Fanfics Brasil - Covarde Daddy's Lil Monster

Fanfic: Daddy's Lil Monster | Tema: Batman; Esquadrão Suicida


Capítulo: Covarde

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 Já tinha se passado três dias desde que eu recebi minha folga e eu já não aguentava mais. Era sexta-feira e Clarice tinha voltado para Metrópolis ontem, deixando-me sozinha novamente.


 Não sentia vontade de fazer absolutamente nada. Fiquei praticamente a tarde inteira no sofá, com qualquer coisa passando na televisão, encolhida e sozinha com meus pensamentos.


Meus pensamentos, que agora eu duvidada que eram só meus. Comecei a conviver diariamente com três vozes constantes: a de The Joker, que só servia para me provocar e me deixar confusa; a da minha real consciência, que dizia que praticamente tudo que se passava pela minha cabeça era ruim e errado e, por fim, uma voz um tanto infantil e irritante, apesar de ser um pouco parecida com a minha, que, mesmo que eu não faça ideia de quem seja, só serve para rir e contrariar tudo o que minha consciência dizia ser o certo.


 Meu estado semivegetativo desapareceu assim que ouvi meu celular tocar.


_ “Alô?”


_ “Haleen!” Ouvi a voz de Jane do outro lado da linha.


_ “Ah, oi Jane, algum problema?” Pergunto estranhando sua ligação no horário em que ela deveria estar trabalhando.


_ “Acabei de receber uma notícia aqui do Arkham. The Joker foi pego pelo Batman, e foi levado para a delegacia. Está todo mundo dizendo que os dois estão lá.” Ela falou.


Fiquei sem reação. Isso queria dizer que eu o veria novamente. Que ele voltaria para o Arkham. Que ele voltaria a estar preso... E eu o veria novamente.


Sem pensar, desliguei o telefone assim que agradeci minha amiga. Coloquei qualquer roupa e parti para o Departamento de Polícia de Gotham City.


Nunca vi a delegacia tão agitada. Tudo bem, não havia passado por aqui muitas vezes, mas a quantidade de policiais e sirenes ligadas era impressionante.


Entrei discretamente, enquanto os policiais estavam distraídos, esgueirando-me pelos corredores até chegar na sala de interrogatório, que parecia ter o dobro de guardas.


_ “Senhorita, não deveria estar aqui.” Diz um dos guardas.


_ “Eu sou a psiquiatra de The Joker.” Falei, ou melhor gritei, com ele. Chamando atenção de um velho conhecido que estava perto.


_ “Dra. Quinzel. Como soube que o palhaço está aqui?” O Comissário Gordon me chamou, fazendo com que os seguranças me dessem passagem.


_ “Dei meu jeito!” Abro um sorriso amarelo e Gordon me guia entre alguns corredores um tanto escuros.


_ “Peço que não diga nada, Dra. Quinzel. Sei que é seu paciente, mas temos alguém não muito compreensivo aqui.


_ “Quer dizer que o Morcego está aqui?” Pergunto e o comissário aponta com a cabeça para o vidro da sala de interrogatório.


 Aproximei-me lentamente do falso espelho, que permitia que víssemos tudo o que acontecia lá dentro sem que os que estavam lá nos vissem.


Senti um aperto na garganta assim que avistei os cabelos verdes e a pele extremamente branca. Ele estava lá. Senti minha respiração ficar mais acelerada. O cabelo estava bagunçado. Ele tinha várias manchas de sangue na roupa e no rosto. Avistei Batman em sua frente, aparentemente tentando falar com o mesmo. Bufei irritada, me perguntando o que aquele Morcego tinha feito com ele.


Os dois continuavam se encarando. Pelo que eu pude perceber, Batman estava bem irritado, enquanto The Joker tinha um sorriso enorme no rosto. Percebi que aquela era a primeira vez que eu o via sem aquele uniforme horrível do Arkham. Ele estava com suas próprias roupas Ele estava com suas próprias roupas. Ele usava uma calça social preta, uma camisa vinho e um blazer prata por cima. Usava sapatos pretos, bem engraxados e muitas joias em seu pulso direito. Era incrível como conseguia ficar bem naquelas roupas. Tinha sangue escorrendo por seu lábio, suas roupas estavam amarrotadas o suficiente para que eu deduzisse que ele e o Morcego tiveram uma briga feia.


_ “Dra. Quinzel! Não deveria estar aqui.” Saí de meus pensamentos assim que ouvi chamarem meu nome, virei-me, encontrando o Dr. Arkham. 


_ “Eu sei, mas.” Comecei, tentando pensar no que falar.


_ “Eu liguei para a Dra. Quinzel assim que pegamos The Joker.” Ouço o Comissário Gordon atrás de mim.


_ “Ele é o paciente dela e, pelo seu depoimento de hoje de manhã, achei que ela gostaria de se manter informada sobre o palhaço.” Ele continuou.


_ “Tudo bem. Sua delegacia, suas regras. Mas, por favor, Haleen, nem pense em deixa-lo saber que está aqui.” O diretor disse, parecendo ainda irritado.


_ “Claro!” foi o que eu consegui dizer antes de ver meu chefe entrando na sala de interrogatório.


 The Joker estava sem algemas, mas o Batman estava na sala, isso parecia dar segurança para o Dr. Arkham.


_ “Diga onde estão.” Ouvi a voz modificada do morcego por trás do vidro. Era incrível que, mesmo dentro do departamento de polícia, ninguém se atrevia a tentar prendê-lo. Injusto, soprou a vozinha irritante dentro da minha cabeça, esse morcego estúpido só serve para estragar tudo.


_ “Fique quieta!” Sussurrei, quase inaudível. Não queria que ninguém me visse falando sozinha.


_ “O que? Os reféns? Mas isso estragaria a graça da brincadeira.” Ouvir sua voz fez um arrepio descer por minha espinha. Lembrei de ouvi-lo em minha mente. Mas não era nada, comparado com o agora.


_ “Diga!” O homem fantasiado gritou, batendo suas mãos na mesa onde o psicopata se encontrava.  Mas ele não se mexeu, não se assustou, não moveu um músculo. Parecia se divertir ainda mais com a raiva do seu inimigo.


_ “Não vai adiantar!” Falou o Dr. Arkham e Batman se virou para ele.


_ “Tem alguma coisa errada! Ele se entregou muito facilmente.” Disse. Revirei os olhos. Ele era um homem vestido de morcego que acha que tem o direito de deter os criminosos. É óbvio que alguma coisa está errada, sempre está errada– 


Isso deixou todo mundo em dúvida, desde o comissário que estava ao meu lado e seus policiais ao diretor do Asilo.


 _ “Por que quer voltar para o Arkham?” Pergunta meu chefe, ainda mantendo certa distância do homem de cabelos verdes. A resposta é quase instantânea.


_ “Por que não? É como meu segundo lar, e, ainda mais, tem alguém que eu não posso deixar sozinho lá.” Lembrei de como dizia que adorava aquele lugar.


_ “Quem?” O diretor perguntou novamente.


_ “Aquela psiquiatra loira.” Responde o Batman e sinto o olhar do comissário sobre mim. Também fico surpresa.


_ “Doutora Quinzel?” Pergunta e The Joker sorri ainda mais largo.


_ “Mal posso esperar para revê-la. Aliás, onde ela está?” Diz.


 Vejo Dr. Arkham percorrer seus olhos nervosamente em nossa direção, já que não podíamos ser vistos.


_ “Ah, deve estar brincando. Quer dizer que a minha bonequinha está aqui?” Vi que o palhaço tinha percebido também.


_ “Saia!” Diz o Batman para o diretor, mas eu não estou prestando atenção nisso.


 O psicopata também olha para o vidro, não diretamente para mim. Mas eu sentia como se ele pudesse me ver.


_ “Harley! Quanto tempo, amor, por que não entra aqui para conversarmos? Não está brava pelo que aconteceu, está? Tenho certeza que você consegue entender meus motivos, você sempre entende.” Ele diz em nossa direção, enquanto o homem mais velho saiu, deixando os dois sozinhos, instintivamente me aproximei do vidro.


Sim, eu entendo, A voz em minha cabeça se pronunciou novamente e eu só consegui dar um discreto sorriso.


_ “Deixe-a em paz, Joker!” A voz estrondosa do homem de preto preenche o local e tira a atenção do psicopata sobre mim.


_ “Ah, Batsy, você sabe que eu não posso fazer isso. Eu não quero fazer isso e não vou fazer isso.” Dirige-se ao morcego sorrindo.


_ “Por que ela?” Pergunta.


_ “Ora, você já olhou para ela? Ela não é a coisinha mais inteligente e bonita que você já viu? É encantadora. Imagine como seria tê-la ao meu lado.” Diz apontando com a cabeça em direção ao vidro, seus braços estavam em cima da mesa, as mãos cruzadas.


 -Isso não vai acontecer! Não vou deixar machuca-la.” Respondeu Batman com raiva.


_ “Ah, claro, do mesmo jeito que não iria me deixar machucar o passarinho?” Pergunta irônico.


 Foi tudo muito rápido, e só então eu percebi o erro de deixarem os dois sozinhos.


 Batman pegou uma das cadeiras de metal e bloqueou a porta. Vi os policiais começarem a ficar agitados do meu lado, mas só se mexeram mesmo quando o morcego pegou o palhaço pela gola e o jogou contra a parede.


_ “Não!” Gritei desesperada! tremendo fui em direção ao vidro e bati incansavelmente as mãos nele, enquanto via aquele monstro batendo no homem de cabelos verdes.


Ele havia dado tantos socos que eu havia perdido a conta. Ouvia de longe os policiais tentando arrombar a porta, mas meu foco estava no psicopata que estava em minha frente. Ele estava sofrendo, e eu não podia fazer nada para ajudá-lo. Quando o morcego parou, The Joker estava com a boca jorrando sangue, mas ainda assim conseguiu soltar uma risada macabra, colocando a mão que tinha um sorriso tatuado em cima dos lábios. Suspirei um pouco aliviada pois ele nunca parava de sorrir. A porta foi aberta e, para a minha surpresa, os policiais foram em direção ao homem que estava todo machucado e indefeso no chão, deixando Batman escapar.


 Não pensei duas vezes antes de segui-lo. Subi até o telhado da delegacia, no qual ele estava na borda, se preparando para pular na escuridão da noite.


_ “Você não tem o direito de fazer isso!” Gritei em plenos pulmões.


_ “Ele é um monstro, um louco!” Responde, com a voz calma, mas ainda alta.


_ “Não diga isso como se você fosse diferente dele! É você que deveria estar apodrecendo em uma das celas em Arkham!” Replico e posso ver surpresa brilhando em seus olhos.


 O morcego não diz nada, só se vira e pula. Corri até a beirada do terraço, mesmo sabendo que ele já tinha desaparecido.


_ “COVARDE!” Gritei tão alto que toda Gotham poderia me ouvir.


 Senti um soluço brotar em minha garganta. Eu tenho que saber se ele está bem!


 Assim que me viro, encontro o comissário na porta da escada.


_ “Onde ele está? Onde ele está? Eu preciso vê-lo.” Pergunto agitada.


_ “Ele já foi levado para Arkham! Diz o homem tentando se aproximar de mim.


_ “Não, ele não pode ir para lá! Ele está ferido, tem que ir para o hospital.” Aumento novamente meu tom de voz.


_ “Doutora, você sabe que pessoas como ele não podem ficar em hospitais. Ele receberá os cuidados que precisa em Arkham. Agora venha, vou te levar para casa.” Responde Gordon.


_ “Eu vim com meu carro. Digo.


_ “A senhorita não está em condições de dirigir.” Replica e percebo que minhas mãos ainda tremem.


_ “Tudo bem.”



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Autor(a): harleenquinzel

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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