Fanfic: Daddy's Lil Monster | Tema: Batman; Esquadrão Suicida
Senti que alguém sentou ao meu lado e me virei para ver quem era, surpreendendo-me ao encontrar Bruce Wayne em minha frente.
_” Sr. Wayne! Belo discurso.” Falo, quando percebo que olha para mim.Acabei mentindo pois não havia ouvido nada.
_” Obrigado, senhorita... “
_” Quinzel, Haleen Quinzel.” Digo.
_” Então... Não parece estar gostando da festa.” Ele começou a falar depois de um pequeno silêncio formado.
_” Não me leve a mal. Está tudo muito lindo, mas aqui não é bem meu ambiente.” Dei uma risadinha um tanto sem graça.
_” Entendo, também não vejo a hora de todo mundo ir embora.”
Segurei a vontade de rir, considerando que estava tomando uma taça de vinho e a cena não seria nada bonita.
Todo mundo achava que só porque eu era jovem, loira e de olhos azuis, não poderia ser psiquiatra. As pessoas gostavam de me subestimar!
_” Não acha perigoso trabalhar em Arkham?” Ele pergunta quando vejo o meu chefe indo embora extremamente apressado.
_” Minha profissão?“ Pergunto e ele confirma com um aceno de cabeça.
_” Tem seus riscos, mas eu gosto.”
_” Parece ser bem complicada.” Ele diz.
_” Não é tão difícil quanto parece. Trata-se apenas de saber analisar as pessoas. Como aquele senhor ali. Está bebendo uma taça de vinho a cada cinco minutos, está sozinho e parece estar suando de nervoso, talvez seja porque sua jovem esposa saiu da mesa a poucos minutos e ele tenha reparado nos olhares que ela dava para o garçom.“ Falo apontando discretamente para um velho.
_” A senhorita faz parecer fácil. Acha que consegue me analisar? ”
_” Bem... Eu diria que você, Sr. Wayne, sofreu algo terrível no passado e ainda não conseguiu se recuperar. Imagino que deva descontar toda a raiva de alguma forma que ninguém saiba que é você. O senhor é um homem um tanto sofrido, com muitas cicatrizes, tem um olhar vago... Parece ter visto as piores coisas que a vida pode oferecer.” Falo olhando atentamente para ele observando a forma como não ficava com um sorriso por mais de alguns segundos, o jeito um tanto desajeitado de lidar com as pessoas e as marcas de cansaço em seu rosto.
Ele ficou em silêncio por um tempo, talvez até que um pouco assustado. Fiquei um tanto feliz em impressioná-lo. Logo depois, minha irmã se sentou ao meu lado, cumprimentando Bruce.
_” Clarice, sabe o porquê do Dr. Arkham ter saído tão apressado?“ Perguntei curiosa.
_” Bem, eu estava perto quando ele saiu. Parece que houve alguma emergência no Asilum.”
Rapidamente peguei meu celular, vendo quinze chamadas perdidas do Sr. Arkham. Me lembrei então de que Jane estava lá essa noite e peguei meu celular para retornar a ligação.
_” Jane? O que está acontecendo aí? “ Perguntei assim que ela atendeu.
_” Vários pacientes surtaram de uma vez só. Está tudo sob controle e não há perigo eminente. Mas estamos todos checando se os presos estão em suas devidas celas. Estamos ligando pros médicos pois estamos com poucos funcionários aqui.“
_” Estou indo para aí agora mesmo. Digo e desligo, sem dar a oportunidade dela responder.
_” Clarice, pode chamar o Richard para mim? Preciso chegar no Arkham.”
_” O que aconteceu?” Ela pergunta.
_” Houve uma emergência no Arkham. Sr. Arkham está convocando os médicos. E eu vou!”
_” Rick está conversando com algumas pessoas.”
_” Eu levo você.“ Ouvi a voz de Bruce Wayne e o agradeci.
Fomos até um de seus carros, um Porsche prata, para ser mais específica, e ele dirigiu em alta velocidade até o manicômio. No caminho, soltei o cabelo do coque apertado que já estava machucando minha cabeça e joguei meus brincos dentro da minha bolsa. Suspirei um tanto aliviada quando avistei os portões de ferro assustadores e logo um breve sorriso apareceu em meu rosto.
Avistei Jane assim que entrei e corri para abraça-la. Coloquei meu jaleco por cima do vestido mesmo e fui ajudar a pequena equipe de funcionários de plantão que estava lá a conferir todas as celas. Vi Bruce Wayne conversando com o Diretor, mas não dei importância para isso.
A equipe logo se separou, apenas quatro dos doze funcionários foram para o terceiro, e mais perigoso, andar. Eu e Jane, estávamos entre eles.
Os corredores estavam infestados de guardas que não paravam de gritar. Fiquei me perguntando se eles não sabiam que isso só iria piorar a situação. Continuei andando pelos corredores, ouvindo assovios de alguns dos presos. Muitos deles com histórico de estupros e assassinatos, pelo que eu sabia, mas não me deixei intimidar.
Inconscientemente, cheguei no último e mais protegido corredor do prédio. Onde no fim do corredor estava a cela de meu paciente. Estranhei não haver nenhuma movimentação ali. Parecia completamente vazio. Não parava de me perguntar onde estavam os guardas.
Respirei fundo e virei para trás, só para confirmar que estava sozinha. Caminhei lentamente até a cela onde The Joker permanecia, usando o cartão preso ao meu jaleco para abrir a porta da sala e deixei-a aberta. Ele estava de costas para mim, mas a julgar pelo barulho dos meus saltos, já deveria saber da minha presença.
Verifiquei de longe as duas portas das duas grades que o cercavam e elas estavam intactas. Senti um alívio ao saber que ele estava preso, mas ainda assim fiquei incomodada com a falta de guardas.
_” Olá, Harley!” O homem dos cabelos verdes se pronunciou, ainda de costas para mim. Suspirei e ia me preparar para responder, mas fui interrompida pelo barulho ensurdecedor das sirenes presentes nos corredores.
Olhei para a porta e ela havia sido trancada eletronicamente pelo sistema de segurança, algum prisioneiro fugiu. Eu sabia, mas o que mais me apavorava era saber que eu não podia abri-la. A luz vermelha que piscava acima da porta só comprovava que eu estava ferrada. Virei-me para o psicopata a alguns metros de mim e ele também se virou.
_” Uou! Eu disse que vermelho é a sua cor.” Disse, olhando-me de cima a baixo e eu me lembrei que estava com aquele vestido vermelho e toda maquiada.
Eu realmente iria ficar corada. Até mesmo envergonhada pelo elogio, se a realidade não perfurasse minha mente como uma britadeira. Eu estava presa na mesma sala que o Príncipe Palhaço do Crime.
Flashback on
_” Pronta?” Papai me pergunta com as mãos no banco segurando minha bicicleta
_” Se eu cair você vai estar aqui não é papai?” Me viro para trás com um olhar de angústia. O medo me consumia.
_” Sempre querida! Está pronta? Posso soltar?” Um beijo é direcionado a minha testa.
_” Pode!” Me viro para frente com um longo sorriso apertando com força a guia da bicicleta.
Meus pés tremiam mas com o impulso do meu pai eu consigo me manter em pé e pela primeira vez eu sentia que poderia fazer o que quisesse, ser o que quisesse, andar por onde quisesse...
Eu estava livre e sem medo. Nada mais me perturbava. Apenas a alegria me preenchia enquanto eu sentia o vento forte balançar meus cabelos. O aroma de morango preenchia meus pulmões e a cada pedalada eu escutava meu pai gritar que eu estava indo bem. Estava orgulhosa de mim e nenhum momento poderia descrever aquele momento... Era libertador.
Flashback off
Não tive nem tempo de responder, ouvi meu celular tocando.
_” Alô? Haleen! “Ouço a voz de Jane, um tanto desesperada.
_” O Charada conseguiu fugir da cela, mas ele ainda está aqui no Arkham, por isso trancaram tudo. Onde você está?”
-No compartilhamento de The Joker.” Falo de olhos fechados, esperando por um grito de pânico, mas só ouço ela repetindo o que eu falei para alguém.
Olhei para meu paciente, ele estava focado em meu celular, como se pudesse ouvir a conversa. Desconfortável, viro de costas.
-Dra. Quinzel. Escute, o sistema não pode ser desligado por mim. Eu tenho que chegar em minha sala e se abrirmos as portas do Asilo, as chances de Edward Nygma fugirem dobram. Está em segurança?” Reconheci a voz do Dr. Arkham do outro lado da linha.
-Bem...Só estamos nós dois aqui, mas as duas celas estão trancadas.” Olho ao redor, parando no psicopata em minha frente.
_” Sinto muito, não sei quanto tempo terá que ficar aí” Ele falou.
_” Tudo bem, minha bateria está acabando, só me tire daqui o mais rápido possível.“ Digo e ele desliga, gritando com alguém no final.
Volto meu olhar para o homem em minha frente que chama minha atenção após guardar meu celular. Em seguida, ele sorri.
_” Parece que ficaremos um tempo a sós, não acha?” Ele perguntou.
_” Imagino que saiba o que está acontecendo” Falo, parando em frente à primeira grade, ele se encostou na segunda, deixando-nos a uma distância de uns três metros.
_” Sabe já presenciei muito dessas fugas. Na verdade, na maioria das vezes que ouvi esse alarme tocar, era eu quem estava escapando. Quem foi dessa vez?”
_” Edward Nygma.“ Respondi meio receosa, cruzando meus braços.
-Ah, Eddie... Ele é um dos únicos inteligentes aqui.” Ele brutalmente se jogou para trás, como era de costume, com um passo encenado.
-Até demais.” Murmuro, mas ele ouve.
_” Sabe, querida podíamos usar esse tempo para nos conhecermos melhor.” Ele começa a falar mais baixo, novamente se apoiando na segunda grade.
Pensei por um momento. Não seria nada inteligente deixa-lo saber sobre a minha vida, mas eu poderia selecionar cuidadosamente tudo que contasse para ele e ainda obteria algumas respostas.
_” Muito bem. O que quer saber?” Falo me sentando no chão mesmo, tomando cuidado para o vestido não subir por minhas pernas, apoiando o lado direito do meu tronco na grade, de forma que pudesse encará-lo.
_” Seus pensamentos ou talvez seus desejos.” Ele diz, se sentando no chão também, mas ficando com as pernas cruzadas e os cotovelos apoiados nos joelhos.
_” Por que não me pergunta minha idade ou de onde eu vim?” Digo, estranhando, e ele gargalha, fazendo eu me retesar um pouco.
_” Ah, Harley, mas isso eu já sei! Não deve ter nem vinte e cinco anos, e esse sotaque... Brooklyn, com certeza. Bem, na verdade não é difícil adivinhar como veio parar aqui, sabe...“ Disse me olhando profundamente em meus olhos, como se soubesse tudo de mim, fazendo-me ficar ainda mais desconfortável.
_” Como assim?” Pergunto um tanto confusa e vejo seu sorriso aumentar.
_” Você é jovem, doutora, inteligente, bonita... E inexperiente, claro.”
_” Perdão?” Praticamente engasgo em indignação.
_” Isso só me leva a uma conclusão... Você obviamente já usou seu corpo para chegar onde está.” O psicopata continua, ignorando-me completamente.
_” Se está insinuando que já dormi com professores ou qualquer coisa desse tipo...” Falei me levantando do chão gelado em um pulo, totalmente indignada e sentindo a raiva crescer dentro de mim.
_” Harley, querida eu nunca disse isso, essa fala é sua.” Ele se movimenta rápido, ficando em pé também.
_” Eu nunca fiz isso! Por que todos acham a mesma coisa? Por que você acha isso? Achei que pensasse diferente dos outros.” Digo firme e logo grunhi irritada.
_” Não leve como um insulto, Doutora, foi apenas uma inocente observação.” Ele diz, logo abrindo um grande sorriso.
Foi quando eu entendi tudo. Ele estava apenas me provocando, queria me deixar com raiva e havia conseguido, eu só não entendia o porquê, o que ele conseguiria com isso? Fazer com que eu enlouqueça? Eu estava olhando para baixo, recusei-me a olhá-lo e fiquei com meus braços cruzados.
_” Por que fez isso?” Perguntei baixo, mas estávamos só naquela ala enorme, era impossível ele não ter ouvido.
Autor(a): harleenquinzel
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
_” Para mostrar que nenhum ser humano tem seus instintos de sobrevivência funcionando. Ainda não percebeu, Doutora? Não percebeu aonde chegou por estar cega de raiva?” Ouço-o suspirar. Levantei a cabeça rapidamente, com um olhar confuso, mas que logo se transformou em surpreso ao notar onde eu estava. Eu havia entrado no v&atild ...
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