Fanfics Brasil - O pesar de um Faraó Dois corações e um destino

Fanfic: Dois corações e um destino | Tema: Yu-Gi-Oh!, ação, aventura, drama, magia, dragão, híbrida, romance, multiverso, AtemuXYuugi, puzzlesh


Capítulo: O pesar de um Faraó

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Uma hora depois, Atemu seguia o seu pai por um corredor esculpido em uma parede rochosa, enquanto o seu genitor segurava uma tocha na mão cujas chamas tremulantes forneciam uma parca iluminação, sendo o suficiente, apenas, para poderem enxergar parcamente o caminho, sendo visíveis as várias ossadas e esqueletos que jaziam no entorno.


Meia hora, atrás, o jovem príncipe tentou perguntar ao seu pai para onde eles estavam se dirigindo e não obteve qualquer resposta. Quando chegaram naquele local, ele tentou questionar o seu pai o motivo de estarem ali e novamente, não teve qualquer resposta.


Conforme ele via cada vez mais ossadas se amontoando em torno do caminho, ele fala assustado, sentindo uma estranha áurea opressora em torno deles e que ficava cada vez mais intensa, conforme se aprofundavam na caverna:


- Chichi-uê, eu não quero ir.


- Como herdeiro do trono, não deve dizer essas coisas! – ele fala em um tom sério que não aceitava contestação.


- Sim, chichi-uê. – ele fala, buscando se acalmar.


Mesmo que o seu pai nada demonstrasse, Atemu podia sentir o tremor na voz do seu genitor e que era encoberto pelo tom que usava. O Faraó estava com medo e o menino não compreendia o motivo de continuarem avançando por aquele caminho.


Mesmo lutando para se acalmar, o príncipe continuava apreensivo, pois podia sentir nitidamente, conforme eles adentravam mais fundo naquela caverna, uma presença opressora e por causa dessa sensação, estava o mais próximo possível do seu pai, enquanto desejava ardentemente compreender o que faziam naquele local, no mínimo, assustador.


Novamente, ele tenta extrair alguma resposta do seu pai, mas não obtém nenhuma.


Então, Atemu percebe que no final da caverna há um lance de escadas e abaixo desta, uma ponte iluminada por castiçais cujas chamas trêmulas iluminavam parcamente o caminho.


Conforme desciam as escadas, a sensação em volta deles ficava mais sufocante e o jovem príncipe questionava a si mesmo, se o seu genitor estava sentindo aquela mesma pressão.


Então, ele fala, não conseguindo conter o medo em sua voz:


- Chichi-uê, eu não posso fazer isso. O senhor não sente...


Então, o Faraó o interrompe, falando com tremor em sua voz, embora procurasse suprimi-lo:


- Não. Vamos.


Ele suspira resignado e volta seguir o seu genitor, exclamando, enquanto tentava ignorar a presença ou presenças opressoras, agora que analisava mais atentamente as sensações que o tomavam:


- Espere, chichi-uê!


Então, conforme andavam, Atemu sente o seu pé esquerdo ceder no chão, pois um trecho lateral da ponte desabou, com o príncipe conseguindo se segurar com uma mão, para depois, usar as duas mãos, visando se segurar nas depressões que surgiram naquele trecho com o desabamento, sendo que vira o rosto para o seu genitor que o olhava um pouco afastado de onde ele estava e exclama pedindo auxílio:


- Chichi-uê!


Em decorrência da parca iluminação daquele local, o rosto do seu pai estando encoberto pelas sombras que se projetavam das chamas tremulantes, fazendo com que o príncipe não conseguisse sondar o sentimento que transparecia no rosto do seu genitor.


Então, ele se recorda de tropeçou em uma pedra quando era pequeno, sendo que estava com o seu pai que se limitou a observá-lo, atentamente, com uma face que não demonstrava qualquer sentimento.


Algumas lágrimas surgiram nos orbes carmesins de Atemu, mas ele as secou com as suas mãozinhas, pois era pequeno na época e conseguiu se levantar sozinho, sendo que no início, achou que o seu pai não lhe amava.


Porém, conforme crescia, ele compreendeu o motivo do seu genitor nunca ajuda-lo quando caía, limitando a observá-lo. Akhenamkhanen desejava que o seu filho se levantasse por si mesmo, usando as suas próprias forças para não ficar dependente de ninguém para se erguer, sendo que isso fazia parte da preparação que Atemu recebia desde que era pequeno para que pudesse herdar o título do seu genitor.


Afinal, no futuro ele seria o monarca de um grande e vasto império, com todos os direitos e responsabilidades advindas com o título sendo depositadas em seus ombros. O destino de milhares de súditos dentre nobres, soldados, aldeões e escravos estariam em suas mãos, com ele se tornando a encarnação de um Deus na terra, símbolo de sua autoridade que era dada pelos próprios Deuses.


Então, não chamando mais o seu genitor para ajudá-lo, o príncipe se concentra e começa a lutar com as suas próprias forças para subir, sendo que consegue voltar para a ponte e torna a seguir o seu pai que havia voltado a andar.


Eles chegam a uma espécie de altar que continha pinturas que Atemu não conseguia discernir com exatidão por causa do breu que imperava no local, pois os castiçais apenas proviam uma parca iluminação.


Então, o príncipe fica surpreso ao ver o seu pai se ajoelhar, para depois falar, sendo audível o pesar em sua voz:


- Almas dos nossos grandes antepassados, eu acabei cometendo um pecado imperdoável. Um pecado de mil anos... Coloque a culpa da criação dos Sennen Aitemu (itens do milênio) em mim!


O príncipe fica surpreso ao ver o seu genitor apoiar as duas mãos espalmadas no chão, curvando a fronte em direção ao solo, assumindo a mesma posição que servos e escravos assumiam ao falar com os seus superiores, com a voz do seu pai ficando cada vez mais instável, sendo audível o pesar e o medo que emanava daquelas palavras, assim como a súplica desesperadora:


- Eu imploro! Rezo para que o meu filho não herde os meus pecados! – Atemu fica estarrecido ao ver o seu pai derramando lágrimas de angústia que combinavam com a voz dele – Por favor, deixe-me tomar o seu sofrimento!


Então, quando Atemu ficou cabisbaixo ao ver as lágrimas de seu genitor, sendo que a dor na voz e nas lágrimas de seu pai lhe fez abafar a sensação opressora que sentia antes, ele sente a mesma retornando e com violência, passando a ficar com medo ao ver que relâmpagos enfurecidos caíam em torno deles.


O príncipe podia sentir a fúria emanando de cada relâmpago que caía em torno deles e que produzia clarões que irradiavam uma ira sem precedentes, deixando-o estarrecido, pois tinha a impressão que era a fúria dos próprios Deuses sendo descarregado em torno deles.


Então, enquanto tentava suprimir o medo provocado pela fúria divina que desabava sobre eles, o príncipe ouve o seu pai implorando com a voz imersa em desespero, sendo que permanecia prostrado com a fronte para baixo, ainda chorando:


- Eu vou tomar todas as consequências sobre os meus ombros!


Atemu podia ouvir o mais puro desespero e súplica na voz do seu genitor, assim como o profundo pesar em seu tom, enquanto o menino testemunhava os vários relâmpagos que surgiram ar e que continuavam caindo em volta deles, enquanto Akhenamkhanen demonstrava medo em seu semblante, com o príncipe sentindo que os relâmpagos repletos de fúria eram direcionados ao seu pai, enquanto não conseguia compreender a origem da dor do seu genitor, pois ele era um Faraó querido pelo povo e idolatrado pelo mesmo, além de ter salvado Kemet (Egito) de uma invasão aos usar os Sennen Aitemu.


Atemu admirava profundamente o seu pai por ser um governante justo e sábio, mantendo uma mão divina e igualmente rígida para manter a ordem e a seguridade em Kemet ao demonstrar a plenitude de sua autoridade dada pelos próprios Deuses. Ele era rigoroso e implacável quando necessário, mas sempre dosava para nunca agir com brutalidade ou crueldade, sabendo distribuir a justiça como filho do Deus Rá, assim como a sua fúria divina e a sua bondade oculta em gestos, dependendo da situação.


Inclusive, ele almejava ser como o seu pai quando herdasse o trono.


Portanto, em virtude de ter uma visão heroica e de profunda admiração para com o seu genitor, o príncipe exibia confusão em seu semblante ao ouvir o mais puro desespero na súplica de Akhenamkhanen aos Deuses e da dor e igual pesar que demonstrava em seu semblante.


Afinal, para o jovem, não havia nenhum motivo para o seu pai agir daquela forma, juntamente com a súplica para poupar o amado filho dele, Atemu.


Conforme os relâmpagos continuavam caindo, o medo do príncipe cessava gradativamente, enquanto olhava tristemente para o seu genitor, tentando arduamente compreender o motivo dele se sentir tão culpado ao ponto de ficar desesperado, implorando aos Deuses para que o filho não respondesse pelos seus erros, erros estes que o jovem não conseguia compreender.


Afinal, Atemu não acreditava que o seu pai faria algo cruel ou então, desrespeitoso para com os Deuses e por isso, não conseguia compreender a que culpa ele se referia, embora tenha ouvido que era relacionado aos Sennen Aitemu.


Ao ver que o seu pai se humilhava e clamava desesperado aos Deuses para poupar o seu filho, o príncipe percebeu o quanto o seu genitor o amava, pois ele estava disposto a se humilhar como o mais humilde escravo e enfrentar a fúria dos Deuses, apenas para proteger Atemu, clamando para que ele fosse punido em vez do seu filho, enquanto implorava para que poupassem o príncipe.


Portanto, o jovem fica em silêncio, enquanto os relâmpagos continuavam caindo em torno deles, esperando que os Deuses se acalmassem, com o Atemu compreendendo que precisavam ficar naquele local até que a ira dos Deuses diminuísse.


Uma hora depois, a intensidade dos relâmpagos diminuiu gradativamente até cessar por completo, com o seu genitor agradecendo aos seus ancestrais e aos Deuses, para depois, se retirar com o seu filho em seu encalço.


Depois que eles saíram do local, ele tentou questionar o seu genitor, novamente, sobre o que ocorreu e o motivo de sua dor, assim como a relação do seu sofrimento com a criação dos Sennen Aitemu.


Porém, Akhenamkhanen se negou a responder qualquer uma das indagações do seu filho, enquanto eles se preparavam para voltarem ao palácio, com o príncipe notando que o seu pai havia colocado a máscara de Faraó em sua face, voltando a agir como um Deus sobre a terra, através de suas feições e voz.


Atemu percebeu que aquele a sua frente era o Faraó e que somente poderia ver o seu pai, novamente, quando ele estivesse longe do público e do trono.


Como o seu genitor não respondeu as suas dúvidas, ele decidiu que perguntaria à Mahaado, esperando que o jovem aprendiz de mago tivesse as respostas para as suas indagações.


Pelo menos, essa era a sua esperança.


Afinal, o seu amigo estava em posse de um Sennen Aitemu (千年アイテム), o Sennen Ringu (千年輪 – Anel do milênio) e assumiria oficialmente como um dos Rokushinkan (六神官 – Seis sacerdotes) do Faraó na próxima semana, após passar no teste final do mestre que ensinava magia para eles.


O príncipe vira o rosto para trás, avistando a entrada da caverna, questionando a si mesmo o que era aquele lugar e o motivo do seu genitor agir daquela forma, para depois, olhar para frente, enquanto eles se afastavam do local.


Oito anos depois, na vila que Yuugi vivia, sendo que ele estava atualmente com quinze anos, a noite havia caído e Yukiko dormia embaixo do local que havia construído junto do seu amigo para que pudesse dormir, enquanto ficava abrigada de qualquer chuva e tempestade.


De repente, a dragoa começa a se remexer como se estivesse em um pesadelo, enquanto o símbolo de lua crescente deitada e dourada brilhava em sua testa.


Então, a albina abre abruptamente os seus olhos azuis e passa a observar em volta, estranhando o fato da floresta se encontrar demasiadamente silenciosa, considerando que era de noite e instintivamente olha para o céu, percebendo que em breve amanheceria.


Ela se levanta da relva onde repousava instantes antes e passa a caminhar a esmo, enquanto era tomada por uma sensação inquietante dentro dela e que tentava compreender o que era, com a sua cauda possante se arrastando pelo chão, assim como o potente porrete na ponta dela, conforme a noite cedia espaço para os primeiros raios de sol, com o belo horizonte alaranjado surgindo, sendo que quando o sol estava começando a subir para o céu, ela avista um brilho avermelhado pelo canto dos olhos e depois, ao se aproximar deste, percebe que o brilho avermelhado que avistou era proveniente de chamas e ao constatar a sua origem, arregala os olhos.


Yukiko é tomada por um desespero angustiante ao avistar a vila pegando fogo e conforme corria até a origem das labaredas que ascendiam para o ar, ela avista as chamas vorazes e igualmente implacáveis devorando tudo o que tocavam, enquanto homens trajados com armaduras arrastavam brutalmente as pessoas ou matavam outras, sendo que o cheiro de fumaça e carne humana queimada chegava até as suas narinas, com ela avistando alguns moradores que corriam desesperados, enquanto eles eram sumariamente alvejados, isso quando não eram cortados por espadas implacáveis, enquanto que os invasores gargalhavam, com a dragoa podendo ver inúmeros corpos caídos no chão.



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Autor(a): Yukiko Tsukishiro

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Ao detectar que um dos corpos era de Yuugi, ela ruge com uma fúria extrema, sendo tomada por uma ira sem precedentes e começa a avançar contra os invasores, desejando aplicar neles a dor que ela sentia e quando se preparava para matar os que atacaram a vila e mataram o seu amigo, Yukiko desperta, sendo que transpirava, enquanto que a dor de ver o corpo ...


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