Fanfic: INVEJA E FÚRIA NO RESTAURANTE | Tema: Versão 1.0

Ana e Maria eram colegas de trabalho em um escritório de advocacia há dois anos. Maria entrou primeiro na empresa e Ana uns seis meses depois.

Elas eram advogadas que estavam iniciando na carreira e este era o primeiro emprego após a formatura e obtenção da carteira da ordem.

Costumavam almoçar juntas e também saiam juntas no final do expediente. Esperavam ônibus na mesma parada, indo, porém, para bairros diferentes.

Ana era muito extrovertida e adorava compartilhar com Maria suas histórias e problemas familiares. Vivia pedindo conselhos sobre tudo, mas principalmente sobre moda, pois admirava muito o jeito que Maria se vestia. Achava a colega muito elegante e tentava acompanhá-la quando ela ia ao shopping fazer compras.

Maria, apesar de sempre muito simpática, achava aquilo um pouco exagerado. Não gostava de estar sempre acompanhada pela colega de trabalho. Às vezes sentia-se sufocada ou, até mesmo, sendo vigiada. Aquilo já parecia uma perseguição.

Quando Ana chegou no escritório, Maria logo simpatizou com ela, com seu jeito extrovertido e falante. Ela era o seu oposto e Maria achou isso muito interessante no início. Conversar com alguém com atitudes muito diferentes das suas.

Com o passar do tempo, porém, Ana passou a se tornar um pouco inconveniente. Todas as segundas-feiras ela falava sem parar, o dia todo. Contava como tinha sido todo o seu fim de semana, os passeios, visitas e até as brigas em família. Sempre perguntando a opinião da amiga e insistindo quando Maria não respondia.

Maria já estava se sentindo envergonhada com o falatório da amiga, que logo se espalhava por todo o escritório.

Certo dia, em uma segunda-feira, Maria chegou muito bem arrumada como sempre, mas aos olhos de Ana naquele dia ela estava ainda mais chique. Usava um vestido preto, uma echarpe no pescoço, sapato e bolsa combinando. Todos olharam e admiraram quando ela passou pelos corredores até a sala que dividiam.

Ana que sempre fala muito nas segundas-feiras e sempre comentava sobre as roupas da amiga não conseguia dizer nada.

Maria estranhando este comportamento logo perguntou o que estava acontecendo, mas Ana nada respondia, apenas olhava fixamente para a tela de seu computador.

Na hora do almoço, as duas saíram juntas como sempre e foram ao mesmo restaurante que frequentavam. Fizeram o pedido e Maria já estava preocupada com o silencia da amiga, mas não queria insistir, pois sabia bem o quanto é chato “forçar a barra”.

Foi quando de repente, muito rapidamente, Ana tirou uma tesoura da bolsa e avançou para cima de Maria, cortando seu vestido, sua echarpe e até a bolsa. Ela tinha os olhos vermelhos como se uma raiva muito grande a tivesse dominado. Foi uma gritaria e logo vieram os garçons para socorrer Maria que ficou seminua em pleno restaurante.

Acalmados os ânimos alguém emprestou um casaco para Maria se cobrir e poder ir embora. Ana ficou ali parada com a tesoura na mão e com os olhos e o rosto vermelhos, desesperada com o acontecimento saiu correndo e foi para sua casa.

No dia seguinte, quando Ana chegou no escritório de manhã cedo, percebeu que Maria já tinha passado por lá antes do horário, mas não avisou e nem deixou recado na sua mesa.

Quando Ana estava saindo do escritório, no fim do dia, para ir para casa, viu se aproximando Maria, que passou por ela rapidamente e entrando no escritório sem falar nada. Ana muito arrependida do que tinha ocorrido no dia anterior no restaurante, voltou para dentro do escritório chamando Maria, que por sinal ficou muito assustada, pois achava que Ana iria ter um surto de raiva novamente e atacar ela, correu para dentro do banheiro e trancou a porta.

Mas, arrependida, Ana pediu desculpas a sua amiga, dizendo que lamentava pelo ocorrido no restaurante, pois ficou com ciúmes por Maria ter ficado tão bela com aquela roupa. Agora, toda envergonhada e chorando, implorava o perdão de sua amiga, não queria perder aquela amizade. Não conseguia explicar porque tivera aquele ataque de inveja e fúria, mas ajoelhada jurava que aquilo nunca mais iria acontecer de novo.

Maria acabou saindo do banheiro chorando e desculpando Ana, dizendo que se ela precisar de qualquer ajuda era só pedir. Também não queria acabar com a amizade.

Assim se abraçaram e voltaram juntas para casa, conversando e rindo muito alto, afinal Maria se sentia muito descontraída com as histórias da amiga.