Fanfic: Querido Vizinho - Vondy (Adaptada) [Terminada] | Tema: Vondy

Annie, que estava de frente para mim, se virou para cumprimentá-lo. Ele abriu a boca e parou como se tivesse visto um fantasma. Eu não podia culpá-lo por ficar sem palavras ao vê-la pela primeira vez. Muita gente tinha essa reação. Annie era alta e linda, uma presença dominante que iluminava qualquer ambiente. Com o cabelo loiro e longo, os olhos grandes e nariz minúsculo, parecia quase uma versão da Sininho na vida real.

Ele engasgou com as palavras:

— Oi. Eu... ahh, eu sou...

Annie respondeu por ele:

— Alfonso. — Ela sorriu. — Você é o Alfonso.

— Esse é o meu nome. Sim. E você é... — Alfonso ficou sem palavras novamente.

— Annie.

— Certo. Ela disse isso. Annie. É um prazer conhecer você. — Ele estendeu a mão e ela a apertou.

— Finalmente, não? Muito bom conhecer você, Alfonso.

Nicole entrou na cozinha nesse momento, e Alfonso, cuja mão segurava a de Annie por mais tempo que o necessário, instintivamente a soltou.

— Aí está você, Poncho. Eu não vi você entrar. Estava começando a pensar que tinha se perdido lá fora.

Com um sorriso forçado, ele disse:

— Oi. É, muitas opções de cerveja nos dias de hoje. — E olhou para a minha irmã novamente. — Annie, essa é...

Quando ele engasgou novamente, sua namorada se apresentou:

— Nicole.

— Sim. Já nos conhecemos quando você estava fora.

— Ótimo. Ok, então. — Ele apontou por cima do ombro com o polegar. — Eu só vou... colocar essa cerveja na geladeira.

Alfonso se abaixou na frente da geladeira e ficou todo atrapalhado com as garrafas, tanto que uma escapou e se espatifou no chão.

— Merda — ele disse com os dentes cerrados. — Desculpa, Dulce. Eu limpo tudo.

Nunca vi Alfonso agir desse jeito. Normalmente ele era frio como um gelo. Foi uma reação à minha irmã ou a alguma outra coisa?

Depois que Alfonso e Nicole saíram da cozinha, Annie só olhou para mim em silêncio. Eu já havia visto essa cara antes. Nós líamos os pensamentos uma da outra sem ter que falar nada.

— Então, esse é o Alfonso. — Ela olhou para onde ele estava do outro lado do apartamento.

— Sim.

— Ele é lindo — sussurrou.

— Eu sei. Christopher e ele são parecidos, mas diferentes, certo?

— Totalmente. — Annie soltou um suspiro profundo. Ela também parecia um pouco nervosa.

Se havia uma coisa que eu sabia sobre a minha irmã, era que ela nunca pensaria em se aproximar de alguém que namorava. O último relacionamento de Annie terminou com o ex dela indo embora com outra pessoa, assim como o meu tinha feito comigo. Ela entendia o que era traição. E, mesmo que em algum universo alternativo ele não estivesse com Nicole, eu não sabia se poderia confiar a Alfonso o coração de Annie. Por mais que amasse meu cunhado, ele não era Christopher. Um ator que namora uma atriz também não parece ser uma combinação inteligente.

Ainda assim, por um momento fugaz, não pude deixar de imaginar como seria ver o irmão de Christopher com minha irmã. Mas era só uma fantasia, especialmente porque Annie morava em Nova York e Alfonso, aqui.

Morava aqui com a namorada dele.

 Ok. Vida que segue, Dulce.

Mais tarde naquela noite, todos tinham comido e trocado presentes, sendo o momento oportuno para anunciar o nome que tínhamos escolhido.

Christopher fez as honras.

— Então, quero que todos saibam que pensamos muito sobre isso, analisamos nomes obscuros e comuns. Nada parecia certo por muito tempo. Então, minha mulher aqui impôs sua decisão. Ela me disse que só havia um nome adequado. Quem sou eu para discutir? Então, apresento a vocês... Christopher Victor Uckermann ou, como gostamos de chamá-lo, Pequeno C.

— Esperamos todo esse tempo só para saber que ele vai chamar Christopher?

— Exatamente. E o nome do meio é o do papai, é claro.

— Acho que nossa escolha representa nosso relacionamento — acrescentei. — Às vezes, as melhores coisas estão bem debaixo do nosso nariz o tempo todo.

***

Christopher e eu estávamos nos preparando para dormir na véspera de Natal, quando eu lhe perguntei:

— Alfonso falou alguma coisa sobre a Annie?

— Alguma coisa diferente de “Puta merda, por que não me falou que a sua cunhada era essa delícia?” Não.

— O que disse a ele?

— Eu disse que Annie agora era da família e que eu ia encher ele de porrada se algum dia transasse com ela.

— Sério?

— Claro que sim. Dito isso, acho que ele gosta mesmo da Nicole. O adolescente nele só saiu para dar uma voltinha quando ele viu sua irmã.

 — Ok. — Decidi abandonar o assunto e superar a minha aparente obsessão com a ideia de Alfonso e Annie juntos.

Christopher se virou para mim na cama.

— Então... pronta para o seu presente?

— Você disse para esperar alguma coisa maluca, então não sei.

— Não é tão maluco. — Ele olhou para o teto em dúvida, depois riu. — Bem, talvez seja.

— O que é?

— Bom, vou começar dizendo... Eu nunca amei esse sinal na minha bunda. Eu odiava, na verdade... até que você me disse que tinha gostado dele.

— Uau. Agora estou muito confusa. Do que estamos falando?

— Eu decidi colocar os pingos nos is.

— O quê?

— Em vez de remover o sinal, dei uma ajeitada nele.

Christopher levantou da cama e abaixou a calça para revelar a bunda musculosa e bronzeada.

Tinha uma palavra tatuada onde antes havia o sinal.

Espera.

A manchinha ainda estava lá! Agora era o pingo no I da palavra que ele havia tatuado naquela bela bunda.

INCENDIÁRIA.