Fanfic: Encontrada (2ª temporada) (Adaptação - Vondy) | Tema: Vondy

Enquanto eu tentava colocar os pensamentos em ordem e minha raiva se dissipava, Christopher já estava longe, oferecendo o braço, impaciente, a Ninel, e juntos eles atravessaram o salão.

O dr. Almeida se aproximou ajeitando as lapelas.

Dr. Almeida: Se não se importar com a minha falta de jeito... - começou ele.

Dulce: Não precisa fazer isso, doutor. Tô numa boa. - Tentei sorrir, mas não fui capaz. As palavras de Christopher rodopiavam em minha cabeça me deixando zonza. Ele acreditava na maldição. Ele a temia. Ele se manteria longe...? - Doutor, voltando ao assunto das noivas, o senhor acredita na maldição?

Dr. Almeida: Como cientista, não. Pessoalmente, não sei o que pensar.

Então éramos dois.

Devia ter uma explicação para o que estava acontecendo com as recém-casadas.

Acreditar que tudo era causado por uma maldição era o mesmo que... que... acreditar que uma garota poderia viajar no tempo por um celular.

****: Senhorita Anahí? - chamou um rapaz magro e alto, meio encurvado, de pescoço longo, me tirando do redemoinho de pensamentos. Ele fez uma mesura para Anahí. - Me concederia a honra de uma d-dança?

Sebastian: Lamento, meu rapaz, mas terá de esperar. Esta dança já me foi prometida há tempos, não é mesmo, prima? - Sebastian ofereceu-lhe o braço.

Anahí: Sim, Sebastian. E agradeço o convite, senhor Prachedes.

Prachedes: A s-segunda, então? - insistiu Prachedes.

Anahí: Sim, será um prazer.

Sebastian: Bem, senhorita Angelique, espero que reserve uma dança para mim - anunciou Sebastian, ao se soltar dela.

Angelique: É claro, senhor Uckermann.

Alfonso ficou observando o casal se dirigir para a pista de dança, ou seja lá que nome se dê a isso no século dezenove, com os olhos faiscando de ciúme.

Prachedes se dirigiu à Angelique:

Prachedes: Concede-me a honra?

Angelique: É claro, senhor. - E se obrigou a sorrir.

Era tão óbvio que Angelique tinha se apaixonado por Sebastian, e ele era o único que parecia não se dar conta disso. Eu ainda não fazia a menor ideia dos sentimentos de Anahí, muito menos dos do primo. Mas Alfonso, ao que parecia, compreendia a situação melhor do que eu e não estava gostando nada do resultado. E Christopher, meu marido, o cara que era o meu mundo, não me contava coisas importantes. Nem eu a ele.

Às vezes se apaixonar é uma droga.

Ali perto, logo atrás dos Boyer, Suelen e Najla faziam gestos para alguém se aproximar. Dei uma olhada para trás, mas não vi ninguém. Então Suelen apontou para mim e sorriu meio insegura.

Dulce: Já volto – avisei ao dr. Almeida, que fez um aceno educado com a cabeça.

Suelen estava linda, de vestido branco e com grandes cachos vermelhos que lhe caíam pelos ombros, presos no topo da cabeça por uma presilha de pedras brilhantes. Najla parecia uma princesa, toda envolta em creme, o que destacava sua beleza e fazia reluzir seus cabelos, agora presos em um coque frouxo e com pequenas molinhas castanhas emoldurando seu rosto delicado em formato de coração.

Dulce: Vocês estão lindas! - exclamei assim que as alcancei.

Suelen: Sim, e devemos isso a você! - Suelen contou eufórica. - Mas nosso produto está acabando e gostaríamos...

Najla: Se não fosse abusar de sua bondade... - emendou Najla.

Suelen: Que nos fornecesse mais! - Suelen pulou e bateu palminhas.

Najla: Pagamos quanto for necessário!

Eu gemi. Agora que sabia que Christopher não estava com problemas financeiros, tudo mudara. Ele não precisava da minha ajuda. Em nenhum aspecto. Entretanto, eu ainda tinha que saldar minha dívida na joalheria e não fazia ideia de quanto ainda faltava, apesar do montante que recebera de seu Plínio naquela tarde.

Só até ter toda a grana para pagar o relógio, decidi.

Olhei para os lados, para me certificar de que ninguém ouvia nossa conversa. Todos estavam entretidos com outros assuntos, com bebidas ou com a sobremesa.

Dulce: Tá legal, mas vocês não podem contar pra ninguém. Estarei ferrada se alguém lá em casa souber que estou vendendo essas paradas. Então, por favor, não abram o bico.

Suelen olhou para Najla.

Suelen: Tenho quase certeza de que não entendi o que ela disse.

Najla: Suelen! - Najla censurou, mas sua testa também estava franzida. – Perdoe-me, senho... Dulce, acho que também não a compreendi.

Ah, pelo amor de Deus!

Dulce: É só fazerem o que estão fazendo agora, se alguém perguntar onde conseguiram o condicionador. Boca fechada.

As duas apertaram os lábios imediatamente, me fazendo rir.

Dulce: Tô falando dessa nossa negociação! Amanhã dou um jeito de ir até a vila e mando Isaac chamar vocês, tá bom?

Najla: Será muito gentil de sua parte. - Najla tocou meu braço. - E, por favor, leve três frascos para mim. Assim não precisarei incomodá-la por um bom tempo.

Suelen: Para mim também! - pediu Suelen. - Não sei o que farei quando papai vier me buscar. Não quero voltar a ter cabelos espigados.

Najla: Um mensageiro pode levar o produto até você - Najla sugeriu. - Ah, já a importunamos o suficiente. Muito obrigada pela generosidade, senh... Dulce. – As meninas deram aquela abaixadinha e saíram de braços dados, dando risadinhas adolescentes.

Eu me virei para voltar para junto do dr. Almeida, mas dei de cara com um peito engravatado. Um que não era lá muito firme. E cheirava a uísque.

Dimitri: Que crueldade ver tão bela dama desacompanhada em um baile - falou Dimitri, com a voz arrastada. - Terei muito gosto em acompanhá-la na próxima dança.

Dulce: Escuta, Dimitri, eu sei que você deve ser um cara legal e tudo mais, mas, sabe, eu sou casada e não tô a fim de confusão, então se liga e me deixa me em paz, sacou?

Ele piscou algumas vezes.

Dulce: Vai atormentar outra pessoa – esclareci.

Dimitri sorriu de um jeito meio embriagado.

Dimitri: Prefiro atormentar apenas as mulheres de beleza estonteante. E você, minha senhora, é a única aqui que se enquadra em tal categoria.

Revirei os olhos.

Dulce: Olha só, deixa eu explicar direito. Eu não tô a fim. - E o contornei para alcançar o meu grupo.

Porém ele não aceitou minha recusa. E, antes que eu pudesse escapar, me agarrou pelo pulso.

Dimitri: Tenho muito a lhe oferecer - falou com intensidade. - Noites inesquecíveis, jóias tão caras que nem mesmo a realeza...

Dulce: Quer fazer o favor de me soltar? - Girei o braço sem conseguir me livrar dele. Lancei um olhar ao redor e encontrei Christopher se contorcendo do outro lado do salão, tentando ver o que estava acontecendo comigo.

Ai, droga, ele não podia presenciar aquilo.

Dimitri: Tudo que tem de fazer é dispensar-me um pouco de sua atenção - prosseguia Dimitri.

Dulce: Qual é o problema com os caras deste século? Me solta, cacete!

A boca de Dimitri se abriu, atônita, e o aperto em meu pulso se afrouxou. Com um puxão me libertei e lancei a ele meu olhar mais assassino.

Dulce: Só não vou amassar a sua cara agora porque já joguei purê na sua mãe. Mas nunca mais encoste em mim, entendeu?

Dimitri: A senhora está tornando tudo muito mais interessante. Adoro um desafio, minha deliciosa Dulce. - Os olhos dele reluziram.

Dulce: É senhora Uckermann! - corrigi com um berro.

Alfonso: Senhora Uckermann, e a nossa dança? - Alfonso surgiu do nada, se interpondo entre nós dois. - Não esqueceu, não é mesmo?

Que dança? , eu quis perguntar, mas percebi a tempo que ele estava tenso e tudo que queria era me livrar de mais uma situação embaraçosa, sem criar um novo escândalo.

Dulce: Certo - assenti e dei o braço a ele.

Alfonso me levou até a beirada da pista, sem dizer uma única palavra. Christopher agora parecia mais tranquilo, mas não muito. Droga, o que eu diria caso ele perguntasse alguma coisa?

Alfonso: Eu não quis ser impertinente, mas, a distância, tive a impressão de que o senhor Romanov se excedia - ele falou sem jeito. - Espero que não tenha se ofendido.

Dulce: Imagina, Alfonso. E valeu por me ajudar. Você foi muito bacana, porque, juro por Deus, faltou isso aqui pra eu bater na cara dele e criar um novo rebuliço.

Alfonso riu e a música logo terminou. Eu fiquei na ponta dos pés para procurar Christopher, preocupada com o fato de que ele tivesse falado sério sobre se manter longe de mim. Mas Alfonso começou a me empurrar gentilmente, e, quando me dei conta, estávamos na fileira de casais à espera da próxima música.

Dulce: Ei, não precisa dançar comigo - sussurrei. - Você já fez muito.

Alfonso: Será um prazer, senhora Uckermann.

Dulce: Dulce. Meu nome é Dulce - corrigi, ainda procurando Christopher. Então o encontrei no canto oposto, me observando com um horror crescente. Por que ele estava em pânico?

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