Fanfics Brasil - Como pôde? - 003 Destinos Cruzados - Ponny

Fanfic: Destinos Cruzados - Ponny | Tema: AyA


Capítulo: Como pôde? - 003

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"Vai ver ela estava mais perto daqui, não sei." Anny deu de ombros e continuou a andar em direção ao celeiro. 


 


Ficou feliz por ter vindo com suas botas velhas, pois havia chovido mais cedo e a areia tinha se transformado em lama. Ana não teve a mesma sorte, já que escolheu os tênis novos, que agora aparentavam estar tão velhos quanto as bota de Anny, mas ela não estava mais ligando tanto para sua aparência, e sim preocupada com Dulce. 


 


As duas passaram pelos estábulos e cumprimentaram Capitão, o cavalo de Poncho, e os peões conhecidos, Sérgio, Otávio e Óscar Luís, antes de se aproximarem do celeiro. 


 


"E se Dulce não quiser desabafar com a gente?" Ana segurou Anny pelo pulso e fitou a irmã.


 


"Somos as melhores amigas dela, Ana, é claro que ela quer."


 


Anahí se soltou do toque da irmã, chegou junto das portas de madeira, juntou toda sua força e as empurrou. 


 


De início não notou nada mudado, tampouco avistou alguém, havia apenas feno, ferramentas, celas, sacas de ração e coisas do tipo. 


 


"Eles devem estar lá em cima." Sugeriu Ana, "não iam nos escutar abrir a porta."


 


Anny assentiu com a cabeça e rumou em direção a escada no fundo. Ana a seguia cautelosa, sempre dois passos atrás, não sabia o porquê mas sentia que algo estava errado. 


 


Anny subiu os degraus da escada de dois em dois, ansiosa para ver a amiga e saber se de fato algo ruim tinha acontecido ou se tudo não passava de um simples mal entendido. 


 


Porém, não esperava se deparar com o que viu ao chegar no último degrau. 


 


"Mas que merda!"


 


Ela tapou a boca com a mão e olhou de imediato para a irmã, que agora estava ao seu lado, com os olhos cheios de lágrimas e o coroação partido.


 


Dulce, que estava completamente pelada, de quatro sobre um pano no chão, com Hugo por detrás de si com as mãos envoltas de sua cintura, deu um grito agudo e tentou esconder sua nudez. 


 


"Como você pôde?" Berrou Ana, saindo disparada em direção a saída. 


 


Anny continuou onde estava, em choque, completamente congelada. 


 


Hugo se afastou de Dulce na mesma hora e correu para detrás de umas caixas empilhadas, onde estavam suas roupas. A ruiva vestiu-se o mais rápido que conseguiu e saiu atrás de Ana, ignorando Anny ao passar pela mesma. 


 


"O que vieram fazer aqui, Anny?" Indagou Hugo, saindo de detrás das caixas apenas de bermuda. 


 


"Ana, ela... a Ana ia... er, eu, eu... isso é sangue?"


 


Hugo olhou de imediato para o pano onde estava com Dulce e, meio constrangido, voltou sua mirada para Anny. 


 


"Foi a primeira vez da Dulce."


 


"Ah."


 


Ele recolheu o pano do chão e o dobrou rapidamente, mas quando voltou sua atenção para onde Anny estava, não a viu mais. 


 


***


 


Ana chegou até o carro em tempo record, chorando descontroladamente. Ela tentou abrir a porta do motorista mas não teve sucesso, já que a chave tinha ficado com Anahí. 


 


"Droga!"


 


Ela deu um chute no pneu da frente e olhou para os lados sem saber o que fazer. A jovem queria ir lá e dizer tudo o que estava sentido para Dulce, sua amiga mais íntima e a quem ela errou em confiar os segredos. Não entendia como Dulce tinha tido coragem de ficar com Hugo mesmo sabendo dos sentimentos que ela nutria pelo rapaz. 


 


As lágrimas escorriam pelo seu rosto sem piedade e Ana sabia que a essa altura deveria estar vermelha igual um pimentão, o que só aumentou ainda mais a sua ira. Dulce não merecia nem as suas lágrimas. 


 


Como se tivesse sido enviado por Deus, bem nessa hora Alfonso atravessou o pátio da fazenda em sua caminhonete prateada. Ao ver a situação da amiga, ele tratou logo de parar bem ao seu lado e baixar o vidro do carro.


 


"O que aconteceu, Aninha?" 


 


"Só me tira daqui, por favor." Pediu, choramingando.


 


Poncho assentiu e destravou as portas. 


 


"Ana, espera aí." Gritou Dulce ao avistar a amiga entrando na Hilux de Alfonso.


 


Sem lhe dar ouvidos, Ana bateu a porta e implorou para que Alfonso pisasse fundo no acelerador. 


 


"O que está acontecendo, Ana?" Ele queria saber.


 


"Eu prometo que te conto tudo quando sairmos daqui. Agora, por favor, Poncho, vamos embora."


 


"Ana, me escuta." Dulce se meteu na frente do carro, também chorando.


 


Poncho olhava as duas sem saber o que fazer, e logo avistou Anny, correndo meio afobada em direção a eles, acompanhada pelos peões, que se aproximavam curiosos para saber o que estava acontecendo. 


 


"Vamos embora!" Gritou Ana. 


 


Sem outra opção, Poncho deu ré, fez a volta e pisou fundo em direção a saída da fazenda, ao passo que Dulce gritava como uma louca, chorando descontroladamente. Como viu que não teria mais chance de alcançar Ana, correu em direção de Anahí, que estava prestes a dar partida no carro, quando Dulce abriu a porta e sentou ao seu lado.


 


"Sai daqui, Dulce." 


 


"Eu tenho que falar com a Ana." 


 


"Não, você não tem, eu acho que a minha irmã já teve o suficiente de você por hoje. 


 


"Eu tenho que explicar a ela, Anny. Eu e o Hugo... simplesmente aconteceu, nos apaixonamos."


 


"Se você realmente fosse amiga da Ana, deveria ter ido falar com ela antes. Agora, por favor, saia do meu carro."


 


"Anny..."


 


"Agora!"


 


Derrotada, Dulce desceu do veículo e bateu a porta, em seguida Anny saiu pisando fundo na mesma direção que Alfonso e a irmã. 


 


Passou horas rodando por todos os lugares que imaginou que pudessem ter ido, mas só os encontrou horas depois de chegar na fazenda, quando Alfonso levou Ana, um pouco mais calma, para casa.


 


Ele deu um abraço na amiga e em seguida um em Anny e disse que precisava ir embora, já que tinha passado o dia fora e ainda tinha vários afazeres pendentes. 


 


Felizmente não havia ninguém em casa além de Analu, que como sempre estava trancada em seu quarto e nem aí para o que as irmãs estavam fazendo; o resto da família estava em Acapulco a negócios e só voltaria em uma semana.


 


Ana deitou-se toda encolhida sobre o sofá de couro da sala, com o rosto todo inchado de tanto chorar e uma feição digna de pena. Ela estava estranhamente quieta, segurando a pulseira de ouro com pingente vermelho de coração, que antes não saia do seu pulso para absolutamente nada.


 


Anny estava pensando em algo que poderia fazer para tentar anima-la quando a campainha tocou, imaginou ser Alfonso, que poderia ter esquecido de algo e lembrou-se no meio do caminho, mas era Hugo, totalmente cabisbaixo e com um semblante parecido com o da irmã.


 


"Vai embora."


 


"Anny, eu preciso conversar com a Ana."


 


"Não, você precisa ir embora."


 


Ela tentou fechar a porta, mas ele foi mais rápido e a impediu, passando apenas o pé para dentro.


 


"Hugo, você não tem..."


 


"Pode deixá-lo entrar, Anny." Interrompeu Ana, do sofá.


 


Anny olhou para a irmã em dúvida, mas resolveu escuta-la e deu passagem para que Hugo entrasse.


 


"Oi, Aninha." Ele sorriu quando se aproximou e sentou próximo a ela. "Eu... eu sinto muito pelo o que você viu hoje. Não fazia ideia que você gostava de mim... de verdade. Eu, eu pensava que o que a gente tinha era igual o que eu tenho com a Anny, um amor meio... meio fraterno, entende? Cara, se eu soubesse, se eu ao menos pensasse em tal possibilidade, jamais teria ficado com a Dulce sem antes falar com você, e eu tenho certeza de que ela também não." 


 


"Ela sabia."


 


"O quê?" Ele a fitou meio confuso.


 


"A Dulce sabia de tudo, Hugo." Disse Ana, levantando-se de supetão. "Ela sabe que eu sou completamente apaixonada por você há anos!"


 


"Anos?" 


 


"Sim, desde quando éramos crianças."


 


"Por que nunca me contou?"


 


"Eu ia te contar hoje." 


 


Ela o entregou a pulseira que estava segurando e seguiu para o seu quarto. 


 


"Você sabia?" Perguntou Hugo para Anahí.


 


"É claro que eu sabia, seu idiota!" Esbravejou Anny. "E a Dulce também, aquela va/ca."


 


"Ela nunca me contou nada."


 


"Óbvio que não . Ela sabe o quanto você gosta da Ana e que isso podia botar a "relação" de vocês em risco."


 


"Preciso ter uma conversa bem séria com ela." 


 


"Acho bom mesmo. Quando encontrá-la, diga para ela fazer o favor de nunca mais pôr os pés aqui. E acho que, pelo menos por enquanto, também é bom que você se mantenha afastado."


 


"Mas..."


 


"Boa noite, Hugo. Você sabe onde fica a saída."


 


 ***


 


Alguns dias se passaram e o coração de Ana aos poucos foi se acostumando com o fato de que Hugo e ela nunca dariam certo. 


 


Ele terminou com Dulce depois de todo o ocorrido, alegando que ela não tinha sido uma boa amiga para Ana e que ela omitiu uma coisa muito importante dele, portanto não queria seguir naquele relacionamento. Isso fez com que Dulce passasse a odiar e culpar Ana, consequentemente estremecendo o grupo. Fercho tomou as dores da prima e ambos se afastaram. 


 


Mesmo sabendo que Hugo não tinha conhecimento dos sentimentos de Ana por ele, Anny ficou meio ressentida com o amigo e resolveu ficar mais na dela, evitando a fazenda Rodríguez como o diabo evita a cruz, o que acabou com o seu meio relacionamento com Poncho, já que ambos mal estavam se vendo e as coisas esfriaram. 


 


Depois de mais alguns meses de trabalho árduo na fazenda, Alfonso e Hugo juntaram suas economias e resolveram fazer um mochilão pelo mundo; eles tinham dinheiro o suficiente para passar pelo menos uns sete meses bem; o plano era economizar ao máximo esse dinheiro e arranjar alguns bicos para pagar a dormida. Eles não precisavam disso na verdade, a família Rodríguez/Herrera era muito rica, porém os dois queriam viver sob as próprias condições. 


 


Dulce e Fercho também resolveram explorar um pouco o exterior e foram morar com a avó, em Nova York, nos Estados Unidos. 


 


***


 


Dois anos depois, quando Hugo e Alfonso voltaram, foi a vez de Ana e Anahi se aventurarem mundo a fora. Ana foi para Milão cursar moda enquanto Anahí resolveu fazer uma viagem de autoconhecimento pela Indonésia. 


 


Com essa viagem, Anny encontrou talentos que não tinha enxergado antes, como sua habilidade com a fotografia e o desenho. Ela mudou seus hábitos alimentares, converteu-se ao veganismo e se transformou numa pessoa mais saudável e bem... natureba. Deixou de importa-se com coisas fúteis, como roupas e acessórios de marca, maquiagens caras e coisas do tipo, e começou a valorizar mais as coisas simples da vida. 


 


Ana tornou-se o seu completo oposto, a menina meiga e carinhosa que foi na infância e parte da adolescência se foi desde que presenciou a melhor amiga com o cara dos seus sonhos. Ana passou a dar mais importância para sua aparência, se transformou numa mulher extremamente vaidosa e arrogante, que não pensava em mais ninguém além de si, deixando o jeito mesquinho de Analu no chinelo. 


 


Esta continuou na fazenda, porém não mudou em nada de sua personalidade. Continuava se achando melhor que todos e evitando contato com qualquer pessoa da cidade, excerto sua família e a única amiga, Magali, que havia se mudado junto com sua irmã e o cunhado para uma fazenda nas redondezas.


Analu virava uma versão pior de si mesma a cada dia que passava, sempre criticando os criados e até mesmo o desempenho do avô, a quem sempre tratou bem quando menor. 


 


Depois de ser confundida pela milésima vez com uma das irmãs, cortou o cabelo um pouco acima dos ombros e o pintou de preto. Também fez várias tatuagens pelo corpo e até colocou alguns piercings no rosto. Os pais nem ligaram a princípio, já que Analu sempre se mostrou interessada naquele estilo, o problema mesmo teve início quando ela começou a sumir por dias e voltar como se nada tivesse acontecido, muitas vezes bêbada ou drogada. 


 


Tentaram de tudo, desde consultas com um psicólogo até interna-la durante um mês numa clinica de reabilitação, mas de nada adiantou. Analu só ficava pior a cada dia, até que num estado desesperado, ela foi até uma cabana nos arredores da propriedade de sua família, amarrou uma corda no pescoço e, quando estava prestes a cometer a maior loucura de sua vida, sentiu alguém agarrar suas pernas.


 


"Por Deus, mulher!" Berrou Alfonso, "você está louca?".



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Autor(a): beatriz_herrera

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 4



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  • Any_Kelly Postado em 06/10/2020 - 11:28:03

    Já tô gostando. Posta mais

    • beatriz_herrera Postado em 06/10/2020 - 13:41:00

      Que bom que tá gostando :3

  • mileponnyforever Postado em 06/10/2020 - 09:29:08

    Aguardando os próximos capítulos!!!!

    • beatriz_herrera Postado em 06/10/2020 - 13:41:25

      <3 faço questão da sua opinião


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