Fanfic: METIDO DE TERNO E GRAVATA (Adaptação Vondy) | Tema: Romance, comédia, hot
No quarto, olhei o criado-mudo. Bisbilhotar a coleção de DVDs e o conteúdo da geladeira era uma coisa, mas invadir a mesa de cabeceira seria ultrapassar o limite. Olhei em volta procurando outra coisa para ver. Não havia nada. Nem fotos, nem papeizinhos dobrados tirados dos bolsos na noite anterior e deixados sobre a cômoda. Olhei de novo para o criado-mudo.
— Não — disse a mim mesma em voz alta.
Levantei Blackie até a altura do meu rosto para termos uma conversa.
— Seria errado mexer na gaveta de Ucker, não seria, amiguinho?
Ele pôs a língua para fora e lambeu meu nariz.
— Vou interpretar como um sim.
O interior do closet tinha mais a cara de Christopher Von Uckemann. Ternos enfileirados de um lado, a maioria escuro. Uma quantidade obscena de camisas sociais penduradas do outro lado. Tudo certinho e organizado.
Chato.
Voltei ao quarto, e meus olhos encontraram imediatamente o criado- mudo. Aquela coisa estava me atormentando.
— Talvez só uma espiada.
Afaguei Blackie, que continuava no meu colo. Ele ronronou para mim. Cachorros ronronam? Um ronronar seria o equivalente humano a um sim, não seria?
Só uma espiadinha... não vou tirar nada do lugar.
Abri a gaveta com o dedo indicador. Dentro dela havia uma bolsinha de veludo preto, uma embalagem transparente de alguma coisa que podia ser lubrificante, embora o rótulo estivesse voltado para baixo, e uma caixa fechada de preservativos.
Bom, talvez eu precisasse mexer em uma ou duas coisas.
— Acha que tem alguma coisa boa nessa bolsa, amigo? — Estava falando com Blackie de novo.
Mas não foi Blackie que respondeu.
— Eu sei que tem alguma coisa boa
naquela bolsa. — A voz profunda de Ucker quase me matou de susto. Dei um pulo, e o movimento espontâneo dos braços jogou Blackie para cima. Felizmente, ele caiu em cima da cama.
— Quase me matou de susto. — Levei a mão ao peito.
Ucker estava parado na porta, apoiado no batente de um jeito casual.
— Estava tão distraída espionando que não me ouviu entrar.
— Não estava espionando.
Ucker levantou uma sobrancelha.
— Não estava — repeti.
— Será que deixei a gaveta aberta hoje de manhã, então?
Cruzei os braços.
— Acho que sim.
Ele riu, se aproximou do criado-mudo e fechou a gaveta.
— Bom, se a deixei aberta hoje de manhã e você não estava espionando, provavelmente não quer saber o que tem na bolsa.
— Não quero.
— Que pena.
— Por quê? O que tem na bolsa?
— Me beija.
— Vai me contar o que tem na bolsa?
Ele passou os braços em torno de minha cintura.
— Vou te mostrar o que tem na bolsa.
Agora me cumprimenta direito.
Revirei os olhos como se isso não fosse uma coisa que quisesse fazer cada vez que via aquele rosto ridiculamente lindo. Depois beijei seus lábios. Antes que eu pudesse me afastar, ele enrolou parte do meu cabelo na mão e não soltou até me beijar de verdade.
— Nunca pensei que você fosse xereta
— falou ele, com a boca encostada na minha.
Inclinei a cabeça para trás e olhei para ele.
— Normalmente não sou. Mas não consigo entender você.
— O que tem para entender?
— Comédia pastelão ou filmes de guerra civil? Normalmente, as pessoas gostam de um ou do outro.
Ucker parecia achar isso engraçado.
— Eu gosto dos dois.
— E o Nesquik? Morango, caramba.
— Eu gosto.
— É óbvio.
— E Blackie também gosta.
— Você dá Nesquik para o cachorro?
— Dou.
— Então... é isso. O sr. Grande Babaca não tem um cachorrinho fofo e não divide leite com morango com ele.
— Talvez eu não seja o sr. Grande
Babaca como você pensa. — Ele deslizou
minha mão pela frente da calça. — Talvez eu seja só grande, mas não um grande babaca.
— Qual é o nome da sua secretária?
— Elaine.
— Eliza. Ela falou hoje de manhã. Eu estava lá.
— Estava ocupado. É difícil encontrar uma boa secretária que fique por muito tempo no emprego.
— Só quando você é um grande babaca.
— Então talvez eu seja um grande babaca. Mas não com você, não é?
Suspirei.
— O que tem na bolsa?
— E se disser que é uma corda porque quero te amarrar?
Pensei nisso por um segundo, depois dei de ombros.
— Acho que topo. Ele bufou frustrado.
— Droga. Eu devia ter comprado uma corda.
— Isso exigiria uma viagem à loja de ferramentas. Imagino que não seja o tipo de cara que faz as coisas sozinho, e duvido que saiba onde tem uma dessas lojas.
— E se eu disser que é um brinquedinho de sex shop, uma daquelas bolas que a gente amarra no rosto para a pessoa não poder falar? E se eu disser que é isso que tem na bolsa, bocuda?
— Uma mordaça com bola?
— Identificou bem depressa o que é. Eu me inclinei para ele e cochichei:
— Também tenho Clube dos pilantras, Happy Gilmore e O âncora. Mas em vez de filmes chatos sobre a guerra civil, talvez tenha alguns de um gênero diferente.
Ele gemeu.
— Você tem uma coleção de pornô?
— Talvez.
— Você não seria mais perfeita nem se eu inventasse.
— Mesmo não gostando das minhas
respostas engraçadinhas?
— Suas respostas me deixam de pau duro, e mais tarde vou enfiar ele todinho nessa boca. Tem razão, não sei onde tem uma loja de ferramentas, mas sou muito versátil, e aposto que consigo encontrar alguma coisa para amarrar seus braços e suas pernas quando chegar a hora.
Ele só estava brincando, mas ouvir Ucker falar sobre me amarrar me deixava excitada, e ele percebeu.
— Caralho, Dulce.
— Sim. Por favor.
Era tudo de que ele precisava. Só horas mais tarde fiquei sabendo o que havia dentro da bolsa: a lingerie que ele havia comprado na Bergdorf’s no dia do baile de gala. Não usei a peça naquela noite, mas arranquei dele a promessa de que a gaveta estaria cheia de coisas mais interessantes na minha próxima sessão de espionagem.
Na manhã seguinte, acordei com Ucker totalmente vestido afagando meu rosto. Abri os olhos.
— Oi. Dormi demais?
— Não. Eu acordei muito cedo. Vou ter um dia cheio e quero começar logo.
Estiquei os braços acima da cabeça, o que fez o lençol escorregar e expor meus seios nus. O frio da manhã deixou os mamilos imediatamente rígidos.
— Não faz isso. Não vou conseguir
sair. — Ucker esfregou dois dedos sobre um deles.
— Hum...
— Dulce... — avisou ele.
— O quê? Isso é bom. Não toca, se não quer que eu reaja.
Ele balançou a cabeça.
— Vai ficar comigo hoje à noite de novo? Vou chegar tarde, mas vou adorar encontrar essa bela visão na minha cama.
— Tem que trabalhar até tarde? — Olhei para a janela do quarto. — Ainda nem clareou, e você já está planejando trabalhar até depois que escurecer.
— Não. Preciso passar no velório hoje
à noite. Vai ser das sete às nove, provavelmente vou esperar no escritório para ir direto.
— Ah.
— Vai estar aqui quando eu voltar?
— Posso ir com você? Ao velório. Não devia fazer isso sozinho. Não deve ser nada agradável, é seu ex-amigo, cuja empresa estava tentando comprar, e a viúva é sua ex-namorada. Você vai precisar de companhia.
— Faria isso por mim?
— É claro. Aliás, parece que esse é meu destino ultimamente. Encontros em funerais.
Ucker riu e me beijou de leve.
— Eu pego você às seis e meia. E obrigado.
Ele saiu, e continuei na cama mais um pouco antes de levantar. Não conseguia parar de pensar... essa noite vai ser interessante.
Eitaaaaa que os próximos capítulos serão tensos
Autor(a): dayanerodrigues
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 578
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aucker Postado em 29/11/2020 - 20:53:59
Amei muito <3
dayanerodrigues Postado em 01/12/2020 - 10:38:10
obg linda *-*
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taianetcn1992 Postado em 26/11/2020 - 06:31:03
GENTE, AMEI MUITO ESSE FIM EPICO ASSIM COMO ELES
dayanerodrigues Postado em 26/11/2020 - 21:07:44
Foi lindo demais
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binha1207 Postado em 25/11/2020 - 21:19:08
Essa é simplesmente minha fanfic favorita...obrigada por ter postado.
dayanerodrigues Postado em 25/11/2020 - 22:08:03
Ohhh amor muito obg. Tem fic nova viu O acordo
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anne_mx Postado em 25/11/2020 - 19:43:09
OH MEU DEUS, não acredito que já acabou, vou morrer de saudades dessa fanfic, obrigadaaaa por ter nos dado a oportunidade de lê-la <3
dayanerodrigues Postado em 25/11/2020 - 19:53:16
Obg por acompanhar amor. Tem fic nova. Acompanha lá tbm
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vondysaviñon Postado em 25/11/2020 - 19:23:38
obrigada por ter adaptado essa preciosidade e desculpa pela minha ausência nos últimos dias. Sei que ando sumida daqui, mas vou tentar melhorar kkkkkk a vida corrida do adulto não é fácil
dayanerodrigues Postado em 25/11/2020 - 19:39:21
Eu que agradeço por ter acompanhado. Agora a Fic Acordo com tudo
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vondysaviñon Postado em 25/11/2020 - 19:22:22
eu amo tanto, tanto esse último capítulo. é tão eles
dayanerodrigues Postado em 25/11/2020 - 19:38:49
É a coisa mais linda
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vondysaviñon Postado em 25/11/2020 - 19:20:51
"Eu a prendi para sempre, e agora ela está produzindo pequenos Uckermanns italianos" tem como não amar?
dayanerodrigues Postado em 25/11/2020 - 19:38:33
Eu ameiii demais esse email dele
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nathalia_muoz Postado em 25/11/2020 - 18:20:51
Me encantó las historia, felicitaciones
dayanerodrigues Postado em 25/11/2020 - 19:38:12
Gracias mina *-*
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anne_mx Postado em 25/11/2020 - 14:51:44
Ele pediu ela em casamento e ela nem percebeu KKKKKKKKKKK
dayanerodrigues Postado em 25/11/2020 - 19:37:51
Clamufado kkkkkk
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anne_mx Postado em 25/11/2020 - 14:51:15
AAAAAHHHHHHHH QUE LINDO! Ver essa demonstração de amor dela pra ele e pra filha através da tatuagem foi tudo, por incrível que seja eu tenho vontade de casar com um homem que já tem filha ou filho kkkkkkkkk é doido eu sei, mas é uma vontade que tenho é fico tão feliz de ver o desenrolar dessa fanfic, tbm n vejo a hora de vir um baby Vondy <3
dayanerodrigues Postado em 25/11/2020 - 19:37:21
Muito lindo mesmo Ameiiii