Fanfics Brasil - Capitulo 17- p02 METIDO DE TERNO E GRAVATA (Adaptação Vondy)

Fanfic: METIDO DE TERNO E GRAVATA (Adaptação Vondy) | Tema: Romance, comédia, hot


Capítulo: Capitulo 17- p02

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Na segunda, toda confiança que Ucker havia me dado nesse relacionamento já começava a se dissipar. Ida me mantinha ocupada desde a hora do almoço. Na fila do banco, o homem na minha frente estava com a filha. Ela devia ter a idade de Chloe. Na linha sete a caminho da gráfica, vi um casal sentado à minha frente. A filha segurava no cano de metal, girava e girava em torno dele. Provavelmente, não era um momento profundo para eles, mas para mim aquela era uma família feliz. Os lembretes estavam em todos os lugares para onde eu olhava.



Depois da última tarefa do dia fora do
escritório, eu estava em pé na plataforma esperando o trem que ia na direção sul. Do outro lado dos trilhos, o trem para o norte chegou. A palavra ao lado do círculo com o número sete chamou minha atenção. Queens. Sem pensar, embarquei antes que as portas fechassem.
Que diabo eu estava fazendo? Não o via
há oito anos. Talvez ele nem morasse mais no Queens. Quando saí da estação na rua Sessenta e Um, outro trem se aproximava. Pensei em entrar nele e voltar para o lugar de onde tinha vindo. Pensei nisso por tanto tempo que as pessoas tiveram que desviar de mim enquanto eu estava ali parada, vendo o trem se afastar.



A casa dele ficava a oito quarteirões da estação. Eu estava no terceiro quarteirão quando o celular vibrou e vi o nome de Ucker na tela. Meu dedo se aproximou do recusar, mas lembrei o que tinha dito na noite passada. Eu estaria ao lado dele.
Não o evitaria mais.
— Oi.
— Oi, linda. Como foi seu dia?
Eu estava parada na faixa, esperando o sinal abrir.
— Cheio. Ida me fez andar pela cidade toda resolvendo problemas. — O sinal abriu, e eu desci da calçada. Do nada, um carro apareceu na minha frente, a menos de cinco centímetros dos meus dedos dos pés. Bati no porta-malas do carro amarelo. — Seu babaca. Olha por onde anda!
— Dulce?
— Eu. Desculpa. Um táxi quase passou em cima do meu pé.
— Ainda está em Manhattan?
— Na verdade, não.
— Ah. Que bom. Acabei de sair de uma reunião no Brooklyn. Onde você está? Posso ir te buscar, e jantamos juntos?
Fiquei em silêncio por um minuto.
— Não estou no Brooklyn.
— Onde você está?
— Queens.
— Ah. Pensei que tivesse terminado de fazer tudo.
— Terminei. — Engoli a saliva. — Vou ver meu pai.



Ucker não perguntou por que eu ia lá. O motivo era óbvio. Conversamos enquanto eu percorria o restante do caminho, e eu disse que mandaria uma mensagem quando saísse de lá para jantarmos juntos. Quando desliguei, parei ao perceber que estava a duas casas de onde meu pai morava. O que eu ia dizer?
Perdi a noção do tempo enquanto estava lá, mas devo ter ficado olhando para a casa por meia hora, pelo menos. Não tinha nenhum controle sobre as emoções, não tinha a menor ideia do que ia dizer, mas tinha certeza de que isso era necessário. Foda-se. Andei até a porta, respirei fundo e bati. Esperei com o coração disparado. Quando ninguém abriu a porta, minha primeira reação foi
de alívio. Eu estava quase virando para ir
embora, quando a porta se abriu.



— Pois não? — perguntou Theresa. Depois, ela arregalou os olhos. — Meu Deus. Dulce. Desculpa, não te reconheci.
Forcei um sorriso.
— Meu pai está? — De repente fiquei em pânico, e tudo que queria era ir embora. Por favor, diz que não. Por favor, diz que não.
— Sim, ele está lá em cima, lutando com a porta do armário que escapou da dobradiça. Acho que ele está perdendo a briga. — Ela sorriu com ternura e se afastou para o lado. — Entre. Vou buscá- lo. Ele vai ficar muito feliz com sua visita.


Fiquei perto da porta, me sentindo como se visitasse a casa de um desconhecido pela primeira vez. Ele era isso mesmo, em essência. Um desconhecido. As paredes eram cobertas de fotos de família. A nova família de meu pai. Todo mundo sorria e ria em todas as molduras. Nenhuma foto minha ou de minha irmã. Eu não devia ter vindo. Uma voz que eu não ouvia há anos interrompeu meu debate interno.
— Dulce. — Meu pai descia a escada
quando falou. — Está tudo bem?
Assenti.
— Sua mãe está bem? Isso me deixou furiosa.
— Ela está bem.


Frank Saviñon se aproximou de mim, ameaçando minha já abalada confiança. Por um segundo, pensei que ele ia me abraçar. Mas, quando cruzei os braços, ele entendeu o sinal.
— Que surpresa agradável. Faz muito tempo. Olha só, você é uma adulta. Parece sua tia Anett. Está bonita.
— Pareço minha mãe. — O lado dele da genética não levaria os créditos por nada de bom.
— É, tem razão, parece com ela.


Os últimos oito anos foram bons com meu pai. Ele estava com mais de cinquenta. Algumas mechas grisalhas
tingiam o cabelo preto e abundante, mas a pele morena não estava muito envelhecida. Ele era um homem em boa forma; correr era sua válvula de escape quando éramos crianças, e ele devia ter mantido o hábito.


— Vem. Vamos sentar.
Hesitante, eu o segui até a cozinha.
— Café?
— Sim. — Ele serviu a bebida fumegante em duas xícaras e me deu um biscotti. Minha mãe nunca deixava minha irmã e eu bebermos café quando éramos pequenas. Mas o lado Saviñon família tinha vindo da Sicília; acreditavam que, se você tinha tamanho suficiente para segurar a xícara, ela devia estar cheia de café. A mesma norma valia para uma taça de vinho. As melhores lembranças que tinha de meu pai eram nossas manhãs à mesa da cozinha, depois que minha mãe saía para ir trabalhar. Meu pai e eu conversávamos, tomávamos café e comíamos biscotti antes de eu ir para a escola. Eu levantava cedo até no verão para ficar lá sentada com ele. Depois que ele saiu de casa, eu evitava a mesa da cozinha de manhã, porque olhar para ela me fazia pensar se ele estava tomando café com Brianna, sua nova filha.
— Como vai?
— Bem.
Ele assentiu. Eu tinha ido bater na porta da casa dele, mas impedia qualquer conversa que ele tentava começar.


Alguns minutos mais tarde, ele tentou de novo.
— Ainda mora no Brooklyn?
— Sim.
O mesmo movimento com a cabeça. E alguns minutos depois:
— O que você faz?
— Trabalho para uma colunista conselheira.
— Parece interessante.
— Não é.
Mais alguns minutos.
— Está namorando?


Ucker havia me apresentado como namorada há algumas noites, mas eu nunca tinha dito isso em voz alta.
— Tenho um namorado.
— É sério?
Pensei um pouco. Era sério. Só nos conhecíamos há um mês, mas era o relacionamento mais sério que já tive.
— É, sim.
Meu pai sorriu.
— Ele acabou de descobrir que tem uma filha com a ex-noiva.
O sorriso desapareceu. Meu pai fechou os olhos por um instante, depois os abriu e assentiu como se tudo fizesse sentido.
Ele respirou fundo e soltou o ar em um sopro barulhento.



— Cometi muitos enganos na vida, Dulce. Coisas das quais não me orgulho.
— Como trair minha mãe. Ele balançou a cabeça.
— Sim, como trair sua mãe.
— Você abandonou a gente. Como alguém abandona os filhos?
— Já disse, fiz coisas das quais não me orgulho.
— E se arrepende delas?
— Eu me arrependo de ter magoado vocês.
— Não foi essa a pergunta. Você se
arrepende da escolha que fez? Escolher
uma mulher em vez das suas filhas? Adotar uma família que não era a sua e nunca mais olhar para trás?
— Não foi bem assim, Dulce.


Falei um pouco mais alto.
— Responde. Pensa no passado e lamenta não ter feito uma escolha diferente?
Ele abaixou a cabeça envergonhado, mas respondeu com honestidade.
— Não.
Foi como levar um soco no estômago.
— Você amou minha mãe?
— Sim. Amei muito.
— E se Theresa não tivesse correspondido ao seu amor?
— O que está perguntando?
— Teria ficado com minha mãe, se Theresa não amasse você?
— Não sei, Dulce. Não foi assim que aconteceu.
— Você e minha mãe foram felizes?
— Sim, houve um tempo em que fomos.
— Até Theresa.
— Isso não é justo. É mais complicado.
Levantei.
— Eu não devia ter vindo. Foi um erro.



Meu pai ficou em pé.
— Os erros foram todos meus, Dulce.
— Ele olhou dentro dos meus olhos e disse: — Eu amo você.



Tudo que tinha acontecido nos últimos anos borbulhava muito perto da superfície. Era como se um tsunami se aproximasse, e eu seria engolida por ele, se não corresse. Então corri. Fugi daquela casa. Não foi o momento mais maduro da minha vida, mas não podia deixar aquele homem me ver chorar.


Passei correndo pelos retratos de família, pela porta da frente e pela escada, pulando os degraus de dois em dois. Meus olhos ardiam, a garganta se fechava e o peito ficava apertado. Estava tão determinada a me afastar o mais depressa possível que nem olhava para onde ia. Por isso não vi o homem parado na calçada, até estar em seus braços.



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Autor(a): dayanerodrigues

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Mandei o motorista seguir para o Queens antes mesmo de descobrir o endereço do pai dela. Felizmente, só havia um Saviñon no bairro, ou eu teria precisado bater em algumas portas. Um pressentimento me dizia que a visita não ia acabar bem. Quando cheguei naavenida Catalpa, não sabia se ela estava na casa ou não, então fiquei no ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 578



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  • aucker Postado em 29/11/2020 - 20:53:59

    Amei muito <3

    • dayanerodrigues Postado em 01/12/2020 - 10:38:10

      obg linda *-*

  • taianetcn1992 Postado em 26/11/2020 - 06:31:03

    GENTE, AMEI MUITO ESSE FIM EPICO ASSIM COMO ELES

    • dayanerodrigues Postado em 26/11/2020 - 21:07:44

      Foi lindo demais

  • binha1207 Postado em 25/11/2020 - 21:19:08

    Essa é simplesmente minha fanfic favorita...obrigada por ter postado.

    • dayanerodrigues Postado em 25/11/2020 - 22:08:03

      Ohhh amor muito obg. Tem fic nova viu O acordo

  • anne_mx Postado em 25/11/2020 - 19:43:09

    OH MEU DEUS, não acredito que já acabou, vou morrer de saudades dessa fanfic, obrigadaaaa por ter nos dado a oportunidade de lê-la <3

    • dayanerodrigues Postado em 25/11/2020 - 19:53:16

      Obg por acompanhar amor. Tem fic nova. Acompanha lá tbm

  • vondysaviñon Postado em 25/11/2020 - 19:23:38

    obrigada por ter adaptado essa preciosidade e desculpa pela minha ausência nos últimos dias. Sei que ando sumida daqui, mas vou tentar melhorar kkkkkk a vida corrida do adulto não é fácil

    • dayanerodrigues Postado em 25/11/2020 - 19:39:21

      Eu que agradeço por ter acompanhado. Agora a Fic Acordo com tudo

  • vondysaviñon Postado em 25/11/2020 - 19:22:22

    eu amo tanto, tanto esse último capítulo. é tão eles

    • dayanerodrigues Postado em 25/11/2020 - 19:38:49

      É a coisa mais linda

  • vondysaviñon Postado em 25/11/2020 - 19:20:51

    &quot;Eu a prendi para sempre, e agora ela está produzindo pequenos Uckermanns italianos&quot; tem como não amar?

    • dayanerodrigues Postado em 25/11/2020 - 19:38:33

      Eu ameiii demais esse email dele

  • nathalia_muoz Postado em 25/11/2020 - 18:20:51

    Me encantó las historia, felicitaciones

    • dayanerodrigues Postado em 25/11/2020 - 19:38:12

      Gracias mina *-*

  • anne_mx Postado em 25/11/2020 - 14:51:44

    Ele pediu ela em casamento e ela nem percebeu KKKKKKKKKKK

    • dayanerodrigues Postado em 25/11/2020 - 19:37:51

      Clamufado kkkkkk

  • anne_mx Postado em 25/11/2020 - 14:51:15

    AAAAAHHHHHHHH QUE LINDO! Ver essa demonstração de amor dela pra ele e pra filha através da tatuagem foi tudo, por incrível que seja eu tenho vontade de casar com um homem que já tem filha ou filho kkkkkkkkk é doido eu sei, mas é uma vontade que tenho é fico tão feliz de ver o desenrolar dessa fanfic, tbm n vejo a hora de vir um baby Vondy <3

    • dayanerodrigues Postado em 25/11/2020 - 19:37:21

      Muito lindo mesmo Ameiiii


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