Fanfic: Almas predestinadas | Tema: Yu-Gi-Oh!, aventura, drama, magia, romance, salvação, ameaça, yaoi, heterossexual, AtemuXYuugi, puzz
Para quem olhava da rua, o céu estava nublado, indicando que iria chover na cidade de Domino.
Havia várias pessoas passeando pelas ruas, enquanto que outras se encontravam imersas em suas obrigações, sendo que nenhuma delas sabia que ocorreria um evento que acarretaria em várias mudanças como um efeito dominó, tal como o nome da cidade, enquanto que o município teria que lidar com um acontecimento inesperado.
Tais mudanças, drásticas em alguns aspectos, iriam fazer um ser intervir. Um ser que apenas observava todos os universos, sem intervir em nenhum deles, pelo menos, até agora.
Enquanto a cidade fervilhava com várias pessoas se deslocando pelas ruas e estabelecimentos, assim como se deslocavam em moradias, tratando dos seus próprios assuntos ou relaxando, poucos se dedicavam a olhar para o céu que estava nublado e que ocultava, acima das nuvens carregadas, uma espécie de portal que havia sido aberto, bruscamente.
Desse portal surgiu um monstro enorme que lembrava um cão de cor roxa com chifres afiados, semelhantes a um touro, sendo que ele era perseguido implacavelmente por uma dragoa alva e imensa.
Quando esta dragoa viu a cidade fervilhante embaixo deles, ficou horrorizada e concentrou a sua neve sagrada em suas asas, fazendo surgir uma nevasca violenta, cegando temporariamente o monstro quando ele foi atingido pela neve ao mesmo tempo em que os cristais de gelo fustigavam a sua pele ao cortá-la, para depois, ela brandir o porrete na ponta da sua cauda, quebrando os ossos da pata traseira do seu inimigo, fazendo-o ganir, enquanto o atirava para longe.
Ela fica aliviada ao ver que o impacto o atirou a dezenas de quilômetros da cidade, enquanto mantinha o seu avanço, para acertá-lo mais uma vez com o porrete, visando afastá-lo o máximo possível, enquanto provocava graves danos, pois precisava eliminá-lo o quanto antes.
Afinal, era um monstro que absorvia energia vital de seres vivos e tudo o que ela menos precisava é que ele acabasse matando as pessoas daquele lugar, além das outras que matou no outro universo.
Porém, em sua fúria, o monstro rosna violentamente e seus olhos vermelhos cruéis brilham, fazendo surgir bolas de fogo acima da cabeça deles e que descem como projeteis flamejantes em direção à cidade.
Rapidamente, Yukiko bateu as suas asas fortemente para interceptar todos, usando o poder do seu gelo, uma vez que era uma dragoa da neve sagrada, visando destruir todas as esferas flamejantes, antes que eles se chocassem contra a cidade, agradecendo pela experiência que teve quando enfrentou Raa no Yokushinryuu no outro universo ao ter que batalhar contra ele, quando o Deus Egípcio estava na forma de uma fênix.
Porém, um deles consegue passar pela dragoa e atinge um dos distritos da cidade, gerando uma explosão violenta para horror de Yukiko.
Então, ela passa a rosnar furiosamente ao olhar para o seu inimigo que avançava, com ela conseguindo desviar do seu ataque, para depois, enterrar as suas garras no lombo dele, fazendo-o gritar de dor, acertando em seguida o seu porrete na parte macia do abdômen do seu inimigo, provocando grandes danos, fazendo-o golfar em agonia, para depois, jogá-lo para o alto.
Sorrindo de forma sádica, ela brande a sua cauda com toda a fúria que sentia e consegue atirar ele há centenas de quilômetros dali, fazendo-o cair com estrondo em uma área florestal, longe da cidade afetada.
Mesmo possuindo vários órgãos internos feridos pelo ataque, o ser tenta se erguer, debilmente, enquanto a dragoa pousava na sua frente, com um sorriso sádico brincando em suas mandíbulas, enquanto ela perguntava:
- Let's Play a Game?
Aquela face que ela exibia o deixou aterrorizado, com o mesmo ganindo, enquanto lutava debilmente para se afastar até que é preso por correntes de gelo, com a dragoa das neves balançando o dedo indicador em um gesto negativo, enquanto falava com um sorriso em suas mandíbulas que era simplesmente aterrorizante, juntamente com o tom usado e que era de genuína alegria, como uma criança que havia ganhado um presente tão desejado e que não queria terminar de brincar tão cedo:
- Mal começamos a brincar. Temos todo o tempo do mundo. Isso é incrível, né? – ela fala com empolgação, enquanto o monstro chorava desesperado, implorando por clemência, sem saber que a palavra clemência estava fora do vocabulário daquela dragoa da neve sagrada.
Enquanto isso, em Dominó, há uma correria desenfreada de pessoas apavoradas e sem saber para onde deviam correr, juntamente com o rastro de destruição, sendo possível ouvir os gritos de desespero ecoando pelas ruas, enquanto imperava o caos.
As equipes de emergência trabalhavam arduamente no resgate dos feridos, com voluntários ajudando as equipes, enquanto ocorria a contagem de mortos.
A área que foi afetada era uma das mais populosas. Onde outrora havia casas, só restavam escombros. Havia alguns vestígios de construção que ainda se encontravam erguidos, despontando no horizonte como estoicos sobreviventes de uma destruição.
Jornalistas e emissoras de tevê lutavam para tentar captar ou descobrir o que ocorreu, enquanto começava a surgir vários boatos para tamanha destruição, compreendendo desde a explosão do conduto de gás subterrâneo a um atentado terrorista, embora não compreendessem o motivo do Japão ter sido eleito como alvo.
Algumas horas depois, surgiram outras teorias e hipóteses, com muitas destas embasadas em detalhes da cena do crime que era imensa e cuja tarefa de resgate de sobreviventes e remoção dos corpos demoraria várias semanas, mesmo com a exemplar eficiência japonesa em gerir catástrofes, uma vez que o Japão sofria com terremotos, maremotos, tsunamis e tornados.
Enquanto isso, os relatos de pessoas que viram sombras enormes do céu, instantes antes da explosão, eram descartados sumariamente, pois consideravam fruto do choque que sofreram, enquanto que os ufólogos creditavam tais visões a alienígenas, surgindo a teoria do primórdio de uma invasão alienígena e que escolheram a cidade de Dominó como um teste para um futuro ataque em larga escala.
No final, esses relatos de sombras enormes no céu que eram a verdadeira causa da destruição, no caso, uma delas, eram descartados, sendo creditados somente sobre modificação nas mãos de ufólogos e qualquer outra corrente de pensamento que tratava de alienígenas.
Algumas semanas depois, após Yukiko torturar o monstro, ela decide verificar o estrago na cidade, enquanto se sentia culpada, por mais que soubesse que havia feito de tudo para salvar a cidade.
Afinal, quem abriu o portal foi o monstro e ela tentou, desesperadamente, afastá-lo da cidade. Quem lançou o ataque foi ele, com ela lutando arduamente para bloquear todos os ataques, com exceção de um que conseguiu passar por ela e conforme pensava nisso, descobre que os danos poderiam ser bem piores, se não tivesse bloqueado todos os outros.
A sua mente gritava que não havia nada que ela pudesse ter feito, pois, havia feito de tudo e o seu ato de deter todos os outros ataques, impediram uma desgraça, ainda pior.
Porém, uma pequena parte dela se recusava a aceitar essa visão e a condenava, implacavelmente, apontando o dedo condenatório em riste, fazendo-a suspirar pesadamente, enquanto sentia falta de Yuugi, sabendo que há muitos milênios, ele já não existia mais, fazendo-a se recordar do Egito Antigo de outro universo.
Ela assume uma forma humana e passa a andar pelas ruas, se dirigindo ao epicentro da destruição, observando desolada toda a destruição, conforme se inteirava do saldo de mortos e de feridos que fazia ela se sentir mal.
Então, a albina vê um menino, junto de um senhor, julgando que era o avô dele. O pequeno trazia um buquê de flores em suas mãos, o depositando junto dos outros que estavam enfileirados na frente da zona do desastre e ao se aproximar das flores, Yukiko percebe que eram homenagens aos mortos e aos entes queridos perdidos na catástrofe, sendo que o menino exibia os orbes lacrimosos conforme olhava para as flores.
Ao olhar mais atentamente na direção do menino que era confortado pelo seu avô, Yukiko fica estupefata. Os cabelos tricolores e os olhos expressivos na cor ametista eram idênticos ao seu amigo de infância de outro universo, sendo que sempre o viu como um filho querido, fazendo com que sentisse um amor maternal por ele, com este sentimento ressurgindo ao olhá-lo.
Então, a albina começa a chorar, enquanto murmurava com a voz embargada, sendo que estava emocionada por reencontrá-lo, mesmo que fosse apenas uma contraparte:
- Yuugi-chan...
O menino vira a cabeça e olha para a mulher de cabelos alvos compridos, com alguns fios se encontrando presos atrás da cabeça por um laço de cetim azul, enquanto que as mechas compridas, presas por um laço azul, sendo uma mexa de cada lado do rosto, se encontrava repousando placidamente em cima do tórax dela, com a albina possuindo olhos azuis como a mais bela safira, enquanto trajava um belo vestido azul que ia até o tornozelo, com um casaquinho combinando e que cobria os ombros e braços.
Em seu pescoço havia um colar dourado com desenhos estranhos e uma safira como pingente, sendo que Sugoroku Mutou reconheceu os desenhos no colar como sendo hieróglifos. Ela também calçava sandálias com detalhes dourados.
Yukiko ficou emocionada por ter visto uma contraparte de seu amigo de outro universo, pois, Yuugi faleceu há milênios atrás, de um dos lugares de onde ela veio e tudo o que havia restado foram as lembranças do tempo que viveu com ele, enquanto amaldiçoava a vida efêmera dos humanos.
Ela estava tão emocionada ao ver a contraparte dele que não conseguiu impedir que lágrimas peroladas brotassem dos seus orbes.
Yuugi fica alarmado ao vê-la chorar, fazendo com que ficasse preocupado, sendo se aproxima dela, perguntando gentilmente:
- Está tudo bem com a senhora, oba-san (tia)? Perdeu alguém?
O avô dele se aproxima e pergunta curioso, pois havia notado que ela havia chorado emocionada ao ver o seu neto:
- Nós nos conhecemos?
A albina compreende o motivo da pergunta do avô do menino, pois deve ter percebido as lágrimas emocionadas dela ao ver Yuugi.
Ademais, ela percebeu que o homem na sua frente era uma contraparte de Shimon que viveu no Antigo Egito em outro universo. Ele era Grã Vizir e Conselheiro Real do Faraó Atemu, além de já ter sido um dos membros do Rokushinkan (Seis Sacerdotes) que serviu ao Faraó Akhenamkhanen ao ter no passado o Sennenjou (Millennium Key) em suas mãos, antes de passá-lo a Shadi que o sucedeu como membro do Rokushinkan que servia ao Faraó Atemu, filho de Akhenamkhanen.
- Não. É que o Yuugi lembra um amigo meu que morreu há alguns anos, atrás. Nós éramos amigos de infância e ele era igualzinho a você. Por que está chorando?
Os orbes ametistas expressivos do menino, cuja cor envergonhava a mais bela ametista, ficam embargados em lágrimas e ele abaixa a cabeça, com o avô afagando carinhosamente a cabeça do neto, enquanto falava em um tom pesaroso:
- Os pais dele morreram nessa explosão.
Ela arregala os olhos e sente uma culpa intensa e sufocante tomá-la. A dor era indescritível e a voz que gritava que ela não tinha qualquer culpa se silenciou, pois, mesmo sendo esta a verdade, a descoberta de ter provocado tanta dor e sofrimento a uma contraparte do seu adorado amigo de infância de outro universo, fez o seu coração sangrar em agonia e tal como no outro universo, ver o sofrimento dele era pior do que qualquer tortura, sendo que a culpa a sufocava com os seus braços cruéis, enquanto comprimia brutalmente o seu coração.
Ela torna a chorar, dessa vez de tristeza e de dor, enquanto tentava inutilmente conter as lágrimas que caíam copiosamente de seus orbes, enquanto ela caía de joelhos com as mãos em seu rosto, sentindo a dor e o pesar engolfando-a, sendo que se encontrava indefesa perante a dor e a culpa avassaladora que a tomavam naquele instante e que a cortavam como uma faca implacável.
- A senhora está bem, oba-san? – Yuugi pergunta, preocupado.
- A senhora está bem? – o avô dele pergunta.
Após alguns minutos, ela cerra os dentes e consegue se erguer, contendo a dor, a desolação e a tristeza, pelo menos, temporariamente, para que pudesse se recompor, embora fosse superficialmente, pois o seu interior se encontrava em um caos emocional.
O motivo de fazer isso foi para tranquiliza-los, especialmente o Yuugi, com ela afagando maternalmente os cabelos dele, ficando satisfeita ao ver que eles acreditavam que ela havia se recuperado.
Então, ela ouve uma voz que parecia vir da sua mente, embora não tivesse tanta certeza, sendo uma voz etérea e que irradiava poder e sabedoria:
"Assuma a sua forma verdadeira e voe. Eu abrirei um portal para você."
Por algum motivo que não conseguia descrever, ela sentia que devia encontrar esse ser.
Ademais, o tom de voz e a sensação que passava, indicava que não era prudente desafiá-la.
Então, se recompondo, embora por dentro estivesse um caos em virtude da dor e da culpa feroz e brutal que se instaurou em seu coração, ela fala, procurando dar o seu melhor sorriso:
- Eu estou bem. Obrigada. Eu tenho que ir embora.
Ela fala e afaga maternalmente mais uma vez, os cabelos tricolores espetados de Yuugi, enquanto se despedia dele e do avô deste, retornando ao caminho que tomou para se aproximar do local, com o avô e o neto deste voltando a orar pelos pais do menino.
Conforme a albina andava pelas ruas, ela ouvia apenas a comoção e gritos de dor, assim como via as lágrimas desenfreadas banhando o rosto das pessoas, enquanto se lastimava pelo ser não ter durado mais tempo, pois, achou aquelas semanas de tortura diária e implacável, muito pouco para as consequências do ataque dele.
Após se afastar do local, ela usa a sua magia para ficar invisível ao entrar em uma viela, assumindo em seguida a sua forma verdadeira conforme ascendia para os céus, passando a sobrevoar dentre as nuvens, enquanto imaginava o local onde o portal iria se materializar.
De repente, um portal surge na sua frente e o mesmo abre, permitindo a sua passagem.
O certo seria ela ter medo de ir a um local que não conhecia, só porque uma voz etérea assim desejou.
Porém, algo a impulsionava a ver a dona da voz, além de sentir que não era sábio desafiar o pedido que foi feito.
Portanto, após engolir em seco, ela se dirige até o portal e entra nele, com o mesmo se fechando atrás dela, enquanto atravessava um corredor multicolor, sendo algo usual e próprio de portais.
Então, ao sair do mesmo, fica estupefata ao ver uma versão de si mesma, praticamente colossal, que exalava a um poder imensurável e presença intimidante. Nos grandes orbes azuis, pois, ela era gigantesca, havia uma sabedoria sem fim. Yukiko nunca se sentiu tão insignificante quanto naquele momento, enquanto ficava estupefata ao constatar que o ser a sua frente também era um dragão da neve, provavelmente divino, tal como a albina que passa a indagar, mentalmente, o que um ser tão poderoso, desejava com alguém como ela.
Como se lesse os pensamentos dela, a dragoa fala com uma voz etérea e um olhar professoral:
- Eu me chamo Yukiko, também. O meu nome completo é Yukiko Tsukishiro. Eu sou a Suprema Deusa Dragoa Criadora dos Multiversos. Sou aquela que criou todos os universos, sendo que milhões de anos ou milênios, após a criação dos universos, ocorreram o nascimento de contrapartes minhas, sendo uma por universo criado. Claro, não foram em todos os universos que alguma contraparte minha nasceu. Ademais, a maioria esmagadora tem essa aparência de dragoa da neve divina, outras, têm uma aparência diferente, como meia saiyajins, hanyou e outras espécies híbridas. As que têm a forma de dragoa da neve se tornam sagradas. Acredite quando falo que você é a primeira contraparte minha que me vê pessoalmente e considerando o que você sacrificou, não fique surpresa por me ver – surge um discreto sorriso em suas mandíbulas imensas ao ver a face estupefata da sua contraparte – A meu ver é bem inusitado conhecer uma contraparte minha. E sim, eu possuo uma forma semelhante a humana, tal como você.
A albina está em uma perda de palavras ao ouvir o que aquele ser de poderes inimagináveis disse, demorando demasiadamente para assimilar tudo o que foi dito, enquanto percebia que ela havia criado aquele cristal e de fato, havia visto o vulto dela, embora não fosse nítido e ao se lembrar do que sacrificou, não pode deixar de ficar triste até que se recupera, saindo dos seus pensamentos quando a colossal dragoa, fala:
- Faz tempo que eu não assumo uma forma mais prática.
O corpo dela brilha, gerando uma forte luz e somente quando o clarão se dissipou, Yukiko conseguiu abrir os olhos, ficando estupefata ao ver uma versão sua, mais velha, com vestes ricamente adornadas que exalavam a sua superioridade, enquanto os seus olhos azuis permaneciam exalando sabedoria. Os seus cabelos eram alvos e compridos, sendo iguais ao dela, além da pele ser clara como a neve sendo que os orbes azuis como duas safiras a observavam atentamente.
Prontamente, a jovem assume a sua forma humana e ao comparar ambas, elas eram como um espelho, resguardando as diferenças como a aparência mais velha e que exalava sabedoria, além de um poder incomensurável.
Inclusive, tirando questões pormenores, elas eram iguais.
A albina desejava falar algo, mas, a presença intimidante do poderoso ser a sua frente, fosse intencional ou não, juntamente com o poder que emanava dela, a fazia se encolher e perder qualquer resquício de voz.
Yukiko Tsukishiro fala com a voz etérea e um olhar gentil:
- Raramente, qualquer contraparte minha tem a honra de me conhecer. Normalmente, eu observo os vários universos das minhas contrapartes e apenas assisto. Algumas vezes, eu desejei intervir, mas não fiz. Confesso que é inusitado a minha interferência nesse aspecto. Mas os meus filhos, Ryuusou e Koorishiro, que elevei a condição de Supremos Deuses dragões do Multiverso tem uma tendência nata a intervirem. Eu nunca tive qualquer interesse, pelo menos, até agora. Uma ou outra vez agi em prol do interesse dos meus filhotes, mas me limito a assistir.
Yukiko consegue ganhar coragem em seu coração, sentindo que vinha de fora, questionando se era alguma influência da Suprema Deusa Dragoa Criadora dos Multiversos na sua frente para que ela falasse algo.
A albina não sabia que a sua hipótese estava correta, pois, Yukiko Tsukishiro notou que ela estava se sentindo intimidada perante a sua presença e não desejava um monólogo.
- Por que a senhora me chamou?
- Quero descobrir porque os meus filhos se interessam tanto em intervir. Devo confessar que fiquei curiosa.
A jovem Yukiko abre e fecha a boca, processando o que ela disse, enquanto olhava de forma incrédula para o ser incomensuravelmente poderoso a sua frente, pois, o que ouviu foi algo que nem em seus sonhos mais surreais ela pensaria em ouvir e que destoava completamente do que esperava de um ser tão imponente e poderoso, como a que estava na sua frente.
- Eu vi a sua reação ao descobrir as consequências da explosão e que este acontecimento acabou intervindo em alguns eventos e acontecimentos inerentes ao Yuugi. Saiba que alguns destes foram benéficos, apesar da destruição e morte.
- Para o Yuugi-chan foi desastroso. Justo ele, a contraparte do meu amigo de infância. – ela comenta em um suspiro triste, sentindo o seu coração se restringir ao se recordar das lágrimas nos orbes ametistas.
- Você é plenamente ciente de que ele é de um universo diferente do que você veio? O passado desse universo é demasiadamente distinto.
- O Yuugi é Yuugi, não importa o universo que pertence. Portanto, ele sempre será o meu amigo mais precioso, sendo que eu o vejo como um filho querido.
A Suprema Deusa Dragoa Criadora dos Multiversos sorri e consente, falando:
- Eu concordo com você e saiba que eu o acho fofinho, também. Dá vontade de guardar em um potinho – Yukiko fica surpresa com a confissão - Esse seria o outro motivo para intervir, enquanto que eu desejo descobrir o que motiva os meus filhos briguentos a intervir. Por falar em intervenção, está disposta a intervir nesse universo? Sinto a sua intensa culpa que comprime brutalmente o seu coração e que este sentimento a consome implacavelmente. Saiba que não havia nada que pudesse fazer. Não foi sua culpa e sim, uma fatalidade.
- Eu sei disso... Mas não consigo me livrar dessa sensação. – ela fala, mexendo no colar que tinha a safira, se lembrando de que foi o Yuugi de outro universo que deu para ela como presente.
- O que acha de viver naquele universo? Pode modificar a sua idade e poderia conviver com o fofo do Yuugi-chan. Mesmo ele sendo outro Yuugi, "Yuugi é Yuugi", como você disse, anteriormente. Ademais, irá descobrir outras consequências desse acontecimento inesperado. Você sempre teve carinho pela Kisara e pela Nuru. Bem, há uma contraparte da Kisara e uma da Nuru graças ao que aconteceu. É como eu disse. Há acontecimentos que vieram para o bem e outros que vieram para o mal. Claro, a explosão causou um efeito dominó inimaginável. Mas o que são outros acontecimentos ou situações com terceiros, sem qualquer relação com o Yuugi-chan e os outros? Claro, algumas consequências irão irradiar para ele. Você poderá intervir em certos eventos e em outros, não, porque é necessário que o espirito humano passe por certas provações para se tornar mais forte. Portanto, uma situação que pode ser ruim ao Yuugi-chan, por exemplo, pode se tornar necessária para o seu fortalecimento ou para que ele compreenda e conheça Atemu, a quem ele está predestinado e vice-versa. Quanto aos outros acontecimentos, eles são desnecessários e podem ser modificados, sendo que você pode salvar vidas que originalmente seriam perdidas, assim como, pode punir aqueles que merecem uma punição maior.
- "Salvar vidas que originalmente seriam perdidas, assim como, pode punir aqueles que merecem uma punição maior", não seria modificar ainda mais a linha do tempo, mais do que já foi modificada?
- Bem, convenhamos, o que são algumas gotas de água em uma mesa encharcada? Ou, o que são meras gotas em um lago? Nada. São eventos insignificantes que sequer são registrados. Portanto, salvar vidas que se enquadram nisso, não passaria de meras gotas em um lago. Caso você pegue várias gotas para derrubá-las em um recipiente, você terá uma pequena quantidade de água e se for uma quantidade considerável, provocará uma ondulação considerável em um lago ou ira aumentar um pouco a mancha de água, quando tombar esse conteúdo que armazenou. Ou seja, você terá que ser demasiadamente cuidadosa em suas intervenções. Tudo dependerá do contexto e das consequências de salvar essas vidas, ceifá-las ou puni-las. Você poderá deixar um ser vivo até resolver descartá-lo por ser desnecessário, por exemplo. Tudo dependerá de seu crivo e julgamento pertinente aos fatos para analisar o contexto em que aquele acontecimento ou ser está inserido para determinar se pode modificar ou não o seu futuro. Eu confio em seu julgamento.
- Como eu vou saber disso tudo? – ela pergunta, arqueando o cenho, ponderando sobre a proposta extremamente atrativa do ser supremo a sua frente.
- Você teria que aceitar ter o conhecimento de tudo que vai ocorrer, antes mesmo de ocorrer e dos eventos passados que deveriam ter ocorrido se não fosse essa explosão. Ademais, terá alguns acontecimentos adicionais por causa do ataque. Ele chamou demasiada atenção, por assim dizer.
Yukiko pensa no sofrimento de Yuugi e mesmo não possuindo qualquer culpa, ela não podia deixar de se culpar e decide que viveria com o fardo de saber dos acontecimentos, antes deles surgirem, ficando feliz por ter a liberdade de poder modificar eventos, punir seres ou ceifar vidas, dependendo de sua importância ou de como está inserido nos acontecimentos originais, enquanto tomava o devido cuidado com as consequências de seus atos.
De fato, ela precisará julgar adequadamente a situação, juntamente com o conhecimento necessário dos eventos pertinentes ao Yuugi, seja diretamente ou indiretamente, para tomar a sua decisão de intervir ou não contra aquele ser ou acontecimento.
Ela olha para a Suprema Deusa Dragoa Criadora dos Multiversos e consente, exibindo determinação em seus orbes azuis.
A mesma sorri e cria uma esfera iridescente, entregando para a jovem, enquanto falava:
- Toque essa esfera e terá as recordações e acontecimentos desse universo, tanto o que deveria ter ocorrido originalmente e as alterações futuras a partir da explosão, sendo que você irá adquirir o poder das visões, mesmo quando os modificar. Inclusive, poderá ver as futuras consequências das suas intervenções com antecedência. Provavelmente, agregar tanto conhecimento e adquirir tal capacidade a fará ter dores lacerantes e igualmente indescritíveis. Após passar por essa provação conseguirá distinguir a origem e poderá organizá-las mentalmente da maneira que mais convir para você. As dores lacerantes e igualmente indescritíveis são tanto pelo fluxo das informações, quanto pelo condicionamento de sua mente para gerenciar essas informações, juntamente com o fato de ganhar esse poder. Acredite, a dor é imensurável. Mesmo assim, deseja adquirir esse conhecimento?
Yukiko se recorda de Yuugi, além de lembrar de que poderia ver Kisara e Nuru novamente, no caso, as contrapartes delas e que não somente cuidaria do Yuugi, como também, cuidaria da Kisara e da Nuru.
Sem ter qualquer hesitação em seu olhar, ela toma a esfera e se concentra.
Então, ocorre um brilho intenso e depois, o globo some, enquanto Yukiko gritava de forma lacerante, sentindo que o seu cérebro era rasgado em dois e que o seu crânio estava quebrando, com ela segurando a sua cabeça, enquanto rolava de dor, gritando e chorando agoniada, pois, era uma dor indescritível, sendo que tinha a impressão que estava desvanecendo perante a intensa agonia que sentia e a dor imensurável, tal como havia sido avisada.
A dor demasiadamente lacerante e igualmente brutal dura por vários minutos, enquanto que a Suprema Deusa Dragoa Criadora dos Multiversos observava de forma austera a agonia de uma dor transcendental que uma das suas contrapartes sentia, enquanto que havia protegido a sua audição dos gritos viscerais que ela emitia.
Após alguns minutos que pareciam horas, o corpo de Yukiko estremece e ela cessa os movimentos, respirando pesadamente através de golfadas de ar, enquanto que tremores reminiscentes das dores lacerantes que havia sentido, ainda fustigavam o seu corpo, com a albina sentido que a sua garganta, que fora danificada pelos gritos de profunda agonia que emitiu, estava se curando.
Alguns minutos depois, todas as dores cessaram a fazendo sentir uma leve dor de cabeça que se dissipava gradativamente, conforme as recordações eram encaixadas em suas devidas origens, com ela dedicando alguns minutos para organizá-las mentalmente, decidindo que depois, iria categorizá-las mais adequadamente, sendo que sentia a sua mente estranha, acreditando que era uma consequência do uso daquela esfera ao assimilar a capacidade de usar o poder das visões, enquanto sentia que poderia invocar qualquer recordação, se assim desejasse, para uma melhor análise.
Ela sai dos seus pensamentos com a voz etérea, fazendo com que virasse a cabeça para a origem da voz, enquanto se erguia, sentindo uma leve tontura que se dispersou tão rápido quanto veio:
- Daqui a alguns dias, será perfeitamente normal a distinção das recordações. A esfera a está ajudando a organizar as informações. Você poderá acessá-las quando desejar. Isso permitirá um julgamento mais adequado e com uma visão ampla dos acontecimentos inerentes a aquela situação, ser ou acontecimento, juntamente com as visões antecipadas das consequências dos seus atos, antes de executá-los. Lembre-se de que qualquer ato seu irá repercutir em uma consequência, seja insignificante ou não.
- De fato, essas recordações e conhecimento irão ajudar em meu julgamento. – ela fala, enquanto consentia.
Nisso, a Suprema Deusa Dragoa Criadora dos Multiversos se concentra e em suas mãos, surgem objetos criados a partir dos seus poderes, deixando Yukiko boquiaberta, para depois, ela se aproxima dela.
A albina observa os itens nas mãos do ser supremo, identificando um deles como sendo uma pulseira que possuía uma pequena joia na cor azul, além de alguns itens em forma de cristais, fazendo-a olhar para Yukiko Tsukishiro que explica o que eram os itens, deixando-a surpresa.
- Vou levá-la de volta a aquele universo e você se aproximará de Yuugi. Você detém, agora, o conhecimento sobre a contraparte da Kisara e da Nuru, desse universo.
- Sim. Eu não tenho palavras para descrever o quanto eu agradeço por ter a chance de me redimir, aplacando assim a culpa que me consome, além de poder cuidar do Yuugi-chan, da Kisara-chan e Nuru-chan. – ela fala respeitosamente.
- Irei observar daqui os seus atos. Provavelmente, será bem interessante ver as consequências das mudanças. Tenho grandes expectativas sobre isso.
Então, um portal surge e Yukiko passa por ele, olhando para a sua contraparte que assume o seu tamanho e forma verdadeira, retornando onde estava, no caso, rodeava por inúmeros universos.
Bem, era a impressão que Yukiko tinha ao olhar o espaço estranho e igualmente etéreo em torno dela.
Após atravessar o portal, ela decide se preparar para poder ficar próximo de Yuugi-chan, Kisara-chan e Nuru-chan, sendo que precisaria polir alguns detalhes, antes que pudesse se aproximar dos seus queridos amigos, tomando o devido cuidado de assumir uma aparência pertinente a idade deles, descobrindo que não seria tão difícil fingir que era uma criança para se aproximar deles.
Ela confessava que estava demasiadamente ansiosa para revê-los.
Autor(a): Yukiko Tsukishiro
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Em uma de suas investigações dos acontecimentos naquele universo, desejando saber como Kisara e Nuru haviam reencarnado, Yukiko descobriu a sua resposta no Antigo Egito e decidiu acessar essa recordação, uma das várias adquiridas. Ela descobriu que um ato do Faraó Seto garantiu a reencarnação de Kisara e de Nuru, est ...
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