Fanfics Brasil - Primeira consulta Daddy's Lil Monster

Fanfic: Daddy's Lil Monster | Tema: Batman; Esquadrão Suicida


Capítulo: Primeira consulta

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Ando em passos largos até as escadarias que levam ao terceiro andar do asylum. Cheguei à ala de segurança máxima, tendo que mostrar meu crachá pelo menos para três seguranças diferentes


A ala de segurança máxima ficava isolada das outras e a patrulha de segurança ali era bem maior que o restante do Arkham. Aquela era a área mais barulhenta, onde se ouvia gritos de pacientes e de socos nas paredes. Fora o grito dos guardas mandando os loucos calarem a boca. Ao me aproximar do corredor gélido do lugar observo um dos guardas se aproximar de mim verificando minha identificação mais uma vez.


- Doutora Quinzel, qual sala será sua consulta?” O homem forte de cabelos loiros me pergunta.


- A7058.” Respondo observando a numeração da pasta.


- Pois bem, eu te acompanho.”


Nós direcionamos até o fim do corredor. O lugar era extremamente frio e mais assustador que o restante do asylum. Tudo era praticamente sem vida e com poucas luzes, em toda porta havia dois seguranças que provavelmente vigiavam o lugar.


Na sala de consulta na área de segurança máxima....


_ “Hoje será minha primeira consulta com uma tal de Dra. Harleen Quinzel. Um dos meus capangas me contou que ela é muito bonita. E uma delícia também. Quer saber? Só acredito vendo, pois não acho que deva ser tudo isso!”


_” Ahh, já ia me esquecendo... Sabe quem sou? O vilão mais terrível e o Rei de Gotham City. Sim, sou o Coringa. E essa história não é apenas dela, é minha também... Vou contar algumas coisas pra vocês também!”


Ao perceber que chegamos a cela meu coração dispara em batidas fortes, meu estômago embrulhava de uma forma que eu podia jurar que iria vomitar de nervosismo ali mesmo. Começo então a contar mentalmente até 10 pra ver se me acalmava


A porta de ferro um pouco enferrujada se abre e minhas pernas parecem ficar bambas, não sei o que me esperava mas meu corpo de algum forma tentava me tirar daquele lugar de qualquer jeito. Algo bom não me espera. Será um pressentimento?


_” Doutora, se precisar é só gritar que estaremos aqui na porta. Ao final da consulta, irei chamar a senhorita batendo na porta.” Um dos seguranças que estavam parados em frente a cela A7058 informa e eu confirmo com a cabeça.


Os guardas me deram passagem e fecharam a porta, que ficaria destrancada caso houvesse alguma emergência. Uma maneira mais bonita de falar "caso o paciente tente me esganar". Entrei na sala de consulta e vi que era completamente fechada, sem nenhum espelho-falso, já que não havia quem supervisionar a consulta. Como estava de manhã, as luzes estavam apagadas e a sala estava consideravelmente escura, iluminada apenas pela luz do sol que entrava pela pequena janela e focava exatamente na mesa, onde meu paciente já estava sentado com uma camisa de força. Notei que ele era ainda mais assustador do que já tinha visto na TV e por foto, além de parecer irritado em estar ali.


Havia uma câmera na sala, mas essa ficava desligada, simplesmente porque o Arkham não tinha dinheiro o suficiente para isso e preferia investir o pouco que tinha na contratação de guardas (e da indenização da família dos que eram assassinados). Eu também não tinha nenhum gravador ou câmera comigo. As consultas eram feitas sempre assim, para não "intimidar" o paciente.


Quando o vi, ele estava sentado de costas pra mim usando uma camisa de força, então, resolvi cumprimentá-lo.


_ “Bom dia, me chamo Harleen Quinzel e serei sua nova psiquiatra a partir de hoje.” Digo enquanto me sento na cadeira observando o homem me fitar com o olhar. Desconfortante era a palavra a ser usada.


_ “Olá, doutora! Eles mandaram uma Barbie agora?” Ele deu um sorriso debochado e falou para ninguém em especial.


Evitei suspirar de impaciência, apenas o ignorei.


_ “Fico feliz em saber que ainda é dia já que não vemos muito a luz do sol aqui doc.” Sua voz rouca e suas palavras ditas perfeitamente me prendem. Por incrível que pareça o palhaço era educado e gentil.


_ “Vejo que já conhece o Arkham então.” Me arrisco a dizer.


_ “Ah claro, eu considero aqui minha segunda casa, e você doc? É nova por aqui não é mesmo?” O homem diz me olhando fixamente com um sorriso no rosto.


_ “Sim, sou nova aqui.” Digo e engulo seco quando observo que seu sorriso metálico aparece.


_ “Então temos uma Barbie que acabou de sair da caixa entre nós, loucos e insanos? É verdadeiramente uma honra doutora.” Seu sorriso metálico se abriu mais ainda quando me viu ficar séria.


Busco na ficha do paciente o bloco de anotações que a recepcionista havia me dado hoje cedo e começo com a primeira anotação: 1- Irônico.


_ “Eu estava lendo sua ficha antes da consulta e não vi seu nome em nenhum lugar.” Digo mantendo o tom de voz calmo e ajeitando meu óculos de armação preta.


_ “Como não? Eu sou The Joker, todo mundo sabe meu nome.” Levantei os olhos para mostrar que estava ouvindo o que falava.


_ “Quis dizer seu nome real. Pode me dizer o porquê?” Continuei.


_ “Talvez porque eu nunca disse pra ninguém.” Ele falou sarcástico e eu anotei Irônico na minha caderneta.


-Eu imaginei que sim, pode me dizer a razão para isso?”


_ “Ninguém precisa saber quem eu era. Todos já sabem como sou, o passado não adiantaria em nada.” Ele replicou.


_ “Observei que não tem seu nome biológico na ficha, porque?” Pergunto apoiando meus cotovelos na mesa.


_ “Se não está anotado significa que não é interesse de ninguém saber certo doc?” Ele responde ríspido.


_ “Tudo bem mas como devo te chamar?” Pergunto confusa. Eram muitos apelidos para uma única pessoa.


_ “Mister J te agrada, amor?” Ele diz com um sorriso de canto.


_ “Ok! Mas porque não está escrito Mister J na ficha criminal?” Procuro o apelido entre as folhas e não encontro.


_ “Eu criei especialmente pra você, docinho.” O palhaço pisca pra mim e percebo que estou corada, meu rosto estava quente.


Apesar de nesses últimos minutos não ter conseguido nenhuma informação, fiquei feliz em ver que ele estava me respondendo.


_ “Estou com sua ficha criminal mas quase não tem informações sobre seu passado. Porque?” Pergunto com a caneta ainda em mãos.


_ “Ah doc, creio que o passado é algo que deve ser descartado. Mas me diz você, seu passado é uma folha descartada ou ainda é presente?” Ele diz jogando a cabeça para o lado ainda me olhando.


_ “Nos tornamos quem somos pelo passado, não existe descarte de experiências, você acredita que exista?” Encaro o homem que abre a boca em surpresa, todos seus movimentos eram perfeitamente ensaiados.


_ “Acredito que apenas o presente importa, o passado é uma dádiva que não nos pertence mais.” Ele diz voltando sua cabeça ao normal.


Faço mais uma anotação: 2- teatral.


_ “Saber de seu passado pode ajudar em sua recuperação.” Eu falei e vi ele abrir um sorriso de escárnio. Engoli em seco ao ver seus dentes metálicos. Ele poderia rasgar facilmente uma garganta com eles.


_ “Doc, você realmente espera que eu me recupere? Não tenho do que me recuperar!” Ele disse em um tom um tanto indignado, aumentando a voz.


_ “Você não acha que está doente?” Eu perguntei, anotando praticamente tudo o que ele falava.


_ “Claro que não! Eu sou o único são em Gotham!” Ele replicou um pouco irritado, pelo que pude perceber.


_ “Entendi.” Digo.


_ “Sua ficha não tem sinal de algum parente ou amigo. Onde está sua família?” Arrisco novamente. Eu sabia que era perigoso entrar em assuntos familiares no primeiro dia mas resolvo tentar.


_ “Morta, e a sua doc?” Ele pergunta esperando atentamente minha resposta.


_ “Meus pais faleceram a uns anos atrás.” Respondo gentilmente. Eu não gostava de entrar nesse assunto.


_ “Oh querida, meus pêsames, é sempre lamentável perder a família.”


Sua expressão teatral de tristeza aparece e logo noto que não havia pena nele. Busco a caneta fazendo mais uma anotação: 3- falta de empatia.


_ “Gostaria de saber sua idade. Não existe data na ficha. Poderia me dizer Mister J?


_ “32 anos doc, agora te olhando mais perfeitamente diria que não tem mais que 22 anos, me enganei?” Um sorriso se abre novamente em seu rosto enquanto eu confirmava meus 22 anos a ele.


_ “Eu sabia, nunca me engano. - uma risada medonha ecoa pela cela.


_ “Eu disse algo engraçado?”


_ “Sabe doc é difícil ver mulheres tão belas como você. Será que poderia sorrir pra mim? Seu sorriso deve ser encantador.” Ele diz me encarando e sem notar sorrio para o palhaço que se encanta.


_ “Adoro mulheres obedientes.” Percebo então que cai facilmente no seu jogo psicológico e isso me deixa intrigada. Faço então outra anotação: 4-  manipulador. De repente, sou interrompida.


_ “Dá pra parar de escrever tanto?” Ele diz e levanto os olhos para ver os seus azuis- Isso me deixa irritado.


Olhei para a caneta em minha mão e para ele novamente, suspirei e deixei a caneta de lado, entrelaçando meus dedos em cima da mesa e o encarando.


_ “Tudo bem Mister J. Vamos então para as perguntas rotineiras? Assim não saímos do foco da consulta que no caso é você!” Digo séria ao palhaço que concorda com a cabeça.


_ “Como está seu dia até agora?


_ “Nada demais.” Ele responde minha pergunta com um balançar de ombros, dificultado pela camisa de força.


_ “Como se sentiu ao ser trazido novamente para cá?” Pergunto ainda o olhando. A pergunta na verdade foi automática. Eu teria que me lembrar de tudo isso depois.


_ “Nada como estar em casa.” Ele disse, se jogando com um pouco de brutalidade para trás, encostando no apoio de aço da cadeira desconfortável.


-Então considera o Arkham sua casa? Sinto muito, mas terei que anotar isso.” Pergunto, tentando não demonstrar nenhuma reação.


_ “Tudo bem, até que sua letra é bonita.“ Ele suspirou, jogando seu corpo para frente mais uma vez.


Perguntei-me mentalmente como ele conseguiria ver minha letra, considerando que estávamos com uma pequena distância entre nós e ele estava vendo as anotações de cabeça para baixo.


_ “Não vamos mudar de assunto, por favor! - Você disse que considera o Arkham sua casa, fale mais sobre isso.” Interrompo meus pensamentos, continuando.


_ “Aqui tem cama, comida e às vezes eu consigo alguns doces como condição para parar de matar guardas. E eu tenho minha própria cela aqui, ninguém mexe nela, me sinto único.” Ele falou de um jeito tão natural que realmente parecia que considerava o Asilo um lar.


_ “Não se sente preso?” Sabia que era arriscado falar sobre aprisionamento, mas não controlei minhas palavras.


_ “De forma alguma.” O homem sorriu para mim.


_ “E por que está aqui?” Perguntei novamente.


_ “Sinceramente, Doc?” Ele chegou um pouco mais perto, como se fosse contar um segredo e eu, inconscientemente, me inclinei um pouco também.


_ “Porque eu quero!” Sussurrou.


Fiquei um pouco assustada com essa resposta, ele estava praticamente afirmando que sairia do Arkham quando quisesse. Eu iria responder a isso, quando a porta foi aberta por um guarda.


_ “Com licença, Doutora! A sessão acabou.” O brutamontes disse.


_ “Muito bem!” Eu disse mais para mim mesma que para os outros dois presentes.


_ “Continuamos na segunda-feira.” Falei para o homem de cabelos verdes, que sorriu e piscou em resposta.


Saí da sala, suspirando ao lembrar que depois do almoço eu teria uma sessão com o Charada, mas sorrindo ao ver minhas anotações sobre meu mais novo paciente. Eu sentia que ele mudaria minha carreira.



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Autor(a): harleenquinzel

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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Era terça-feira e eu tive minha segunda sessão com The Joker ontem. Infelizmente, tivemos apenas uns quarenta minutos de conversa, porque o comissário Gordon chegou e o diretor permitiu que ele conversasse com o meu paciente. Sim, eu fiquei irritada, estava quase arrancando do Palhaço o motivo de suas tatuagens. Foi basicamente nosso assunto na ...


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