Fanfic: 320km/h | Tema: Fórmula 1, Pierre Gasly, Charles Leclerc
27 de agosto de 2019 - Faenza, Itália
- Ele não come fora do horário, nem adianta encher o pote que ele não vai comer. Aqui está a lista com sua rotina, horário de passeios, horário da ração e sua vitamina semanal. A vitamina é só na quinta-feira!
Eu estava dando as orientações para a babá de Antônio antes de sair em viagem para nosso próximo Gran Prix. Jesy era sua nova acompanhante desde que precisei arrumar outra quando Margareth havia voltado para Milão. Se eu estava apreensiva? Sim! Era a primeira vez que o deixava com ela e a responsabilidade que eu sentia era como se estivesse deixando meu próprio filho para trás. Como se ele soubesse que eu ficaria fora por uns dias, Antônio estava deitado cabisbaixo esperando eu abandoná-lo.
- Ei, amigão... A mamãe já vai voltar, ok? São só alguns dias... A tia Jesy vai cuidar bem de você, está bem?
Com meu coração em frangalhos, dei um último beijo e saí pela porta onde meu Uber já estava esperando na beira da calçada.
Ao chegar na Toro Rosso, a maioria do pessoal já estava na entrada se ajeitando nas vans e carros para irmos para o aeroporto de Bolonha. O dia acabara de amanhecer e o relógio marcava às 5h57min. Daniil que estava próximo da calçada me ajudou a tirar minha pequena mala do carro.
- Obrigada, Dani.
- Não por isso. – Dani me deu um abraço rápido – Como você está?
- Bem... Na medida do possível.
Daniil franziu a testa e eu sorri saindo de perto evitando a continuidade do assunto. Fui direto para o carro que eu costumava viajar e já coloquei dentro do porta malas minha bagagem de mão e minha mochila.
- Hey...
Não vi Pierre se aproximar e levei um pequeno susto ao vê-lo chegar e beijar meus cabelos em cumprimento.
- E aí, piloto?
- Você dormiu bem? – Pierre estranhou ao ver meu semblante e franziu as sobrancelhas assim como Daniil havia feito momentos antes – Você não está com uma cara muito boa...
- Mais ou menos... Estou preocupada. Deixei Antônio com uma babá nova e não estou 100% satisfeita com isso.
- Relaxa... Vai ficar tudo bem. Antônio é esperto e vai sobreviver alguns dias sem você.
Sorri fraco e entrei logo no carro esperando todos se ajeitarem e saímos logo dali.
A viagem até Bolonha durou quase 1h30min. Daniil dormiu a maior parte dela e eu coloquei meus fones para evitar diálogos com Pierre. O que não adiantou muita coisa pois nosso voo para Luxemburgo eu me sentei ao lado dele. O clima estava quente, assim como em Faenza. Escondi meu olhar em meus óculos escuros e entrei o mais rápido possível no avião. Sentei na janela sem me importar se nas passagens dizia que o assento era de Gasly. Coloquei meus cintos, meus fones e coloquei meu boné na cara na farsa de que eu queria ou estava dormindo. Depois de longos minutos esperando que todos se ajeitassem em seus assentos, a aeronave começou a andar para trás se posicionando para iniciar o táxi. Senti alguém retirar meu fone do ouvido direito e resolvi olhar quem era.
- Você tem medo de decolagens ou simplesmente não quer conversa?
Pierre segurava o fone em seus dedos e me olhava esperando uma resposta. Respirei fundo e tomei o fone de suas mãos.
- Na verdade eu só queria dormir um pouco, se é que você me entende.
Arrumei minha postura e enfiei o fone de volta ao ouvido.
- Essa opção não está disponível. Temos um voo de quatro horas pela frente e eu não estou a fim de dormir. - Pierre arrancou meus fones, o boné e os óculos do meu rosto – Vamos conversar.
- Olha, Gasly. Quando chegarmos na Bélgica, temos mais uma viagem de carro e ainda vamos precisar fazer o reconhecimento da pista. Sendo assim, acho melhor você aproveitar cada minuto para descansar. – Respondi impaciente.
- Mas eu não estou a fim.
Pierre embrulhou meus acessórios dentro do boné e colocou no assento vago ao seu lado. Respirei fundo ao perceber que não ia adiantar insistir pois ele estava a fim de bater papo.
- Tudo bem. Sobre o que quer conversar?
- Primeiro, vamos apreciar esse momento de aceleração da aeronave para impulsionar o voo, depois conversamos.
Não pude evitar o riso ao ver o garoto ao meu lado se empolgando com a decolagem. Por um momento me arrependi de ter sentado ao seu lugar na janela. Pierre apreciava a vista mesmo que sentado no banco do meio e ao terminar a subida, voltou ao assunto anterior.
- Vamos lá, Beatrice Brown. Deixa eu te conhecer um pouco melhor... – Pierre se posicionou melhor no assento e estava se preparando para uma futura entrevista improvisada – Qual sua cor favorita?
- É sério mesmo, Gasly? Nós vamos fazer isso?
- Responda minha pergunta, Brown.
- Azul.
Vi Pierre puxar seu celular do bolso e abrir um bloco de notas.
- Que dia é seu aniversário?
- Foi ontem.
Gasly arregalou os olhos incrédulos e parou a entrevista no mesmo momento.
- FOI ONTEM?
- Sim, foi ontem e eu não me importo com isso.
- Como assim, Beatrice? Você não falou nada com ninguém?
- Eu falaria com quem, Pierre? Caso não tenha notado, não sou uma pessoa cheia de amigos. – "Muito menos de família", pensei.
- Muito obrigada pela consideração. Achei que éramos amigos.
Gasly fingiu uma cara triste e decepcionada e voltou para seu celular abrindo o WhatsApp e procurando Leclerc na sua lista de contatos.
- Charles sabe do meu aniversário. – Respondi seca.
- Além de não me falar do seu aniversário está bisbilhotando minhas conversas, Brown? – Pierre virou a tela do celular para me impedir de visualizar e eu ri.
- Fala sério, Pierre. Chega disso. Eu nem gosto de fazer aniversário!
- Não?
- Qual a graça de constatar que você está ficando velho e cada vez mais perto da morte?
- Pelo amor de Deus, Beatrice. Você tem sérios problemas.
Pierre continuou sua mensagem para Leclerc e eu sorri triste ao perceber que realmente eu tinha sérios problemas. Não tinha amigos de longa data, minha família não se importava com minha existência e eu não transava há quase um ano. E para piorar, ontem foi meu aniversário. Que vida inútil, Beatrice!
- Enfim... Vamos continuar. Já anotei aqui na minha agenda: "26 de Agosto, aniversário da Beatrice". – Ri mais uma vez das ideias idiotas de Pierre e abri um chiclete de menta oferecendo também a ele que rejeitou educadamente – Quantos anos você tem?
- 25.
- Meu Deus, você é mais velha que eu! – Pierre gargalhou acordando Gabriel que sentado na mesma direção que nós, porém do outro lado do corredor. Olhei séria para ele que continuou ignorando seu comentário idiota – Qual sua flor preferida?
- Na verdade não gosto muito de flores... Prefiro folhagens. Hum... Vou ficar com costela de Adão.
Pierre franziu a testa não entendendo muito bem minha resposta, mas continuou o questionário.
- Quantos países você já conhece?
- Pergunta difícil... Não sei responder.
- Ok, vou melhorar a pergunta: Qual país gostaria de conhecer?
- Brasil.
- Você nunca foi lá? Nem em viagens a trabalho?
- Não, da última vez que teve corrida em Interlagos eu não pude ir. Houve um vazamento no meu apartamento em Londres e precisei ir resolver.
- Entendi... Quantos namorados você já teve?
Pierre soltou a pergunta e permaneceu com os olhos fixados na tela do celular na tentativa de disfarçar a pergunta audaciosa.
- Que pergunta é essa, Gasly?
- Responde, Brown.
- Você vai anotar isso aí também? Quer o número dos meus documentos também? Senha do cartão de crédito?
- Qual é, Beatrice. Você sempre quer fugir das perguntas legais... – Pierre puxou seu joelho esquerdo para cima da poltrona e virou seu corpo para mim apoiando a cabeça no encosto da poltrona ainda esperando a resposta da pergunta. Respirei fundo mais uma vez e respondi.
- Três. Eu tive três namoros sérios. – Me virei na mesma posição que Pierre olhando para seus olhos azuis passando sinceridade em minhas palavras.
- Você sofreu ou foi feliz? – Pierre abaixou o tom de voz e guardou seu celular no bolso deixando sua atenção totalmente em meu rosto. Raciocinei por um instante puxando na memória lembranças dos meus namorados e relacionamento anteriores.
- Tive meu primeiro namorado aos 16 anos. Eu era uma criança e ainda não entendo por que a gente faz essas burradas na vida... Ele me fez sofrer. Era ciumento possessivo e queria mandar até nas músicas que eu escutava. – Revirei os olhos - Depois namorei de novo aos 19. A gente era feliz, eu achava que a gente fosse se casar e criar nossos filhos em uma cidadezinha pequena. Mas um belo dia ele resolveu que não me queria mais. Simplesmente terminou e eu até hoje não entendi o porquê. Então nem adianta colocar essa como sua próxima pergunta, Gasly.
- E seu último namorado?
- Ele sim eu amei de verdade. Acho que... foi o único que amei mesmo, sabe? Mas as coisas simplesmente não deram certo... O relacionamento foi esfriando e eu já estava no ramo da Fórmula 1. A gente já não estava bem e com as viagens não melhorou nem um pouco. Cada um foi para seu lado. Foi quando me mudei para a Suíça para trabalhar na Sauber Alfa Romeo.
- Entendi... Às vezes a vida nos surpreende, não é mesmo?
Pierre me olhava no fundo dos olhos me hipnotizando. Nossos rostos estavam perto demais do limite aceitável para "colegas de trabalho". Seus lábios sempre rosados fizeram meu olhar se desviar para eles e lá no meu íntimo, me fez desejá-los.
- A pergunta que não quer calar: você vai dar mais uma chance para o amor, Beatrice?
Com essa pergunta reflexiva, Pierre finalizou sua entrevista devolvendo meus pertences e fechou os olhos para dormir.
27 de agosto de 2019 - Luxemburgo, Bélgica
Depois daquele questionário da minha vida pessoal feita por Pierre, confesso que não consegui dormir, ao contrário do piloto ao meu lado que estava quase que num sono profundo com a poltrona inclinada. Estávamos para pousar e eu precisava acordá-lo, então resolvi fazê-lo colocando um de meus fones em seu ouvido onde tocava No Worries do McFLY. Ele se mexeu logo em seguida abrindo devagar seus olhos.
- Ficou faltando uma pergunta na sua entrevista: Qual minha banda preferida?
- Imagino que seja esta que estou ouvindo agora, estou certo? – Pierre disse se ajeitando na poltrona colocando seu encosto na forma ereta.
- Exatamente. McFLY. A banda britânica mais foda de todos os tempos.
Coloquei meu pé direito em cima do assento e abaixei minha meia mostrando meu tornozelo onde eu havia tatuado um microfone clássico que era um dos logos da banda. Pierre riu e ficou surpreso com minha audácia de tatuar minha banda preferida em meu pé. Até onde eu sabia, Pierre não tinha nenhuma tatuagem, ou tinha alguma muito bem escondida invisível aos olhos.
O desembarque foi relativamente rápido e nossos carros já estavam à nossa espera no pátio do aeroporto. Desta forma, saímos de Luxemburgo rapidamente em destino a Spa-Francorchamps. Desta vez Daniil não estava conosco, eu e Pierre ficamos sozinhos no carro com o motorista francês. Pierre se empolgou falando um pouco no seu idioma natal e eu voltei para meus fones de ouvido até chegarmos no paddock da pista que ocorreria a corrida no próximo fim de semana. Eu estava morrendo de fome e dei graças a Deus que o buffett estava servido, não aguentava essas comidas de avião. Peguei uma mesa afastada bem na sacada do andar de cima, mas como se eu tivesse um chip de gps dentro de mim, Pierre me achou logo em seguida.
- Quero que você conheça meus pais.
Pierre soltou as palavras enquanto puxava a cadeira para se sentar à mesa. Me engasguei sentindo um caroço agarrar na minha garganta me forçando a beber um pouco do meu suco.
- Conhecer seus pais?
- Sim, eles virão para a corrida no fim de semana.
Tentei disfarçar meu susto e fingir que não havia nada de mais conhecer os pais de Pierre, não é mesmo?
- Claro, será um prazer.
- Eu tenho algumas fotos para fazer pela manhã também. Atualizar o catálogo com meu macacão da Toro Rosso de novo.
- Tem entrevistas e autógrafos também?
- Provavelmente. – Pierre respondeu de boca cheia.
- Eu fico com você, se você quiser.
Eu sabia que tinha muitas pessoas comentando sobre a troca de Pierre da Red Bull Racing para a Toro Rosso novamente e isso incluía comentários maldosos e boatos correndo entre o paddock. E como se não fosse o suficiente, as câmeras da Netflix estavam por toda a parte fazendo do sofrimento de Pierre Gasly um reality show e isso não me agradava nem um pouco.
- Obrigada pela preocupação, Bea, mas eu estou bem. – Pierre sorriu em agradecimento e segurou minha mão por cima da mesa.
- Você meio que não tem escolha. Eles colocaram o Logan para ser o treinador de Dani e eu vou ficar o tempo todo com você. Sinto muito.
Ambos sorrimos em concordância e seguimos nossa agenda do dia.
30 de agosto de 2019 - Spa-Francorchamps, Bélgica
Era dia de treino livre na Fórmula 1. Caminhar pelos box e ver as equipes se empenhando em seus carros, ouvir o barulho dos motores e os funcionários correndo para lá e para cá era emocionante, fazia meu sangue correr mais rápido em minhas veias. O sol estava em seu ápice às 9h da manhã e eu estava tentando encontrar uma sombra para treinar Gasly quando ouvi alguém me chamar.
- Bea! Beatrice!
Era Charles caminhando em minha direção de óculos escuros e com seu macacão abaixado amarrado em sua cintura.
- Charlie!
- Parabéns pelo seu aniversário! – meu amigo me abraçou apertado e eu retribui.
- Obrigada! Mas você sabe... Eu não gosto de aniversários.
- ...não gosta de aniversários.
Eu e Charlie falamos juntos. De fato, meu amigo me conhecia e sabia de meus pensamentos.
- Como você está? Preparado para a corrida de domingo?
- Sim, eu só quero o primeiro lugar, cansei de subir no pódio em terceiro...
- Vai dar tudo certo! – abracei novamente meu amigo que retribuiu com carinho.
Continuei andando pelos box e encontrei Albon, também o abracei e desejei uma boa corrida. Eu sentia falta daquele mestiço de tailandês. Ele também estava super nervoso por sua primeira corrida na RBR, na verdade, acho que todos estavam, até eu mesma. Senti meu celular vibrar no bolso da calça e na tela aparecia "Pierre Gasly".
- Oi.
- Onde você está?
- Tô aqui embaixo, por quê?
- Eu preciso de você, estou aqui atrás do Paddock. Você pode vir aqui?
- Estou indo.
Desliguei o celular e apressei o passo até onde Pierre estava. Quando entrei na sala atrás do paddock, as câmeras da Netflix estavam lá. Pierre estava sendo maquiado por uma garota loira com peitos para fora, o que me fez odiá-la sem conhecê-la. Ao me ver se aproximar, Pierre acenou com as sobrancelhas e sorriu sem graça. Fiquei de longe observando esperando a periguete dar licença.
- A Netflix vai me entrevistar. – Pierre sussurrou.
- Percebi. – Estiquei uma garrafa de água para ele – Não sabia que entrevistaria os pilotos na corrida de hoje.
- Nem eu. – Pierre respondeu depois de bebericar sua água. – E eu até imagino sobre o que eles vão falar...
O repórter da Netflix interrompeu nosso diálogo solicitando que Pierre se ajeitasse na cadeira em que seria entrevistado. Me afastei para atrás das câmeras e sussurrei um "vai dar tudo certo" para Pierre que sorriu em resposta.
Gasly já foi logo questionando se a entrevista seria sobre sua troca de assentos, vulgo troca de RBR para Toro Rosso.
- Quero saber se vão dizer a verdade ou não.
Com essa pergunta, Pierre já demonstrou para o que veio. Eu disfarcei o riso sentada no banco atrás do câmeras e de frente para Pierre. Ele ria enquanto bebia sua água e me encarava de longe. Eu sorri e pisquei como se dissesse que ele estava indo bem.
- Sim.
- Eu perguntei para saber como está sendo dito. Tem muita gente comentando e muita gente fala bobagem. Eu parei de dar ouvidos. Estou concentrado em mim para ter o melhor desempenho possível e me aperfeiçoar como piloto. Mas quando você perde o seu lugar, é difícil.
Ao ouvir Pierre dizendo aquilo, pude ver o quanto ele ainda estava abalado com tudo. Realmente não era uma situação agradável e com certeza isso o deixava chateado.
- Algum conselho para Alex Albon?
Pierre pega novamente sua garrafa d'água e ri com a pergunta malandra do repórter. Com maestria ele responde:
- Ele é esperto o bastante para se virar sozinho.
Mais uma vez segurei o riso e senti orgulho de Pierre. Cruzei as pernas e peguei meu celular e discretamente comecei a filmar. A gente nunca sabia até que ponto esses repórteres estavam dispostos a ir, e se algum deles cruzasse a linha de "aceitável", a Beatrice aqui iria em defesa de Pierre Gasly.
- Se eu não fosse dirigir, com certeza precisaria de um whisky Bruichladdich.
- Qual é, você aguenta! Foi funcionário da RBR, aguenta qualquer coisa.
- Você sabe que nós dois somos funcionários da RBR né?
- Mas pelo menos na Toro Rosso a pressão psicológica é menor.
- Já imaginou se a Netflix pega você falando isso?
- Seríamos os dois mais novos desempregados do Paddock!
Gasly dá sua gargalhada escandalosa que eu adorava, vi algumas pessoas ao redor nos observando assustadas.
- Agora é sério. Meus pais já chegaram, vamos lá na garagem.
Beberiquei meu Red Bull e coloquei uma goma de mascar na boca para aliviar a tensão que eu estava no maxilar. Parecia até que ia conhecer meus sogros. Seria engraçado se não fosse trágico.
Ao entrarmos na garagem de Pierre, observei o casal francês ansiosos para abraçar seu filho que não o via há tempos.
-Maman! (Mamãe!)
-Mon cher fils! (Meu filho querido!)
Vi a senhora de cabelos castanhos abraçar seu filho e acariciá-lo no rosto. Eu poderia dizer que ela estava quase que em lágrimas de tanta saudade. O senhor grisalho se junta ao abraço e me emociono ao observá-los.
- Papa! (Papai!)
- Je t'aime mieux dans cet uniforme bleu. (Eu gosto mais de você nesse uniforme azul).
Pierre sorriu e abraçou seu pai novamente. Depois se virou para trás para me chamar e retomou o diálogo em inglês, graças a Deus.
- Quero que conheçam a Beatrice. Ela é minha treinadora agora.
- Senhor Gasly, senhora Gasly. - estiquei a mão para cumprimentar cada um deles - É um prazer conhecê-los.
- Ah, querida, me chame de Pascale.
Sorri envergonhada com a atitude da mãe de Pierre.
- Garota bonita, filho.
Senhor Jean-Jacques Gasly diz e me deixa mais envergonhada ainda. E para piorar, Pierre concorda. Onde é que eu posso me esconder hein?
Continuamos um breve diálogo e logo nos afastamos para continuarmos com nossas tarefas do dia. Como se fosse uma cerveja gelada, bebi o resto da latinha do meu Red Bull num gole só.
- Sei que você tem a pele clara, mas nunca tinha visto em cor de tomate, essa foi a primeira vez.
Pierre faz um comentário idiota tirando sarro do momento constrangedor que acabara de passar.
- Acho melhor guardar suas piadas ridículas para você antes que eu enfie meus dedos no seu... Olho. Aí já era corrida pra você, campeão.
Ele gargalhava e não parava de me azucrinar.
- A Netflix deveria estar filmando essa cena, com certeza seria divertido de assistir.
Parei em frente a Pierre a centímetros de seus lábios, seus olhos arregalados em susto me fitavam confusos com o que viria a seguir. Posicionei minha mão em suas bolas por cima da bermuda e segurei firme.
- A não ser que você não queira dar netos para a sua mãe, acho melhor parar com as gracinhas se não... - Pierre permaneceu mudo e estático - Acho bom.
Continuei a caminhada e esperei Pierre se recompor e começar a me seguir. Antes de entrarmos no motorhome, Pierre aperta o passo e me alcança me encurralando na lateral do motorhome vermelho da Ferrari. Seu braço direito fica acima de meu ombro esquerdo me impedindo de sair. Sua mão esquerda me segurava pela cintura me fazendo arrepiar por debaixo da blusa. Seus lábios estavam a centímetros dos meus e seus olhos estavam mais azuis que o mar de Mônaco.
- Se não o quê? Não é só você que sabe fazer joguinhos sexuais, Beatrice. Eu também sei.
Desta vez foi a minha vez de ficar sem ar. Fomos interrompidos por uma notificação de meu celular que curiosamente era do piloto monegasco da Ferrari dizendo: "Anthoine está aqui. Ele quer te ver". Mal sabia ele que eu estava ali ao lado sendo encurralada por Pierre Gasly. Me desvencilhei de seus braços e cliquei em chamar para falar com Leclerc. A essa altura do campeonato, eu não sabia nem o meu nome.
Autor(a): S. Writer
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Comentários da Fanfic 2
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RafaElla Postado em 10/10/2020 - 13:58:33
Olá! Você pretende continuar com a história? gostaria muito de acompanha-la é bem diferente.
S. Writer Postado em 23/12/2020 - 11:15:57
Olá! Primeiramente obrigada por estar lendo. E sim, irei continuar. Tive muitas tarefas inadiáveis nesses dois últimos meses, mas agora estarei de férias e irei atualizar com certeza. Por favor, não desiste de mim <3