Fanfic: A Love to Remember; Fred Weasley | Tema: Harry Potter
– Vamos, vamos! Estamos quase atrasados! – repetiu Claire correndo na frente de Louis e Annabeth.
– Não estamos nem perto de estarmos atrasados, Claire! – ela ignorou a falação de Louis e continuou saltitando na frente dos dois – Ela está mesmo ansiosa para essa aula de Adivinhação, não é?
– Sim – respondeu Annabeth sorrindo. Não se incomodava com a animação da amiga, achava adorável. E também estava feliz de poderem ter pelo menos uma aula em conjunto.
No terceiro ano, além das sete matérias de sempre, os alunos precisam escolher mais duas disciplinas opcionais que sejam de seu interesse para que comecem a pensar sobre o que pretendem fazer após Hogwarts. Afinal, em dois anos eles estariam prestando os N.O.Ms.
Pensando nisso, depois de muita discussão, Annabeth, Louis e Claire escolheram Adivinhação para terem juntos como primeira disciplina. Era a única aula que todos concordavam que seria irrelevante o suficiente para não se incomodar em ter. Como segunda, Claire escolheu Estudo dos Trouxas, Louis optou por Runas Antigas e Annie, Trato das Criaturas Mágicas.
Não sabia o que queria fazer ainda, mas se tivesse que escolher algo definitivamente não teria nada a ver com Aritmancia ou Runas Antigas. E muito menos Estudo dos Trouxas. Ela já morava e convivia com muitos deles!
Os três amigos se sentaram na mesa do canto, Annie ficou perto da janela. Uma das melhores partes de ter aula naquela parte do castelo era a vista. A aula de adivinhação ficava em uma das torres de astronomia e Annabeth era uma grande fã da paisagem de Hogwarts, ainda mais se pudesse vê-la lá de cima.
– Cedric disse que essa aula era péssima – comentou Louis.
Cedric Diggory é o aluno mais popular da Lufa-Lufa - tanto quanto um aluno do quarto ano consegue ser, é claro. Annabeth havia o conhecido na biblioteca enquanto pesquisava sobre animagos, eles a frequentavam no mesmo horário e com o mesmo motivo! E Cedric também é simpático o suficiente para atravessar a cara emburrada de qualquer Sonserino, então foi só uma questão de tempo até que ele se tornasse amigo de Annabeth, Louis e Claire, que também era da mesma casa que ele.
Annabeth nunca conhecera ninguém que pesquisasse tanto sobre animagos quanto ela. É claro que ela gostaria de se tornar uma animaga, mas ninguém acreditava nisso. Ninguém até Cedric aparecer.
– Isso é impossível! – disse ela certa vez fechando um dos livros que Cedric pegara na sessão restrita com a ajuda do monitor-chefe de sua casa.
– Bom, é claro que é. Nós nem temos quinze anos ainda.
– Então por que se incomodar?
– Estamos estudando para ter resutados a longo prazo – respondeu virando-se na cadeira para fitar a garota loira – Tenho certeza que vamos conseguir, Annie.
– Como você sabe?
– Porque somos nós.
Cedric acreditava, então ela acreditava também. Eles fariam isso ao mesmo tempo e seriam os dois únicos adolescentes listados no registro do Ministério.
– Cedric não sabe o que fala. Tenho certeza que não deve ser tão ruim assim – respondeu Claire – Olha, o namorado de Annie chegou.
Annabeth revirou os olhos e tentou parecer indiferente, mas com o canto do olho não conseguiu evitar ver Fred entrando na sala junto de seu irmão gêmeo, Lee Jordan e Angelina Johnson.
– Pare com isso. Nós nem nos conhecemos direito.
– Bom, você definitivamente conhece ele – intrometeu-se Louis.
Annabeth apenas fez uma careta e ficou em silêncio, torcendo para que assim o assunto morresse, mas foi em vão.
– Agora ela fica com vergonha. Quando me acorda no sábado só para vê-lo jogar ela não sente vergonha alguma.
Annie colocou a mão no peito fazendo sua melhor expressão ofendida – Eu sou uma grande fã de quadribol para sua informação!
– Ah, por favor! Você nem...
– E a Grifinória entrega um ótimo jogo todos os sábados, principalmente depois que aquele garoto entrou no time...
– O nome dele é Harry...
– ...E eu me sinto extremamente ofendida por você achar que eu...
– Você nem sabia o que era um balaço!
– ...Faria isso tudo só para...
– Você não vai a quase nenhum dos meus jogos! E somos da mesma casa!
– ...Ver um garoto!
Claire soltou uma risada e empurrou o ombro dos dois – Calem a boca!
– Eu só estou tentando me defender aqui!
– Se defender de que? Não tem ninguém te acusando! Você gosta dele. Grande coisa! Não é a única.
Annie estreitou os olhos – Como?
Louis se empertigou inteiro, como se guardasse com ele o maior segredo do mundo.
– Quem gosta dele?! – perguntou Claire, dessa vez mais baixo e se aproximando, movimento que os outros dois copiaram.
– Angelina Johnson gosta – disse calmamente e deu de ombros – Foi o que ouvi dizer.
O olhar de Annabeth foi involuntariamente em direção à mesa do outro lado da sala, onde Fred, George e Jordan estavam sentados. Angelina estava na mesa ao lado com mais duas garotas da Grifinoria, mas sua cadeira estava levemente virada para o lado e ela conversava com Fred.
– Tem certeza que é dele que ela gosta? – perguntou Claire – Quero dizer... As pessoas podem se confundir, existem dois deles.
– Cedric e Wood estavam comentando – Annabeth sentiu seu estômago ir ao chão e seu amigo deve ter percebido, pois logo completou: – Mas eles podem estar enganados. Às vezes eles são meio tontos. Principalmente Cedric, você sabe.
Louis e Oliver Wood haviam ficado bastante amigos depois que separaram uma briga entre um jogador da Grifinória e outro da Sonserina. Uma espécie de relação entre padrinho e afilhado. Conversaram ainda mais quando Louis interveio em favor de Harry Potter quando Draco Malfoy estava soltando ofensas sobre ele no meio do campo, antes de um dos jogos. Louis não era o capitão do time – o capitão de verdade era Michael Yesmitz e ele era, por falta de palavra melhor, um capitão de merda. Mas Yesmitz sempre dava Louis coisas a fazer, então para Annabeth, era questão de tempo até que o próprio amigo se tornasse capitão do time. Afinal, era o ultimo ano de Michael e ele parecia, de uma forma muito estranha e preguiçosa, estar preparando Louis para isso. Por ser assim tão idiota, o capitão deixou com que Malfoy entrasse para o time, mesmo o garoto não tendo nenhum talento. Louis tentou conversar, mas foi em vão. Neste dia em questão, Yesmitz estava coordenando o treino da arquibancada quando o time da Grifinória chegou e Malfoy se aproximou de Potter, mas antes que algo pudesse acontecer de verdade, Louis o mandou ir embora. Ele podia não ser tão velho quanto Michael, mas os garotos do time o obedeciam. Talvez fosse o quanto ele havia ficado alto no verão ou a expressão gélida dele que deixavam os outros nervosos só de ter que olhar em seus olhos. Anos de prática com várias irmãs mais novas, ele sempre diz. Wood agradeceu e disse que ficou surpreso, então mesmo sendo de times rivais e tendo três anos de diferença, os dois passaram a andar juntos as vezes e a conversar sobre quadribol. Annie começava a perceber que Louis passara a levar o esporte cada vez mais a serio. Devia ser por isso que se dava tão bem com Oliver Wood, que provavelmente se tornaria um jogador de quadribol profissional muito em breve.
Já Cedric Diggory... Apenas era dificil não gostar dele. Então ele logo se aproximou de Louis e Oliver. Também ajudou que ele era o capitão do time de quadribol da Lufa-Lufa.
Ele era realmente bom em tudo.
– Bom... Ele é bonito e engraçado. É natural, não é?
Annabeth sorriu enquanto falava, seus dois amigos a encarando. Se os olhos de Claire pudessem furar, Louis estaria cheio de buracos pelo corpo. Ela provavelmente o mataria depois por ter aberto a boca.
Qualquer um com olhos vê o quão Fred (e seu irmão George também) é bonito. Qualquer um com ouvidos e o mínimo senso de humor também o acharia engraçado. Logo, qualquer um também gostaria dele. Era só questão de tempo.
E também, Annabeth não gostava dele. Era um sentimento platônico que ela carregava só porque ele estava sempre presente, a olhando no meio de uma aula de Herbologia e dando um sorrisinho de lado. Ou então quando estavam no salão comunal e ele acenava discretamente pra ela. De qualquer modo, Annabeth não tinha tempo para se deixar esquecer, o que era muito, muito chato, mas não era amor. Não estava apaixonada nem nada do tipo, nem sequer achava que tinha idade para saber o que era isso.
No entanto, o sentimento continuava martelando dentro dela. Uma sensação ruim e um gosto amargo, pior do que se tivesse comido uma bala de todos os sabores sabor cera de ouvido.
Talvez ela preferisse comer umas vinte dessa novamente se pudesse parar de se sentir incomodada com o fato de Fred ainda estar conversando com Angelina. Eles nem eram amigos! Isso era realmente muito inconveniente já que ele nem sequer sabia seu nome.
Ela balançou a cabeça e colocou um sorriso no rosto tentando não preocupar seus amigos com besteiras, mas não foi preciso muito esforço, pouco depois a professora finalmente havia chegado.
Ela era alta e muito magra, seus longos cabelos pretos eram cheios de cachos e bastante volumosos. Trewlaney usava óculos redondos que pareciam ter bastante grau e um lenço na cabeça. Sorriu para os alunos enquanto parava em frente a sua mesa.
– Penso que vocês esperem que eu peça desculpas pelo atraso... Posso fazer isso, obedecer a nossa etiqueta social, mas... – ela foi para trás de sua mesa e passou a mão pela bola de cristal que estava posta no centro, assim como em todas as mesas dos alunos a sua frente – Eu cheguei na hora que deveria chegar.
Annie deu uma risadinha fraca olhando para baixo. Que figura, pensou.
[...]
Professora Trewlaney passou alguns minutos explicando como surgiu a Adivinhação, sua origem e sua história. Claire fazia anotações precisas, enquanto Annabeth anotava uma palavra ou outra e Louis apenas prestava atenção no monólogo que a professora estava tão dedicada a fazer.
– Bom, agora vamos a um exercício... – ela sorriu – Escolham uma pessoa na mesa para tocar a bola de cristal na frente de vocês.
Claire paralisou e colocou as mãos embaixo da mesa balançando a cabeça.
– Ora, veja só, que palhacinha. – Louis a encarou – Não era você que queria tanto vir nessa aula? Agora não quer nem ver seu suposto futuro?
– Adivinhação é uma matéria interessante, mas não quer dizer que estou disposta a fazer isso!
Louis bufou e olhou para os olhos cinzas da garota a sua frente como se perguntasse "eu ou você?"
Annabeth deu de ombros e colocou a mão no objeto.
– Ótimo, ótimo... Agora um de seus amigos vai dizer o que vê dentro da bola de cristal. Vamos tentar trabalhar a nossa clarividência. Vejamos... – ela caminhou até a mesa de Fred, onde o mesmo também segurava o objeto – O que você prevê para o futuro de seu amigo? Consegue ver alguma coisa?
– Bem... É confuso. – respondeu Lee Jordan – Tem algo ai, mas está dividido. É como se estivesse cheio de fumaça preta e uma luz estivesse tentando entrar, mas sem muito sucesso – Lee franziu o cenho e balançou a cabeça para a professora como quem já desistiu.
George fez uma careta, mas Fred riu e deu de ombros, retirando a mão.
Annabeth encarou a professora Trewlaney, estudando sua expressão ao olhar de Fred para a bola de cristal. Ela parecia tentar entender o que Lee acabara de dizer e parecia até mesmo um pouco preocupada, mas tentou disfarçar, colocando a mão no ombro de Jordan e dizendo "bom trabalho". Annabeth provavelmente encarou demais a mulher no meio da sala, pois de repente, Trewlaney virou exatamente em sua direção e a encarou de volta, indo até a mesa dos três.
– E aqui, vejamos, você- Oh! – exclamou a professora, alto o suficiente para que todos da sala virassem e encarassem a mesa dos três. Seus olhos estavam arregalados e seu semblante era de puro pesar. Annabeth olhou para Louis e Claire, que também não entendiam nada, olhou para a bola de cristal, inutilmente, pois não conseguia ver nada e por fim, olhou de volta para sua professora.
– Professora?
– Oh, querida. Eu sinto muitíssimo... – disse, seus olhos se fechando por um momento e depois apenas balançando a cabeça – Que sina a sua, ser deixada sozinha tantas vezes.
– Eu não estou sozinha – respondeu Annabeth na defensiva rápido demais. Ela sentia muitas coisas, mas solidão não era uma delas; a professora Trewlaney a ignorou, continuando com a mesma tristeza no olhar.
– No começo de tudo, no primeiro respirar... E depois no inicio da sua vida, quando estava descobrindo algo tão fenomenal e unico.
– Do que você está falando, professora?
– Não é triste? – ela olhou para Claire, que encarava a bola de cristal em vão e passava as folhas do livro com tamanha rapidez que seria uma surpresa não rasgarem – Perder o amor tão cedo em sua vida.
Annabeth arregalou os olhos e tirou a mão da bola de cristal como se o objeto estivesse queimando sua pele, colocou a mão sob suas vestes para que ninguém a visse tentando limpar algo que não existia, mas ela poderia jurar que sentia. Aquela mulher era louca? Do que estava falando? Ser deixada sozinha duas vezes? "Perder o amor"? O que isso queria dizer?
A mente de Annabeth repetia as frases várias vezes por segundo. Perder o amor? Annabeth perderia alguém e se tornaria uma pessoa amarga e sem vida? Agora estava destinada a ficar só com uma pessoa para o resto da vida? Não poderia encontrar outro? Era mesmo sobre uma pessoa? Como ela poderia perder algo "tão cedo na vida" se seu tempo de vida já era caracterizado como "tão cedo" e ela nem havia encontrado nada que pudesse perder ainda?
– Nossa, professora T – uma voz familiar a despertou de seus devaneios, fazendo também com que a professora deixasse de encará-la. transferindo agora seu olhar de pesar para Fred Weasley, que olhava para elas com um sorriso brilhante no rosto e a sobrancelha erguida – A senhora não acha que está muito cedo pra soltar uma previsão dessas para Annabeth? Se a senhora quer diminuir o número de alunos na sala, eu e George estamos disponiveis, você sabe!
Autor(a): weasleyverse
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