Fanfic: Querido Vizinho - Vondy (Adaptada) [Terminada] | Tema: Vondy
Ahhhhhhh! Vcs são demais!
A batida exagerada na porta era cadenciada. “Toc. Toc. ”
Fui abrir e Christopher olhou para a minha roupa.
— Ainda está arrumada.
Ele usava uma calça de moletom cinza que colava ao corpo de um jeito que eliminava qualquer possibilidade de ele não ser bem-dotado. O elástico da cueca boxer estava aparecendo.
Levantei a cabeça e disse:
— Não sabia que era festa do pijama.
— Vamos ver um filme. Quis ficar confortável. Mas sinta-se à vontade para ficar de vestido. Faz todo sentido.
Depois da nossa conversa, por que eu ainda me incomodava em me arrumar para encontrá-lo? Ele estava certo.
— Legal, espertinho, vou vestir meu pijama.
— Vou fazer pipoca e configurar o DVD player. — E olhou em volta. — Onde ficam as vasilhas?
Apontei um dos armários.
— Ali.
— Legal.
— Você vai ter que mudar o modo da TV para conectar os dois. Usa o controle remoto da Sony — falei a caminho do quarto.
— Entendi — ele gritou da sala.
Embora minha cabeça soubesse que Christopher havia fechado a porta para qualquer possibilidade de um envolvimento romântico entre nós, meus nervos certamente não tinham recebido a mensagem. Tirei o vestido ainda me sentindo uma idiota. Meu coração batia um pouco mais rápido que o normal quando vesti a legging preta e a velha camiseta dos Bruins que havia sido do Elec e eu costumava usar para dormir. Sentindo uma leve movimentação na barriga, decidi que provavelmente aproveitaria a oportunidade para usar o banheiro.
Fazendo cagada em vários sentidos, hein, Dulce?
Minha visita ao banheiro demorou mais que o esperado. Fiquei surpresa por Christopher não me atormentar por causa disso. Quando finalmente acabei, me sentia muito melhor. Isto é, até voltar à sala de estar.
Meu estômago revirou quando ouvi aquela voz. O sangue subiu para a cabeça.
A voz dele.
Uma voz que eu não ouvia havia muito tempo. Uma voz que eu tentava banir do meu cérebro diariamente.
Elec.
Demorei alguns segundos para perceber que não era ele realmente. Era o DVD que eu deixara no player havia muito tempo, o que vi várias vezes quando terminamos. Eu não usava o DVD fazia meses, mas o disco ainda estava lá.
Christopher não percebeu que eu estava atrás dele. Estava ali paralisado, olhando atentamente o vídeo caseiro. Eu não sabia o que dizer ou fazer, então fiquei ali envergonhada.
Quando gravamos aquele vídeo, Elec e eu deveríamos ter filmado uma apresentação para o Centro da Juventude, mas acabamos fazendo palhaçada no parque com a câmera emprestada. Na época, achei que o filme seria uma lembrança fofa. Eu não tinha ideia de que só seria usado como um instrumento de autotortura logo depois do nosso rompimento, parte da minha constante pesquisa sobre o que havia dado errado.
Ouvir a gravação era como ser lentamente apunhalada no coração com Christopher como testemunha do meu massacre. Eu me encolhi ao escutar a minha voz no vídeo.
— Você não deveria estar me entrevistando, Elec?
— Eu me distraí.
— Com o quê?
— Com o quanto você está linda embaixo desse sol. Adoro olhar para você por esta lente.
— Obrigada.
— Você é muito fofa. Não acredito que ainda fica vermelha quando eu te elogio.
— Eu fico?
— Fica. E estou avisando, continua olhando para mim desse jeito e isso vai virar um filme adulto não intencional em dois segundos.
Risos.
— Talvez a gente possa tentar mais tarde lá em casa, sr. Cinegrafista.
— Sério, a câmera te ama. Eu também, na verdade.
— Ah, é?
— Sim, Dul. Amo de verdade.
— Quanto?
— Deixa eu te mostrar.
— É verdade, amor, você me faz muito feliz. Sou o cara mais sortudo do mundo.
Quando Christopher finalmente se virou e notou que eu estava ali, ele desligou o vídeo e ficou olhando para mim.
Silêncio.
A expressão em seu rosto era uma mistura de pena, raiva e compreensão. Eu acho que ele finalmente percebia por que eu estava tão destruída. Quando uma lágrima começou a cair, ele a pegou em meu rosto e disse:
— Ele é um idiota do caralho. Não é digno do jeito como você olhava para ele naquele vídeo e certamente não é digno dessas lágrimas. — Ele deslizou o polegar pela minha bochecha. — Ninguém é.
— Não consigo evitar.
— Mas sabe... agora eu entendi. Depois de ver isso. De ouvir isso. Eu entendo por que é tão difícil para você. Sei que brinco sobre você ser maluca e tudo isso, mas você tem todo o direito de ficar chateada e confusa. As coisas que ele disse para você... o jeito como ele disse.... Eu também teria acreditado. E eu tenho uma capacidade de percepção filha da mãe. Não se faz isso com ninguém. Mais do que isso... você merece coisa muito melhor.
— Isso foi só três semanas antes de ele ir para Boston e encontrar com ela de novo, quando tudo mudou. Quando ele estava fora, encontrei um anel na gaveta. Ele ia me pedir em casamento.
Christopher fechou os olhos momentaneamente e resmungou uma série de palavrões.
— Acho bom ele nunca pisar no nosso prédio. Se algum dia esse cara aparecer por aqui, juro que acabo com ele.
— Obrigada por querer fazer isso por mim.
— Você não devia estar vendo esse vídeo.
— Eu não estava. Não recentemente. Juro. Nunca uso o DVD player, agora que tenho Netflix. Esse disco está aí há vários meses.
— Você não precisa ouvir essa merda nunca mais. Com sua permissão, vou destruir. Posso? O que eu deveria dizer? Tive que concordar.
Relutante, assenti.
— Ok.
— Qual é o próximo?
— Como assim?
— Essa camiseta que está usando. Era dele, não era?
— Era.
— Está de sutiã?
— Sim. Por quê?
— Vira.
Esperando que ele tentasse tirar a camiseta de mim, meu coração começou a bater descompassado. Fechei os olhos quando senti Christopher juntar o tecido nas minhas costas e puxar. A proximidade do corpo atrás do meu fez minha pele esquentar.
— Fica parada — ele disse, e senti que estava cortando a camiseta com o que eu imaginava ser a minha tesoura de cozinha. Uma corrente de ar frio substituiu o calor da camiseta quando ele a arrancou de mim.
— Vai colocar outra camiseta.
Cruzei os braços sobre o peito e desapareci no meu quarto, onde me apoiei à porta e esperei um minuto até me recuperar. Ele havia cortado a camiseta e desencadeado uma estranha mistura de emoções. Por um lado, era um símbolo de finalização. Aquela camiseta era o último item de Elec que eu ainda tinha. Mais do que isso, fui pega de surpresa por quanto havia ficado excitada por ele ter rasgado a camiseta.
Forçando-me a lembrar o que tinha ido fazer ali, peguei a camiseta perfeita para a ocasião e voltei para a sala de estar.
Christopher sorriu quando olhou para o meu peito.
— Você me deixa doido de bacon. Boa escolha.
— Bom, é verdade. Você me deixa doida de vez em quando, mas de um jeito bom. Obrigada por me obrigar a fazer algo que eu realmente precisava fazer. — Inclinei-me e o abracei, um abraço de amigos. Eu me recusava a reconhecer que o coração dele estava disparado e que o meu tentava bater no mesmo ritmo. E me recusava a reconhecer que ele cheirava tão bem que eu podia praticamente sentir seu gosto.
Christopher tomou a iniciativa de se afastar.
— Pronta para o filme?
— Sim. O que você trouxe?
Ele sorriu, foi até a bancada e pegou o DVD que ainda estava na embalagem plástica.
— Sua autobiografia.
— Chamas da vingança. Eu devia saber.
— Você já viu esse? — Ele sorriu.
— Não.
— Nem eu, mas é sobre uma loira que provoca incêndios. Então, sinto que já a conheço.
— Interessante.
— Não é?
— Você comprou isso?
— Encomendei on-line na noite em que comemos pizza. Estava esperando o momento perfeito para mostrar.
— É bem a sua cara.
— Eu gosto de mexer com você. Mas é tudo brincadeira. Sabe disso, não sabe? Eu me divirto com você, Dulce.
— É recíproco... quando você não está me repreendendo — brinquei.
— Mesmo quando estou repreendendo, é para o seu bem.
— Sei. — Sorri.
Quando nos sentamos para ver o filme, Christopher se acomodou no meu sofá, pôs os pés grandes em cima da mesinha de centro e inclinou a cabeça para trás. Eu me acomodei do meu lado do sofá, tomando cuidado para não chegar muito perto.
Tinha ouvido falar muito desse filme, mas não tinha ideia do que era e fiquei surpresa ao descobrir que era estrelado por uma jovem Drew Barrymore. A personagem principal tinha a capacidade de iniciar incêndios com a força do pensamento. Não era o meu tipo de história, então acabei sonhando acordada com muitas coisas, olhando de vez em quando para Christopher enquanto ele comia a pipoca. Ele parecia compenetrado. Era sério? Parecia estar gostando muito.
Em um momento, ele se virou e viu que eu estava olhando para ele.
— Que foi? Não está gostando?
— Não é o tipo de filme de que gosto.
— Por que não falou?
— Você estava curtindo muito a ideia toda de ver o filme. Não queria ferir seus sentimentos. Ele abaixou o volume.
— Quer ver alguma coisa na Netflix? Do que está a fim?
É a única coisa que estou a fim de fazer agora.
— Está ficando tarde para começar outro filme. Não se preocupe.
— Bem, não vou continuar, se você não está gostando. — Ele pegou o controle remoto e parou a exibição.
De repente, tudo ficou quieto.
— Posso te perguntar uma coisa, Christopher?
— A resposta é sempre sim, para de começar sempre com essa pergunta.
— O que exatamente você inventou para ter dinheiro para comprar este prédio?
— Era um tipo de tecnologia de fones de ouvido. Eu e um colega vendemos a patente por dez milhões.
Como é que é?
— Que coisa incrível.
— Depois de pagar os impostos e dividir o lucro líquido, não sobrou muita coisa. Eu usei a minha metade para comprar este prédio em um leilão e fazer a reforma.
— Então, investiu tudo aqui.
— Sim. E compensou.
— Você foi muito inteligente por investir o dinheiro, em vez de desperdiçá-lo.
— Adoro poder dar emprego para algumas pessoas. Essa é a melhor parte, honestamente.
— Murray só disse coisas boas sobre você.
— Meu trabalho é fácil. O que você faz nesse Centro da Juventude todos os dias, moldando a visão da vida e do mundo daqueles jovens, abrindo os olhos deles para coisas novas... isso é muito mais difícil do que qualquer coisa que eu já fiz.
— É engraçado. Tem uma menina que veio falar comigo, pedir conselhos sobre relacionamento... justo para mim.
— Fala para ela que todas as respostas estão no unicórnio — ele disse, revirando os olhos com ar debochado.
Isso me fez explodir em gargalhadas.
— Eu devia deixar você ir dar os conselhos. Mas acho que ela nem ia mais ligar para o Kai, depois de ver esses seus olhos azuis e ouvir você gritar que ela tem que superar essa história.
Eu me arrependi imediatamente do comentário sobre os olhos. Ele só sorriu para mim, como se não soubesse como responder.
— Eu grito? — Perguntou.
— Só de vez em quando.
Ficamos conversando confortavelmente no sofá por um tempo, até que ele disse:
— Bom... não vamos ver outro filme, então?
— Não. Nada de filme. Acho que vou dormir.
Ele se levantou do sofá.
— Essa é minha deixa, então.
Christopher se abaixou para tirar o DVD do aparelho.
Eu o acompanhei até a porta.
— Obrigada por tudo.
— Seus olhos também não são feios.
— O babaca do seu ex estava certo sobre uma coisa.
— O quê?
— Você realmente fica vermelha toda vez que ouve um elogio. — Mais uma pausa. — Toda vez.
Eu tinha certeza de que estava ainda mais vermelha quando falei:
— Boa noite.
— Boa noite.
Autor(a): Primasvondy
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Esfregando os olhos, eu disse: — Sério? Hoje eles estão mais barulhentos. A voz de Christopher ao telefone era muito radiante e alegre para essa hora da manhã. — Por que você não vem tomar café com a gente? Se não pode vencê-los, junte-se a eles. — Quer dizer que o único jeito de fazer os Dois ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 1052
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jucinairaespozani Postado em 07/03/2021 - 12:02:18
Simplesmente amei S2
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anne_mx Postado em 22/11/2020 - 23:16:51
Deu uma dorzinha no coração quando eu fui na parte das fanfics de romance que não estão terminadas e não encontrei essa lá porque eu sabia que você tinha finalizado ela, vou sentir muita saudade dessa história incrível, obrigadaaa por ter nos presenteado com ela, já estarei te acompanhando na próxima <3 OBS: Trolou a gente direitinho nos fazendo pensar que era menina kkkkkkkkkkkkkkk
Primasvondy Postado em 23/11/2020 - 20:52:14
É uma história que vale muito a pena ser compartilhada... Ps. Ele mudou a história. Isso faz todo sentido né? hahaha
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dudinham20 Postado em 22/11/2020 - 20:54:43
Com certeza a melhor. O amor deles é lindo e tão nostálgico, que não tem como não se sentir bem lendo essa história. Mexeu muito com minhas emoções, me fez sentir por eles. Espero que volte a escrever outras fanfic como esta, ganhou uma seguidora fiel. Parabéns <3
Primasvondy Postado em 22/11/2020 - 21:55:45
É uma história de amor linda de se ler né? Obrigada pela companhia!!
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ana_vondy03 Postado em 22/11/2020 - 16:15:58
Hahahaha eu simplesmente amei essa história! Ela foi simplesmente perfeita! Pode contar cmg para a próxima história! S2
Primasvondy Postado em 22/11/2020 - 18:17:13
Obrigada pela companhiaaa. Até a próxima!
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taianetcn1992 Postado em 22/11/2020 - 16:10:07
ja indo para ler a nova
Primasvondy Postado em 22/11/2020 - 18:14:12
Vai siim
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taianetcn1992 Postado em 22/11/2020 - 16:09:44
sem palavras para descrever o quanto achei perfeito
Primasvondy Postado em 22/11/2020 - 18:13:58
Assim eu choro
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binha1207 Postado em 22/11/2020 - 16:09:33
Amei...lindo o final... Já estou pronta para a proxima...
Primasvondy Postado em 22/11/2020 - 18:13:43
Ainnnnn... Vai láaaa
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taianetcn1992 Postado em 22/11/2020 - 16:09:19
amei muita coisaaaaaa
Primasvondy Postado em 22/11/2020 - 18:13:17
Que tudooo
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capitania_12 Postado em 22/11/2020 - 14:22:36
Ikkllllll ameeeeeeim terminou ...
Primasvondy Postado em 22/11/2020 - 18:12:52
Finalmenteeeee
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taianetcn1992 Postado em 22/11/2020 - 02:33:16
quero mais
Primasvondy Postado em 22/11/2020 - 12:53:55
Postadíssimo