Fanfic: Daddy's Lil Monster | Tema: Batman; Esquadrão Suicida
Girando a maçaneta da porta de entrada do meu apartamento tento retirar as gotas d`água do meu corpo. Jogo minha bolsa ainda úmida no tapete da sala indo em direção ao banheiro retirando no caminho meu vestido encharcado. Busco uma toalha no armário abaixo da pia soltando meus cabelos e observando a maquiagem borrada no espelho.
Sempre ouvi vozes porém nunca comentei com ninguém sobre isso. Afinal o que diriam de uma psiquiatra que escuta vozes? Algo bom não seria e no fundo elas me agradavam de certa forma. Era uma "companhia" boa dentro da minha mente. Saindo do banheiro apenas com um roupão no corpo resolvo ligar a tv enquanto preparo algo para comer. Sempre gostei de cozinhar e até pensei em fazer faculdade de gastronomia mas logo desisti depois que consegui queimar um simples bolo por falta de atenção. Caminho em direção ao balcão americano da cozinha abrindo uma lata de ervilha. Hoje decidi fazer uma sopa pois o tempo cooperava com a receita.
Após colocar os ingredientes no fogo uma notícia me chama a atenção então resolvo observar a reportagem que se passava na tv. Nunca fui uma pessoa ligada a notícias porém estava em uma cidade nova e precisava saber de tudo, inclusive das notícias ruins.
_” Agora diretamente da Gotham News temos uma notícia urgente e de última hora. O criminoso príncipe palhaço do crime mais conhecido como Coringa foi preso ontem de noite...”
Após uma hora a jornalista termina a reportagem de qual eu já tinha conhecimento. Os canais de reportagem não falavam de outra coisa. O maior criminoso de Gotham estava preso no lugar onde trabalho e seria eu a responsável por cuidar dele. Me lembro então do nervosismo do doutor Jeremias ao me entregar o caso, logo me cai a ficha que ninguém, absolutamente ninguém queria ter novamente a responsabilidade de cuidar do psicopata assassino. Me levanto indo em direção ao tapete buscando minha bolsa que havia jogado no lugar. Retiro a pasta que o doutor Arkham havia me entregado hoje cedo sobre o palhaço.
Vou até a cozinha e deposito um pouco do alimento em um prato. Em quanto janto, começo a folhear as informações do homem misterioso de cabelos verdes. Infelizmente quase não tinha informações o suficiente sobre o palhaço... Grampeada na primeira folha, havia uma foto do Príncipe Palhaço do Crime. Sua pele extremamente pálida era assustadora, ainda mais com o seu sorriso assustador nos lábios vermelho-sangue. Ele tinha pequenos hematomas no rosto, provavelmente resultantes da luta contra o Batman. Revirei os olhos ao lembrar do morcego. Ele era só mais um louco que as pessoas consideram um herói, mas no final, ele devia estar aqui no Arkham, onde é seu lugar. Voltando ao paciente, os olhos eram de um azul-esverdeado que transbordavam loucura e não, essa não é só uma citação um tanto poética, era assustador como seus olhos demonstravam sua insanidade. Fora isso, tinha o cabelo verde perfeitamente penteado para trás. Parece até que ele se arrumou para a foto.
Na ficha, não estava seu nome, pelo jeito ele nunca tinha revelando-o a ninguém, só havia os nomes pelos quais era conhecido, como The Joker, Príncipe Palhaço do Crime, Palhaço Assassino, entre outros. Também não havia sua idade, mas eu sabia que ele era, no mínimo, uns dez anos mais velho que eu, considerando que lembro de tê-lo visto nos noticiários várias vezes em minha adolescência. Preso pelos crimes de assassinato, sequestro, ameaça terrorista, bombas nucleares, estupro, assaltos, atentados contra a lei, tortura seguida de mortes, posse de armas ilegais, ataque contra o exército americano, demolição de bancos e responsável pela morte dos três últimos prefeitos da cidade. Fiquei bem assustada com a quantidade de crimes cometidos por ele. Li sua história apesar de não revelar seu verdadeiro nome nem origem familiar.
Também estava registrado nos papéis pequenos relatos de diversos médicos. Passei rapidamente o olho em todos, basicamente diziam a mesma coisa: insano, violento, irônico, manipulador, agressivo, mentiroso, ameaçador.
Também continha a visão do último psiquiatra:
" Paciente totalmente agressivo sem chance de retornar a vida social novamente. Sarcástico e irônico, sem empatia, mata por prazer."
Levei minha caneta à boca, mordendo-a levemente enquanto lia tudo aquilo. Eu estava extremamente curiosa sobre meu paciente, mas sabia que tinha que estar preparada.
A ficha está depositada na mesa a minha frente enquanto leio tudo muito atenta. Eu iria tratar de um psicopata altamente perigoso e frio. "Uma responsabilidade e tanto" penso comigo ainda terminando de comer a sopa que estava no prato. "Nós vamos conseguir, somos competentes" As vozes dizem enquanto confirmo com a cabeça.
_” Não duvido da minha competência amiguinhas!” Digo irônica falando comigo mesmo, ou melhor com as vozes...
Amanhã seria nossa primeira consulta e eu teria que pesquisar muito sobre ele, por mais que eu não tivesse informações pessoais sobre o paciente teria que retirar da sua ficha criminal algo para me apoiar nas consultas.
Desço do carro com minha bolsa em mãos, estava mais ansiosa que o normal para iniciar minha consulta com o famoso psicopata de Gotham. Passo pelos seguranças da porta de entrada do Arkham sentindo olhares sobre meu corpo, meu vestido vermelho colado ao corpo chamava atenção. Ignorei os olhares indo em direção a minha sala. Era mais um dia chuvoso em Gotham e somente meus saltos ecoavam pelo corredor do asylum.
_” Bom dia doutora Quinzel.” A recepcionista acena para mim enquanto eu me apoiava no balcão.
_” Bom dia Silvia. “Digo observando seu crachá.
_” Sabe, esqueci meu bloco de anotações. Poderia me emprestar algum? Terei uma consulta em breve.” Digo buscando meu celular no meu jaleco pois o aparelho não parava de tocar.
Observo a mulher se afastar buscando na mesa ao lado uma caneta e um bloco de anotações. Sua aparência era cansada me fazendo questionar se ela teria dormido essa noite. A senhorita Anastácia deveria ter seus 30 anos de idade e se vestia como uma mulher de 50 anos. Duvidei até se ela pertencia a algum grupo religioso pois sua aparência era bem acabada para a idade da mesma. Observando a mulher me entregar o que havia pedido me afasto da mesma voltando a caminhar em direção a minha sala. O frio e a aparência do arkham era algo incrível, para os outros poderia ser assustador mas para mim era o lugar mais misterioso e mais intrigante que alguém poderia conhecer. Ao entrar em minha sala noto que já havia alguém sentado me esperando na mesa a frente. Observei atentamente o homem de terno de costas que ao ouvir a porta se abrindo se virou pra mim. Ao notar que era Bruce Wayne minha cara se fechou no mesmo instante. Por ele ser dono do lugar, acha que pode entra quando bem entender na minha sala? Onde está minha privacidade como médica? algo me diz que não vamos nos dar bem.
_” Senhorita Harleen estava te esperando. Me desculpe entrar na sua sala sem permissão mas o doutor Arkham me entregou as chaves e pensei que não tivesse problemas. Tudo bem?” Ele diz e com os braços cruzados respirei fundo me sentando na cadeira a frente.
_” Qual o motivo da sua visita senhor Wayne?” Digo a ele com uma expressão séria que ele já entendera o porquê.
_” O doutor Arkham me informou que você irá cuidar do palhaço. Gostaria de saber de você se a senhorita se acha preparada?”
O observei com uma cara de desaprovação. Ele entra em minha sala sem minha permissão e agora dúvida da minha capacidade?
_” Senhor Wayne me desculpe mas estudei por 6 anos em uma das melhores universidades do país. Tive os melhores professores e como você sabe obtive as melhores notas. Porque eu não teria capacidade para cuidar de um paciente?” Digo o observando com a expressão séria.
_” Me desculpe se te ofendi, apenas fiquei preocupado com sua segurança. Se trata de um psicopata.” O interrompo levantando meu dedo indicador.
_” Sei me cuidar senhor Wayne. Pelo que sei existe seguranças na porta da cela de cada paciente. Segurança é algo que terei de sobra. Precisa de mais alguma informação? Estou ocupada no momento!” Digo enquanto me levanto indo em direção a porta de saída do lugar.
Ao notar que minha expressão mudou, Bruce se levanta rapidamente sem questionar minhas atitudes. Creio que ele percebeu que não gostei do comentário.
_” Novamente me desculpe Harleen, eu apenas fiquei preocupado.”
_” Não precisa se preocupar com meu bem estar, senhor Wayne. Tenho um seguro de vida e um ótimo plano de saúde oferecido pela sua empresa. Passar bem.”
Fecho a porta com delicadeza. Por mais irritada que estivesse, não poderia destratar o dono do lugar onde trabalho, porém eu senti o ódio me consumir quando penso que ele duvidou de minha capacidade. Desligo meu celular que não parava de tocar no bolso, busco minhas pastas e saio da sala apressada. Estava há 1 minuto da consulta com o príncipe palhaço do crime.
Autor(a): harleenquinzel
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
Ando em passos largos até as escadarias que levam ao terceiro andar do asylum. Cheguei à ala de segurança máxima, tendo que mostrar meu crachá pelo menos para três seguranças diferentes A ala de segurança máxima ficava isolada das outras e a patrulha de segurança ali era bem maior que o restante do ...
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