiu um pãozinho doce, mas me encarava com curiosidade. - É raro encontrar uma dama com quem se possa manter uma conversa interessante.

Ninel: Sebastian! Chega de tanta bobagem! - repreendeu sua mãe, ruborizando. - Há jovens incrivelmente agradáveis em nosso círculo social. Conhecemos as damas mais bem-educadas deste país, não há como qualquer uma delas ser entediante.

Sebastian: A senhora ficaria surpresa... - resmungou, passando manteiga no pãozinho.

Anahí: Já sabem que os Boyer pretendem oferecer um baile para tia Ninel e Sebastian? - contou Anahí, animada. - Estão todos muito empolgados com a ideia.

Dulce: Aposto que sim. Angelique adora um baile. Ela vai se amarrar. - Mordi uma rosquinha.

Sebastian: Perdoe-me, senhora Uckermann, mas não entendi sua colocação - disse o rapaz que parecia um bocado com Christopher, mas sem todo o borogodó do meu marido. Christopher era meu marido. Eu ainda não conseguia acreditar nisso. - A senhorita Angelique será amarrada?

Eu ri, assim como fez Christopher. Foi ele quem respondeu ao primo:

Christopher Minha esposa quis dizer que a senhorita Angelique ficará feliz em oferecer um baile a você e à sua mãe.

Anahí: Uma pena que não poderão comparecer por causa da viagem - lamentou Anahí. - Seria tão mais divertido se Dulce estivesse presente.

E perigoso, eu quis acrescentar.

Christopher: Decidimos adiar a viagem, Anahí - Christopher contou a ela, me passando uma xícara de café fumegante.

Dulce: Valeu - agradeci.

Anahí: Ora, meu irmão, mas por quê? Já está tudo preparado, os baús, a comida... Não me diga que adiaram por minha causa! - exclamou Anahí, sem graça.

Christopher: Não foi esse o motivo, Anahí - Christopher lhe garantiu. - Surgiu um problema no estábulo.

Anahí: Mas eu pensei que estivesse tudo em ordem.

Dulce: Eu também - suspirei.

Christopher voltou a atenção para mim e, no mesmo instante, me arrependi de não ter mantido a boca fechada. Ele também não estava contente com o adiamento.

Christopher: Sinto muito se a desapontei. Mas eu preciso fazer o que é necessário. - Ele desviou o olhar para a xícara de café à sua frente.

Dulce: Christopher, eu não quis...

Então Angelique entrou na sala sem aviso, o rosto afogueado, os cabelos ligeiramente desalinhados. Christopher e Sebastian se levantaram, fazendo uma mesura. Ela retribuiu o gesto com menos graça que o habitual.

Angelique: Desculpem-me por interrompê-los desta maneira - disse ela. - Mas recebi seu recado, senhorita Anahí, e vim o mais rápido que pude!

Anahí: Ah, Angelique, não pretendia alarmá-la. Imagino que não tenha sido clara o bastante em meu bilhete. Queria apenas sua companhia. Não era preciso vir tão depressa. Sente-se, por favor, e coma conosco.

Angelique assentiu com a cabeça e se sentou de frente para mim. Então ergueu os olhos em minha direção e sorriu, corando um pouco, como se tivesse feito algo embaraçoso. Ou como se eu tivesse feito, o que era bem mais provável.

Dulce: O que foi, Angelique?

Angelique: Não parece estar sofrendo - sussurrou ela.

Dulce: E por que eu estaria? Acabei de me cas... - Então me lembrei da reação de Belinda com relação à noite de núpcias e tive que rir. - Ah, Angelique, a gente precisa ter uma conversinha um dia desses.

Ninel: O que tanto resmunga, senhorita Angelique? - berrou Ninel.

Angelique: Oh, estava apenas elogiando a aparência da senhora Uckermann, senhora.

Christopher pousou a mão sobre a minha e seu polegar acariciou a parte de dentro do meu pulso, fazendo meus batimentos cardíacos voarem. Aquele sorriso especial, que ele dedicava só a mim, iluminou seu rosto.

Sebastian: Se me permite a ousadia, senhorita Angelique - Sebastian a observava com certo fascínio. - Sua aparência também é muito agradável neste momento.

Angelique: Saí às pressas - Angelique respondeu a Sebastian, corando de leve. - Creio que meu penteado tenha se desfeito no caminho.

O rapaz avaliou a cabeça da garota com um brilho no olhar.

Sebastian: Seus cabelos são encantadores - murmurou ele antes de desviar os olhos.

Angelique O senhor é muito gentil, senhor Uckermann - ela piscou algumas vezes, ajeitando, toda coquete, um cacho que lhe escapava do coque.

Eu agarrei a faca de manteiga e a apertei com força.

Anahí: O outro senhor Uckermann - Anahí fez com os lábios. - Sebastian.

Dulce: Ah! - Eu não conseguia entender por que o pessoal do século dezenove gostava tanto de complicar as coisas. Sério.

Ninel pousou a xícara sobre o pires sem nenhuma delicadeza, atraindo a atenção de todos.

Ninel: Acredito que a negligência não deva ser enaltecida, e sim punida - falou ela.

Angelique se encolheu na cadeira, abaixando os olhos, e eu quis matar a Ninel. Os cabelos de Angelique, apesar de ligeiramente despenteados, estavam mais arrumados do que os meus jamais estiveram, exceto no casamento, graças à mágica de Anahí.

Dulce: Claro que acredita - resmunguei, pegando a xícara à minha frente.

Ninel: Muxoxos deselegantes deveriam receber o mesmo tratamento - alfinetou a mulher.

Tomei um gole de café.

Dulce: Eu disse que é claro que a senhora acredita. Ainda bem que é a única. Porque Angelique está linda. Acho até que está mais bonita agora do que quando todos os fios estão em seu devido lugar.

Os olhos da mulher se estreitaram e faiscaram de irritação.

Ninel: Não me surpreende que pense assim. É o que nos difere, senhora Uckermann. Sempre busquei a perfeição! - O que sem dúvida era um caso perdido, dada a forma como se maquiava, mas achei melhor não comentar. - Não há desculpas para uma dama aparecer em público com os cabelos em desalinho. - E obviamente era para meu rabo de cavalo malfeito que a mulher olhava.

Christopher se empertigou ao meu lado.

Christopher: Assim como não há desculpas para uma dama apontar supostas falhas alheias diante de uma platéia - disse ele, aborrecido. E, para pôr um ponto-final na conversa, dirigiu-se ao primo: - Como vão os negócios, Sebastian? Soube que as sacas de café tiveram um aumento bastante significativo.

Os dois começaram a falar sobre as plantações de Sebastian enquanto Anahí e Angelique trocavam olhares.

Madalena entrou na sala, fez uma reverência rápida e nervosa, secando as mãos no avental verde preso à larga cintura. Imaginei que ela quisesse falar com Christopher, mas estava enganada.

Madalena: Senhora Uckermann, perdoe-me por interromper, mas há uma visita à sua espera.

Dulce: Dulce - corrigi. - Visita pra mim?

Ela fez que sim.

Dulce: Pedi para que aguardasse na sala.

Christopher interrompeu a conversa com o primo e me lançou um olhar interrogativo, provavelmente ponderando o mesmo que eu. Quem desejaria me ver no século dezenove se eu não conhecia quase ninguém?

Dulce: Bom, é melhor ir ver quem é. - Eu fiquei de pé. - Já volto - avisei a Christopher.

Ele assentiu uma vez e, com a testa franzida, ficou me observando deixar a sala.

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