Fanfic: Daddy's Lil Monster | Tema: Batman; Esquadrão Suicida

Caminho com passo fortes até minha sala respirando fundo para não gritar ou até mesmo provocar minha demissão. Joker ainda estava aqui e eu não poderia me dar ao luxo de deixá-lo sozinho. Observando a porta da sala aberta entro sem cerimônias observando os dois sentados na cadeira a frente da mesa à minha espera.

_” Quinzel bom dia, está belíssima!” Ouço o doutor Arkham direcionar suas palavras nojentas em minha direção. Para mim ele era apenas um abusador velho e nojento.

_” Senhorita Quinzel, é um prazer revê-la!” Bruce levanta para um aperto de mãos.

_” Seria uma reunião de última hora?” Digo ríspida e irônica.

_” Sim doutora! Devido aos acontecimentos de ontem nos chegamos a uma conclusão... O paciente Joker é muito arriscado e colocou sua vida em risco. E pelo tom de suas palavras achamos que talvez ele tenha interesse em te machucar novamente. Achamos melhor não se envolver mais no seu caso, para seu próprio bem.” O doutor Arkham diz me olhando de canto enquanto analisava Bruce reparar atentamente na minha postura.

- Vocês analisaram a chance que estão perdendo?” Com os cotovelos sobre minha mesa e minhas mãos apoiadas ao meu rosto direciono um sorriso sínico aos dois.

_” Como assim?” Bruce pergunta intrigado.

_” Oras, temos em nossas mãos um paciente que fala da sua vida com uma psiquiatra. Que voltou para conversar com ela pois se sente confortável. Algum psiquiatra já obteve tanto sucesso com ele?” Pergunto me levantando da cadeira dando voltas pela sala enquanto os dois se olham balançando a cabeça em negação a minha pergunta.

_” Então senhores, vocês têm a chance de levantar o nome desse lugar. Eu posso dar a vocês nomes de pessoas que ele já matou, que talvez estejam sequestradas e melhor, pistas para o nosso morcego. Olha que máximo! Querem mesmo estragar isso por um simples medo que nem eu mesma tenho? - digo me sentando na cadeira novamente, meu teatro estava perfeito.

_” Claro que não!” O doutor Arkham sorri ao pensar na hipótese de ter o nome do asylum nos jornais.

_” Mas sua segurança vem em primeiro lugar Harleen!” Bruce rebate me parecendo não concordar com a ideia.

_” Eu estarei segura confie em mim. Assim como vocês querem o nome do asylum de volta aos jornais eu quero meu nome junto a isso. Podemos conseguir juntos é só confiarem em mim que isso vai acontecer. Além do mais nosso amado Batman sempre vai estar aqui pra nós defender não é mesmo?” Digo de costas para a parede apertando com força minhas mãos de ódio. Lembrar do morcego me dava ódio.

_” Eu adorei a ideia Bruce e aqui ela tem os melhores seguranças da cidade. Ela vai estar segura eu tenho certeza e confio no profissionalismo da doutora Quinzel. Não é mesmo doutora?” Arkham chama minha atenção me fazendo virar com força a cadeira e sorrir para eles.

_” Tudo bem, mas me mantém informado sobre a segurança dela. Não quero aquele monstro achando que tem propriedade sobre ela!” Bruce diz me olhando de canto intrigado pelo meu comportamento.

_” Não se preocupe, vou ficar bem e caso algo dê errado eu grito o nosso morcego da sorte pra me salvar já que aqui não tem o superman.

_” Sinto muito mas preciso me organizar para minha próxima consulta, podemos terminar essa conversa um outro dia?” Digo sorrindo aos dois enquanto observo meu relógio.

_” Claro, já estamos de saída. Vamos Bruce preciso te mostrar as propostas do novo pátio externo que estamos criando.” Arkham apoia uma das mãos nas costas do Bruce o direcionando para fora da sala enquanto com delicadeza tranco a sala respirando fundo.

Apoiada na mesa começo a soltar gargalhadas que são abafadas pelas minhas mãos. Eu estava em êxtase pelo fato do meu teatro ter saído tão bem.

_” Quem iria desconfiar da jovem psiquiatra querendo ajudar o povo?” Solto outra gargalhada apontando meu dedo para a porta.

Busco minhas pastas na mesa me direcionando para fora do lugar. Minha primeira consulta seria com Joker por uma incrível coincidência...

 O barulho do salto ecoa pelo corredor gélido da área de segurança máxima. Por mais sombrio que aquele lugar parecesse nada daquilo me assustava mais. Era como se o Mister J. criasse em mim uma coragem única que eu jamais senti na vida. Pelas janelas do lugar noto então a chuva cair devagar molhando o vidro limpando toda poeira que havia se acumulado do lado de fora. Com passos calmos o caminho até a cela do Mister J. é longa. Me sentia como alguém que havia ganhado na loteria e meu prêmio estava atrás daquela porta enferrujada no final do corredor.

- Doutora, está pronta?” O segurança diz com uma de suas mãos apoiadas na sua arma na lateral de sua cintura.

- Estou!” Meus olhos vidrados naquela cela indicavam que minha respiração estava ofegante. Meu peitoral subia e descia com força pela respiração, por sorte o segurança parece não notar.

- Qualquer coisa grite vamos estar aqui.” Ele diz passando o cartão na cela destrancando a mesma

- Vou estar segura lá dentro.” Minha frase em duplo sentido não é absorvida pelo segurança que abre passagem para minha entrada.

- Doutora? Podemos?” Com as mãos apoiadas em minhas costas o segurança me direciona para dentro da sala fechando a mesma logo após minha entrada.

Com a cabeça baixa seus olhos são levantados lentamente em minha direção abrindo um longo sorriso. O sorriso que somente ele tem, somente ele possui e somente nele que eu amo.

- Voltei por esses momentos com você querida.” Sua voz rouca me observa com um olhar devorador enquanto minha posição permanece a mesma.

- E eu estou aqui por isso!” Digo me sentando a sua frente o encarando com os olhos quase marejados. O tempo parou naquele momento pois nenhum de nós dois foi capaz de quebrar o silêncio...

O silêncio enfim é quebrado por mim que tinha milhares de perguntas a fazer. Porque ele não me procurou? Porque me deixou sozinha? Porque voltou? Minha respiração ofegante subia e descia meu peito rapidamente, parecia que iria explodir.

- Mister J., eu te esperei. Você não apareceu...” Digo a ele exausta. Minha mente estava um turbilhão naquele momento.

- Esperou?” Sua voz rouca e suas sobrancelhas se dobram me analisando. Eu iria desabar a qualquer momento.

- Sim. Você me disse naquele terraço que eu era seu plano A. o Batman estragou tudo aquele morcego idiota...” As lágrimas caem na mesa enquanto tento em vão tampar o rosto.

Joker permanece em silêncio me analisando, sem dizer uma única palavra seus olhos apenas observam as lágrimas caírem.

- Eu pensei que você fosse voltar, dar notícias. Passei dias nesse desespero até te pegarem...” Os soluços estavam cada vez mais fortes

- Eu não poderia deixar você aqui dentro não é mesmo querida?! Não chore Harley, eu só quero que você sorria.” Sua expressão teatral volta e seu sorriso fica evidente nesse momento. 

Sorrindo, limpo minhas lágrimas que insistiam em cair rapidamente. Não tinha controle emocional nenhum sobre mim. Eu já não tinha controle sobre mais nada.

- Eu te trouxe um presente.” Digo terminando de limpar as lágrimas.

- O que é querida?” Seu olhar permanece nos meus sem movimentação alguma.

Retiro de dentro do jaleco um ursinho de pelúcia pequeno. Estendo o urso em sua direção fazendo movimentos com a cabeça.

- É um palhacinho.” Digo balançando o urso no ar com um sorriso.

- Que atenciosa doc. Preciso que faça um favor pra mim amor, acha que consegue?” Ele diz observando o urso e logo voltando o olhar para mim.

- Claro, qualquer coisa!” Afirmo depositando o boneco na mesa.

- Não posso ficar aqui dentro querida, tenho negócios lá fora. Você entende não é?! Eu voltei só por você. Voltei pra te buscar.” Seu sorriso metálico é aberto em minha direção e vejo malícia em seu olhar

- Um dos seguranças daqui trabalhava pra mim antes mas por falta de lealdade ele foi morto. Ele estava com uma coisa que é minha. Um celular. Ele foi morto há alguns dias. Reviramos sua casa mas creio que está aqui, no antigo armário dos funcionários. Existe negócios importantes presos naquele celular e vou precisar dele. Consegue buscar pra mim?” Ele diz calmamente e seu rosto parece ainda mais próximo ao meu.

- Voltou pelo celular? - Lembro então da conversa que os seguranças tiveram sobre o guarda morto pela gangue dele. estaria ele voltando pelos negócios pendentes que o traidor provavelmente havia entregado?!

- Jamais querida. Isso é apenas um favor que estou te pedindo.” Sua voz muda. Por um momento me pareceu mentira mas logo retiro a ideia da cabeça.

- Claro!” Abro meus olhos lentamente e percebo que ele ainda está muito próximo a mim.

Como que por instinto me inclino um pouco mais até alcançar seus lábios abrindo espaço para um beijo. Nossas línguas vão de encontro uma a outra, aquele momento era mágico. Eu sentia cada parte do meu corpo pular. O sangue corria rapidamente e eu era capaz de sentir as batidas do meu coração se acelerarem de acordo com os movimentos do beijo.

- Ah doc, eu vivo por esses momentos com você, desde o primeiro dia.” Aos poucos seu corpo é colocado no lugar novamente junto ao meu

- Desde o primeiro dia? Você se lembra do dia exato?” Um sorriso invade meu rosto. Sinto que estou corada.

- Não sou muito bom com datas querida... Vou te manter informada sobre tudo. Não se preocupe, vamos fugir daqui juntos amor.” Sua voz rouca e leve diz cada palavra atentamente.

Ouço a porta da cela se abrir enquanto o segurança me avisa de fundo que o horário da consulta já havia acabado.

- Vou esperar. Até a próxima consulta Mister J.” Digo direcionando um sorriso a ele buscando minhas pastas na mesa.

- a propósito doc, jamais irei esquecer o dia 10 de março.” Uma piscada é direcionada a mim que entendo o recado junto as batidas do meu coração.

10 de março foi o dia da nossa primeira consulta.