Fanfic: Encontrada (2ª temporada) (Adaptação - Vondy) | Tema: Vondy
Christopher deu um soco no teto da carruagem. E parecia que aquele era o sinal para Isaac parar, mas o garoto já tinha reconhecido Sebastian e se antecipado.
Christopher: Dulce, fique aqui dentro - Christopher avisou.
Dulce: De jeito nenhum. Você cuida do Sebastian e eu procuro a Anahí.
Aflito, Christopher olhou para o céu através da janela, como se fizesse uma prece. Coloquei a mão em seu ombro.
Dulce: Não existe maldição, Christopher. E, mesmo que existisse, aqui não conta. Não estamos numa viagem de lua de mel. É uma missão de resgate.
Ele não se moveu, de modo que me estiquei para alcançar a alavanca e abrir a porta. Eu o empurrei para fora.
Dulce: Vamos! Sua irmã precisa da nossa ajuda! - E desci.
Aquilo pareceu surtir efeito, e Christopher partiu para cima do primo com raiva.
O ensopado Sebastian não pareceu notar a fúria de Christopher e soltou um “graças a Deus” antes que o punho de meu marido encontrasse seu queixo. Sua cabeça pendeu para trás.
Christopher: Covarde desprezível! Onde está a minha irmã? - Christopher o segurava pela lapela e o sacudia.
Sebastian: Christopher, não é o que...
pou!
Christopher: Onde está Anahí? - urrou.
Sebastian: Na carruagem! Fomos dopados! Nós dois. Pare e me escute! Fomos dopados!
Christopher já havia se preparado para desferir outro soco, mas se deteve. As gotas se acumulavam em seus cabelos e agora escorriam pelo seu rosto.
Sebastian: Fomos dopados - repetiu Sebastian, passando a mão na boca machucada. - Algo que mamãe colocou dentro do chá. Ela pretendia mentir ao pároco do nosso vilarejo, dizendo que desonrei sua irmã, e com isso obrigá-lo a nos casar!
Dulce: Como é? - ofeguei, passando a mão na testa para me livrar dos fios de cabelos grudados ao meu rosto.
Sebastian: Eu estava desmaiado - ele explicou, mortificado - Fui arrastado por mamãe e nosso cocheiro. Anahí também estava desacordada ao ser colocada dentro da carruagem. Quando despertei, já estávamos longe de sua propriedade. - Ele encarou o primo. - Eu não teria fugido! Que tipo de homem pensa que sou?
Christopher: Um que se insere sorrateiramente no quarto de uma jovem inocente no meio da noite! - acusou Christopher.
O rapaz se encolheu.
Sebastian: Tem razão. Pode continuar me esmurrando.
Christopher fez uma careta ao soltá-lo e correu para a carruagem. Tentei acompanhá-lo, mas o vestido absorvia muita água e ficou pesado demais, me obrigando a ficar para trás. Ele abriu a porta com violência, praguejou e socou a lateral do veículo.
Christopher: Elas sumiram - disse com ferocidade quando o alcancei.
Dulce: Vamos nos separar. Elas não podem estar longe. - Juntei as saias nas mãos e me preparei para correr.
Christopher me segurou pelo braço.
Christopher: Não, você vai voltar para a carruagem agora. Isaac e eu procuraremos Anahí.
Sebastian: E eu - disse Sebastian, se aproximando. - Mamãe perdeu completamente o juízo.
Dulce: Mas, Christopher, eu posso...
Christopher: Pelo amor de Deus, Dulce! Não faça isso agora - ele implorou, olhando para o céu. Aquele desespero que eu já conhecia tão bem dominou cada centímetro de seu corpo. - Volte para a carruagem e fique em segurança.
Eu queria ajudar, mas naquele instante percebi que a melhor maneira de fazer isso era tranquilizar o coração de Christophere me manter “segura”. Então assenti uma vez, lhe dei um beijo e voltei para a carruagem. Ele e os outros dois dispararam em direções diferentes, chamando por Anahí. Eu estava a poucos metros do veículo quando um ruído sutil me fez virar a cabeça. Um borrão azul-turquesa se ocultou atrás de uma árvore.
Dulce: Christopher! Aqui!
Ele já estava longe e não me ouviu. Isaac, porém, um pouco mais próximo, conseguiu escutar e gritou. Christopher se deteve e começou a voltar.
Hesitei por um momento. Outro raio riscou o céu. Meu coração deu um salto quando me dei conta de onde Anahí estava.
Dulce: Anahí! - gritei, suspendendo a saia e me embrenhando na mata.
Christopher: Dulce! Maldição, Dulce! Volte para a carruagem! - Ouvi Christopher berrando, mas eu não podia esperar.
A gritaria alertou Ninel, que saiu de seu esconderijo e tentou arrastar a menina mata adentro. Ela tapava a boca de Anahí, segurando-a pelo tronco.
Dulce: Saiam daí! - avisei.
A menina se contorceu sob o aperto da tia e, talvez porque a chuva ajudasse, conseguiu escapar e veio ao meu encontro.
Dulce: Cacete*, Anahí! - Eu a segurei pelos ombros assim que a alcancei. - Nunca fique embaixo de uma árvore no meio de uma tempestade. Jamais! Está me ouvindo? Mesmo que seja num sequestro.
Anahí: Ela me obrigou! Mentiu para mim. Serviu-me um chá que me deixou com muito sono. Quando acordei, já estávamos longe.
Fechei os olhos e a apertei com tanta força contra o peito que, quando Christopher se juntou ao abraço, achei que eu fosse desmaiar.
Christopher: Vocês estão bem? - perguntou ele, nos apertando.
Dulce: Só um pouco molhadas - resmunguei, quase sem ar.
Anahí: Ah, Christopher, como fui tola! - Anahí se agarrou a ele e chorou.
Christopher a confortou com palavras doces, mas seus olhos eram duas adagas apontadas para a figura larga sob a copa da árvore.
Christopher: A partir de hoje, quero que esqueça que somos parentes e espero nunca mais ouvir notícias suas - ele vociferou. Gotas brilhantes pingavam de seus cabelos, de seu queixo resoluto e escorriam para o rosto de Anahí, ainda agarrada a ele, assim como eu.
Ninel: Se pensa que permitirei que minha sobrinha seja afetada por essa mulher...
Christopher nos soltou e deu um passo à frente.
Christopher: A senhora não tem a metade da decência, da honra e da bondade desta mulher - ele apontou furioso para mim, mas com os olhos cravados na tia. - Deixe minha esposa em paz, deixe minha irmã em paz. Volte para o buraco do qual saiu e nos esqueça, ou, eu juro, farei com que se arrependa de um dia ter posto os olhos nelas.
A mulher empinou o queixo.
Ninel: Não permitirei que a esposa de Sebastian seja orientada e imite as atitudes dessa...
Puxei Christopher para trás, com medo de que ele perdesse a cabeça, e inspirei fundo.
Dulce: Sabe de uma coisa, dona Ninel, tenho pena da senhora, porque, apesar de toda essa altivez e arrogância, sei que não passa de uma mulher solitária, com medo de que a única pessoa que a ama de verdade vá embora. Só pense no futuro que quer para o Sebastian, porque, se a senhora afastar a Angelique e ele, em alguns anos seu filho será tão amargurado e solitário quanto a senhora.
Ela bufou, cerrando os punhos ao lado do corpo, mas tudo o que conseguiu dizer foi:
Ninel: Não ouse proferir o nome de meu filho. - Então se virou com tanta empáfia que a beirada de suas saias se ergueu com o rodopio, nos permitindo avistar aquela gaiola por baixo, no mesmo instante em que mais um raio cruzava o céu.
Foi aí que entendi tudo.
Christopher se preocupara tanto com a maldição, mas eu nunca estive em perigo. Ela jamais poderia me atingir simplesmente porque eu me recusava a ser uma típica dama do século dezenove!
As garotas estavam perdendo a vida em nome da beleza...
Tomada de horror, girei sobre os calcanhares e olhei desesperada para Anahí.
Dulce: Ai, meu Deus! Não!
Christopher: O que foi? - perguntou Christopher, mas eu já estava entrando em ação.
Anahí: O que... Dulce! - Anahí me censurou quando tentei erguer seu vestido ensopado. - O que está fazendo?
Minha cabeça estava a milhão. A crinolina. Tinha que ser ela. Um trovão ecoou ao longe.
Dulce: A gaiola - falei. - É a gaiola que anda matando as garotas. Não existe maldição. Anahí precisa tirar a dela agora!
Christopher engasgou e adquiriu a cor de um tomate maduro.
Christopher: O quê?!
Anahí se afastou um passo, mas eu não deixei que fosse muito longe, segurando-a pelo braço.
Dulce: A crinolina é feita de metal! - insisti. - Por isso as moças são atingidas pela descarga elétrica e os homens não. Fica quieta, Anahí!
Eu sabia que aquela gaiola não era boa coisa. Sabia!
Anahí: Mas o cavalariço de tia Ninel, Sebastian... - ela se esquivava. - E Christopher!
Christopher: E Isaac - lembrou Christopher. - Meu amor, por favor, não entendo o que está dizendo, mas arrancar as saias de minha irmã em público...
Dulce: Você não entende! - eu o interrompi. - As crinolinas devem funcionar como para-raios! Se acha que vou deixar minha irmã caçula andar por aí com um alvo escrito “atinja aqui” só por causa desse decoro estúpido, é melhor tirar o cavalinho da chuva. Deixo Anahí pelada em dois tempos se preciso, mas ela vai sair de dentro dessa gaiola.
Christopher: Tem certeza do que está dizendo? - questionou Christopher, um pouco assustado e muito embaraçado.
Dulce: Tenho! Caramba! Como alguém pôde imaginar que essa porcaria era segura? Lembra que falei do Frankenstein, da Mary Shelley? É o que dá vida ao monstro. Um raio atraído por um monte de metal! - Eu me virei para a garota: - Anahí, você está usando algo muito perigoso por baixo das saias e tem que se livrar disso agora! Tem tanta roupa aí que ninguém vai ver nada, para de frescura. Vamos logo com isso, tira essa porcaria!
Anahí: Dulce! - ela implorou.
Olhei para Christopher.
Dulce: Você segura ela e eu arranco a gaiola - falei.
Sem hesitar, ele assentiu uma vez e agarrou a irmã pelos cotovelos. Eu me abaixei, ajoelhando na lama, levantei a barra pesada do vestido, me enfiando ali dentro. Desatei todas as fitas amarradas à cintura dela.
Dulce: Agora levanta ela, Christopher.
Ele fez o que eu pedi, pegando a irmã no colo de um jeito tão familiar, como se já tivesse feito aquilo muitas vezes. Eu puxei a gaiola com cuidado até as pernas de Anahí estarem livres, então me afastei deles e arremessei aquela porcaria para longe. Infelizmente, ela se enroscou no galho de uma árvore poucos metros adiante.
Christopher colocou a irmã de pé novamente, e a menina estava corada até a raiz dos cabelos, evitando olhar para o irmão e para o primo, que àquela altura já havia se juntado a nós e visto tudo, boquiaberto. Anahí mantinha as mãos na cintura do vestido, como se segurasse alguma coisa. O que provavelmente era verdade.
Dulce: Desculpa, mas eu não sabia qual das fitas era a da crinolina - expliquei.
Anahí: Ainda não compreendi por que me fez...
Ninel: Porque ela é uma selvagem! - ouvi Ninel vociferar, protegida da chuva outra vez sob a copa da árvore.
Ela não é problema meu, repeti a mim mesma uma dúzia de vezes, tentando me convencer. Eu não gostava de Ninel, então não importava o que aconteceria com ela, certo?
Bom, não. Não exatamente. Se eu fosse uma mulher do século dezenove, não saberia nada sobre para-raios e condução elétrica. Mas eu não era. Sempre levaria dentro de mim tudo o que vivi em meu tempo, as coisas boas e ruins, os maus hábitos, mas também o conhecimento, e isso me tornava privilegiada. E, embora eu quisesse ver Ninel sofrendo por ter sequestrado Anahí, não queria que fosse incinerada por um raio. Uma unha encravada estaria de bom tamanho.
Como se lesse meus pensamentos, Christopher abriu a boca.
Christopher: Se o que diz é verdade, não podemos deixá-la assim. - Ele apontou para Ninel com a cabeça.
Dulce: Não podemos - concordei com um suspiro. - Mesmo esquema?
Ele assentiu.
Christopher: Sebastian! - Christopher chamou alto. - Creio que precisaremos de sua ajuda neste... confronto.
O rapaz deu alguns passos até ficar ao lado do primo.
Sebastian: O quê? Ficaram loucos? Ela nos matará!
Dulce: Não se a gente correr bem depressa depois - falei.
Um trovão gutural me fez encolher. Não havia tempo a perder.
Christopher: No três - avisou Christopher.
Sebastian: Jesus Cristo, Christopher! - Sebastian passou as mãos pelos cabelos molhados, empurrando-os para trás. - Espero que saiba onde está se metendo e me dê guarida, pois certamente serei deserdado.
Christopher: Desde que cumpra seu dever com a senhorita Angelique, será bem recebido.
Sebastian suspirou, desolado.
Sebastian: Terei sorte se, depois de tudo o que mamãe fez, a senhorita Angelique se dignar a me dirigir um olhar de desprezo.
Christopher: Se o aceitou em seu quarto, creio que os sentimentos dela superarão o ocorrido - Christopher emendou.
Sebastian: Acha mesmo? - Um sorriso tímido e esperançoso curvou seus lábios. - Acredita que ela possa aceitar minha mão?
Christopher: Vai ter que voltar e descobrir sozinho, Sebastian. Agora vamos. Um, dois... - começou Christopher.
Ninel ficou surpresa ao ver que corríamos como loucos em sua direção, e mal teve tempo de se mover. Não até que fosse tarde demais.
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Continua...
Autor(a): delenavondy
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Ninel: O que estão fazendo? Me soltem! - Mas Christopher e Sebastian já tinham imobilizado a mulher. - Parem já com isso! Eu ordeno. - Ela se debatia. Hesitei em levantar as saias da mulher - não era o lugar onde particularmente eu gostaria de estar -, mas por fim me enfiei sob o tecido encharcado e soltei todos os laços, como tinha feito ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 28
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mandinha.bb Postado em 04/09/2021 - 09:47:14
Amei, amei e estou ansiosa para começar a ler Destinados..... Vc escreve de mais
delenavondy Postado em 04/09/2021 - 12:41:00
Oi já comecei a postar
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thainagabriella2 Postado em 01/09/2021 - 22:59:21
Eu estou chorando! Que nascimento mais lindoooooo. Eu amo a sua escrita, demais mesmo. Senti cada pedacinho da emoção desse parto!
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thainagabriella2 Postado em 30/08/2021 - 11:07:53
Vem bebê vondy por aiiiiiii!!
delenavondy Postado em 30/08/2021 - 15:07:14
SIMMM!! Hoje tem poste ok 😉
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thainagabriella2 Postado em 25/08/2021 - 14:17:55
Posta maisss!!
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amandita.britinho Postado em 23/08/2021 - 17:19:53
Meninaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa pelo amor de Deus e de tudo o que é mais sagrado continuaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa plisssssssssssssssssssssss, quero ler mais ainda mais agora que eles estão de boa e o Christopher vai apoiar a Dul e eles bem podiam ter um baby Vondy... Não acredito que a Ninel sequestrou a Any, estou pirando... Continuaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa plisssssssssssssssssssssssssssssssssssssss
delenavondy Postado em 23/08/2021 - 23:51:30
olá, desculpe por não ter postado. Mas aconteceu alguns problemas aqui em casa e não pude postar. mas vou tentar postar mais alguns capítulos essa semana ok Obrigada pela compreenção
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amandita.britinho Postado em 22/08/2021 - 11:28:59
Pelo amor de Deus continuaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa plisssssssssssssssssssssss, quero ler mais ainda mais agora que eles estão de boa e o Christopher vai apoiar a Dul e eles bem podiam ter um baby Vondy... Não acredito que a Ninel sequestrou a Any, estou pirando... Continuaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa plisssssssssssssssssssssssssssssssssssssss
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mandinha.bb Postado em 16/08/2021 - 12:12:01
Continuaaaaaaaaaaaaaa plissssssssssssssssss
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thainagabriella2 Postado em 09/08/2021 - 21:57:34
Genteeeeee, eu to pirando!!!!!!!!!!!!!! Christopher tinha que entender um pouquinho o lado da Dulce também :( Posta maissss!
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amandita.britinho Postado em 06/08/2021 - 23:11:26
Leitoraaaaaaaaaaaa novaaaaaaaaaaaaa, assim como a mandinha.bb não comentei antes, pois primeiro leio as histórias como fantasminha e só depois de ler comento e como antes de ler essa tive que ler a 1 temporada e lê a 1 temporada em 6 dias e essa eu consegui em 3 e agora quero, estou ansiosa e curiosa por mais, acho que o Christopher vai ficar louco com essa saída da Dulce e a Madalena vai se sentir super culpada, mas e eu acho q esses enjoos que a Dul vem sentindo seja uma gravidez não? Continuaaaaaaaaaaaaaa plissssssssssssssssss
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mandinha.bb Postado em 06/08/2021 - 14:23:26
Leitoraaaaaaaaaaaa novaaaaaaaaaaaaa, não comentei antes, pois primeiro leio as histórias como fantasminha e só depois de ler comento e como antes de ler essa tive que ler a 1 temporada e lê a 1 temporada em 6 dias e essa eu consegui em 3 e agora quero, estou ansiosa e curiosa por mais, acho que o Christopher vai ficar louco com essa saída da Dulce e a Madalena vai se sentir super culpada, mas e eu acho q esses enjoos que a Dul vem sentindo seja uma gravidez não? Continuaaaaaaaaaaaaaa plissssssssssssssssss