Fanfics Brasil - Fuga em Arkham - 2ª parte Daddy's Lil Monster

Fanfic: Daddy's Lil Monster | Tema: Batman; Esquadrão Suicida


Capítulo: Fuga em Arkham - 2ª parte

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_” Para mostrar que nenhum ser humano tem seus instintos de sobrevivência funcionando. Ainda não percebeu, Doutora? Não percebeu aonde chegou por estar cega de raiva?” Ouço-o suspirar.


Levantei a cabeça rapidamente, com um olhar confuso, mas que logo se transformou em surpreso ao notar onde eu estava. Eu havia entrado no vão entre as duas grades que nos separavam. De alguma forma, a raiva havia me cegado tanto que nem percebi quando destranquei a primeira porta e entrei, sem ter noção do perigo. Encostei-me na primeira grade, ficando o mais longe possível dele, mas, ao mesmo tempo, sem querer voltar atrás.


_” Como fez isso?” Pergunto, sentindo um leve sorriso crescer em meus lábios, e percebo que nos dele também.


_” Manipulação, querida. Sabe o segredo da sobrevivência?” Ele disse ao mesmo tempo em que se apoiava em sua grade e eu inclinei um pouco minha cabeça em sua direção, instintivamente.


Logo desencosto-me da grade exterior, ficando um pouco mais próxima, mas ainda com uns bons dois metros nos separando. Isso pareceu ser a deixa para que continuasse a falar.


_” Mantenha a calma. Não deixe os outros irritarem-na, ainda melhor, provoque-os. Provoque-os até ver a raiva queimando em seus olhos a ponto de dar-lhe a possibilidade de comandá-los.” Ele fala.


_” É por isso que ainda está vivo?” Pergunto, retoricamente.


Minha cabeça estava um tanto confusa. Eu podia ouvir uma voz dizendo para eu me afastar, o quanto minha segurança e sanidade eram mais importantes que minha simples curiosidade. Naquele ponto, nossa relação havia passado de apenas curiosidade. Sua mente era fascinante, isso era inegável, mas tinha algo a mais que eu não sabia explicar. Com a claridade das lâmpadas incandescentes acima de nós, pude ver ainda melhor os traços em seu rosto.


Seu cabelo verde estava perfeitamente arrumado para trás. Seu rosto parecia ser moldado, com tantos traços. Sua pele parecia ainda mais branca, cheia de pequenas cicatrizes e tatuagens que se destacavam ainda mais. Damaged, estava escrito em sua testa, e eu me perguntei se ele realmente era danificado. Um J estava em baixo do seu olho esquerdo. Reparei na falta de sobrancelhas e nas veias saltadas ao redor dos olhos azuis gélidos. A boca extremamente vermelha e repuxada em um sorriso que não mostrava os dentes metálicos, as tatuagens que começavam no pescoço e se estendiam por debaixo da roupa de presidiário.


Sim, ele era danificado, mas eu ainda conseguia enxergar certa beleza naquela escuridão toda. Percebi que estava o olhando por tempo demais, então desviei meu olhar. Não tinha como negar para mim mesma. Eu tinha uma certa atração pelo psicopata que estava logo à minha frente.


Não demorou muito para meu celular apitar, indicando a falta de bateria e eu o peguei, conseguindo visualizar a hora pouco antes da tela ficar completamente preta. Já havia passado mais de duas horas que eu estava ali.


 _” Não foi minha intenção ofendê-la hoje, Harley. Só precisava deixa-la com raiva. Você entende, não? Eu precisava fazer com que se sentisse com raiva.” Ele quebrou o silêncio e meus olhos foram direcionados novamente a ele.


_” Sim, eu entendo. Respondi sem nem mesmo calcular minhas palavras.


Seu sorriso ficou ainda mais largo, mostrou os dentes ameaçadores e se aproximou um pouco mais da grade.”


Percebi que o que nos separava era justamente a porta de sua cela. Caso estivesse aberta, bastaria um pequeno empurrão e ele logo estaria do lado de fora, comigo.


Senti raiva de mim mesma por estar tão confusa. Olhei novamente para o homem de sorriso psicótico na minha frente.


_” Por que está tão sorridente?” Pergunto, admirando que minha voz saiu firme.


_” Por que está tão séria?” Retrucou e eu quase sorri. Corri meus olhos pelo ambiente, com a intenção de não olhar diretamente nos seus.


Foi então que eu percebi um pequeno brilho entre seus dedos. Sua mão direita estava com as costas viradas para mim, a palma virada para ele. E entre o dedo indicador e do meio, um pequeno brilho prateado, como o reflexo da luz incandescente que pairava sobre nós. Só veio um pensamento em minha cabeça: uma faca. Ele estava escondendo uma faca. Engoli em seco e acho que ele percebeu, fez questão de aumentar ainda mais seu sorriso.


Ouvi um grande barulho vindo dos corredores e da porta sendo destrancada. Não sabia se ficava aliviada ou apavorada, mas quem quer que fosse, conseguiria entrar na sala. A enorme porta se abriu com um baque e por ela Edward Nygma entrou. Senti meu corpo congelar quando senti seus olhos pairarem sobre mim e logo após sobre The Joker. Dito isso, ele apertou o botão vermelho que ficava bem ao lado da porta. O botão que destrancava a cela do prisioneiro. Tão rápido como veio, Edward sumiu, mas eu tinha problemas maiores. Como um ataque de pânico repentino, tentei me mexer para escapar de seus braços, mas tudo o que senti foi a lâmina em contato com a pele do meu pescoço, fazendo um corte tão superficial que nem senti o sangue escorrendo, apenas um pequeno latejar no local.


Minha respiração estava descompassada, minhas mãos suavam e meu coração estava tão acelerado que era possível ouvi-lo de longe. Ele ainda me encarava, assustadoramente sombrio e eu me perguntei se seria daquele jeito que eu iria morrer.


_” Então, Doc, você não respondeu minha pergunta. Por que está tão séria?” Disse aproximando seu rosto do meu.


Ele substituiu a faca em meu pescoço pelo seu braço esquerdo, que o apertava, dificultando um pouco minha respiração. Senti a lâmina fria em minha bochecha e podia sentir as lágrimas se formando em meus olhos.


Os olhos azuis gélidos ainda estavam sobre mim, transbordando insanidade. Eu sentia que ele estava esperando por uma resposta, mas além do seu braço pressionado em minha garganta que dificultava minha respiração, as lágrimas que eu segurava me impediam de dizer uma palavra sequer. O medo tomava conta de mim, sabia que minhas chances de sair viva dali eram mínimas, se é que elas realmente existiam. O homem de cabelos verdes correu novamente os olhos pelo meu rosto, para depois suspirar e se afastar um pouco. Não o suficiente para que eu pudesse escapar, mas ele tinha tirado o braço do meu pescoço me fazendo agradecer internamente e o substituiu por seus longos dedos gélidos, que começaram a deslizar levemente por minha garganta, de cima a baixo.


_” Vamos lá, Harley! Achei que você ficaria feliz em me ver livre.” Ele se pronunciou novamente, diante de meu silêncio.


Continuei calada, tentando controlar minha respiração agitada. Finalmente tomei coragem para olhá-lo nos olhos. Mesmo assim, não fui capaz de dizer nada.


_” Você parecia tão à vontade em nossas consultas.” Ele continuou, e olhava para diversos pontos da sala, sem mexer a cabeça, apenas os olhos, como se tivesse vagando em pensamentos.


_” Por que está assustada agora? Achei que fosse mais corajosa.” Ele disse voltando a olhar em meus olhos.


_” Por que ainda está aqui?” Pronunciei quase num sussurro. Mas aquele era o máximo tom que minha voz conseguia atingir naquela situação.


_” Não estou te entendendo, Harley.” Ele abriu um sorriso psicótico, aproximando seu rosto um pouco mais do meu, mantendo seu olhar em meu pescoço, enquanto as pontas de seus dedos ainda percorriam por ali. Ele parecia bem distraído com seu olhar focado ali, como se a qualquer momento fosse me estrangular. O que eu sabia que era bem possível.


_” Por que ainda não fugiu?” Falei novamente, agora num tom mais alto.


_” E perder toda diversão?” Ele ainda não olhava nos meus olhos, senti seus dedos percorrendo agora meu pescoço em direção a minha clavícula.


Eu não me sentia segura ali, nem um pouco, o que era de se esperar. Sim, eu tinha uma atração significativa pelo homem em minha frente, mas isso não significava que era recíproco. Isso não o deixava incapaz de me matar.


Fechei os olhos, levantando um pouco a cabeça para cima, dando, de certa forma, mais visibilidade do meu pescoço, com o qual The Joker parecia estar bem entretido. Bem, ao menos eu consegui conter as lágrimas e já não queria mais chorar igual a uma garotinha. Só abri meus olhos novamente quando ouvi sua voz.


_” Vamos, Harley! Agora a diversão realmente vai começar.” Ele disse, enquanto agarrava meu pulso com a mão que a segundos atrás estava em minha garganta abrindo um grande sorriso.


Ele me arrastou dali, indo em direção a saída. Assim que coloquei meus olhos nos corredores do Arkham, percebi que o Asilo estava um caos. Vi alguns guardas atirados no chão, sem nenhum sinal de vida, fora que grande parte das celas estavam abertas e seus residentes já não estavam mais lá. Desviamos dos corpos e The Joker foi me guiando pelos corredores escuros. Eu consegui ver alguns prisioneiros brigando logo a nossa direita, eles, aparentemente, não se preocuparam em sair o quanto antes daquela prisão, nem mesmo repararam nossa presença.


Eu tentava acompanhar os passos do psicopata que ainda segurava meu pulso, mas ele era muito rápido. A cada passo dele, eram dois passos meus e, para a minha sorte, eu tinha tirado meus saltos antes mesmo da confusão começar. Apesar dos pequenos machucados que eu sabia que teria em meus pés, fiquei aliviada de estar descalça, meus sapatos só me atrasariam e The Joker parecia com pressa. Eu sabia que seria uma péssima ideia irritá-lo com atrasos. Depois de vários corredores vazios, fui capaz de ouvir vários passos apressados e eu tive a certeza de que nos aproximávamos da entrada do terceiro andar. Olhei para o homem ao meu lado, eu nunca havia o visto tão sério. Uma coragem instantânea se apossou de mim e quando percebi, já tinha aberto a boca.


_” Então era por isso que o Charada estava tão nervoso ontem em nossa consulta. Ele sempre permaneceu calmo, mesmo quando estava se preparando para fugir. Ele não estava preocupado com a fuga, estava preocupado porque tinha uma dívida com você.” Falei de repente e percebi que atraí sua atenção.


_” Interessante observação, Doc.” E le replicou, olhando para mim e abrindo um pequeno sorriso de lado, o que, de certa forma, deixou-me um pouco aliviada. Digamos que era muito preocupante ver alguém que sorri tanto, sério.


_” Para onde está me levando?” Aproveitei a deixa de nossa conversa para perguntar o que tanto queria saber.


_” Não tenha pressa para saber.” Respondeu, ironicamente apertando os passos, e aumentando a pressão em meu pulso.


Eu poderia tentar fugir, mas ele iria me alcançar facilmente. Isso se eu conseguisse sair do aperto de sua mão ao redor do meu braço.


 Uma das portas se abriu com força e dois brutamontes saíram por ela. Seus olhos chegaram em mim e eu os reconheci como antigos pacientes. Eles também me reconheceram.


_” Doutora Quinzel!” Um deles falou, abrindo um sorriso podre. Percebi que estava estralando os dedos, como se fosse machucar muito alguém. E eu podia jurar que esse alguém era eu.


 _” Posso ajudar, cavaleiros?” The Joker se pronunciou e eles pareceram notar só naquele momento o psicopata que estava ao meu lado.


O homem de cabelos verdes me puxou para mais perto e eu vi medo nos olhos dos dois brutamontes. Sem dizer nada, eles saíram correndo e me senti sendo puxada novamente. Naquele momento, eu percebi que, mesmo estando ao lado de um assassino lunático que matava sem pensar duas vezes, eu estava mais segura que qualquer outra pessoa em Arkham. Os outros tinham medo dele, isso era inegável. Estar ao lado dele era como ser protegida, de um modo bizarro e assustador, mas que ainda trazia a sensação de segurança. Quando me dei conta, havíamos chegado nas escadas e ele começou a descer rapidamente os degraus, arrastando-me também. Se andar em linha reta ao seu lado já era difícil, descer os degraus era ainda mais.



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Autor(a): harleenquinzel

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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The Joker praticamente descia de dois em dois degraus, e eu tinha que acompanha-lo. Pelo menos consegui manter o equilíbrio, uma das vantagens de ser ginasta desde que me entendo por gente. Quando finalmente saímos dali, percebi que estávamos na área da piscina do Arkham. Aquela área era destinada ao tratamento dos pacientes menos per ...


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