Fanfic: Seu Amigo Sedutor Adaptada AyA (Terminada)

Alfonso desejou que Anahí levantasse os olhos baixos para ter uma idéia de como se sentia. Não lhe passou por alto a ansiedade em sua voz quando sir Frank mencionou seu pai, e assim como ele não se enganava a respeito do implacavelmente ambiciosos que tinham sido seus próprios pais, desconhecia como Annie lembrava dos seus. Quatro anos mais nova que ele, só tinha seis quando o barco a motor em que navegavam com alguns hoteleiros estrangeiros explodiu. Com a exceção da mãe de Anahí, todos os que iam a bordo morreram imediatamente; Felicia Worthington o fez dois dias mais tarde no hospital.

Só então lhe ocorreu que Annie e ele jamais tinham falado deles em todos os anos que passaram juntos aos cuidados de Duncan. Não lhe cabia dúvida de que este os amava muito, mas o velho solteirão jamais tinha animado as exibições de emoções ou sentimentos. Perguntou-se se isso tinha sido bom ou mau para uma personalidade emotiva como a de Annie, que tinha se negado a abandonar o leito de sua mãe moribunda até que deu seu último suspiro.

Ao olhar o simples anel de ouro que adornava a mão esquerda de Annie, compreendeu que havia muito que desconhecia dela, e de repente desejou conhecê-la... Muito.

O prato principal apareceu e desapareceu em uma atmosfera carregada de mentiras e ao que parecia de inesgotáveis garrafas de champanha. À medida que este se apoderava mais de sir Frank, menos inclinado se sentiu o homem a levantar a vista do decote de sua esposa ou a notar que ela cada vez se aproximava mais de Alfonso. Qualquer tentativa de concentrar sua mente nos negócios era descartado com comentários como: «Deixemos isso para o escritório» ou «Minha Vitória se angustia quando prefiro os negócios a ela».

Anahí estava a favor de algo que angustiasse «sua Vitória»; que tinha aproximado a cadeira até o ponto em que podia brincar com os pés de Alfonso. Sabia porque alguns momentos antes teve a surpreendente, mas satisfatória experiência de interceptar um pé descalço feminino com o salto do sapato. É obvio, em uma atuação inspirada, desculpou-se com efusividade ante o grito de dor de Tory, aduzindo que tinha tentado eliminar uma cãibra.

- É evidente que tem má circulação - havia dito a outra com olhos carregados de ódio. - Deveria comer mais sal - esboçou um sorriso malvado. - Embora na sua idade poderia ser sintoma de um pouco mais perigoso.

- Oh? Sempre pensei que o sal era prejudicial. Não é que duvide de você, lady Mulligan - acrescentou. - Sei que com sua idade e experiência superiores é muito mais experiente que eu no tema da circulação - claro que essa resposta lhe tinha feito merecer um olhar severo de Alfonso.

- Sabe, Frank? - comentou Tory, enchendo a taça de champanhe de seu marido, embora ficasse meio vazia antes que a garrafa voltasse para a o balde de gelo. - Devemos organizar uma saída para navegar com Alfonso enquanto esteja aqui. É evidente que ama o mar, e nós não aproveitamos muito o navio.

- Isso é porque estou muito ocupado no escritório, querida - foi a pastosa resposta de seu marido. Moveu as sobrancelhas. - E quando não é esse o caso, ambos estamos ocupados, não é?

Anahí nem sequer foi capaz de plantar um sorriso em seu rosto quando o ancião bateu em suas costelas, ao mesmo tempo que fracassava em piscar um olho. Sob nenhum conceito era puritana, mas qualquer oportunidade de falar de negócios se deteriorou em proporção direta com a capacidade de sir Frank de controlar o que bebia ou a sua coquete esposa. Não parava de esperar que Alfonso pusesse fim ao encontro, mas pelo que podia ver não parecia perturbado pela futilidade do jantar, embora nos últimos vinte minutos tinha lhe jogado olhares de ajuda.

Mas não tinha nem idéia de como esperava que fizesse isso. Como Tory ainda não tinha chegado à fase de subir em seu colo e lhe arrancar a roupa, nesse ponto, e apesar de quão atrativo seria, atirar o balde de gelo na cabeça dela seria considerado um ato de agressão. A menos...