Fanfics Brasil - Capítulo 10 Amor Imenso (Adaptação Vondy)

Fanfic: Amor Imenso (Adaptação Vondy) | Tema: ROMANCE, VONDY


Capítulo: Capítulo 10

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OITO MESES DEPOIS


Eu me sentia invadindo propriedade alheia, embora fosse dona de metade dela. Tudo continuava como havíamos deixado. A casa de praia estava gelada. Eu precisava ligar o aquecimento. Era meio de maio e ainda fazia  muito frio na ilha. Eu não devia voltar antes do fim de junho, mas o prédio  em que eu alugava um apartamento havia sido vendido, e eu tive que sair  de lá. Sem alternativa, fui a Newport antes do previsto ou ficaria na rua. Já  estava em licença-maternidade e não voltaria até o fim do ano letivo, por  isso a solução fazia sentido. Não conseguimos inquilinos para a baixa temporada, e a casa havia ficado vazia. 


Senti uma saudade inesperada. Antes esse lugar me lembrava minha avó. Agora me lembrava Urcker. Podia quase sentir o cheiro de seu perfume  na cozinha. Era minha imaginação, mas parecia real. Também o imaginei  parado ao lado da jarra da cafeteira, sorrindo enquanto misturava o café  com a fusão de pós... as costas musculosas e nuas e os olhos voltados para  o mar além da janela... o lambe, vira, chupa quando ele bebeu tequila. Olhei  paraa sala de estar e recordei a noite constrangedora antes de Belinda voltar. 


Fechei os olhos por um momento e imaginei o verão passado, quando a vida era simples. O gritinho no canguru preso ao meu peito me trouxe de  volta à realidade. Luna balançava a cabeça procurando meu peito.


— Espera... espera. Primeiro tenho que tirar você daí. — Enquanto a tirava do canguru, eu murmurava: — Você foi muito boazinha durante a viagem. Deve estar com fome, não é?


Merda. Minhas coisas ainda estavam no carro. Levei minha filha de dois meses lá fora para pegar a almofada de amamentação no banco de trás. Maite a havia comprado para mim e disse que eu precisaria muito dela, e era verdade. Cor-de-rosa com estampas de margaridas brancas, era um item de primeira necessidade para alimentar esse bebê constantemente faminto sem acabar com as minhas costas. Parei um instante para admirar o oceano antes de voltar para dentro da casa.


Luna era em homenagem a Luana,minha avó. Minha menininha nasceu no meio de março, uma semana antes da data prevista. Paco preferiu não estar presente. Disse que queria prova de que a filha era dele e que, enquanto não a tivesse, não a reconheceria como tal. Por termos usado preservativos sempre, ele deduziu que era impossível ser o pai. Ele foi a única pessoa com quem eu havia dormido antes de engravidar, mas minha palavra não provava coisa nenhuma. Não queria o estresse de colher sangue da Luna agora, e ele não tinha pressa para nos amparar e apoiar. Decidi adiar o momento de lidar com Paco. A mulher dele, Ashlyn, certamente acompanhava e manipulava tudo dos bastidores, e eu tinha certeza de que ela o havia convencido de que eu mentia. Com coisas mais importantes para resolver, eu não precisava dessa merda agora. A vida já estava bem complicada sem eles.


Luna terminou de mamar e dormiu de novo. Eu a acomodei com cuidado na cadeirinha e usei o raro intervalo para buscar o resto das coisas que estavam no carro. Quase tudo o que eu tinha estava em um depósito em Providence, exceto por todas as nossas roupas e o cesto de Luna. Eu ainda teria que comprar um berço e descobrir como montá-lo.


Um homem de cabelos escuros  de uns trinta e poucos anos de idade se aproximou de mim. Seus grandes olhos castanhos brilhavam.


— Oi, vizinha. Vi seu carro. Já estava me perguntando quando ia conhecer os donos dessa linda casa.
Apontei para a casa à direita da minha.
— A sua é aquela?
— Sim. Em me mudei para lá no outono. Aparentemente, sou uma dessas pessoas raras que ficam aqui o ano inteiro.
— Já conheceu a Cheri? Ela também mora aqui.
— Sim, mas acho que somos os únicos.


Dei risada.
— É, acho que sim.
Ele estendeu a mão.
— Afonso Herrera. 
— Prazer... Dulce Saviñón.


— Estou vendo coisas de bebês. Tem filhos?
— Só uma filha. Nasceu em março. Está dormindo lá dentro.
— Também tenho uma filha de sete anos. Mora com a mãe na Califórnia.
— Deve sentir falta dela.
— Você nem imagina. Trabalho para a Marinha, vou ter que passar um tempo aqui. Depois do divórcio, minha ex-mulher quis voltar para o Oeste para ficar mais perto da família.



— Entendo.
— Vou conhecer seu marido?
— Ah, não sou casada. É uma longa história. Não estou com o pai do bebê. Foi uma gravidez acidental.
— Lamento.
— Não lamente. Foi uma bênção.
Afonso olhou dentro do meu porta-malas.
— Posso te ajudar a levar as coisas para dentro?



O medo de confiar em um desconhecido era menor do que a fadiga.
Luna não me deixava dormir, e eu aceitaria qualquer ajuda para levar tudo aquilo para dentro de casa.
— Seria ótimo.
Afonso transportou tudo que estava no carro para dentro de casa e até levou o cesto para o quarto e o colocou ao lado da minha cama.


Quando descemos, ele se ajoelhou para dar uma olhada na Luna, que dormia na cadeirinha no chão da sala de estar.
— Ela é linda — sussurrou.
— Obrigada. Ela gosta de dormir de dia e me manter acordada à noite. Dizem que a gente deve dormir quando o bebê dorme, mas eu não posso. Tenho muita coisa para fazer quando ela está dormindo.


Afonso levantou-se e, depois de um instante, disse: — Bom, se precisar de alguma coisa, estou na casa ao lado. Sério... Se alguma coisa quebrar, se precisar levantar algo pesado... não hesite.
— Sou mais grata do que pode imaginar. Obrigada.



Quando ele fechou a porta, um sorriso iluminou meu rosto. O pobre Afonso não sabia que logo estaria montando um berço.



Enquanto Luna dormia, decidi subir e começar a guardar nossas roupas. A caminho do meu quarto, parei na frente do quarto de Urcker. Entrei e cheirei o travesseiro no lado da cama onde ele dormia. Desta vez, não era
imaginação, o cheiro dele ainda estava lá. E eu senti saudade outra vez.
Abracei o travesseiro, e uma lágrima escorreu por meu rosto. Havia conseguido sufocar esses sentimentos durante quase um ano. E nesse
momento tudo vinha à tona.


Sinto sua falta.


Urcker havia telefonado e mandado  ensagens inúmeras vezes nos últimos meses. Eu dizia que estava bem e que não precisava de ajuda. Ele não era muito ativo nas redes sociais, exceto por algumas fotos de shows,
basicamente do público, postadas no Instagram. Eu espiava a página de Belinda no Facebook para saber o que eles faziam em Nova York, invejando a liberdade dos dois. Eu morria de saudade de Urcker, mas sabia que era melhor me afastar.



Logo depois do nascimento de Luna, enviei-lhe uma foto dela por mensagem.
Urcker ofereceu ajuda novamente, inclusive monetária. Eu sempre recusava. Ele e Belinda acabaram me mandando um generoso vale-presente da Babies R Us, que eu usei para comprar o cesto e a cadeirinha da Luna.


Não contei para ele que tive que sair do meu apartamento. Tinha vergonha e não queria mais uma oferta de caridade. Portanto, ele ainda não sabia que eu estava morando na casa de praia. Eu realmente esperava que, por algum milagre, eles ficassem bem longe dali no próximo verão.



Sabia que não gostariam de ser acordados por Luna várias vezes no meio da noite. A verdade, porém, era que eu não queria vê-lo simplesmente porque seria muito doloroso.


Mais um. Amando o comentários de vocês. E o que acha desse novo personagem? O Poncho tem que aparecer.



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Autor(a): dayanerodrigues

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Quase um mês se passou sem nenhum sinal de Ucker e Belinda. Eu finalmente me acostumava à vida na ilha outra vez. Afonso acabou montando o berço para mim. Era branco, e comprei pela internet um conjunto de roupa de cama com o que havia sobrado do valepresente.Afonso e eu nos tornamos amigos. Como sabia que não era fácil eu sair de casa, &ag ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 522



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  • dayanerodrigues Postado em 24/04/2021 - 15:31:47

    Bateu uma saudades dessa história e li novamente

  • anne_mx Postado em 10/01/2021 - 00:06:20

    Sua história de amor é linda e essa fanfic também foi muito especial, obrigadaaa <3

    • dayanerodrigues Postado em 13/01/2021 - 12:05:46

      oh meu amor muito obg *-*

  • aucker Postado em 05/12/2020 - 05:14:48

    Muito bonita a história

    • dayanerodrigues Postado em 16/12/2020 - 13:07:09

      obg amorrr <3

  • aucker Postado em 05/12/2020 - 02:07:08

    Morri com a cena do cinema kkkkk

  • nathalia_muoz Postado em 06/11/2020 - 12:25:49

    Muy linda historia, felicidades

    • dayanerodrigues Postado em 06/11/2020 - 12:35:45

      obg amor

  • vondysaviñon Postado em 06/11/2020 - 11:18:23

    Obrigada por ter adaptado essa história para nós e por ter compartilhado um pouco da sua história com o seu marido!

    • dayanerodrigues Postado em 06/11/2020 - 11:46:38

      De nada amor *-* Partiu nova história

  • vondysaviñon Postado em 06/11/2020 - 11:17:47

    que final mais lindo. Não adianta, quando é pra ser, vai ser mesmo com todas as dificuldades e empecilhos que os outros ou a vida tentem colocar

    • dayanerodrigues Postado em 06/11/2020 - 11:46:15

      Verdade viu. A lei da vida

  • dada Postado em 06/11/2020 - 07:10:45

    Nao consegui ler o epílogo

    • dayanerodrigues Postado em 06/11/2020 - 09:22:46

      Postei novamente amor

    • dayanerodrigues Postado em 06/11/2020 - 07:27:23

      Amor creio que é um probleminha no site. Vou escrever de novo o epílogo e postar

    • dayanerodrigues Postado em 06/11/2020 - 07:20:03

      Vou vê o que tá acontecendo

  • taianetcn1992 Postado em 06/11/2020 - 04:15:24

    ena proxima estaremos juntas como sempre

    • dayanerodrigues Postado em 06/11/2020 - 09:26:16

      ebaaaa, é hoje viu, vamos ri muito juntas kkkkk

  • taianetcn1992 Postado em 06/11/2020 - 04:15:12

    ja quero deixar registrado aqui que amei, amo e continuarei amando muito todas as suas historias

    • dayanerodrigues Postado em 06/11/2020 - 09:32:29

      obg amor, amo seus comentários. Me motiva a continuar.


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