Fanfic: Daddy's Lil Monster | Tema: Batman; Esquadrão Suicida
Era terça-feira e eu tive minha segunda sessão com The Joker ontem. Infelizmente, tivemos apenas uns quarenta minutos de conversa, porque o comissário Gordon chegou e o diretor permitiu que ele conversasse com o meu paciente.
Sim, eu fiquei irritada, estava quase arrancando do Palhaço o motivo de suas tatuagens. Foi basicamente nosso assunto na consulta inteira. Ele me perguntou se eu gostava delas e confesso que abri um pequeno sorriso diante da pergunta. Elas são interessantes, foi o que respondi.
Mas eu não pude fazer nada. A "conversa" entre os dois durou quase uma hora e, pela cara do comissário ao sair da sala repleta de guardas, ele não conseguiu obter o que queria, seja o que fosse. O diretor não permitiu que eu tivesse meus vinte minutos restantes, alegando que o paciente poderia estar "sobrecarregado". Obviamente, reprimi um palavrão que quase saiu da minha boca.
O dia parecia não passar. E por alguma razão eu queria vê-lo. Por alguma razão nada racional eu precisava conversar com ele. Imagina se eu conseguisse cura-lo? Seria um pulo em minha carreira como psiquiatra. Posso até ver as notícias nos jornais: "Doutora Quinzel é responsável por curar príncipe palhaço do crime de traumas!" Já consigo sentir o gosto de ter uma clínica de reabilitação de psicopatas com meu nome estampado na entrada: "Clínica Quinzel". Eu tive minha segunda sessão com The Joker ontem. Infelizmente, tivemos apenas uns quarenta minutos de conversa, porque o comissário Gordon chegou e o diretor permitiu que ele conversasse com o meu paciente.
Eu preciso escrever um livro sobre ele, sobre nossas consultas, preciso mostrar ao mundo que sou capaz de muito mais. Observo no relógio e ainda são 11:00 da manhã. Parece que o dia está passando lentamente até meu próximo encontro com o palhaço. Algo nele me fascina de uma forma assustadora. Conversar com ele é como ser morto ainda vivo. Seu olhar e sua voz te hipnotizam para que você o siga no caminho da morte, tudo nele é uma perfeição que em conjunto te faz ficar obcecada por ele, pela mente dele. Seu rosto são traços perfeitos em contraste com a pele extremamente branca, seus cabelos alinhados para trás e suas tatuagens, seus lábios vermelhos e seus olhos verdes. Ah aquele olhos, eu morreria por aqueles olhos sem dúvida alguma. Claro que eu só estou me importando com a chance de conseguir alguma vantagem em minha carreira com ele, os detalhes só não passaram despercebido por mim pois nada passa despercebido por mim... "mas vamos concordar amiguinha, ele é lindo".
_” Eu concordo plenamente com você!” Respondo a voz em minha mente que conversava comigo.
Uma beleza estranha e exótica, é assim que eu descrevo cada traço do palhaço. Sua forma gentil e doce na qual me tratou na primeira consulta me agradou bastante, os apelidos carinhosos me deixaram corada uma ou duas vezes.
_” Ele realmente sabe como tratar uma mulher.” Digo a mim mesma desenhando em uma folha de papel um enorme sorriso.
Seu sorriso metálico era sexy e apavorante, eu poderia jurar que aqueles lábios já haviam provado sangue "não me importaria se provasse o meu". Começo a gargalhar dentro da minha sala com o que eu acabei de dizer, enxugo as lágrimas que começam a cair dos meus olhos com a hipótese que veio a minha mente. Estaria eu apaixonada pelo palhaço?! " talvez esteja mesmo amiguinha" uma voz diferente surge em minha mente. Ela era e um tom infantil, nunca tinha a escutado antes.
_” Ei, quem é você?” Digo a mim mesma tentando encontrar a "voz" nova que se apossou de minha mente.
O Arkham não era, nem de longe, um lugar agradável. Por isso, a maioria dos médicos e funcionários ficava ali somente o necessário. Sendo assim, estava eu e Jane, minha amiga desde que entrei no Asilo, almoçando num restaurante perto da entrada da cidade, a uns vinte minutos do nosso local de trabalho.
_” Eu não acredito que colocaram você no caso Joker.” Ela comentou enquanto colocava uma garfada na boca de seu macarrão.
-Por que não?” Perguntei, sentindo uma leve irritação crescendo dentro de mim. Então ela acha que eu não sou capaz?
_” Ele tem um péssimo histórico com médicos. Não gosto de saber que uma das minhas únicas amigas está numa sala sozinha com ele três vezes por semana. Eu sei o quanto você é competente, Harleen. Mas não é questão de competência, é questão de risco à sua vida.” Ela respondeu
_” Caso te tranquilize, ele sempre está com camisa de força.” Comentei alguns segundos depois, levando meu copo de suco de laranja à minha boca.
Para minha felicidade, naquele dia, eu não teria minha consulta com o Charada, já que ele provocou confusão durante o almoço e foi para a solitária. E agora a tarde eu teria minha sessão com Poison Ivy. Eu e Jane pagamos nosso almoço e voltamos para o Asilo.
_” Olá, Pamela.” Digo observando a ruiva em minha frente, que estava algemada na mesa e com uma expressão mais carrancuda que o normal.
_” Péssimo dia.” Ela respondeu.
_” O que aconteceu?” Perguntei mostrando interesse.
_” Aqueles filhos da mãe me tiraram a única flor que eu tinha em minha cela.” Ela me respondeu, trincando os dentes de raiva.
Seus cabelos de um vermelho bem escuro estavam completamente bagunçados e embaraçados. Sua pele, que no começo era verde e bem viva, estava ficando aos poucos pálida, ressaltando as veias esverdeadas que apareciam pelo seu corpo todo. Provavelmente, aquilo era o resultado de ficar longe das plantas por tanto tempo.
_” Não se preocupe pois hoje mesmo eu peço para colocarem de volta. Vou dizer ao diretor que com o mínimo de contato com a natureza te fez progredir e seria uma ideia ruim tirá-lo.” Digo em quanto arrumo meu óculos que estava caindo pelo nariz.
_” Isso não é verdade. Eu não progredi nada.” A mulher em minha frente diz.
_” Eu sei disso, você sabe disso, mas eles não precisam saber.” Falo a vendo abrir um sorriso.
_” É por isso que eu ainda não te matei, loirinha.” Entendi aquilo como um elogio.
O resto da consulta seguiu calmo.
_” Muito obrigada, diretor.” Digo antes de fechar a porta e voltar para minha sala. A essa hora, já devem ter colocado o vaso de flor de volta na cela de Poison Ivy. Espero que ela não mate ninguém enquanto isso, digo para mim mesma, sabendo que se isso acontecesse, seria minha responsabilidade.
Eu terminei minhas consultas rotineiras no primeiro e segundo andar. A maioria eram de velhos babões que estavam drogados ou completamente alucinados e que estavam a dias sem dormir. Olhei no relógio e ainda faltava meia hora para meu turno acabar e eu pode rir para casa, decidi usar esse tempo para falar com o único paciente que realmente me interessa. Fui em direção ao terceiro prédio e após uma longa checagem, me deixaram entrar. Fui ao último corredor, em direção à ultima cela. Mr. J realmente tinha uma cela bem especial aqui no Arkham. Ele ficava sozinho em uma cela com vários guardas. Estava bem no meio, tinha grades e cerca de arame, não havendo ponto cego. A cela ainda tinha um segundo andar, que caso houvesse alguma emergência no asilo ou alguma possibilidade dele fugir os guardas ficavam quando era necessário.
_” Doutora!” Ele disse sorrindo ao me ver.
Os guardas não estavam lá nesse momento, mas a distância entre nós era de uns três metros. Era impossível ele fazer qualquer coisa.
_” Mr. J! Não terminamos ontem de falar sobre suas tatuagens...” Falei e ele retribui o "cumprimento”.
Agora ele não usava a camisa de força, mas somente o uniforme laranja de mangas curtas, me permitindo ver as tatuagens em seus braços.
_” Não poderia esperar até amanhã, não é?” Ele disse se aproximando da grade
_” Bem, todas elas, praticamente, foram feitas por meu parceiro, Jonny.” Ele completou em quanto se debruçava na mesma.
_” A quanto tempo ele está com você?” Pergunto.
_” Faz tempo...” Ele falou parecendo pensar e depois voltou a me olhar.
_” Mas estávamos falando sobre minhas tatuagens, não? Qual você mais gosta?” Ele perguntou.
Eu sabia que não deveria expressar nenhuma opinião nas minhas consultas. Mas eu também sabia que não deveria estar ali e estava, então não me importei muito.
_” Pelo que consigo ver.... O sorriso em sua mão, e o morcego apunhalado no braço esquerdo.” Respondo em quanto ele desgruda da cela rapidamente, dando um brusco passo para trás e sorrindo ainda mais largo.
_” Há, bats...” Ele disse olhando para a tatuagem com orgulho.
_” Também é uma das minhas favoritas, querida, temos tanto em comum. Há, e essa, desse passarinho apunhalado?” Ele disse apontando para o mesmo lugar, mas no braço direito.
_” Um Robin!” Digo concluindo e dando um sorriso mínimo.
_” Do que adiantaria tatuar o morcego se não tatuasse seu ajudante?” Completei.
_” Você é muito inteligente, Harleen!” Ele disse apontando para mim.
Notei que todos os seus gestos pareciam passos ensaiados, fora que todos eram bem exagerados e bruscos.
_” Harleen Quinzel...” Ele começou a repetir meu nome várias vezes, olhando para o nada, até que, novamente em um movimento brusco, voltou a olhar para mim e falou um pouco alto demais.
_” Harley Quinn! É um ótimo nome, não acha? Harley Quinn...” Ele disse abrindo novamente o sorriso metálico.
_” Como o palhaço, Arlequim!” Digo o interrompendo.
_” Sim, já ouvi isso várias vezes.” Continuei.
A maioria das crianças na escola me chamavam de Arlequim. Eu nunca me incomodei e para falar a verdade, eu achava até legal. Ele iria falar algo, quando ouvimos o barulho da parta se abrindo e entrando cinco guardas fortemente armados. Um deles estava carregando uma bandeja.
_” Hora do jantar!” O brutamontes berrou me fazendo virar para o meu paciente.
_” Continuamos amanhã!” Digo e ele pisca pra mim novamente.
Saio de lá imediatamente e vou em direção à minha casa. Tinha acabado de lavar a louça usada no jantar e sentei na frente da televisão. Em um volume baixo, coloquei em qualquer canal de filme que estava passando. Peguei meu notebook e comecei a escrever meu relatório com The Joker.
Estávamos nos dando consideravelmente bem. E isso me deixava cada vez mais animada. Ele era a pessoa mais interessante que eu já conheci e eu nunca senti tanta vontade de conhecê-lo profundamente como tinha sentido hoje. Além disso, ele parecia gostar de mim. Acho que fui a única médica que ele não ameaçou, ainda.
A campainha tocou e eu olhei no relógio, eram sete da noite. Levantei em direção a porta. Olhei pelo olho magico e vi um homem gorducho e baixinho. Abri a porta e era meu porteiro, Paulo.
_” Boa noite senhorita Quinzel. Você tem uma encomenda.” Ele disse me entregando um buquê de rosas vermelhas.
_” Quem as enviou?” Perguntei segurando-as.
_” Um homem vestido de terno e com barba. Ele se identificou como Jonny e disse que o chefe dele havia mandado.” Ele respondeu e eu paralisei na hora.
_” Obrigada Paulo.” Falei e ele saiu.
Tranquei a porta e deixei as rosas no balcão da cozinha, onde me sentei e fiquei pensando. Definitivamente, não era possível...
Autor(a): harleenquinzel
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
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