Fanfic: Seu Amigo Sedutor Adaptada AyA (Terminada)

«Maldita seja! Como conseguia?», perguntou-se, e se resignou ao feito de que provavelmente estaria morto antes de ser imune a isso. E apesar de que adoraria escorraça-la de seu escritório e esquecer que alguma vez tinham mantido essa absurda conversa, não podia, não quando a via tão vulnerável; Annie e Duncan eram o mais próximo a uma família que jamais ia ter. Se não podia lhe dar sua simpatia, ao menos lhe devia deixá-la falar para descarregar seu problema.

- De acordo - disse com voz cansada. - Escuto. Mas em dez minutos tenho uma reunião com Duncan e os rapazes do departamento financeiro  então dispõe de oito para dizer o que quiser dizer. E não pense me pedir que lhe acoberte - elevou a voz ante o gesto dela de querer interrompê-lo - se o chefe chega a descobrir que se deita com um homem casado.

- Não me deito com ele!

- Não?

- Só saí com ele uma meia dúzia de vezes!

- Demônios! Anahí, virtualmente me disse...

- Céus, Alfonso - ficou boquiaberta, com uma expressão entre assombrada e doída - Como pode dizer algo semelhante? Como pode pensar sequer que me meteria na cama com um rapaz que mal conheço? Como...?

- Possivelmente - cortou sua insinuação de que ele era o vilão aí - se deve a que acaba de me contar que seu objetivo imediato na vida é ser a amante desse cara.

- Jamais disse isso! - negou com paixão, banindo já seu aspecto vulnerável.

- Pois é a impressão que recebi.

- Para sua informação, o amor tem algo mais que sexo. Contra sua experiência pessoal, nem todas as relações entre um homem e uma mulher são físicas.

- É verdade, nem todas - concordou. - Algumas são simplesmente exasperantes - enfrentou seu olhar indignado, sem saber se a emoção que predominava nele era o aborrecimento ou o alívio. sentiu-se aliviado ao saber que não era amante de Carey, mas, maldita seja, quis estrangulá-la por deixar que pensasse o pior e por sua relutância em não cortar dita relação.

Estudou-a, perguntando-se como uma mulher tão atraente, inteligente e culta como Anahí  podia ser tão estúpida quando se tratava de sua vida pessoal. Apesar de que seu cabelo revolto, sua graciosa boca e sua saia muito curta nas reuniões com clientes homens faziam suspeitar que só fosse uma decoração, Anahí era um membro valioso da Porter Resort Corporation. Embora seu objetivo na vida fosse o matrimônio, uma casinha com cerca branca em um subúrbio, um montão de filhos e um cão labrador, durante as horas de negócios se centrava absolutamente em seu trabalho.

- E então? Perguntou, com os braços cruzados como uma preceptora que recebe a seu rebelde tutelado.

- E então, o que?

- Estou esperando que se desculpe por tirar conclusões precipitadas.

Alfonso não pôde deixar de esboçar um leve sorriso ante seu tom de voz. Tentou ocultar a facilidade com que podia se aproveitar dele. Foi um sentimento sincero de culpa o que o impulsionou a romper seu duelo de silêncio.

- Mais que tirar conclusões, empurraram-me a elas - disse, - e elevou uma mão quando ela insinuou debatendo essa questão. - Entretanto, lamento haver dito o que disse.

- Então, me ajudará? - seu rosto expressou felicidade.

- Ajudar como? - franziu o cenho.

- Seduzindo Karrie.

- O que?

- Oh, Alfonso, por favor - suplicou. - Se conseguir que Karrie saia contigo, então Brad não se sentirá culpado por sair comigo - incapaz de falar pela audácia de seu pedido, Alfonso só pôde menear a cabeça, mas Anahí dominou inclusive seu pequeno sucesso ao lhe emoldurar o rosto em suas mãos. - Não vê, Alfonso? - falou com voz baixa e amável, sem dúvida em deferência a seu estado de estupefação. - É a solução perfeita. De fato, é a única. E será fácil. Karrie não resistirá! Depois de tudo, é inteligente, rico, atraente, sexy... - quase ronronou a palavra. - E, melhor ainda, o próximo na linha para ser presidente da Porter Resort Corporation. Reconheça - acrescentou com um sorriso confiante, - por ser uma mulher dedicada a sua carreira, embora Karrie o considere o maior idiota da história, não sair contigo seria a pior decisão profissional que poderia tomar.

Sentiu uma certa dose de satisfação ao lhe agarrar os pulsos e afastar seus braços. Inclinou-se e grudou o nariz ao dela.

- Não.

- Não, o que? - ela piscou.

- Não, não penso cair ante um sorriso doce, uma voz suave ou algum dos ardis femininos com os que acaba de tentar me derrubar. E, não, não vou pedir a Karrie Carey que saia comigo.

A tentativa de Anahí de se soltar fez com que aproximasse seu torso ao do Alfonso; sua fúria era tão evidente como o subir e descer de seus seios contra sua camisa e seu rosto acalorado.

- Ela... Se chama... Karrie Dent.

- Pode se chamar como melhor lhe agrade; não altera o fato de que está casada com Brad Carey.

Ela tentou se soltar com mais veemência, algo que lhe negou durante uns segundos, tentado a lhe colocar alguma razão na cabeça. Mas quando esse impulso benigno de repente se viu dominado por um mais perturbador de lhe fazer perder a razão com um beijo, Alfonso a deixou livre; imediatamente lamentou ao notar que Anahí empregava todo seu corpo para se soltar. Seu esforço foi em vão, e um segundo depois ela terminou com o traseiro no tapete. No ato se agachou a seu lado.

- Demônios Annie  está bem? Querida, sinto muito - estendeu uma mão para ajudá-la a se levantar. - Não esperava...

- Quanto sente? - os olhos brilharam com um prazer e uma espera quase infantis.

-Nem tanto...

- O qual demonstra que falar é fácil - afastou sua mão. - Se lamentasse de verdade aceitaria convidar Karrie. É o mínimo que pode fazer por me atirar ao chão e me machucar o traseiro.

- Não joguei você no chão - Alfonso apertou os dentes. - E se pensasse que serviria para algo e lhe daria um pouco de prudência a sua tola cabeça romântica, açoitaria seu traseiro.

- E se eu pensasse que serviria para algo - repetiu com ardor, ficando de pé com uma celeridade que proporcionou a ele uma tentadora visão de sua perna, - apelaria a seu gentil coração e pediria que reconsiderasse. Mas é evidente que não tem coração, Alfonso Fox!

- Sim? Bom, outra coisa que não tenho é tempo para ficar contigo e correr outra vez o risco de que me manipule - mais zangado que o que justificava a situação, recolheu algumas pastas da mesa. - Nos vemos; tenho uma reunião para assistir.

- Alfonso, espere! - agarrou seu braço. Sua cara era uma mescla de súplica e cálculo. - E se prometesse cozinhar para você durante uma semana só por convidar Karrie para jantar?

- Passo. Nós dois sabemos que é uma paciente potencial de urgências cada vez que entra em uma cozinha; o mesmo acontece a qualquer um que coma seus pratos.

- E se contasse que faz duas semanas comecei a tomar aulas de culinária?

O anúncio o surpreendeu, já que sempre havia dito que assim que encontrasse o Senhor Perfeito deixaria de ser autodidata na cozinha e assistiria aulas de culinária. Mas, apesar das idéias equivocadas que giravam em sua cabeça, Carey, casado ou não, não era seu Senhor Perfeito.

- Diria - respondeu com os punhos apertados para conter sua crescente frustração, - que se acha que com isso vai me convencer... está enganada. Agora mesmo a única lição que precisa Anahí, é não brincar com homens casados. Um prato quente não é a única coisa que pode queimar os dedos.

- Alfonso, por favor.

- Sinto muito, Annie, não. Se quer estragar sua vida, vá em frente; depende de você. Mas não espere que eu te ajude.

Deixou-a sozinha em seu escritório, sabendo que não tinha mais que duas opções para lidar com o assunto. Ou podia passar pelo departamento de desenho a caminho da reunião e dar um murro em Brad Carey por brincar com Annie, ou podia se comportar de uma maneira racional e manter-se afastado até que ela recuperasse a razão... e depois dar um murro em Carey por brincar com Annie!