Fanfic: Daddy's Lil Monster | Tema: Batman; Esquadrão Suicida
Minha próxima consulta seria com Selina Kyle. Talvez ela me solte algo sobre o morcego. Seria maravilhoso desmascarar o Batman em um livro. Já até consigo sentir o prestígio por mostrar à sociedade quem é o louco que andar pelas ruas de Gotham fantasiado.
Flashback on
Eu estava assustada. Era como se minha vida dependesse disso. Minha mãe estava ao meu lado quando a porta se abriu. Ela não poderia entrar comigo mas instantaneamente me agarrei a ela como um pedido de socorro. Meu estômago estava doendo e minhas pernas tremiam muito. Podia sentir o gosto amargo na boca informando que em breve iria vomitar.
Ao notar minha reação de medo minha mãe se abaixou ajeitando em mim meu moletom que estava amassado próximo a gola. Ajoelhada a meus pés minha mãe enxuga minhas lágrimas abrindo um enorme sorriso.
_” Vai ficar tudo bem querida. É só o primeiro dia de aula em uma escola nova. No final do dia eu estarei aqui pra te buscar!” Ela me conforta enquanto a professora me encara com desaprovação pela atitude.
_” Mamãe e se não ficar tudo bem? Eu estou sentindo que não vai ficar tudo bem!” Seco minhas lágrimas com a manga do moletom.
_” Vai ficar tudo bem, eu prometo. Se você sentir medo lembre-se que Lindsay está lá dentro pra te proteger.”Ela então me abraça depositando em minha testa um beijo -
Lindsay era minha irmã mais nova. Havíamos nos mudado de cidade o que era algo normal para nós. Meus pais eram transferidos quase sempre. Então nunca ficávamos mais de 1 ano no mesmo lugar. Observo minha irmã se aproximar da porta segurando minha mão. Em segundos já me sinto melhor.
_” Entre Harls! Eu já entrei agora só falta você!” Me puxando para dentro da sala. Encaro minha mãe na porta da sala de aula acenando pra mim.
_” Vai ficar tudo bem eu prometo.” Ela disse se virando para a saída da escola.
Infelizmente não ficou tudo bem. Naquela mesma tarde um atentado terrorista ocorreu contra a escola matando em torno de 200 pessoas sendo 189 crianças. Lindsay foi atingida pelos escombros e morreu a caminho do hospital. Demorei meses pra me recuperar mentalmente do ocorrido. Tinha apenas 8 anos e vi minha irmã ser morta ao meu lado pelo teto que desabou na mesma. Naquele dia minha mãe não cumpriu sua promessa. Nada havia ficado bem..."
Flashback off
_” Doutora? Está tudo bem?” Observo o guarda a minha frente me chamar enquanto estou paralisada em frente a porta enferrujada que já havia sido aberta.
_” Claro, me desculpe!”
_” Então já sabe, se precisar...
_” Eu grito, fique tranquilo! - Sorrio para guarda na porta da cela que confirma com a cabeça minha resposta.
Entro na cela de Selina Kyle. A mulher diferente do palhaço não usava camisa de força. Estava apenas acorrentada ao chão. Me aproximo da mesa onde ela se encontra e a vejo me olhar dos pés à cabeça sem dizer uma única palavra.
_” Bom dia sou a doutora Quinzel! Serei sua psiquiatra a partir de hoje.” Digo a ela que apenas faz uma cara de deboche. Diferente de Hera essa mulher parecia não gostar de mim.
_” Eu sei quem você é.” A mulher diz parecendo não ligar para mim.
_” Ótimo... Selina Kyle, poderia me dizer porque está aqui?” Tento me manter concentrada porém sua cara de poucos amigos me irrita totalmente.
_” Não está escrito nos papéis? Porque está me perguntando novamente? você é burra?” A mulher diz me encarando de forma bruta.
_” Não Selina! Não sou burra, apenas quis saber de você, sua versão. Os pacientes parecem ter sempre uma versão diferente do que a polícia nos entrega. Pensei que sua versão fosse diferente.” Ela me interrompe revirando os olhos.
_” Pensou errado doutora, quanto tempo vai levar pra isso aqui acabar?”
Respiro fundo buscando controle em minhas palavras. Não poderia perder a cabeça com a grosseria da paciente. Não hoje! Não aqui.
_” Selina Kyle, sei que sua estratégia de defesa é a agressividade verbal....” Ela tenta me interromper mas levanto o dedo indicador a travando na cadeira, dessa vez eu que iria falar.
_” Está na sua ficha criminal que você recorre aos maus tratos com os psiquiatras aqui. Não é novidade para mim, porém seu caso foi entregue em minhas mãos e vou fazer o que estiver ao meu alcance para te ajudar porém se sua agressividade verbal continuar eu posso largar de mão sua ficha e outro psiquiatra pode se apossar de você. Porém esse novo psiquiatra pode ser ruim ao ponto de te mandar para uma solitária ou até mesmo para uma camisa de força. Já recebeu tratamentos de eletrochoque senhorita Kyle?” Pergunto a ela me jogando para frente da mesa a mesma nega com a cabeça paralisada.
_” Pois bem, devo informar a você que não é nada agradável. Então acho melhor melhorar seu tom de voz daqui pra frente. Meu tratamento é totalmente humanizado mas se sua defesa for me tratar mal ou me ironizar durantes as consultas, posso recorrer a outros psiquiatras para que usem métodos mais "agressivos" na senhorita e nenhuma de nós queremos isso não é mesmo?” Pergunto a ela com um sorriso labial apenas.
_” Não!” Ela me responde séria.
_” Ótimo... por hoje é só, gostaria de falar mais alguma coisa?” Observo meu relógio que indicava que nossa consulta havia acabado.
- Não!” A mulher responde novamente séria.
_” Então até quinta senhorita Kyle.” Me levanto da cadeira enquanto observo os guardas abrirem a porta da cela para mim.
Recolho meu material e me direciono para a saída do lugar feliz. Coloquei respeito entre paciente e doutor. Isso precisa ser explícito.
- Doutora Quinzel?” A mulher me chama a atenção enquanto me viro a ela com as sobrancelhas arqueadas.
_” Gostei de você!” Ela diz me fitando com os olhos.
_” Eu também gostei de você Selina. Vamos nos dar muito bem creio eu.” Me retiro da cela sorridente. Ganhei com ela o que outros psiquiatras não haviam ganhado... Respeito!
Me direciono agora para o terceiro andar novamente em direção a ala de segurança máxima. Ao subir as escadas meu coração acelera em resposta. Estou agora a poucos metros da cela do palhaço. "Que sensação maravilhosamente aterrorizante" penso comigo... Em frente a cela do paciente Duas caras os guardas me abrem passagem observando meu cargo no crachá, me direcionando para a cadeira a frente. Observo o paciente, ele era baixo com uma estrutura corporal um tanto acima do peso. Ao me ver chegar o mesmo abre um sorriso amarelo amarrado a camisa de força.
_” Doutora, vamos jogar o jogo da moeda o que acha? Se cair cara você me mata mas se cair coroa nos transamos.” Seu olhar nojento em cima do meu corpo me causa repulsa
_” Não estou autorizada a jogar absolutamente nada com você duas caras. Por gentileza eu peço respeito!” Digo a ele abrindo sua ficha criminal e o mesmo fecha a cara para mim.
Como não aceitei cair no seu jogo o paciente se fechou comigo a consulta inteira. Uma hora jogada fora penso comigo. Recolho minhas coisas indo em direção a cela do meu último paciente. Ao abrir a cela os guardas me orientam a não responder nenhuma de suas charadas, apenas confirmo com a cabeça entrando no local. Observo o paciente sorridente na cadeira a frente com uma camisa de força. Diferente do paciente Duas caras esse era magro e parecia ter em torno de 30 anos no máximo. Me sento na cadeira me apresentando. o silêncio reina entre nós por muito tempo até ele começar com as charadas, eram muitas e eu já estava cansada daquilo. Mais uma consulta jogada fora.
_” Doutora, Quem faz isso, não precisa disso, quem compra, não tem utilidade para isso, quem usa isso não pode ver nem sentir, O que é isso?” Ele me pergunta quase pulando da cadeira de felicidade esperando minha reposta.
Reviro os olhos respirando fundo. Observo meu relógio que anunciava o fim da sessão. Recolho minhas coisas ainda o observando entusiasmado.
_” Nossa consulta acabou senhor Edward, até quinta que vem.” Pego minhas pastas saindo da cadeira.
_” A propósito a resposta para a charada é caixão!” Digo a ele que grita de emoção.
Uma resposta certa não iria me matar não é mesmo?! somente as respostas erradas matam. “Que amanhã chegue logo por favor" digo a mim mesma saindo da cela do meu último paciente. Eu precisava falar com o palhaço, eu necessitava.
Dentro do meu carro tocava another brinck in the wall. O volume estava um pouco alto demais mas não me importava, estava feliz. Hoje eu teria mais uma consulta com o palhaço, isso me alegrava profundamente. Já perdi as contas de quantas vezes arrumei minha maquiagem no retrovisor do carro, assim como perdi as contas de quantas cantadas recebi naquela manhã no trânsito da avenida principal de Gotham. Sempre atrai olhares e no fundo gostava disso. Conquistei muitas vantagens seduzindo meu professor analista. Olhares nunca foram um problema pra mim.
Estaciono o carro próximo a uma cafetaria. Não havia me alimentado quando sai de casa e sinceramente quem é que funciona as 8 da manhã sem um bom café?! Meu vestido vermelho vivo em veludo colado ao corpo atraiu olhares. Pude perceber uma mulher discutindo com o marido por ter reparado nas minhas pernas. Dei um leve sorriso revirando os olhos enquanto me direcionava para o balcão do lugar. Não posso negar, hoje me arrumei mais que o normal. Eu queria ser notada. Queria que o palhaço me notasse. Meu cabelo liso e loiro platinado até a altura da cintura caia super bem com a maquiagem bem produzida e meus saltos nudez. Não culpo o homem na cadeira a frente ter reparado em mim. Até eu estava orgulhosa da produção que fiz hoje cedo.
_” Por gentileza, quero um cappuccino com canela pra viagem...” Digo a atendente que fitava minha vestimenta um tanto... provocante para as 8 da manhã
_” Separa também essa rosquinha de nozes por gentileza.” Aponto para a mulher o doce que estava com uma cara ótima, minha fome estava me consumindo.
Logo após embalar o alimento deixo o dinheiro no balcão e vou em direção a meu carro. Minha consulta com o palhaço começaria em breve e não poderia me dar ao luxo de se atrasar. Deposito o café com o suporte junto a embalagem do doce no banco do passageiro e sigo até o Arkham. Noto que o tempo em Gotham estava começando a melhorar depois de uma longa semana chuvosa. Odiava o fato de Gotham ser uma cidade com mudanças climáticas repentinas, em Metrópolis o tempo era sempre quente e ensolarado, sinto falta do calor por aqui.
Chegando no estacionamento do lugar pego minha bolsa no banco de trás e o alimento no banco do passageiro. Ao me direcionar para a lanchonete do lugar percebo que estava sozinha.
"Ótimo, nos odiamos ser sociais" a voz infantil diz e eu apenas concordo com a cabeça. Fingir simpatia nunca foi meu forte, meu signo de escorpião não me deixava ser muito amigável.
Autor(a): harleenquinzel
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
Após me alimentar percebo que meu estômago doía muito. " Droga! vamos vomitar" as vozes dizem. Corro em direção ao banheiro próximo a lanchonete do asylum e em segundos me abaixo próximo ao vaso, "isso não me caiu bem essa manhã" penso comigo. Percebo então que minha expressão estava pálida. R ...
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