Fanfic: Amor Imenso (Adaptação Vondy) | Tema: ROMANCE, VONDY

Esses últimos capítulos tem sido de dor e sofrimento. O amor deles é muito lindo.

Choveu o dia inteiro.

Como se pudesse sentir que algo estava fora do lugar, Luna se recusou a dormir no berço naquela noite. Isso me fez pensar que os bebês podiam  ter um sexto sentido. No primeiro dia, ela tinha dormido bem em seu novo quarto, olhando as estrelas. Mas hoje, a última noite de Ucker em casa, Luna  só ficava tranquila no meu colo. Intuição, talvez. Então, eu a deixei comigo  na cama, embora nenhuma de nós duas conseguisse dormir. 

Quanto mais se aproximava da meia-noite, mais eu ficava melancólica e perdia a briga para a insônia. 

As batidas na porta foram leves.

— Dulce, está acordada?

— Sim. Entra.

Ele entrou e deitou na cama conosco, ajeitando as cobertas.

— Não consigo dormir.

— Está nervoso?

— Apavorado.

— Com o que, exatamente?

A risada foi breve e sarcástica.

— Com tudo. Estou com medo de deixar vocês sozinhas, com medo de ela não se lembrar de mim... com medo de ela se lembrar de mim, lembrar  que fui embora. Estou com medo de me apresentar para milhares de pessoas, com  medo de estragar tudo. Pode escolher. 

— Não devia estar preocupado com os shows. Você vai arrasar.

Ignorando o comentário, ele pegou Luna e a colocou sobre o peito. A respiração dela começou a ficar mais tranquila. Meu coração se partiu quando ele beijou sua cabeça e murmurou: — Desculpa, Abelhão. 

Eu havia passado o dia num estado lamentável, alternando entre sentir pena de mim e da Luna e orgulho e entusiasmo por Ucker. Nesse  momento específico de intimidade, eu me sentia obrigada, não como  amante, mas como amiga, a ajudá-lo a entender que ele merecia essa  oportunidade, porque havia trabalhado a vida inteira por ela. Ele não tinha  por que se desculpar. Foi assim que eu tive certeza de que o amava: na  última hora, tudo o que eu queria era livrá-lo da culpa e ajudá-lo a se sentir  bem, por mais que doesse vê-lo partir. 

— Minha avó ficaria orgulhosa de você, Ucker. Ela sempre dizia que seu destino seria grandioso. Quando se apresentar, não pense em quantas  pessoas estão na plateia, cante só para ela... faça isso por Luana. 

— Ela também ficaria muito feliz com você, por tudo o que você realizou. A mãe em que se transformou, apesar da porcaria de mãe que  teve. Ela teria ficado orgulhosa. Eu tenho muito orgulho de você.

Com Luna dormindo profundamente em seu peito, Ucker se inclinou para me beijar. Ele devorava minha boca com firmeza e ternura. Nós nos  beijamos por vários minutos, com cuidado para não acordar Luna. 

Ele falou na minha boca: — Quero muito fazer amor com você. Mas, ao mesmo tempo, entendo por que acha que isso vai tornar minha partida  amanhã ainda mais difícil. E não sei se seria capaz de ir embora depois  disso. 

— Luna não permitiria. Ela parece muito confortável.

Ucker olhou para ela e sorriu.

— É verdade. — E olhou para mim, os olhos azuis brilhantes na penumbra. — Quero que me prometa algumas coisas. 

— O quê?

— Promete que vamos conversar por vídeo pelo menos dia sim, dia não. 

— Essa é fácil. Prometo.

— Promete que vai ligar para mim se você se sentir sozinha, a qualquer hora do dia ou da noite. 

— Prometo. Que mais?

— Promete que não vamos esconder nada importante um do outro e que vamos ser sempre honestos. 

Essa me deixou meio inquieta, porque comecei a pensar nas coisas sobre as quais ele teria que ser honesto comigo. 

— Tudo bem, prometo. Tem mais alguma coisa?

— Não. Só queria dormir com você e a Luna nesta noite. Pode ser?

— É claro. — Segurei sua mão. — Vai dar tudo certo, Ucker. A gente vai ficar bem.

Ele sorriu e murmurou: — É.

Ucker deitou Luna entre nós dois. Depois, ficamos nos olhando até pegarmos no sono.