Fanfic: A solução | Tema: Trabalho acadêmico

Almira e Alice trabalhavam juntas, mas foram se conhecer e começar a conversar em um evento cosplay, Almira estava vestida de Arlequina e Alice de Mulher Maravilha. Almira adorava comer e por isso era bem gordinha. Depois desse evento, Alice se tornou sua melhor amiga, ao menos é o que ela achava. Contudo, Alice a desprezava constantemente, dando pouca importância para sua amizade, acreditava que elas não tinham muitas coisas em comum, a não ser onde trabalhavam.

Muito embora Almira quisesse conversar com Alice, ela praticamente nem a ouvia, não prestava atenção em suas histórias e não queria saber sobre os eventos que ela participava nos finais de semana, achava que era uma bobagem. Para não prestar atenção no que Almira falava, ela ouvia mais seus próprios pensamentos. Aquele evento foi o primeiro que Alice participou e não pensava em participar de outros, só foi para agradar seu namorado Zequinha.

Quanto maior o desprezo de Alice, mais crescia o sentimento de admiração de Almira por ela.

 Os colegas de trabalho não entendiam como Alice suportava a insistência de Almira, e não sabiam que elas haviam se conhecido fora dali. Elas lanchavam juntas, saíam do escritório à mesma hora e esperavam pelo transporte público na mesma fila. Almira sempre tentava agradar Alice de alguma forma, convidando para eventos, festas e sempre levando uma lembrancinha para ela dos seus personagens favoritos. Muitas vezes de forma obsessiva e bajuladora. Alice, como sempre, pouco se importando com os assuntos tratados.

Embora a natureza de Almira fosse delicada, a obsessão por Alice se mostrava um tanto quanto estranha, mostrando que ela possuía muitas características da personagem que ela fazia cosplay, querendo conquistar a sua amizade de todos os modos e em algumas vezes assustadores. Mas Alice não demonstrava o mesmo interesse.

Certo dia, Almira saiu atrasada para o trabalho, pois havia ficado até tarde em uma festa e acordou muito tarde. Quando chegou ao escritório, olhou para a mesa de Alice e percebeu que ela ainda não tinha chegado, ficou surpresa achando que ela havia ido no evento, mas não tinham se encontrado. Cerca de uma hora depois, Alice apareceu com os olhos vermelhos e não quis explicar a razão do atraso e nem quaisquer questionamentos de Almira. Almira demonstrava uma preocupação imensa.

 Na hora do almoço, Almira muito preocupada convidou Alice para almoçar, implorando para que aceitasse que ela pagaria.

Almira continuava preocupada com Alice e queria saber porque ela havia chegado atrasada e estava com os olhos vermelhos. Mas Alice estava abatida e respondia bem menos do que o normal. Almira continuava comendo com apetite e insistia com os olhos cheios de lágrimas que gostaria de saber o que havia ocorrido com sua amiga, pois sabia que algo estava errado.

 Alice já irritada com a insistência respondeu:

– Sua gorda! Você não pode me deixar paz?!

Almira surpresa com a reação de Alice engasgou-se com a comida, quis falar, mas ficou tão nervosa que começou a gaguejar.

 Alice continuou esbravejando:

– Você é uma chata e uma intrometida. Quer saber o que houve, não é? Pois vou lhe contar, sua chata: é que Zequinha foi embora para Porto Alegre e não vai mais voltar! agora está contente, sua gorda?

 O pessoal do trabalho que estava no restaurante, ficou surpreso com a reação, pois elas eram amigas fazia tempo e nunca se percebeu briga entre elas, mas sempre se soube que Alice não tinha o mesmo prestígio e lealdade como Almira tinha por essa amizade. Almira chegava a ter uma amizade doentia por ela.

Almira realmente parecia que havia engordado mais nos últimos meses, mas não justificava a reação de Alice, Almira ficou tão surpresa que não havia conseguido engolir a comida que estava na boca.

Foi então que Almira entendeu que Alice não considerava ela da mesma forma como amiga, ficou tão chateada e surpresa, que reagiu por impulso e pegou o garfo que ela estava usando e enfiou-o no pescoço de Alice, parecia que havia se transformado em sua personagem. Os colegas que estavam presentes no restaurante levantaram ao mesmo tempo, ficando surpresos com o ocorrido, as testemunhas disseram que a Almira, mesmo depois da ação, continuou sentada olhando para o chão, como se nada tivesse acontecido, sem expressar nenhum remorso pelo sangue que tinha caído no chão.

 Alice foi ao Pronto-Socorro e recebeu 8 pontos no ferimento. Mostrou-se muito abalada pelo ocorrido. Almira foi presa em flagrante pelo crime de lesão corporal de natureza grave, uma vez que colocou em risco a vida de Alice.

O advogado constituído de Almira é, nada mais, nada menos, que Matt Murdock, conceituado advogado criminalista residente da cidade de Hell’s Kitchen. O profissional então tratou rapidamente de solicitar uma perícia médica psiquiátrica em Almira, uma vez que seus traços podem se compatibilizar com os de um psicopata, os quais podem, devido a certas circunstâncias, receberem uma medida de segurança ou até mesmo uma redução da pena aplicada.

Matt conseguiu através de um recurso bem fundamentado e com auxílio da perícia comprovar que Almira no momento do crime estava sob uma perturbação mental que a impedia de compreender totalmente o caráter ilícito de sua ação. Por esta razão Almira recebeu uma pena reduzida em ⅓, como assim prevê o Art. 26, parágrafo único, do Código Penal.

Na prisão, Almira demonstrava certa alegria ao ter contato constante com outras presas. Não mais se sentia sozinha e ignorada. Sua principal amizade no estabelecimento carcerário era a psicóloga responsável pelo seu acompanhamento.