Fanfic: Casada Até Quarta - Vondy (Adaptada) [Terminada] | Tema: Vondy

Lindaaaas! Voltei... Me valorizem!

As vantagens de um jatinho particular eram ainda melhores com uma mulher junto. Fazer amor em pleno ar e ter algumas horas de sono deveria tê-los deixado relaxados até pousar. Infelizmente, Christopher podia sentir o desconforto de Dulce e fez tudo que estava a seu alcance para distraí-la.

Ele havia reservado um hotel perto do aeroporto para passarem a noite, e planejava se juntar a sua família em Albany no dia seguinte. Mas sua família tinha outros planos.

Quando o jatinho pousou, nas primeiras horas da manhã, era madrugada no fuso horário de Dulce e Christopher. Pelo jeito como Dul retorcia as mãos, ele percebia que seus nervos estavam em alerta máximo.

Ele manteve o braço em torno dos ombros dela quando saíram do avião. Por sugestão dele, ela vestira uma calça jeans velha e confortável e uma camisa de manga comprida.

— Não precisa se arrumar para o motorista do carro — ele havia dito, assegurando-lhe que teriam tempo para dormir, tomar banho e se vestir adequadamente antes de encontrar qualquer pessoa importante.

No entanto, quando o carro que ele havia pedido parou ao lado do avião e a porta de trás se abriu, a mãe de Christopher deixou os dois paralisados.

— Você disse que ninguém estaria nos esperando no aeroporto — Dul sibilou com os lábios apertados.

— Não mesmo.

Não havia como ignorar a mãe de Christopher quando ela deslizou para fora da limusine. O motorista segurava um guarda-chuva sobre a cabeça da mulher para evitar que as gotas de chuva arruinassem o que um cabeleireiro devia ter passado horas criando.

Apesar de seu casamento terrível, Alexandra Uckermann poderia passar por uma mulher dez anos mais jovem. Seu cabelo escuro estava graciosamente puxado para trás, sob um chapéu elegante. Um longo casaco cinza cobria o que Christopher sabia ser uma saia e uma blusa ajustadas. Sua mãe sempre se vestia com perfeição. Mesmo que o sol estivesse escondido atrás de uma densa camada de nuvens, ela usava um par de óculos escuros grandes o suficiente para esconder os olhos e os sentimentos que eles pudessem revelar.

— Então quem é ela?

Christopher engoliu em seco. Se havia uma coisa que aprendera sobre sua esposa, era que ela tinha suas inseguranças. Apesar da atitude desafiadora, Dulce tinha um desejo subjacente de ser aceita.

Ele sabia, sem sombra de dúvida, que sua sugestão de que ela trocasse o conjunto de seda por roupas confortáveis se voltaria contra ele mais tarde.

— Minha mãe.

Os passos de Dul vacilaram, mas Christopher a manteve em movimento, pressionando firmemente a mão nas costas dela.

— Mas...

— Mãe? — Christopher tirou a mão das costas de Dulce apenas para beijar as bochechas de sua mãe. — Não esperávamos você aqui.

Apesar do tom leve, Christopher desejou transmitir seu descontentamento.

— Eu não poderia deixar que você e a sua noiva chegassem sem lhes dar as boas-vindas.

Christopher voltou a ficar ao lado de Dulce e fez as apresentações.

— Dulce, esta é minha mãe, Alexandra. Mãe, quero que conheça a minha esposa, Dulce.

Sua mãe deixou que um sorriso se erguesse em seus lábios.

— É um prazer — disse ela, levantando a mão para cumprimentar a nora.

— Ouvi falar muito de você — disse Dul.

— É mesmo? Eu não ouvi quase nada sobre você.

Dulce ficou dura ao lado de Christopher, que rapidamente se colocou entre as duas.

— Estamos aqui para consertar isso — ele disse à mãe. — Não precisava nos encontrar aqui. Você sabe como o voo dos Estados Unidos para cá é longo.

Alexandra deu um tapinha no ombro de Christopher e disse:

— Tenho certeza de que vocês tiveram muito tempo para descansar durante o voo.

 — Estivemos muito ocupados antes da viagem, como você pode imaginar. Estamos loucos por algumas horas de sono.

Sua mãe olhou para o motorista, que segurava o guarda-chuva acima de sua cabeça, e depois para o carro.

— Então vamos para casa, para vocês descansarem.

Christopher sentia as coisas fugirem do controle. E o pior era que Dulce não dizia absolutamente nada. Simplesmente olhava fixo de um para o outro, de lábios selados.

— Eu reservei um quarto no Plaza.

— Mas que bobagem...

— Mãe! — Já era o suficiente para Christopher.

— Alexandra... Você não se importa se eu a chamar de Alexandra, não é?

Dulce encontrou sua voz.

— Claro que não, querida.

— Ótimo. Como você pode ver, preciso desesperadamente de um banho e de algumas horas de sono. Estou certa de que terá a bondade de esperar a nossa chegada a Albany, até que Christopher e eu possamos compensar um pouco esse jet lag terrível.

O tom e as palavras de Dulce foram mais formais do que Christopher jamais ouvira dos lábios dela.

— Acho que você tem razão.

— Foi muito gentil da sua parte ter vindo me receber aqui. Você não faz ideia de quanto isso significa para mim.

Mais uma vez, Christopher ficou sem palavras. Conduziu sua esposa e sua mãe ao banco de trás do carro e se juntou a elas. No instante em que a porta fechou, Dulce se aconchegou mais perto de Christopher.

— Que casaco lindo — disse para a mãe dele.

— Ob... Obrigada.

— Espero que possa me dizer onde comprou. Receio não ter nada parecido, e, pelo jeito do céu, vou precisar de algo assim para a viagem.

— Claro. Vamos ter muito tempo para fazer compras.

A preocupação de Christopher com a chegada prematura de sua mãe começou a desaparecer.

 — Minha esposa e minha mãe fazendo compras juntas... Devo me preocupar? — brincou.

— Depende — disse Dulce.

— De quê?

— De sua irmã se juntar a nós. Três mulheres com um cartão de crédito ilimitado são realmente perigosas.

Todos riram. E, apesar das óbvias diferenças entre sua mãe e sua esposa, Christopher não estava preocupado com a possibilidade de não se darem bem. Dulce havia escutado o que ele dissera sobre os hábitos de consumo de sua mãe, sobre sua paixão por moda, e usara isso para conquistar seu afeto. Quando chegaram ao Plaza, Christopher tinha certeza de que sua mãe nem sequer notara o jeans de loja de departamentos de Dulce e os sapatos sem marca. E também tinha certeza de que Dulce queimaria essas roupas na primeira oportunidade.

Felizmente, a mãe de Christopher se despediu na porta e não entrou com eles no hotel. As primeiras horas da manhã os agraciaram com a recepção deserta. O carregador de bagagem rapidamente os levou para a suíte. Christopher deu uma gorjeta ao rapaz e fechou a porta.

Sozinhos, Dul tirou os sapatos e se jogou no sofá.

— Acho que vou gostar da sua mãe depois que superar a agradável surpresa que ela nos fez no aeroporto.

— Eu pedi a ela que nos esperasse em Albany.

— Ela é mãe, está curiosa.

— Ainda assim, ela devia ter esperado. — E ele teria uma palavrinha com ela na primeira oportunidade.

— Ela precisava ver com os próprios olhos que eu não estou grávida de cinco meses.

Christopher havia começado a colocar sua mala na cama quando assimilou as palavras de Dulce.

— Grávida?

— Ah, por favor! Você não viu os olhos dela analisando a minha barriga?

Não; ele nem havia pensado nisso.

— Você não está falando sério.

— Ela estava em missão de reconhecimento. Primeiro para ver se um herdeiro está a caminho. Segundo, para se certificar de que, em se tratando de classe, eu não sou um completo fracasso.

Christopher se encostou na armação da cama; sua mente zumbia pensando na possibilidade de Dulce estar certa.

— Como você pode ter tanta certeza?

— Mulheres são criaturas emocionais. Está tudo nos olhos. Quando a sua mãe tirou os óculos de sol, pude ler cada olhar, cada expressão dela.

Ele deu de ombros.

— Acho que vou te levar na minha próxima reunião de diretoria. Você parece levar jeito para espiã.

— Quando eu estava na faculdade, fiz psicologia como matéria eletiva.

— Você poderia ter seguido carreira na área criminal.

— Acho que não. Com os pecados do meu pai e tal...

Dulce se levantou do sofá, acabando com a conversa. Havia dor em sua atitude enquanto ela tirava algumas coisas da mala e ia até o banheiro. Seu pai lhe deixara cicatrizes. Infelizmente, Christopher não sabia muito bem quão profundas eram suas feridas. Mas decidiu que iria descobrir.