Fanfic: Os dois lados da Ilha - AyA | Tema: Rebelde AyA

Logo pela manhã, acordo com a sensação de que alguém está me olhando, ao abrir os olhos, me deparo com Afonso me olhando, nossos olhos se encontram e ele logo desvia o olhar.

Any: Aconteceu alguma coisa? – Digo saindo de seus braços e sentando, acho que ele não percebeu que me olhava, ele fecha os olhos e sacode a cabeça..

Poncho: Vamos garota? – Ele se levanta com dificuldade, faço o mesmo e coloco a mochila nas costas e partimos... Poncho é um homem de poucas palavras, bom pelo menos comigo.

Chegamos ao ponto de exaustão, eu quero chorar, e isso ocorre, tenho medo de muita coisa, me sento em uma pedra, poncho para um pouco distante, ele me olha e fica pensativo.

Any: Será que tudo isso será em vão? – Digo com as lágrimas escorrendo em meu rosto, ele se aproxima e limpa, me abraçando! SIM ELE ME ABRAÇA..

Poncho: Garota não perca a esperança, você foi forte até aqui, se anima estamos chegando!! E se for em vão, todos vão ver que tentamos.. – Ele tem um coração, eu sinto bater, me distancio dele e o encaro.

Any: Então seguiremos! Você tem razão, se não der quero ser reconhecida por ter tentado! – Sem dizer mais nada seguimos adiante.

Já está ficando tarde, vejo que poncho está cada vez mais para trás, ele sente dor, fome e sede, estamos poupando água já que temos menos da metade da garrafa.. eu volto pego sua mão e o acompanho mais de perto, estou tão cansada que rastejo meus pés ainda mais o esquerdo que esta com o tornozelo dolorido, como já imaginava, andar assim daria problema, enrosco um de meus pés e caio no chão, sinto dor, meu tornozelo dói muito mais, vejo que começa a inchar, poncho tira a camisa, e amarra, para imobilizar, após me recuperar, continuamos porém um pouco mas devagar, olho para poncho e ele está branco igual a um papel, ele encosta em uma árvore, vou chegando perto e sinto sua respiração mais devagar.

Poncho: Any, eu não vou conseguir, acho que perdi muito sangue, estou fraco e........ – Vejo poncho, fechar os olhos, lhe dou um tapinha e ele abre novamente e continua. – Por favor, me deixa aqui... Só diz a Dul que.. – Eu lhe corto.

Any: Shiuuu .... Você irá dizer a ela.. – Eu lhe abraço, e dou um beijo em seu ombro.

Poncho: Any preciso de água, tenho frio e fome... – Lhe ajudo a beber água, lhe dou a última maçã que temos, Poncho deita escorado na árvore, me afasto por um instante para fazer minhas necessidades, quando volto Poncho está apagado, fico observando e sua respiração está diferente, está mais fraca, chego mais perto dele.

Any: Afonso?!..... - Sacudo ele.....  - Poncho!? ..... - Bato em seu peito devagar mas o suficiente para que ele reaja ...... Meu Deus, garoto me responde.. – chacoalho ele..  escuto um gemido baixo, mas ele não abre os olhos, eu não quero acreditar, ele não pode partir, olho ao meu redor, armo uma fogueira e quando me certifico que o fogo está mais baixo, pego uma sacolinha de dentro da mochila, e vejo que a uma tolha, mas é claro Afonso iria fazer um picnic, mas porque não usou para nos cobrir? Ao invés de me abraçar com a blusa aberta?? - eu sorrio por um momento, mas ao olhar para ele, tiro esses pensamentos da minha cabeça, me certifico de que tem comida para poncho, tiro sua blusa do meu tornozelo e colo sob sua cabeça, o cubro com a toalha, lhe deposito um beijo em sua cabeça, e saio para chegar mais rápido a casa da montanha, e encontrar ajuda, vou amarrando em alguns galhos pedaços da sacola branca, meu coração está apertado, paro e penso duas vezes antes de seguir..

Ando muito, meu pé já nem dói tanto, aliás quase não sinto, aos poucos sinto que estou perto, mas esse perto nunca chega, ando mais um pouco, a sacola já está acabando, começo a chorar, pensando no pior, seríamos dois jovens mortos na floresta? E tão longe um do outro? Ao enxugar minhas lágrimas e abrir os olhos, vejo um clarão entre as árvores, caminho mais depressa que eu consigo, e grito por ajuda: