Fanfic: Big Rock - Vondy (Adaptada) [Terminada] | Tema: Vondy

Cadê Vcs? Estão sumidinhas nesse sabadão!! 

— Percebe o que eu quero dizer, mano?

Olho para a minha irmã e noto que ela estava falando comigo enquanto eu divagava distraído.

— O que você quer dizer?

— Não parta o coração dela, Christopher!

Fico olhando para Annie como se ela estivesse louca, mas os olhos azuis da minha irmã estão sérios, o que não é muito comum. Não vejo humor neles, não vejo provocação. Voltamos a andar na direção dos campos.

— Eu gosto de Dulce — ela continua. — Eu sei que isso começou como uma farsa, mas está se tornando real. Pelo menos para ela.

Eu quase digo "para mim também", mas as palavras de Annie me confundiram bastante

— não sei se sou capaz de expressar o que sinto a respeito delas. Eu tinha tanta certeza de que as regras básicas de Dulce eram sólidas, que as intenções dela se resumiam a sexo e prazer e de que seu objetivo era que nós retomássemos a amizade depois de foder gostoso algumas vezes. Mas as mulheres têm intuição e com a minha irmã não é diferente. Elas veem coisas que os homens não enxergam. — Você acha mesmo?

Annie olha para o alto, com cara de tédio. Ah, minha irmãzinha pé no saco está de volta com força total.

— Eu sei que isso vai ser um choque para você, mas o seu conhecimento sobre amor e relacionamentos infelizmente é limitado. Você jamais teve um relacionamento sério.

— Isso não é verdade. Não é. Eu saía com a Amanda na faculdade.

— Uh, nossa, dãã! Quatro meses! Senhoras e senhores, parem tudo e escutem isso! Quatro meses! O Guinness Book está procurando você desesperadamente, porque isso é muuuito sério.

— Pois parecia sério naquela época.

— Christopher, isso pode ser uma surpresa, tendo em vista o rastro de destruição que você deixa por onde passa, mas, de vez em quando, sabe-se lá por quê, você consegue despertar sentimentos verdadeiros em uma mulher quando transa com ela. Só procure ter cuidado, especialmente ao lidar com uma amiga sua — ela diz, e nesse momento nós estamos chegando ao campo de softbol. Poncho já está lá, praticando sua tacada. Milhares de dúvidas passam pela minha cabeça. Minha vontade é  pegar Annie, sentá-la num canto e enchê-la de perguntas. Fazer-lhe mais perguntas sobre Dulce. Mas Annie me cutuca com o cotovelo. Ela passa a língua pelos lábios e olha com desejo para Poncho: — Caramba, como esse cara é gostoso!

Eu deixo cair meu taco, que acerta os dedos do meu pé antes que eu possa me desviar.

— O que aconteceu? Alienígenas levaram o seu cérebro para outro planeta?

— Qual é! Olha só pra ele! — ela está babando pelo meu amigo, que está vestindo calção de ginástica e camiseta. — O que são esses braços? Ah, meu Deus. Não é todo dia que a gente vê uns brações lindos assim. Vou até tirar umas fotos pra ficar olhando depois.

E Annie começa a bater fotos com seu celular.

— Ok, mana, aguente firme que já estou chamando o pessoal do hospício. Eles vão cuidar bem de você — eu digo, com cara de dor porque agora os meus dedos estúpidos estão latejando. Poncho nota que está sendo observado pela minha irmã e apoia o seu taco no chão, inclinando-se casualmente sobre ele, fazendo pose.

— Olá, Annie. Nossa, você está uma gata!

Gata? Mas que droga é essa? Estou vendo com meus próprios olhos o meu melhor amigo cantar a minha irmã. Será que atravessei algum portal e vim parar num mundo bizarro?

Annie põe a mão na cintura e inclina a cabeça, cheia de charme. Ela acena para Poncho com os dedos e bate as pestanas.

— Você também está muito gato — ela responde, e então pisca para Poncho e aponta as roupas dele. — Pode tirar a camiseta? Eu queria fazer mais uma foto...

— Só se for já — Poncho diz e começa a fazer poses de dançarino erótico enquanto tira a camiseta.

— Raw... — Annie estala os lábios e imita um gato arranhando o ar. Ela se inclina para mim e sussurra. — Hoje à noite a minha imaginação vai ferver e ele vai ser todinho meu nas minhas fantasias.

Meus olhos quase saltam para fora das órbitas e eu a seguro pelos ombros.

— Mana, você tem que parar agora. Nós podemos ajudá-la. Existem bons centros de tratamento para insanidade temporária.

— Seria preciso muito mais que uma camisa-de-força pra me deter agora — ela retruca, atirando sua luva no chão. Annie enfia o sorvete de casquinha na minha mão e caminha com determinação na direção de Poncho, que está sem camisa, com o peitoral e o abdome à mostra. Annie desliza os dedos pelo tórax de Poncho e depois passa os braços em torno do pescoço dele.

 Eu cerro os punhos, não porque queira bater em Poncho, mas porque algum instinto primitivo de irmão protetor resolveu se manifestar em mim.

— Velho, cuidado com essas mãos! É a minha irmã. Annie se vira bruscamente para mim.

— Ahá! Gostou? Isso é por ter tirado o Papai Noel de mim!