Fanfic: Seu Amigo Sedutor Adaptada AyA (Terminada)

Embora só tivesse retornado de Sydney fazia alguns dias, depois de cinco semanas de ausência, Brad e ela tinham conversado várias vezes nesse tempo, e apesar de que todas as chamadas se iniciaram por questões de trabalho, nenhuma tinha terminado dessa maneira. Não havia forma de que tivesse podido adivinhar o interesse de Brad, mas como a lei em Nova Gales do Sul requeria um período de «meditação» de quatro semanas entre a solicitação de uma licença de casamento e a celebração do enlace, Brad tinha estado «tecnicamente» comprometido durante todas as conversas que mantiveram, e escolheu não mencionar isso.

Não tinha sido fácil ocultar seu assombro quando o padrinho mencionou descuidadamente a promoção de Brad durante o jantar que tiveram três dias atrás, depois que a buscou no aeroporto. No espaço de alguns segundos tinha passado de aturdida a incrédula, de ter o coração quebrado a estar furiosa.

Nunca na vida tinha estado tão encolerizada, nem sequer com dezessete anos, quando Alfonso, que era quatro anos mais velho, tinha contado ao padrinho que ela saía com um rapaz de vinte e cinco anos. O que então lhe tinha indignado era que enquanto Alfonso brincava de ser um oficial da moral com seu romance inocente, estava imerso em uma aventura com uma divorciada que tinha o dobro da idade dele. Apesar de que essa atitude transbordava hipocrisia, parecia insignificante comparada a descobrir que o rapaz de que estava noventa e nove ponto noventa e nove por cento apaixonada se casou com outra.

De algum modo tinha conseguido manter um semblante de normalidade durante o jantar com Duncan, mas assim que partiu começou a ligar para Brad. Ao não localizá-lo nem em sua casa nem no celular, discou o numero de Alfonso, com a esperança de ter um ouvido compreensivo, mas respondeu uma mulher ofegante. De novo suas emoções tinham passado do desespero à fúria. Muito ferida para dormir, passou o resto da noite alternando entre o pranto e tramar formas espantosas de assassinar tanto Brad como essa mulher sem fôlego nem rosto.

Ao ir trabalhar no dia seguinte, soube pela secretária do departamento que Brad estava de «férias» e que só podia localizá-lo em uma emergência. Por sorte, uma das vantagens de ser a afilhada do dono da empresa era que podia dizer: «Não tentaria falar com ele se não fosse uma emergência, não é?» e que ninguém questionasse.

Não restava dúvida que Brad ficou perplexo ao ouvir sua voz quando ao fim pôde falar com ele, mas supôs que podia perdoá-lo, já que seu modo de saudá-lo tinha sido: «Olá, miserável poço de escória de duas caras». Ou palavras nesse estilo. Ao final, entretanto, mostrou-se sinceramente arrependido por não lhe contar o que acontecia; explicou-lhe que não tinha querido que sentisse que a colocava em uma posição que teria que escolher entre a lealdade a seu padrinho e sua empresa por cima de sua amizade com ele. Esse era o Brad que ela conhecia, por quem se apaixonou e, tal como tinha lhe prometido, existia uma carta que tinha enviado e que esperava entre todas as que tinha recolhido aquela mesma tarde com sua vizinha.

Foi depois de lê-la pela enésima vez, e depois de derramar o correspondente número de lágrimas, que Anahí teve a idéia de encontrar uma distração para Karrie; com a ajuda de Alfonso, o casamento profissional de Brad não tinha por que representar a morte automática de sua florescente relação com ele. Mas Alfonso se negou a ajudá-la.

- Porco egoísta de coração frio!

- Perdão? - Ellee arqueou uma sobrancelha. - Pensei que Brad era o homem mais amável e maravilhoso que Deus tinha criado.

- É. O porco é Alfonso!

- Alfonso é um encanto.

- Ser atraente e sexy não tem por que ser em tudo, Ellee.

- Não, mas Alfonso Fox é - respondeu com veemência. - Jamais a perdoarei por não conseguir para que saísse com ele.

- Olhe, Ellee, tentei, está certo? Com você, com Jill, com Kaitlin, com toda maldita mulher que cometi o engano de lhe apresentar - sacudiu a cabeça e se adiantou para servir-se de mais vinho. - Sinceramente, às vezes acredito que o único motivo pelo que fiz tantas amigas em minha adolescência era porque vivia na mesma casa que ele.

- Annie...

- Hmm?

- Era - a expressão de sua amiga teve o sucesso de conseguir que Anahí risse. - Bom, ao menos isso é algo! - aprovou Ellee. - Sou eu quem melhora seu estado de ânimo ou essa garrafa de vinho cada vez mais vazia?

- As duas - piscou-lhe com um olho. - Além do fato de que esta noite espero uma ligação de Brad. Me passe um sanduíche, quer?

- Tem certeza? Já comi os que se podiam comer.

- Todos! Pensei que seguia uma dieta.

- Annie... Só havia dois.

- Oh. Bom, qual é o veredicto?

- Deixa que o expresse desta maneira... Não falte mais aulas de culinária.