Fanfics Brasil - Convite Daddy's Lil Monster

Fanfic: Daddy's Lil Monster | Tema: Batman; Esquadrão Suicida


Capítulo: Convite

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” Como vai a minha cunhada favorita?” Ouvi a voz simpática de Richard assim que encontrei ele e minha irmã sentados numa mesa da lanchonete e reprimi a vontade de suspirar em desgosto. Não que eu não goste de meu cunhado, ele faz minha irmã feliz. O que pra mim é ótimo, mas seu excesso de simpatia me irritava às vezes, parecia extremamente forçado.


_” Oi, Rick.” O cumprimentei, dando um sorriso mínimo, e pondo rapidamente a mão no ombro de Clarice, como forma de dizer “oi”.


Assim que sentei na mesa, de frente para o casal, chamei a garçonete e pedi um grande x-burguer, com batata frita e um grande copo de refrigerante. Richard pediu um pedaço de torta de frango e minha irmã pegou uma salada simples.


_” Uou!” Foi o que ela disse assim que meu lanche chegou. Era enorme, e eu estava com tanta fome que não pensei duas vezes antes de atacá-lo.


_” Eu almocei pouco hoje.” Digo assim que acabo de engolir e bebendo Coca-Cola pelo canudinho do copo em seguida.


_” Eu não acho que isso seja muito saudável, Harleen. Se comeu pouco, deveria comer uma salada, igual a mim.” Ouvi novamente a voz de Clarice.


_” Clarice... Acho que sua irmã está bem grandinha pra saber o que deve ou não comer.” Rick falou, colocando sua mão nas costas da mulher ao seu lado.


 Vi a expressão de minha irmã se contorcer com um pouco de desgosto, mas ela pareceu se lembrar de outra coisa e voltou-se para mim.


_” Sabe, Harleen... Eu estava pensando...” Ela começou, dando um sorriso que me fez congelar. Eu conhecia aquele sorriso. Era o mesmo que ela usava na infância quando queria convencer o papai ou a mamãe de algo.


_” O que você quer que eu faça?” Perguntei, direta. Conhecia muito bem aquele tom de voz e odiava as enrolações de Clarice.


_” Bem, o Rick tem um jantar para ir nesse sábado, muito importante para seus negócios. E como nós vamos nos casar, é muito importante estarmos reunidos como uma família.” Ela começou, olhando para o homem ao seu lado e apertando sua mão. Ele sorriu para ela. 


_” E você faz parte da família.” Meu cunhado completou.


_” Um jantar? Clarice, você sabe que eu não gosto de jantares de negócios.” Pronunciei-me pela primeira vez desde que ela tocou no assunto.


_” Mas é muito importante! Por favor.” Ela insistiu, fazendo biquinho. Meu pai sempre dizia que “fazer biquinho” era uma característica tanto minha quanto de minhas irmãs.


_” Onde será o jantar?” Suspirei, quase convencida, dando outra mordida no meu lanche.


_” Na mansão de Bruce Wayne” Richard falou e eu devo ter feito uma cara de desgosto horrível, porque Clarice logo tratou de se pronunciar.


_” Vamos, Harleen! Por mim! Além disso, ele não é um dos que sustentam o Arkham? Seria ótimo conhece-lo, não acha?” Novamente sua voz manhosa.


_” Argh, tudo bem!” Falei e ela abriu um sorriso enorme, segurando minha mão que, surpreendentemente, não estava melecada de ketchup.


Depois disso, esse assunto morreu e começamos a conversar sobre outras coisas. Quero dizer, eles começaram a conversar sobre outras coisas. Eu só assentia com a cabeça quando escutava meu nome, minha mente estava completamente focada na conversa entre mim e The Joker dessa manhã.


Ele não havia esclarecido como conseguiu meu endereço, muito menos se comunicar com seu capanga, mas, de certa forma, eu não estava mais tão assustada. O medo deu lugar à curiosidade e eu achava genial o que ele conseguiu fazer em menos de duas horas. Não podia negar que minha maior vontade agora era sair dessa lanchonete, considerando que já acabei de comer, e voltar ao Arkham, simplesmente para vê-lo. Por um minuto, eu me peguei pensando em como seria se ele escapasse agora que já me conheceu. Ele viria atrás de mim? Ele me mataria? Ou simplesmente nem lembraria da minha existência?


Oh, que estupidez, Harleen. Não devia estar pensando nisso! Ele é um psicopata, está onde deve estar, não importa o quanto ele desperte sua curiosidade.


_” Harls? O que você estava murmurando?” Saí de meus pensamentos com a voz de minha irmã.


_” Hã? Nada! Eu já vou indo, tenho que escrever relatórios gigantes ainda hoje. Tirei uma mecha do meu cabelo loiro da frente dos meus olhos, prendendo-a atrás da orelha, sentindo um pouco de dificuldade ao fazer isso, já que eu estava com meu óculos.


 Levantei-me, deixando o dinheiro que eu havia gastado na mesa, acenei para Rick e dei um beijo na bochecha de minha irmã, como despedida.


_” Sábado às oito, não se esqueça!” Ouvi sua voz e suspirei ao lembrar que havia aceitado o convite para o jantar.


Estava deitada no meu sofá, com meu notebook no colo, digitando sobre as consultas de hoje. A do Charada foi simples e praticamente igual à passada, somente charadas e mais charadas, sem sentido aparente. Já a de The Joker senti um pouco mais de dificuldade em escrever. Não iria dizer sobre as rosas, nem sobre a explicação brilhante que me deu sobre o mundo ser um jogo de cartas. Só registrei o motivo de seu apelido e deixei claro que o paciente não havia colaborado muito, mas que foi um avanço, comparando com as consultas anteriores.


Fechei o computador e estalei meu pescoço, meu tronco e meus dedos. Estava exausta mentalmente, apesar de me sentir com bastante energia fisicamente. Vi que ainda era seis e meia da tarde, então levantei e fui em direção ao meu quarto, abrindo o guarda-roupa.


Coloquei uma calça leg preta e uma blusa confortável vermelha, com um casaco de moletom por cima, já que o clima em Gotham era sempre frio perto da noite. Calcei uma sapatilha qualquer e fiz um rabo alto em meu cabelo, deixando meu óculos de lado e pegando novamente as chaves do carro.


O dia tinha sido muito estressante e eu precisava extravasar o que estava sentindo e nada como treinar na academia de ginástica de um velho conhecido meu, que estava vazia a essa hora. A ginástica sempre fez parte de minha vida, desde minha infância e eu a usava para descontar todos os meus problemas. Não foi à toa que me destaquei muito no colégio e ganhei bolsa para a faculdade. Apesar de já formada, nunca deixei de praticar, era uma das poucas coisas que eu podia fazer sozinha, sem ninguém me supervisionando e me dizendo o que fazer. Cheguei na academia de ginástica, como imaginei, completamente vazia. Alan, meu amigo e dono da academia, estava em seu escritório e permitiu que eu treinasse um pouco.


 


Flashback on 


 


_” Pai, eu tô com medo!” Moinha respiração ofegante mostrava meu pavor.


_” Você está pronta harls! Treinou muito pra isso, foram meses de luta. Ninguém mais que você pode fazer isso! Eu confio no seu potencial filha. Confio muito!” As palavras confortantes são direcionadas a mim com um forte abraço.


_” E se eu não conseguir? E se eu errar?” Na minha testa o suor escorria estragando um pouco da maquiagem feita pela minha mãe.


_” Você vai se levantar e tentar de novo, como em todas as vezes que precisar. Lembre-se harls, mares calmos nunca fazem bons marinheiros!”


Observo minha mãe se aproximar de mim se abaixando um pouco arrumando meu maiô colorido.


_” Pronta querida? Você está linda!” Ela passa as mãos pelos meus braços espalhando glitter prateado por eles.


_” Estou!”


Estralando meu pescoço começo então a passar um pouco de talco nas mãos e entro em cena com aplausos recebidos de todo ginásio. Com toda certeza aquela foi uma das minhas melhores apresentações. Eu estava confiante!"


 


Flashback off





O dia seguinte não foi muito bom, era quinta-feira e não tive animação nenhuma para vir trabalhar. Eu só o veria amanhã em nossa consulta e estava mais ansiosa para ela do que para a nossa primeira.


Estávamos praticamente todos os médicos tomando café na pequena cantina de funcionários que havia no Arkham. A maioria falava somente baboseiras, mas eu ouvia de vez em quando alguns falarem de seus pacientes e até mesmo do Batman.


Jane estava ao meu lado, também tomando café, conversando com outra médica. A minha atenção estava toda voltada para a ficha do Príncipe Palhaço do Crime. A medida que íamos conversando, eu ficava mais curiosa sobre ele, o que não deveria ser muito saudável, mas não me importei, conheço meus limites e não vou deixa-lo entrar em minha mente.


Depois de ler a ficha pela segunda vez, fechei-a e terminei meu café, lembrando do jantar de sábado que, infelizmente, eu seria obrigada a ir. Teria que arranjar um vestido, não que eu não tenha, mas, considerando que o jantar é na mansão Wayne, eu devo estar no mínimo muito arrumada.


_” Jane?!” Chamei minha amiga, que virou-se pra mim no mesmo instante.


_” Você conhece alguma loja de vestido de festas aqui na cidade? E poderia ir comigo? _” Terei um jantar esse sábado...”


_” Tem tantas pessoas aqui querendo ir nesse jantar... Como você conseguiu? Claro que eu conheço e vou com você. Passo em sua casa na sexta e a gente vê um belo vestido pra você.” perguntou elevando a voz e eu assenti.


_” Obrigada!” Falei.


Olhei para o relógio, eu teria agora meia hora com Edward Nygma e depois do almoço, falaria com Pamela Isley.


Não podia negar que fiquei surpresa ao não receber uma charada quando entrei na consulta com Nygma. Na verdade, ele quase não falou o tempo todo, só murmurava algumas poucas coisas, mas sua cabeça parecia estar distante. Obviamente ele não falou o que era, mas parecia estar até mesmo assustado, eu diria. Depois do almoço, fui encontrar a ruiva da pele verde. Ela parecia mais calma hoje, já que tinham devolvido sua tão preciosa flor. Não esboçou um sorriso a consulta inteira, mas seu tom de voz permaneceu baixo e ela respondeu bastante das minhas perguntas, o que era ótimo. Eu já sabia grande parte de seu passado, já que tinha visto várias pesquisas de psiquiatras que trataram-na anteriormente, mas me surpreendi ao ouvir que ela percebeu que as plantas valiam muito mais que as pessoas (palavras dela) logo na infância. Seus pais eram separados e sua mãe virara prostituta, atendendo seus “clientes” em seu próprio quarto, com a filha ao quarto do lado, ouvindo tudo, principalmente os tapas que homens muito bêbados davam em sua mãe. Realmente, não deveria ser fácil. Porém, a ruiva teve um psicológico muito fraco, mesmo sendo uma criança. Ela se fechou para o mundo e só saía de casa para ir à escola, quando era obrigada pela mãe, ficando o dia inteiro no quarto, cuidando de suas novas amigas verdes e com folhas. Assim que encerrei a sessão, pensei em passar para ver The Joker, mas desconsiderei a hipótese rapidamente. Seria extremamente perigoso se ele descobrisse o quão grande meu interesse é. Ao invés disso, esperei Jane sair do trabalho para irmos jantar em um restaurante qualquer. Quando cheguei em casa, não pequei a ficha do homem de cabelos verdes, como era de costume. Preferi descobrir mais sobre Poison Ivy que, apesar de menos interessante, era menos perigosa para meu psicológico.



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Autor(a): harleenquinzel

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

Prévia do próximo capítulo

Não passava de seis horas da manhã e eu só ia trabalhar às oito, quando acordei assustada com o toque do meu celular. E sendo uma ligação vinda do Asilo, não poderia ser algo bom. _” Alô, Doutora Quinzel?” Era Anastácia do outro lado da linha. _” Sim?” Respondi, com voz embargada de sono. ...


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