Fanfic: Daddy's Lil Monster | Tema: Batman; Esquadrão Suicida
Nós havíamos conversado, Edward Nygma o libertou. Ele me levou forçadamente até a área da piscina. Batman apareceu. Ele me beijou e me jogou na água, para que eu me afogasse.
Ele me beijou. Essas três palavras ecoam por minha mente incansavelmente. Levei meus dedos até meus lábios, sem mesmo perceber. Ele havia me beijado. Bem, não foi muito um beijo, foi mais um encostar de lábios. Mas, de qualquer forma, eu tenho certeza de que ele tinha tido um contato tão próximo com uma mulher em vários anos. Um sorriso brotou em meus lábios, mas logo sumiu assim que eu o tinha percebido. Fechei novamente os olhos, passando as mãos pelo meu rosto.
“Ele te deixou para morrer, Harleen! Não interessa que tenha te beijado!” A voz em minha consciência disse, ou melhor, resmungou. Mas não acho que ele realmente tenha me deixado para morrer.
Sim, ele me jogou na água, depois de amarrar um peso que fez com que eu me afogasse. Mas ele parecia ter tanta certeza de que o Batman iria me salvar... Foi por isso que ele fez isso, não? Ele fez isso para que aquele morcego problemático escolhesse entre captura-lo e me salvar. The Joker conhecia o Batman como ninguém, disso eu tinha certeza. Ele sabia que eu seria salva. Ele não queria que eu morresse, só fez isso para que pudesse escapar. Tecnicamente, ele não tentou me matar, pois ele saberia que eu sairia viva dali, mesmo que eu não soubesse.
-Pedi pizza de pepperoni. Por que você está sorrindo?” Clarice disse de repente, assustando-me.
Só percebi que estava realmente quando ela me perguntou. Pela segunda vez, sorri sem pensar. Não podia ser algo ruim, certo? Um sorriso nunca é ruim...
-Ótimo, sabe que eu amo pepperoni.” Digo tentando mudar de assunto.
Levanto da cama e vamos para a sala.
- O que quer ver? A gente podia assistir Grey’s Anatomy.” Pergunto ligando a TV.
-Pela quarta vez? Tudo bem!” Ela diz se sentando ao meu lado.
Já havíamos acabado a primeira temporada somente naquele fim de madrugada. Como era domingo, não sairíamos. Então, não nos importamos de ser quase meio-dia e ainda não termos ido dormir. Alice levantou e jogou a caixa da pizza fora.
-Ei, Harleen.
-O quê?” Respondo, sem dar muita importância.
-Eu acho que a gente devia sair pra comer algo mais tarde.
Finalmente dou atenção ao que minha irmã dizia.
-Tudo bem. Mas vamos mais tarde. Eu tenho que dormir um pouco.” Digo.
Acordo às duas e meia com Clarice me chamando. Esfreguei os olhos e fui logo me trocar, evitando mais berros da minha irmã. Coloquei uma calça jeans e uma blusa qualquer, calçando uma sapatilha simples e prendendo meu cabelo num rabo de cavalo. Assim que fiquei pronta, pegamos o carro de Ali, que dirigiu até o restaurante. O caminho era longo, então ficamos um bom tempo dentro daquele veículo. Minha irmã não falava nada. O silêncio me preocupava. Não que eu não gostasse de silêncio, mas ultimamente, quando tudo está silencioso, os meus piores pensamentos vem à tona. E eu não consigo impedi-los de fazer uma grande bagunça em minha mente.
-Então?” Percebo Clarice me chamando enquanto dirigia.
-Então o que?” Pergunto, sem entender.
-Você quer ou não jantar comida italiana? O Rick me levou num restaurante ótimo enquanto estava aqui em Gotham.
-Pode ser!” Falo, me perdendo em pensamentos novamente.
Depois de sairmos do restaurante, voltamos para casa e fui direto para a cama, enquanto Clarice ficava na sala assistindo televisão. Ela não tinha que trabalhar amanhã, mas eu tinha.
E com a sensação de ter dormido apenas cinco minutos, eu acordo. Olhei no relógio, que marcava seis e meia da manhã. Esfreguei meus olhos e tomei cuidado ao levantar, para não acordar minha irmã, que dormia ao meu lado.
Após tomar banho, coloquei uma calça social preta e uma blusa de seda branca, com um blazer rosado. Ainda descalça, sequei meu cabelo e fui para a cozinha, onde Ali, que tinha levantado enquanto eu ainda estava no chuveiro, estava comendo uma tigela de cereal com leite.
-Não vai comer?” Pergunta ela, ainda de pijama.
-Eu compro um café no caminho, não se preocupe. Digo apressada e pegando meus saltos vermelhos.
Assim que saí do prédio, entrei em meu carro e fui em direção ao meu local de trabalho. O Arkham ainda estava um tanto agitado pelos acontecimentos de sábado. Percebi que havia o dobro do número de guardas. Tinha alguns carros de polícia e os funcionários pareciam bem agitados. Ao chegar à recepção, vi meu chefe falando com o Comissário Gordon e um outro homem gordo que usava terno.
_ “ Dra. Quinzel, o que está fazendo aqui?” O diretor disse assim que eu me aproximei.
_ “Eu trabalho aqui!” Digo um tanto irônica.
_ “Devido aos acontecimentos dos últimos dias, acho que a senhorita deveria tirar o resto da semana de folga.” Diz, ignorando os dois policiais ao nosso lado.
_ “A semana toda?” Pergunto um tanto incrédula.
_ “Claro, sabemos pelo que passou, e precisa de um descanso.” Dr. Arkham falou.
_ “Na verdade, eu gostaria de fazer algumas perguntas para a Dra. Quinzel. Era você que estava com The Joker quando o mesmo escapou, certo?” Ouvi a voz do Comissário Gordon.
_ “Sim, sou eu.” Digo, colocando minha franja atrás da orelha.
_ “Certo. Então vá com o Comissário Gordon, responda suas perguntas e depois está liberada.” Meu chefe fala, atraindo nossa atenção.
_ “Tudo bem.” Digo.
Para evitar a longa viagem até a delegacia, o comissário achou melhor que fossemos em qualquer sala privada do Arkham. Ele e seu parceiro, Bullock, foram guiados por mim até uma das salas de consulta. Eu estava um pouco nervosa, não podia negar.
Jim Gordon acabou se sentando na cadeira onde ficava os psiquiatras, com seu parceiro em pé ao seu lado. Sentei-me na cadeira destinada aos pacientes, o que era estranho. Já estive inúmeras vezes nessa sala, mas essa é a primeira vez que eu me sinto uma prisioneira aqui.
Melhor se acostumar com esse lugar, ouço sua voz em minha cabeça e me seguro para não responder em voz alta. Ah, por que meus pensamentos não podiam me deixar em paz por um segundo se quer?
_ “Muito bem, doutora. Pode nos contar o que aconteceu naquela noite? Qualquer detalhe é importante.” O comissário começou a falar e prendeu minha atenção.
_ “Bem, eu estava no jantar do Sr. Wayne acompanhando minha irmã e o seu noivo. Então, recebi a ligação de uma amiga minha, que trabalha aqui, dizendo que houve uma espécie de ataque coletivo entre os pacientes. Fiquei preocupada e vim correndo para cá.” Comecei.
_ “Por que não chamou a polícia?” Bullock foi grosso, recebendo um olhar de repreensão do mais velho policial.
_ “Os policiais já haviam sido chamados, eu pensei.” Respondo com um olhar um tanto petulante para o grandão em minha frente.
_ “Tudo bem, continue.” Disse o comissário.
_” Assim que cheguei aqui, encontrei minha colega Jane e fui ajudar os outros médicos a verificarem todas as celas. Assim que cheguei na ala de segurança máxima, onde meu paciente, The Joker, estava, Edward Nygma fugiu de sua cela, fazendo com que todas as portas do asilo se fechassem automaticamente com o sistema de segurança.”
_ “E por que, no meio de tantos outros pacientes, foi ver o palhaço?” Bullock perguntou novamente, parecendo muito desconfiado.
_ “Ele era meu paciente principal. Ninguém tinha ido conferir suas celas naquela hora, então eu fui. Depois disso, fiquei cerca de duas horas e meia presa ali. Edward Nygma conseguiu destravar o sistema de segurança e acabou libertando meu paciente.”
_ “Então ficaram mais de uma hora numa sala, sozinhos.” James Gordon disse e eu assenti, confirmando.
_ “O que ficaram conversando? Ele te ameaçou? Tentou te convencer a libertá-lo?”
_ “Eu quase não falei com ele nesse tempo.” Menti, não iria falar da nossa conversa, ou da hora em que eu abri uma das portas da cela sem nem me dar conta. Ele tinha alguns comentários inúteis de vez em quando, mas nada sobre a fuga, ou qualquer coisa parecida.”
_ “The Joker também te levou como refém, até a piscina e tentou te afogar, certo?” Confirmei, apesar de ter uma vozinha irritante em minha mente gritando que ele não tinha tentado me afogar.
_ “Por que acha que ele te escolheu? Ele deu alguma dica sobre isso?”
_ “Bem, ele me beijou na frente do Batman, chamou-me de “Minha garota” e de “Minha namorada”. Quer mais alguma dica?”
_ “Nenhuma dica. Acho que, o fato dele me escolher como refém é porque eu era a única ali.” Digo, mantendo minha voz sob controle. Apesar dos olhares fuzilantes que o Detetive Bullock lançava em minha direção.
Senti uma sensação estranha crescendo dentro de mim. Eu sabia que não era verdade. Mas a simples ideia de que eu era uma qualquer para ele me incomodava muito. Suspirei, e fiquei me perguntando o que aquele Palhaço Psicótico estava fazendo comigo.
_ “Tudo bem, acho que acabamos por aqui.” Diz por fim o Comissário Gordon, após algumas anotações.
Eu realmente me sentia como uma paciente do Arkham agora, e, por incrível que pareça, não me senti tão incomodada quanto na primeira vez.
Autor(a): harleenquinzel
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
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