Fanfic: Easy (Adaptação Vondy) | Tema: ROMANCE, VONDY
Com meu queixo para baixo, enfiei o cartão na minha bolsa e acenei com a cabeça,
inutilmente.
— Sim. Tudo bem. — Eu menti.
Ele bufou um suspiro incrédulo, passando a mão pelo cabelo.
— Posso chamar alguém para você?
Eu balancei a cabeça. Eu tinha que chegar ao meu quarto para que eu pudesse me
desintegrar.
— Obrigada, mas não! — Eu escorreguei por ele, cuidando para não roçar contra qualquer
parte dele, e me dirigi para as escadas.
— Dul? — Ele chamou suavemente, sem se mover da porta. Eu olhei para trás,
agarrando o corrimão, e nossos olhos se encontraram. — Não foi culpa sua!
Mordi o lábio, forte, assentindo uma vez antes de me virar e subir correndo as escadas,
meus sapatos batendo contra aos degraus de concreto. No patamar do segundo andar, eu parei
abruptamente e virei-me para olhar de volta para a porta. Ele tinha ido.
Eu não sei o nome dele, e não podia me lembrar de tê-lo visto antes, muito menos conhecêlo. Eu teria me lembrado daqueles olhos excepcionalmente claros. Eu não tinha ideia de quem
ele era... E ele me chamou pelo nome. Não o nome na minha identidade, Dulce, mas
Dul, o apelido que eu usava desde que Paco tinha me renomeado, no nosso primeiro ano
do ensino médio.
Duas semanas atrás:
— Quer entrar? Ou ficar mais? Anne vai ficar no Chaz neste fim de semana... — Minha voz
era brincalhona, cantada. — Seu colega de quarto está fora da cidade. O que significa que eu
vou ficar sozinha...
Paco e eu estávamos a um mês do nosso aniversário de três anos. Não havia
necessidade de ser tímida. Anahi tinha nos chamado de ―um velho casal casado recentemente.
Ao que eu respondi ―Invejosa. E depois ela me levantou seu dedo médio.
— Hum, é. Eu vou entrar um pouco. — Ele massageou sua nuca enquanto entrava no
estacionamento do dormitório e procurava por uma vaga, sua expressão inescrutável.
Espinhos de apreensão surgiram em meu peito, e eu engoli, inquieta.
— Você está bem? — O esfregar no pescoço era um conhecido sinal de estresse.
Ele lançou um olhar em minha direção.
— É claro. — Ele parou no primeiro lugar vago, estacionando sua BMW entre duas
caminhonetes. Ele nunca, jamais forçava seu precioso importado em vagas apertadas. O soar
das portas o deixou insano. Alguma coisa estava acontecendo. Eu sabia que ele estava
preocupado com as provas do semestre que estavam próximas, especialmente pré cálculo. Sua fraternidade estaria dando uma festa na noite seguinte, também, o que era simplesmente estúpido para o fim de semana antes das provas.
Eu nos levei para dentro do prédio e entramos na escada dos fundos que sempre me
assustava quando eu estava sozinha. Com Paco atrás de mim, tudo o que eu notei foram as
paredes sujas cheias de chiclete e o cheiro velho, quase azedo. Subi rápido até o último lance e saímos para o corredor.
Olhando para trás para ele enquanto eu destrancava minha porta, eu balancei a cabeça para o retrato encantador de um pênis que alguém tinha rabiscado no quadro branco que eu e Anahí usávamos para recados entre nós e de nossos amigos. Dormitórios mistos eram menos
maduros do que o descrito nos sites das faculdades. Às vezes era como viver com um grupo de 12 anos de idade.
— Você poderia ligar dizendo que está doente amanhã à noite, sabe. — Eu coloquei a
palma da mão em seu braço. — Fique aqui comigo, nós nos escondemos e passamos o fim de semana estudando e pedindo comida... E outras atividades de redução de estresse... — Eu sorri de forma travessa. Ele olhou fixamente para seus sapatos.
Meu coração acelerou e eu de repente me senti totalmente quente. Algo estava
definitivamente errado. Eu queria que ele pusesse pra fora, o que quer que fosse, porque
minha mente estava conjurando nada além de possibilidades alarmantes. Fazia muito tempo
desde que tivemos um problema ou um conflito real que eu me senti surpreendida.
Ele entrou no meu quarto e se sentou na minha cadeira, não na minha cama.
Fui até ele, nossos joelhos batendo, querendo que ele me dissesse que ele estava apenas de
mau humor, ou preocupado com os exames próximos. Com meu coração batendo fortemente, eu coloquei a mão em seu ombro.
— Paco?
— Dul, nós precisamos conversar.
O pulso batendo em meus ouvidos ficou mais alto, e minha mão desceu de seu ombro. Eu a
agarrei com minha mão e me sentei na cama, a três pés dele. Minha boca estava tão seca que eu não conseguia engolir, muito menos falar.
Ele ficou em silêncio, evitando meus olhos por alguns minutos que pareceram uma
eternidade. Finalmente, ele ergueu o olhar para mim. Ele parecia triste. Oh, Deus! Ohdeusohdeus-ohdeus!
— Eu tenho tido alguns... Problemas... Ultimamente. Com outras garotas.
Eu pisquei, feliz que estava sentada. Minhas pernas teriam dobrado e me enviado para o
chão, se eu estivesse de pé.
— O que você quer dizer? — Eu grasnei. — O que você quer dizer com ―problemas e
―outras garotas?
Ele suspirou profundamente.
— Não desse jeito, não mesmo. Quer dizer, eu não fiz nada! — Ele desviou o olhar e
suspirou novamente. — Mas eu acho que eu quero.
Que diabos?
— Eu não entendo. — Minha mente trabalhava freneticamente para decifrar a melhor
situação possível disso, mas cada única alternativa remotamente possível era uma merda.
Ele se levantou e passeou pelo quarto, duas vezes, antes de se colocar a meio caminho
entre a porta e eu.
— Você sabe o quanto é importante para mim, seguir a carreira de direito e da política. —
Eu concordei com a cabeça, ainda atordoada ao silêncio e pedalando muito para tentar me
manter. — Você conhece a nossa fraternidade irmã? — Eu balancei a cabeça novamente,
reconhecendo a mesma coisa que eu tinha me preocupado quando ele se mudou para a casa dafraternidade. Aparentemente, eu não tinha me preocupado o suficiente. — Há uma garota, duas garotas, na verdade, que... Bem.
Eu tentei manter minha voz racional e equilibrada.
— Paco, isso não faz sentido. Você não está dizendo que você se influenciou por isso,
ou que você quer...
Ele olhou em meus olhos, de modo que não haveria erro.
— Eu quero!
Realmente, ele poderia ter me dado um soco no estômago, porque o meu cérebro se
recusava a compreender as palavras que ele estava dizendo. Uma agressão física, talvez
pudesse ser compreendida.
— Você quer? Que diabos você quer dizer, você quer?
Ele escapou da cadeira, foi até a porta e voltou, uma distância de doze pés.
— O que você acha que eu quero dizer? Jesus! Não me faça falar isso!
Eu fiquei boquiaberta.
— Por que não? Por que não dizer, se que você pode se imaginar fazendo isso, então por
que é tão foda dizer? E o que isso tem a ver com seus planos de carreira...
— Eu estava chegando lá. Olha, todo mundo sabe que uma das piores coisas que um
candidato a político ou representante eleito pode fazer é se envolver em algum escândalo
sexual. — Seus olhos se prenderam nos meus no que eu reconhecia como sua ―cara de
debate. — Eu sou apenas um humano, Dul, e se eu tiver estes desejos me tentando agora, ou
o que quer que seja e eu os reprimir, eu provavelmente vou ter o mesmo desejo mais tarde, até pior. Mas agir de acordo com eles nesse momento, seria matar a minha carreira. — Ele abriu as mãos, impotente. — Eu não tenho escolha a não ser tirá-lo do meu sistema, enquanto eu
posso fazer isso sem aniquilar minha posição em meu futuro profissional.
Eu disse a mim mesma ―Isso não está acontecendo! Meu namorado de três anos não
estava terminando comigo para que ele pudesse transar com outras alunas com abandono descarado. Eu pisquei com força e tentei respirar fundo, mas eu não podia. Não havia oxigênio no quarto. Eu olhei para ele, em silêncio.
Sua mandíbula se apertou.
— Ok, então eu achei que seria fácil tentar decepcionar você e foi uma ideia ruim...
— Esta é a sua ideia de me decepcionar fácil? Terminar comigo para que você possa
transar com outras garotas? Sem se sentir culpado? Você está falando sério?
— Como um ataque cardíaco.
A última coisa que eu pensei antes de pegar o meu livro de economia e atirá-lo nele:
―Como é que ele pode usar esse clichê de merda num momento como este?
Autor(a): dayanerodrigues
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Capítulo 2 A voz de Anahí me acordou.— Dulce Saviñon, tire seu traseiro dessa cama e vá salvar seu GPA. Pelo amor deDeus, se eu deixar um cara jogar fora meu amuleto acadêmico assim, eu nunca ouvi o final de tudo.Eu fiz um som desdenhoso de debaixo do edredom antes de espreitar para ela.— Que amuleto acadêmico?Com as m&ati ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 211
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anne_mx Postado em 06/06/2021 - 09:58:14
UAU, que fanfic necessária, que temas necessários, machismo, violência contra a mulher, seja ela física, psicológica, sexual) enfim, como eu queria que todas as fanfics fossem como essa sua com temas tão importantes e que história linda, obrigada Day, você é maravilhosa sempre <3
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dayanerodrigues Postado em 31/10/2020 - 23:07:00
O que acharam da fic? Seu comentário faz toda diferença
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baah Postado em 24/10/2020 - 22:12:52
Oii meu bem, desculpa o sumiço. É já acabou??? Vou ler tudinho agr
dayanerodrigues Postado em 25/10/2020 - 01:35:40
Ahh e tem fica nova
dayanerodrigues Postado em 25/10/2020 - 01:34:57
Baah você sumiu amor, estava com saudades dos seus comentários. Ler e comenta viuuuuuu. *-*
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taianetcn1992 Postado em 24/10/2020 - 05:39:27
oun que linda, pena que acabou, mas ja estou indo para a nova !!!!!
dayanerodrigues Postado em 25/10/2020 - 01:33:16
Ebaaaaa já tem capítulos novos lá. Corre e comenta muito...
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taianetcn1992 Postado em 23/10/2020 - 18:38:45
mais posts
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taianetcn1992 Postado em 23/10/2020 - 18:38:37
quero mais
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taianetcn1992 Postado em 23/10/2020 - 18:38:23
por favor
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taianetcn1992 Postado em 23/10/2020 - 18:37:22
posta mais
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taianetcn1992 Postado em 23/10/2020 - 18:37:15
louca por mais posts
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taianetcn1992 Postado em 23/10/2020 - 18:37:07
mega ansiosa para a nova web
dayanerodrigues Postado em 23/10/2020 - 18:53:09
Quero vê vc acompanhando viu a nova Fic. Vou começar amanhã