Fanfic: Seu Amigo Sedutor Adaptada AyA (Terminada)

Tal como Alfonso tinha suspeitado, a atitude de esposa amável de Anahí se desvaneceu assim que ficaram a sós em sua cabana.

- Pode ser que tenha aceito salvar seu traseiro e resgatar este acordo fingindo estar casada com você, Alfonso Fox - lançou apontando com um dedo. - Mas eu não gosto que me dêem o papel de bonequinha nem que se aluda para mim como «serviço de quarto».

- Jamais fiz isso. O que disse...

- Sei o que disse! Deu a entender que desejava tanto seu corpo que só tinha que estalar os dedos para conseguir o que queria.

- Na realidade, a implicação era que eu desejava você - corrigiu com um sorriso. - E só depois que batesse essas longos cílios e anunciasse que queria uma cabana para poder ficar sozinha comigo.

- Reconheço que movi os cílios em sua direção - se afastou indignada, - mas eu não era a única que o fazia. Deve ficar agradecido que me ocorresse um modo de minimizar o tempo que teremos que passar com eles.

- Sim, a idéia da cabana foi um toque de gênio - concordou, fiscalizando o interior enquanto Anahí abria uma das portas interiores da sala e desaparecia de vista. - Por desgraça... - elevou a voz para que pudesse ouvi-lo. - não nos evitou ter que jantar com eles esta noite - o quarto principal tinha chão de piçarra e alguns móveis e dois tapetes de algodão dividiam a sala de jantar. Em um canto havia três tamboretes ante um balcão que dava a uma pequena cozinha. - Não é mal - murmurou, voltando-se quando Anahí retornou através da segunda porta.

- Mudará de opinião quando descobrir que só há um dormitório e um banheiro.

- Supõe-se que estamos casados. Não ia pedir uma com dois, não é?

- Compreendo! - exclamou. - Mas pensei que em alguma parte haveria uma cama dobradiça. Todos nossos hotéis as têm.

- Quando Porters comprar o lugar as incorporaremos. Enquanto isso teremos que nos arrumar.

- Nesse caso espero por seu bem que o sofá se torne uma cama, ou dormirá no chão.

- O que quer dizer?

- Quero dizer, Alfonso - explicou como se falasse com uma criança, - que uma das duas pessoas que neste momento estão aqui não dormirá no maravilhoso colchão de água. E eu sim.

Franziu o cenho ao contemplar o sofá de dois lugares que Anahí inspecionava e teve um calafrio. Alfonso  sabia que se passaria toda a noite se chocando com os braços, embora por algum milagre pudesse acomodar seu metro noventa e cinco.

- Seria mais democrático se tirássemos na sorte - disse.

- Sem dúvida nenhuma. Mas como eu não pude votar ao vir aqui, nem sequer fui consultada, não penso defender os direitos democráticos para você. Aha! - exclamou quando ao fim conseguiu abrir o sofá. - Aqui tem sua cama matrimonial. Certamente, querido marido, se quer dormir sobre lençóis, terá que fazer isso você mesmo, porque até aqui chego sem um anel no dedo.

- Oh, vamos, Annie. Tenha compaixão. Não posso dormir aí; é muito curto. As pernas ficarão de fora.

- Encolha-se.

- Não posso dormir encolhido. Sabe que gosto de me estirar.

- Na realidade, Alfonso - riu - Figuro nessa insignificante porcentagem da população feminina compreendida entre os dezoito e os quarenta e dois anos que carece de conhecimento íntimo de seus hábitos de sono. Embora imagine que poderia pedir a lady Mulligan que confirme sua história.

- Muito engraçada. Até Duncan sabe que tenho o sono leve - deitou-se no sofá e se contraiu até parecer um pigmeu; gemeu. O gesso que tinha tido que suportar depois de quebrar a perna esquiando não tinha sido tão rígido. - Jamais poderei dormir aqui! -queixou-se, mas Anahí parecia felizmente despreocupada enquanto levava sua bagagem ao dormitório. Levantou-se e se dirigiu ao frigobar, decidindo que precisava de um drinque. - Não fique muito confortável aí - anunciou em voz alta. - Porque ainda não está decidido.                     I

- Claro que está - respondeu ela - Pode ser que tenha vindo por obrigação, mas não penso sofrer durante minha estadia aqui.

- Seja razoável, Annie. Não vai esperar a sério que negocie com êxito a compra de um hotel por muitos milhões de dólares se for vítima de falta de sono e de reumatismo.

- Oh, pobrezinho - suas palavras provocaram a risada vinda do outro quarto. - O sofá não diminuirá suas habilidades negociadoras!

- E o que faz você estar tão segura disso? - abriu uma lata de cerveja.

- Seu impressionante histórico de triunfos tanto nos dormitórios como nas salas de reuniões por todo o país! - repôs. - Chame-me de cínica, mas estou disposta a apostar que não é o primeiro contrato que negocia depois de desfrutar de muita cama e pouco sono.

- É cínica! E perderia a aposta! - mentiu, sorrindo para si mesmo. - Estou preparando um drinque para mim; quer um?

- Sim, obrigado. Não demorarei.