Fanfics Brasil - Capítulo 01- p02 Amor Imenso (Adaptação Vondy)

Fanfic: Amor Imenso (Adaptação Vondy) | Tema: ROMANCE, VONDY


Capítulo: Capítulo 01- p02

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Meu coração parou e, surpresa, senti lágrimas tentando abrir caminho e ultrapassar a barreira das pálpebras. As emoções vieram à tona  imediatamente. 


Inquietante. Era como se ele houvesse voltado dos mortos.


— O que foi que disse? Onde ele trabalha?


— Ucker in Time Acoustic Guitar. É ele?


Eu não conseguia formar as palavras, por isso fiquei quieta enquanto pensava naquele nome. O mesmo que ele sempre havia usado quando era  garoto e tocava violão na esquina da rua onde morávamos. 


Ucker in Time.


— É ele — por fim, admiti.


— Meu Deus, Dul.


Meu coração começou a bater mais depressa.


— Que foi?


— O cara é...


— O quê? Fala! — praticamente gritei antes de beber o que sobrava da água. 


— Ele é... lindo. Absolutamente lindo.


Cobri o rosto com as mãos.


— Pelo amor de Deus, não me fala isso.


— Dá uma olhada.


— Não posso.


Antes que eu recusasse de novo, May colocou o celular na frente do meu rosto. 


Minhas mãos tremiam quando o peguei.


Meu Deus!


Por que fui olhar?


Pelo que dava para ver em uma foto, ele ainda era tão bonito como eu lembrava, mas, ao mesmo tempo, muito diferente. Adulto. Usava um gorro  cinza e uma barba que ele nunca tinha conseguido deixar crescer quando  éramos amigos. Na foto do perfil, ele se debruçava sobre o violão e parecia  pronto para cantar ao microfone. A expressão em seu rosto era tão intensa  que me deu arrepios. Tentei ver outras fotos, mas o perfil era fechado. 


May estendeu a mão para pegar o celular de volta.


— Ele é músico?


— Acho que sim — respondi ao devolver o aparelho.


Ele compunha canções para mim.


— Vai entrar em contato com ele?


— Não.


— Por que não?


— Acho que não saberia o que dizer. O que tiver que acontecer vai acontecer.Vou ter que falar com ele em algum momento. Só não vou tomar a iniciativa.


— E como vai ser essa história da casa?


— Bom, o advogado me deu uma cópia da chave e disse que outra foi enviada para o Urcker. A escritura vai ter meu nome e o dele. Minha avó também deixou uma quantia em dinheiro para os reparos e a manutenção da propriedade fora da temporada. Imagino que ele também tenha sido informado de tudo isso.


— Você não quer vender a casa, quer?


— De jeito nenhum. Aquela casa guarda muitas lembranças e era muito importante para minha avó. Vou usá-la neste verão e depois talvez a alugue, se Urcker concordar.


— Está dizendo que nem imagina como ele planeja usar a outra metade da casa?


Você vai simplesmente aparecer lá em algumas semanas? Se ele estiver lá, tudo bem; se não estiver, tudo bem também?


— É mais ou menos isso.


— Ah, isso vai ser interessante.


 


 


CATORZE ANOS ANTES


O garoto de que minha avó começou a cuidar neste verão estava sentado do lado de fora da casa dela. Eu não podia deixar que ele me visse como estava agora, de jeito nenhum.


Espiando por trás da cortina do meu quarto, só queria observá-lo sem que ele soubesse que eu estava ali.


Eu sabia pouco sobre ele. Seu nome era Christopher Urckerman. Devia ter uns dez anos,como eu, ou talvez onze. Havia acabado de se mudar de Cincinnati para Rhode Island. Os pais provavelmente tinham dinheiro, senão teriam comprado a enorme casa vitoriana vizinha à da minha avó. Os dois trabalhavam no centro de Providence e pagavam minha avó para cuidar do filho depois da aula.


Agora eu conseguia ver, finalmente, como ele era. Tinha cabelo loiro escuro bagunçado e, pelo jeito, tentava aprender sozinho a tocar violão.


Devo ter olhado pela janela por uma hora, mais ou menos, enquanto ele dedilhava as cordas.


Do nada, espirrei. Ele se virou para a janela e nossos olhares se encontraram  por alguns segundos antes de eu me esconder. Meu coração disparou; agora ele sabia que eu o espiava.


— Ei? Cadê você?


Ouvi a pergunta que veio lá de baixo, mas continuei abaixada e quieta.


— Dulce... sei que você está aí.


Ele sabia meu nome?


— Por que está se escondendo de mim?


Levantei devagar e, de costas para a janela, finalmente respondi: — Não


olho para onde parece que estou olhando.


— Como assim? Quer dizer que tem o olhar divagador?


— O que é olhar divagador?


— Não sei bem. Minha mãe sempre diz que meu pai tem olhar divagador.


— O que eu quero dizer é que sou vesga.


— Vesga de verdade? — Ele riu. — Mentira! Isso é muito legal! Quero ver!


— Acha legal ter um olho que olha para o nariz?


— Acho! Eu adoraria ter um. Você pode olhar para as pessoas, e elas nem vão saber que está olhando!


Ele ia me fazer dar risada.


— Bom, o meu não é tão torto... ainda.
— Vai, vira. Quero ver.
— Não.
— Por favor.



Não sei o que me deu, mas decidi atender ao pedido. Não poderia evitar
para sempre.
Quando me virei, ele reagiu com uma careta.
— O que aconteceu com o outro olho?
— Está no mesmo lugar. — Apontei para o olho direito. — Isto aqui é só
um tapa-olho.
— Por que fazem essas coisas da cor da pele? Daqui, parece que você
não tem olho. Levei um susto.



— Está embaixo do tampão. O oftalmo vai me obrigar a usar esta coisa
quatro dias por semana. Hoje é o primeiro dia. Entendeu por que não queria
que você me visse?
— Mas não precisa se envergonhar. Eu só me assustei porque não
esperava. Então, seu olho vesgo continua aí? Quero ver.
— Não, o olho coberto é o bom. O médico disse que, se eu não usar o olho
bom, vou forçar o vesgo, que vai se fortalecer cada vez mais e voltar ao
lugar.
— Ah... entendi. E aí, pode sair agora? Já que não precisa mais se
esconder de mim?
— Não. Não quero que mais ninguém me veja.
— E o que você pretende fazer amanhã, quando tiver que ir para a
escola?
— Não sei.
— Vai passar o dia todo dentro de casa?
— Sim. Por enquanto.


Urcker não falou nada. Só deixou o violão de lado, ficou em pé e correu para dentro de sua casa.
Acho que o assustei de verdade.
Cinco minutos depois, ele voltou correndo para o mesmo lugar do lado
de fora da casa de minha avó. Quando olhou novamente para a minha janela, nem consegui acreditar nos meus olhos. (Bom, “olho”.) Havia um enorme tampão preto cobrindo o olho direito de Urcker. Ele parecia um pirata. Então, sentou-se, pegou o violão e começou a dedilhar as cordas.
Para minha surpresa, ele começou a cantar. Era uma versão de “Brown eyed girl”, do Van Morrison, mas ele havia mudado a letra para “One eyed girl”.



Foi então que percebi que Christopher Urckerman era metade maluco, metade adorável.
Depois que terminou de cantar, ele tirou do bolso uma caneta
hidrográfica preta.



— Vou pintar o seu também. Agora você vem aqui fora?
Senti meu coração mais acelerado do que jamais havia estado. Pensando
bem, esse foi o exato momento em que Christopher Urckerman se tornou meu melhor
amigo. E esse também foi o primeiro dia em que ele me deu um apelido que
me acompanharia por toda a adolescência: Tapa-Olho.



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Autor(a): dayanerodrigues

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 522



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  • dayanerodrigues Postado em 24/04/2021 - 15:31:47

    Bateu uma saudades dessa história e li novamente

  • anne_mx Postado em 10/01/2021 - 00:06:20

    Sua história de amor é linda e essa fanfic também foi muito especial, obrigadaaa <3

    • dayanerodrigues Postado em 13/01/2021 - 12:05:46

      oh meu amor muito obg *-*

  • aucker Postado em 05/12/2020 - 05:14:48

    Muito bonita a história

    • dayanerodrigues Postado em 16/12/2020 - 13:07:09

      obg amorrr <3

  • aucker Postado em 05/12/2020 - 02:07:08

    Morri com a cena do cinema kkkkk

  • nathalia_muoz Postado em 06/11/2020 - 12:25:49

    Muy linda historia, felicidades

    • dayanerodrigues Postado em 06/11/2020 - 12:35:45

      obg amor

  • vondysaviñon Postado em 06/11/2020 - 11:18:23

    Obrigada por ter adaptado essa história para nós e por ter compartilhado um pouco da sua história com o seu marido!

    • dayanerodrigues Postado em 06/11/2020 - 11:46:38

      De nada amor *-* Partiu nova história

  • vondysaviñon Postado em 06/11/2020 - 11:17:47

    que final mais lindo. Não adianta, quando é pra ser, vai ser mesmo com todas as dificuldades e empecilhos que os outros ou a vida tentem colocar

    • dayanerodrigues Postado em 06/11/2020 - 11:46:15

      Verdade viu. A lei da vida

  • dada Postado em 06/11/2020 - 07:10:45

    Nao consegui ler o epílogo

    • dayanerodrigues Postado em 06/11/2020 - 09:22:46

      Postei novamente amor

    • dayanerodrigues Postado em 06/11/2020 - 07:27:23

      Amor creio que é um probleminha no site. Vou escrever de novo o epílogo e postar

    • dayanerodrigues Postado em 06/11/2020 - 07:20:03

      Vou vê o que tá acontecendo

  • taianetcn1992 Postado em 06/11/2020 - 04:15:24

    ena proxima estaremos juntas como sempre

    • dayanerodrigues Postado em 06/11/2020 - 09:26:16

      ebaaaa, é hoje viu, vamos ri muito juntas kkkkk

  • taianetcn1992 Postado em 06/11/2020 - 04:15:12

    ja quero deixar registrado aqui que amei, amo e continuarei amando muito todas as suas historias

    • dayanerodrigues Postado em 06/11/2020 - 09:32:29

      obg amor, amo seus comentários. Me motiva a continuar.


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