Fanfic: Destinos Cruzados - Ponny | Tema: AyA
(7 anos atrás)
Já passavam das duas da manhã quando Hugo invadiu o quarto do primo, vestido como se fosse cometer um crime. Viu Alfonso deitado de bruços sobre a cama super king entre duas mesinhas de canto e teve que se conter para não aprontar uma com ele.
"Alfonso, cara, eu preciso da sua ajuda."
Poncho se remexeu na cama, mas não disse nenhuma palavra. Hugo tinha certeza de que o moreno tinha escutado, então prosseguiu:
"Vou até a fazenda dos Portilla e..."
"Você tem algum retardo mental ou o quê?" Berrou Alfonso, levantando de supetão e assustando Hugo no processo. "Esqueceu do que a Anny te disse?"
"Anny não sabe de po/rra nenhuma, Poncho." Ele arfou, colocando a mão sobre o peito.
"Cara..."
"Poncho, eu preciso falar com a Ana!" Insistiu Hugo.
"Hugo são duas e..." ele olhou para o relógio ao lado da escrivaninha antes de continuar, "duas e quarenta da manhã e você está vestido como um gatuno, acha mesmo que é a melhor hora para ir atrás dela? Os cachorros vão te devorar antes que você tenha sequer a chance de se aproximar da casa."
"Mas de dia a Anny não me deixa vê-la!" Disse o rapaz, claramente impaciente.
"Depois de tudo o que aconteceu, a melhor coisa que você pode fazer pela Ana é deixá-la em paz."
Após dizer isso ele voltou a se deitar na cama e virou a cabeça para o lado oposto ao primo.
"Poncho..."
"Feche a porta ao sair."
***
Alfonso acordou com um feixe de luz em seu rosto, atravessando uma fresta da cortina. O rapaz virou-se para ficar de barriga para cima e fitou o teto por um instante com um sorrisão no rosto, animadíssimo com o encontro que teria com Anny à tarde; ambos tinha combinado de tomar banho na lagoa do paraíso, onde eram acostumados a ir desde a infância.
Ele ficou mais um tempo deitado, pensando no sorriso maroto que só ela tinha, do cheiro de baunilha que exalava de seus cabelos e do modo que ela forçava o sotaque quando ficava nervosa, até que Sabrina bateu em sua porta e disse, ainda do corredor, que Fernando e Hugo o estavam esperando para cuidar dos cavalos.
"Já estou indo, Brina."
A contragosto, Poncho se levantou e seguiu para o banheiro, na intenção de tomar um banho antes de começar o dia pesado de trabalho.
***
"Eu estou cansando e com fome!" Reclamou Júlio pela terceira vez só naquele minuto. “Passei o dia todo ontem com o tutor, hoje eu queria ir para a lagoa com o pessoal.”
"Tio Fernando, em nome de Cristo eu te peço, deixe essa criatura ir embora!" Implorou Alfonso, também pela terceira vez só naquele minuto. "Estou de saco cheio de ouvir o Júlio reclamar. Deixe que ele vá embora, nós dois damos conta do trabalho."
O mais novo olhava esperançoso para o pai quando este se manifestou:
"Nada disso. Júlio se você abrir a boca novamente para algo que não esteja relacionado aos cuidados dos cavalos, Alfonso e eu vamos entrar e você vai cuidar de tudo sozinho."
"Mas eu só tenho 9 anos!"
"Idade o suficiente para dar banho num cavalo. Você não é nenhum bebezinho, e o que estou lhe pedindo não é nenhum absurdo."
"Mas papai..."
"Calado!"
Poncho bufou e voltou sua atenção a Petúnia, a égua de Sabrina, que felizmente já tinha tomado banho e agora só precisava ser escovada, desejando poder controlar o tempo e avançar umas cinco horas no futuro.
***
Meia hora após o combinado, Alfonso estacionou a caminhonete próximo a pequena trilha que levava até a lagoa e travou as portas antes de avançar pelo caminho de terra.
Atrasou-se por culpa de Júlio, que brincou o serviço inteiro e no fim restou para Poncho. Nunca sentiu tanto ódio do menino como naquele dia. Felizmente Anny era uma pessoa muito tranquila e certamente iria compreendê-lo.
Quando chegou ao lago, uns dez minutos depois, não encontrou ninguém. Resolveu sentar perto da margem e esperar um pouco por Anny, caso ela não chegasse, iria atrás dela na fazenda dos Portilla para se desculpar.
Passaram-se dez minutos, depois vinte, trinta, quarenta...
"Vou atrás dela."
Mas foi só se levantar que ouviu alguns passos, ele se virou de imediato e bem ali estava Anny, de cabelo trançado estilo boxeadora e vestindo um shortinho jeans, botas e uma blusa amarela que ia até um pouquinho acima do umbigo.
"Oi, bebê." Ela forçou um sorriso e ele logo soube que algo estava errado.
"Aconteceu algo, Anny?"
Ela assentiu com a cabeça e se aproximou devagar, como se tivesse planejado cada passo.
"A gente não pode mais continuar com isso." Ela disse quando chegou perto o suficiente para sentir a respiração dele. "Eu quero terminar, Poncho."
Ele tinha escutado perfeitamente, mas as palavras não faziam sentindo na sua cabeça, como se a frase fosse se desmanchando a medida que ele juntava as palavras.
"Como?"
"Eu e você" ela gesticulou com as mãos, "não dá mais."
"O quê? Por que?"
"Eu... eu... só não dá mais, Alfonso." Uma lágrima escorreu pelo rosto dela e a única coisa que Poncho queria era enxuga-la e abraçar Anny com toda a sua força, mas ele não conseguia se mexer, estava em choque.
"Amo você, Anahí Portilla, com todas as forças dentro de mim, eu amo você."
"Alfonso, por favor, não torne tudo mais difícil."
Ela passou a mão pelo rosto de Poncho e desceu até o seu peito, queria deixar gravado cada parte dele em seu subconsciente.
"Estou apenas falando o que eu sinto, Anny."
"Isso não é amor."
"Se não é, por que o meu coração está em pedaços agora?"
"Sinto muito, Poncho."
Ela se virou para ir embora mas ele a puxou pela mão com força para junto de si.
"Por que isso agora, do nada?"
Anny fitou o rosto do rapaz sem saber o que dizer, perdida dentro de si mesma, então, num momento de fraqueza, ficou na ponta dos pés e fez a única coisa que sabia que queria, encostou os seus lábios nos dele e o beijou como nunca antes.
"Amo você." Declarou ele entre um beijo e outro. "Você pode não acreditar, mas isso é amor sim."
"Adeus, Alfonso." Disse ela, se afastando dos braços dele.
***
Poncho não lembrava quantas doses de tequila tinha tomado, tampouco como tinha chegado no bar. Lembrava-se apenas das duras palavras de Anahí, que ficavam indo e voltando na sua cabeça como a pior tortura de todas, e da triste despedida que eles tiveram.
Após mais uma dose, ele tirou a carteira do bolso, puxou a primeira nota de valor alto que encontrou e deixou sobre o balcão.
"Até a próxima, Steve."
Poncho saiu cambaleando em meio ao mar de gente até o lado de fora, onde havia estacionado seu carro, mas não conseguiu nem chegar perto de onde ele estava antes de ser pego por Hugo.
"Alfonso, mas o que diabos aconteceu?" Berrou o mais velho, passando um dos braços do primo por cima do seu ombro. "Mamãe está aos prantos lá em casa por sua culpa, e papai já mandou todos os peões da fazenda atrás de você!"
"Anahiii... oh, Anahiii..."
"O que a An..."
"Preciso vê-la, Hugo." Disse Poncho, querendo fugir do toque do primo. "Preciso encontrar a Anny!"
Vendo a ótima oportunidade de ir até a fazenda Portilla, logo um sorrisinho presunçoso surgiu nos lábios de Hugo.
"Claro que precisa, Poncho. Como sou um ótimo primo, vou te levar lá agora mesmo."
***
Analu estava sentada sobre o parapeito da janela do seu quarto observando as estrelas, em busca de constelações, como fazia toda noite, quando viu o Troller amarelo de Hugo parar bem próximo a fonte que ficava ao centro do pátio da fazenda.
Viu quando o rapaz deixou Alfonso, que aparentemente estava dormindo na cadeira à direita da do motorista, e seguiu em direção ao lado oposto da casa, onda ficava a janela do quarto que Anny dividia com Ana.
Não sabia detalhes do que aconteceu entre eles, mas escutou parte da história quando Anahí estava consolando a outra irmã no banheiro.
Voltou sua atenção a Alfonso e sorriu ao vê-lo escorar a cabeça no vidro da janela. Ele era o cara mais lindo em que já tinha colocado os olhos, e sem dúvida, completamente apaixonante. Não sabia muito sobre o rapaz, porém, o pouco que tinha conhecimento já era o suficiente para deixa-la fascinada.
"Mas que diabos?"
Poncho, que até então parecia estar num sono profundo, abriu a porta do carro e saiu em zigue-zague até a porta principal.
Ela precisava fazer alguma coisa.
Analu desceu do parapeito da janela com a mesma velocidade em que avançou pelas escadas e abriu a porta principal, dando de cara com um Alfonso aos prantos.
"Anny, eu amo você."
Ele puxou Analu pela mão e a beijou tão intensamente que a menina sentiu a região entre as pernas formigar.
"Você é linda."
"Não, Alfonso, para." Analu o empurrou, passando a mão pela região da boca. "Vá embora, agora!"
"Então..." ele coçou a cabeça e voltou a choramingar. "O que você me disse hoje mais cedo, no lago, que estamos terminados, é verdade?"
Analu arregalou os olhos na mesma hora e ficou sem chão.
"Como é?"
"Você sabe muito bem do que eu estou falando, Narrí. Não acredito que não sente o mesmo."
"Alfonso vai embora, por favor." Analu o empurrou. "Tudo o que eu disse mais cedo era e ainda continua sendo verdade!"
"Não entendo, você sempre pareceu tão apaixonada, Anny."
"Não quero ver você nunca mais, Poncho."
Analu bateu a porta com força e saiu correndo para o seu quarto, arfando.
Ela espiou Poncho voltando ao carro pela sua janela e esperou que Hugo voltasse para enfim descer novamente. Analu deitou-se sobre o sofá da sala e suspirou aliviada por nenhum dos peões ter escutado nada, pois caso contrário já teriam vindo enche-la de perguntas, principalmente Richard, o ajudante insuportável do avô.
Ela passou horas lá, olhando para o nada, até as irmãs, a mãe, o pai e o avô voltarem do clube, horas mais tarde.
Autor(a): beatriz_herrera
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Ao raiar do sol, Alfonso se despediu de Analu com um beijo e ficou observando o carro dela até o mesmo sumir do alcance de sua visão. Saber que Anahí estaria de volta em pouco tempo realmente mexeu com ele. Os dois não se viam desde o episódio ridículo em que apareceu bêbado na fazenda atrás dela, e ele n& ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 4
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Any_Kelly Postado em 06/10/2020 - 11:28:03
Já tô gostando. Posta mais
beatriz_herrera Postado em 06/10/2020 - 13:41:00
Que bom que tá gostando :3
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mileponnyforever Postado em 06/10/2020 - 09:29:08
Aguardando os próximos capítulos!!!!
beatriz_herrera Postado em 06/10/2020 - 13:41:25
<3 faço questão da sua opinião